Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 11
Noah Aguilera


Notas iniciais do capítulo

Oi gentem *--*
Olha, infelizmente ou felizmente, eu vou viajar até o dia 9 então, até lá sem caps ): mas em compensação em caprichei nesse u.u
Esse é mais um cap sem a Juliiet;/ Já estou com saudadinhas dela ):
enfim, espero que gostem, e me desculpem os erros :3
o cap tem uma musica, quem quiser ouvir: http://letras.mus.br/christina-aguilera/64334/traducao.html
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/213374/chapter/11

–O MEU apartamento, as MINHAS roupas, a MINHA toalha- Noah veio da cozinha enumerando as coisas nos dedos, até que seus olhos encontraram os de Bacon e uma fúria inexplicável o tomou- Oh não, na-na-ni-na-não, me diz, por favor, que esse não é o meu travesseiro.- disse olhando fixamente para o travesseiro que Bacon usava como cama ao meu lado no sofá.

–Tudo bem. Esse não é o seu travesseiro.- menti sorrindo. Era obvio que era o travesseiro dele.

–Não, não pode ser. Esse porco vai roubar tudo que é meu. MEEEEU.- ele se jogou no sofá com os braços para o alto, rendido.

O ex-cabeça ensebada não estava num bom dia pelo jeito.

– Ei, calma.- parei de fazer carinho no bacon para colocar a mão em seu joelho.- O que foi que aconteceu?

Resignado, ele encarou o teto pensando se desabafaria ou não.

–Foi a Melany.- finalmente contou- Nós havíamos combinado de sair hoje, e agora ela me liga desmarcando tudo, me xingando de idiota, sendo que eu nem fiz nada. Porque eu LITERALMENTE – ele deu bastante ênfase – não fiz nada. Passei a semana toda cuidando de uma pirralha catarrenta.

Prendi o riso.

Eu sei que era pra eu estar ofendida com o “pirralha catarrenta” mas, deixa eu contar o que aconteceu mais cedo.

***

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM

Abri os olhos para ouvir o telefone estrondoso tocar. Ok, eu sei que agente não ouve com os olhos. Isso era só para eu ter certeza de não era um sonho.

Depois dessa abridela de olhos, e da constatação de que o telefone estava tocando, eu simplesmente me levante-Ah foda-se!

Virei de lado.

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM

Cobri a cabeça.

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM

Putaquepariu.A pessoa ainda não desistiu?

Porque o Noah não atende diacho?

Levantei irritada, com a visão embaçada, tonta de sono, e bafenta. Mas acho que a pessoa da outra linha não ia perceber isso, então foda-se.

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM TRIIIIIIIII- Alo?- atendi.

–Quem ta falando?- uma vez feminina perguntou.

–Eu.

–Eu quem?

–Eu, uai.

–Você é uma mulher?

–Obviamente, a não ser que eu seja uma hermafrodita e não saiba... – cocei a nuca. Sério que uma pessoa liga aqui só pra saber se eu sou mulher?

–Eu quero falar com o Noah.

–Ele ta dormindo.

Ainda? – indagou meio incrédula. Olhei para o relógio da parede constatando que já eram quatro e meia da tarde. Nossa, que horas nós fomos dormir ontem?

–É, a noite de ontem foi longa.- falei por fim.

–C-como assim?

–Ah, agente fez muita coisa sabe? Tipo-

–Não, não precisa explicar. Não quero detalhes.

–Tudo bem então.- dei de ombros.

–Quando ele acordar, avisa que a Melany ligou.

–Tudo be- PIIIII PIIII PIIIII. A desgraçada desligou na minha cara.

Ela estava nervosa ou era impressão minha?

***

E agora estou eu aqui , consolando o Noah. É obvio que eu não avisei que ela ligou.

–Sabe quanto tempo eu estou sem ver uma mulher?-choramingou com as mãos na cabeça.

–Você vê uma todos os dias-comecei a falar mas fui interrompida.

–Você não é uma mulher.- retrucou.

–Hei.- protestei ofendida. Eu não sou hermafrodita. Tenho certeza que não.

–Sério. Preciso espairecer, - ele parecia angustiado- estou cansado das suas infantilidades, das coisas que você apronta, de não ter mais as minhas férias, eu só queria descansar sabe?- seus olhos encontram com os meus, aquilo não era um bronca, era mais um apelo. – Mas parece que você não deixa. Você sempre quer as coisas do seu jeito, quer sempre me ferrar, eu não sei o que eu fiz para merecer isso.

Ok, o que foi isso agora, heim Noah? Está tentando me arrastar para a depressão junto contigo? Se é isso que está tentando fazer, então você está conseguindo.

Ele voltou e olhar para o teto.

–E você acha que você é fácil, não é?- retruquei. O que foi? Eu precisava me defender também.- Você está sempre aí, não se importando com nada que não seja você mesmo e os seus troféus... E você...você...- deixei a frase morrer tentando lembrar mais algum defeito seu, mas não lembrei. Estava na cara que eu era muito pior do que ele. Então eu precisei sair pela tangente.- Você acha que eu escolhi vir para cá? Você acha que eu queria passar as minhas férias junto de um maloqueiro que esfrega o quão feia eu sou todos os dias na minha cara? Você acha mesmo que eu queria sair da minha amada Europa para ficar aqui, dependente de você? Acha?- Minha voz subiu duas oitavas. Por mais que fosse só uma desculpa, as palavras saíram mais pessoais do que eu pensava.

Noah voltou a me encarar, ele também havia sentido a pessoalidade de minhas palavras.

–Nós podíamos tentar...- falou por fim- Tentar não ser um fardo tão pesado um para o outro.

–É agente podia.- concordei mais calma, me recostando nele no sofá.

Ele riu e apoiou a cabeça na minha.

–Você sabe que isso vai ser bem difícil não é?- perguntei, aquele momento estava estranho. Calmo e estranho.

Senti Noah menear a cabeça positivamente.

–Ei.- chamou, depois de uns segundos de silencio.

–Hum?

–Você acha mesmo que eu só me importo com os meus troféus e comigo mesmo?- indagou. Concordei com a cabeça, olhando para frente, a TV desligada refletia a nossa imagem estranhamente fraternal. Noah percebeu que eu olhava para a TV e seguiu o meu olhar, levantando a cabeça abruptamente. - O meu cabelo ta roxo ou é impressão minha?

–Ops.

–O QUE? VOCÊ PINTOU O MEU CABELO DE ROXO?

–Tecnicamente a tinta era rosa, mas acho que seu cabelo era muito escuro e aí..-

–Eu te dou três segundos para correr.

–Mas e aquele negócio?

–Um.

–De tentar não ser um fardo para o outro?

–Dois.

–Você tá lindo sabia?-

–Três.

–AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH.- sai correndo, desesperada pela porta da frente.

–SUA PIRRALHA DESGRAÇADA!- gritou vindo atrás de mim. Olhei para a porta fechada do elevador e para as escadas. O jeito era ir de escada mesmo.- VOCÊ VAI VER QUANDO EU TE PEGAR! VOU ESFREGAR A SUA CARA NO ASFALTO ATÉ VOCÊ FICAR DESFIGURADA, DAÍ VOCÊ VAI ME AGRADECER, PORQUE VAI FICARMUITO MELHOR DO QUE ESSA PORCARIA QUE VOCÊ É.

–PERAÍ, para tudo- falei parando de descer os degraus.- Você me chamou mesmo de porcaria?- murmurei numa mistura de incredulidade e raiva. Noah parou logo atrás de mim, percebendo a merda que havia falado.

–Não foi isso que eu quis dizer.- tentou concertar com os olhos arregalados.

Senti meu queixo tremer levemente, olhei mais uma vez para ele, antes da minha visão ficar turva. Eu estava pronta para espancar a cara dele, mas em vez disso eu corri, deixando-o para trás. Subi os dois lances de escada de uma forma tão rápida que nem parecia eu. Voltei para o apartamento e me tranquei no quarto.

PDV Noah

Ok, eu sei que ela pintou o meu cabelo de uma cor ridícula, depois de tê-lo cortado de uma forma mais ridícula ainda, mas isso não justifica o que eu falei. Ainda mais do jeito que eu falei...

É, pois é, odeio quando esses meu lado racional dá as caras, e me faz sentir remorso.

Tentei alcançá-la, mas quando cheguei ao apartamento a porta do quarto já estava fechada.

–Pirralha?- chamei batendo três vezes na porta.

–Vai embora!- ordenou com a voz abafada.

–Abre a porta, vamos conversar – houve silencio. Rendido, resolvi falar ali mesmo-Olha, eu não quis dizer aquilo- comecei a me explicar, mas ela me interrompeu.

–Eu já mandei você ir embora!

–Me perdoa vai?- me sentei no batente da porta, encostando a cabeça na madeira.

–Você não precisa se desculpar. Eu que sou feia, eu que nasci assim.- ela murmurou, mas sua voz parecia estar perto da porta, por isso eu escutei.- Gabe nunca vai me querer.

Olhei ao redor procurando uma forma animá-la, e foi aí que eu tive uma ideia genial.

Vinda de mim é meio obvio que ela era genial.

Saí do apartamento e fui até o apartamento do Gabe, entrando com a chave reserva que ele escondia em baixo do vaso. Procurei em seu quarto aquela caixa de fantasia que havíamos usado no ultimo ano da escola.

(...)

Retoquei mais uma vez o batom, e arrumei a peruca loira.Segurando o violão, sentei de frente para a porta do meu quarto.

Bacon também estava com uma peruca loira e batom, mas o desgraçado do porquinho me deixou sozinho nessa, e foi andar pelo apartamento.


–Gã-ran.- limpei a garganta antes de começar a tocar a musica que eu ouvira no Ipod da Pirralha outro dia.

Dei aquela gemidinha hiper gay, desacreditando no que estava mesmo fazendo.

–Don't look at me.Every day is so wonderful and suddenly, it's hard to breathe.Now and then, I get insecure, from all the pain, I'm so ashamed(Todo dia é tão maravilhoso e de repente, fica difícil de se respirar.De vez em quando, eu me sinto insegura, com toda a dor, eu me sinto envergonhada)- Me senti um grande trouxa, cantando sozinho e imitando uma voz de mulher, com a minha peruca loira e meu batom vermelho, mas então o trinco da porta fez um barulho, e a maçaneta girou.

Ela estava sem os óculos, era a primeira vez que realmente via seus olhos. Eles eram grandes e cinzas, ou azuis, era meio indefinido, exóticos, lindos.Pareciam cristais frágeis. Eles sorriram literalmente quando viram o meu estado. Por mais que estivessem vermelhos pelo choro anterior, agora eles estavam divertidos. Ignorei a risada dela e continuei a cantar, sendo acompanhado por ela agora, que se agachava para sentar-se ao meu lado.

– You are beautiful no matter what they say.- sorri para ela que sorriu de volta cantando comigo- Words can't bring you down, you are beautiful in every single way. Yes, words can't bring you down, do don't you bring me down today...( Você é bonita não importa o que eles dizem.Palavras não vão te fazer cair, você é bonita em todos os sentidos.Sim, palavras não vão te fazer cair, então não me faça cair hoje)– dei um peteleco em seu nariz, e ela inesperavelmente me abraçou.

Retribuí o abraço me sentindo, pela primeira vez, um irmão. Irmão que estava feliz por tirar a tristeza dela. Pela primeira vez, depois da ida do meu pai, eu estava me importando com alguém.

Também, como não me importar com alguém de olhos tão frágeis como os dela?

-Você acha que eu vou conseguir conquistar o Gabe?- indagou ainda em meus braços, me tirando de meus devaneios.

–Lógico que vai.- murmurei, tendo uma certeza incontestável disso.

–Você ta ridículo de Christina Aguilera.- ela riu da minha cara.

– Você cala a boca que eu fiquei muito mais sexy do que ela.- sorri também, fazendo-lhe cócegas.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fim ):
Mereço comentários?
Até depois do dia 9 suas lindjas e seus lindjos.
ps: só um garoto lê a fic HUSUHASUHAS.