Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 10
A única mais feia da balada.


Notas iniciais do capítulo

Ooooi gentem *--*
Como prometido, esta aí mais um cap (:
Eu achei esse melhor doq o outro, mas ainda assim nao gostei muito desse;/ espero que pelo menos vocês gostem.
Boa Leitura *-*



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Fantasia:

Era uma vez, uma garota que foi para a balada, forçada pelo meio irmão.Lá todos a consideraram a mais bela da face da terra, e viveram felizes para sempre.Fim.

Realidade:

-CORRE MUCHACHO!- gargalhei acelerando ainda mais o carro e deixando o Noah que corria desesperado, ficando cada vez mais longe. Aquelas pernas de girafa dele pelo visto não eram tão rápidas assim.

-PIRRALHA PARA ESSE CARRO AGORA!!!!- gritava correndo na inútil tentativa/esperança de me alcançar.Os braços jogados para cima tentando chamar minha atenção como um retardado. Hilário.

-Não paro nem se...AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!-gritei sentindo o impacto do carro contra alguma coisa, seguido de um grande barulho indefinido.

É, o carro parou.

-MEU CARRO!- gritava a voz chorosa de Noah se aproximando.

Continuei estática pelo susto. Depois de segundos Noah apareceu na janela, com o rosto vermelho de tanto correr, e o suor pingando por seu queixo.

-Você esta bem?- indagou com as mãos na porta.Seus olhos tomados pela preocupação.

-Si-sim, acho q sim...

-Eu não perguntei pra você sua anta, eu perguntei para o meu carro.- disse abraçando o carro de uma forma desajustada.

 Isso é sério?

-Hmpf.- Olhei para a cara dele ofendida. Eu havia acabado de bater em alguma coisa e ele nem se quer me olhou.Ele se preocupava mais com o carro do que comigo.

Espera um pouco...

Eu havia batido em algo...

-Noah.- o chamei, temerosa.

-O que você quer?- indagou com uma voz engraçada por estar com a bochecha apoiada contra a lataria.

-Eu bati em alguma coisa.- anunciei engolindo seco.

-Obviame...DROGA!- Noah se sobressaltou olhando fixamente para um ponto a frente do carro.

-O-o que foi?-gaguejei

-Eu acho que to vendo uma perna.- ouvi uma voz feminina soar. Olhei assustada para o lado constatando que essa voz saíra de Noah.Se o momento não fosse tão trágico eu tiraria uma com a cara dele na certa.

-Você acha ou tem certeza?- perguntei sentindo todos os meus pelinhos se arrepiarem.

-Tenho certeza.- a voz feminina soou de novo.

Engoli seco, eu era muito nova para cometer o meu primeiro homicídio. O pior de tudo, eu era muito nova para ser uma assassina.E havia uma coisa mais pior ainda: o Noah poderia não ter dinheiro suficiente para pagar a minha fiança.

-Pirralha, você esta pálida, tipo mais pálida do que você é, se isso é possível. Ta tudo bem?- perguntou Noah agora com sua voz normal.

Ótimo, eu acabara de matar uma pessoa, e o esperto no Noah me perguntava se estava tudo bem.Alguém mais ai acha que ele é acéfalo?

Não me dei o trabalho de responder a pergunta. Apenas abri a porta empurrando Noah para ver com os meus próprios olhos a perna.

De fato havia uma perna visível daquele ângulo, mas não era uma perna humana.

Ok, se você esta pensando que era de um extraterrestre pode ir tirando sua navezinha da chuva.

Aquilo era uma perna de...Uma pena de porco.

-Oh não. Eu matei um porco.-sussurrei me aproximando, do porquinho estirado no chão.

-Você está chorando?- Noah indagou ao meu lado, fitando meu rosto. As lágrimas rolavam soltas sem nem ao menos eu ter percebido.- Cara, você matou um porco e está mesmo triste?- agora perguntava incrédulo- Você devia era agradecer por não ter matado uma pessoa, isso sim seria tris-

-O PORCO FEZ ALGUMA MAL PRA VOCÊ? NÃO NÉ! ENTÃO PRONTO, CALA A BOCA!-gritei um pouquinho descontrolada.O porquinho não tinha culpa de nada. Pelo menos se fosse uma pessoa eu poderia diminuir a minha culpa pensando que era um humano a menos destruindo a camada de ozônio. Talvez a humanidade até me agradecesse no futuro.

-Ei, calma mocinha.Agente vai dar um jeito nisso.- Noah tentava me acalmar com as mãos no meu ombro.

-Vamos?- minha voz soou embargada.

-Sim, é só aproveitar que ninguém está na estrada agora, e jogar esse porco no acostamento.

-Não! Nem pensar. Agente precisa dar um enterro descente para ele.- ordenei estufando o peito.

Silencio. Sim, foi isso que aconteceu. Era até possível ouvir os grilinhos cricrilando. Noah me olhava incrédulo.

- Você não pode estar falando sério.- ele quebrou o silencio depois de um minuto.

-Sim, vem, me ajuda com isso.- falei me aproximando do porco para erguê-lo.

-Eu não vou fazer isso.- disse ele.Revirei os olhos, eu precisaria apelar.

-Então seu console não vai sobreviver.- ergui uma sobrancelha o desafiando.

-Meu pai do céu, o que eu fiz para merecer isso.- ele bufou se juntando a mim.

-Um, dois, três.- erguemos (lê-se: o Noah ergueu) com muito esforço o porquinho razoavelmente grande que eu atropelei.

-Aonde vamos por isso?

-No carro uai.- respondi guiando-o.

-Meu carro.- Noah disse numa voz chorosa novamente. Revirei os olhos.

-Quanto drama.

Parei de fingir que estava carregando o porco e abri a porta do banco de trás. Noah ajeitou o porquinho ali e entrou no banco do passageiro, e eu o segui no do motorista.

-Quero só ver aonde você vai enterrar esse troço aí.- murmurou Noah enquanto eu ligava o carro.Ignorei a pergunta por não saber respondê-la. – Pirralha, você está sentindo esse cheiro?

Respirei fundo para ver se sentia e é, eu senti.

-Que nojo Noah, você poderia esperar pra chegar em casa, não acha?- falei prendendo a respiração para o cheiro insuportável de fezes que inundava o carro.

Ele me encarou por cinco segundos, e depois virou para trás.

-O Pirralha.- chamou- Acho que o animal ai ta vivo.

-Oi?- olhei para ele sem entender.

-O ANIMAL TA VIVO CACETE!- repetiu, me fazendo parar o carro bruscamente.

-NÃO PRECISA GRITAR PORRA!- revidei perto de seu ouvido.

O ex-cabeça ensebada fez cara de dor. Me virei para ver se o porquinho estava vivo.

-Ele está vivo!- comemorei- E acabou de-

-Defecar no meu carro...- Noah completou a frase, irritado- Tudo culpa sua!

-Minha culpa?- repeti indignada.

-Sim, culpa sua. Se você não tivesse me largado na balada sozinho e entrado no carro nada disso teria acontecido.- me acusou.

Ri sem humor.

-Meu querido, se você não tivesse competido com o seu amigo de quem catava a garota mais feia da balada, e ele não viesse tentar me beijar, nada disso teria acontecido.- revidei.

-E eu ia lá saber que você era a única mais feia da balada aquela hora?

O encarei incrédula, não acreditava no que havia acabado de ouvir.

-OLHA AQUI SEU FILHA DA PU-

-Oinc.

Noah e eu nos entreolhamos antes de olharmos para o porco.

-Bacon, você acordou.- sorri para o porquinho- nós já estamos indo para casa, ok?

-O que? Você deu um nome ao porco? E ainda quer levá-lo para casa? Nem pensar. – Noah cruzou os braços.

-Você tem um pato, porquê eu não posso ter um porco? Vai ser só por alguns dias, eu prometo. O Bacon precisa de assistência, afinal eu o atropelei.- fiz biquinho, voltando a ligar o carro.

Noah começou a bater a cabeça no vidro como um retardado, enquanto eu dirigia de volta ao apartamento.

(...)
-Não quero nem saber. Tranca esse bicho na área de serviço e vai dormir logo pirralha.- ordenou Noah mal humorado depois de ter passado uma hora limpando fezes de porco em seu carro e outras duas horas sentado no posto veterinário.

-Tudo bem.- falei sorrindo. Guiei Bacon a área de serviço e o deitei em umas roupas sujas que haviam lá e depois o cobri com uma toalha com o nome do Noah bordado nela- Boa noite lindinho.- apaguei a luz.

Passei pela cozinha onde as sacolas das compras estavam todas em cima do balcão.Procurei logo a dos shampoos.Peguei o shampoo de Noah, tirei três quartos do conteúdo e no lugar disso depositei todo o tonalizante rosa extra forte. Chacoalhei para finalizar e coloquei de volta a sacola.

-Pirralha.- Noah gritou do outro cômodo- Traz o meu shampoo fazendo favor.

-Pode deixar.- sorri.


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Notas finais do capítulo

Fim (:
Vou tentar postar o prox cap amanhã, mas não prometo nada.