Durante os próximos meses, Hermione Granger passou a ter pesadelos mais frequentes. Porem, tão constantes quanto os pesadelos, eram as perdas de memória que ela estava tendo. A morena acordava em corredores e salas sem lembrança de como chegara lá.

Ela havia contado para o professor Dumbledore sobre sua maldição, assim como havia contado sobre Draco e o professor Snape e o plano do Lorde das Trevas. Embora Dumbledore afirmasse que já soubesse de todas as informações (e que Snape estivesse a suas ordens o ano todo, ciente que Malfoy estivesse “ajudando” Hermione com seu pequeno problema), ele agradeceu pela confiança, e começou, ele mesmo, a ensinar a arte da oclumência para a garota, arte essa que Hermione logo descobriu ser um completo fracasso, uma vez que sua mente já estava cansada e parcialmente escurecida graças a maldição.

O próprio diretos parecia cansado e acabado. Granger notou, no seu primeiro encontro com o diretor, a mão esquerda enegrecida, que parecia ficar pior a cada encontro. Ele viajava semanalmente, indo para merlim-sabe-onde, e quando estava em Hogwarts, gastava a maior parte das suas noites intercalando encontros entre Harry e Hermione.

Numa das noites que o diretor havia tirado para descansar (ou passar a noite em claro lendo e pesquisando, mas de qualquer maneira, ele estava sozinho em seu escritório), Harry chagou Rony e Hermione para contar o que ele e Dumbledore haviam descoberto.

Na semana passada, Aragog, a acromantula macho que ele mantinha escondida na floresta proibida, havia falecido, e Potter foi no seu enterro, após tomar metade de “Felix felicis” e se encontrar com o professor Slughorn.

A partir daí, ele conseguiu tirar uma memória do professor, enquanto esse estava bêbado com o meio-gigante Hagrid. Nessa memória, ele e Dumbledore fizeram a maior descoberta que eles poderiam ter feito.

Gina e Harry estavam conversando (antes que Hermione e Rony chegassem para o moreno contar a eles a descoberta), os salões comunais estava lotado de alunos de todos os anos, com exceção do quinto e do sétimo, como Gina percebeu, sendo a única bruxa do seu ano no salão. Com as provas se aproximando, os alunos que cursavam níveis de NIEMS e de NOMS estavam se gastando cada segundo de seus tempos livres para estudar; a própria Gina achava muito pouco tempo para passar com seus amigos, e ainda menos com seu namorado.

Hermione, naquele momento, estava em seu dormitório terminando o seu resumo da aula de Herbologia que ela tivera no período anterior. Ela tentava usar o máximo possível de seu tempo, certa que se ela ocupasse sua mente a maldição teria mais problemas para invadir a mente dela. Pelo menos, era isso que ela falava pra si mesma, enquanto passava os olhos pelas folhas amareladas dos livros. Quando terminou, desceu as escadas ao encontro de Harry, acenando para Gina, que saia do salão comunal em direção a biblioteca, estudar Histórida da Magia. Assim que se sentou ao lado do amigo, Rony apareceu dentro do salão, com os cabelos ruivos molhados do chuveiro que ele tomava depois de treinar quadribol. Harry acenou para o amigo, e o ruivo andou até a dupla, e se sentou entre os dois.

—Voldemort dividiu a alma dele — explicou Harry para os amigos, depois de ter certeza de ter usado o feitiço “abaffiato” — em sete partes, e colocou cada uma delas em seis objetos diferentes, sendo que a sétima está dentro dele mesmo. A única maneira de matá-lo é destruindo cada uma das seis Horcruxes (esse é o nome do objeto em que ele colocou a alma).

—Tipo, — exclamou Rony — QUAQUER objeto? Uma pedra no meio do oceano e tudo mais?

—Não, de acordo com Dumbledore, Tom é muito orgulhoso para colocar sua alma em algo simples. Ele provavelmente escolheu algo precioso para ele. O diário, que nós destruímos no segundo ano, por exemplo.

—Aquilo era uma Horcrux? — perguntou Hermione — então só temos que achar cinco?

—Quatro — corrigiu Harry — Dumbledore diz que destruiu uma, o anel de Marvolo Riddle.

—Então faltam quatro — murmurou Hermione — menos mal. Podemos supor que ele provavelmente escolheu algo de Salazar, já que ele é seu ancestral e tudo mais.

—E algo da Rowena, E algo da Helga, de acordo com Dumbledore. Tom considerava Hogwarts sua casa, então provavelmente escolheu coisas dos fundadores. A Taça de Helga HufflePuff, fundadora da lufa-lufa, foi vista pela ultima vez na casa de uma senhora falecida, e, por acaso, o último humano a vê-la viva foi…

—Tom Riddle — completaram Rony e Hermione ao mesmo tempo

—Nunca pensei que fosse falar isso, mas deve ser muito bom só ter que se preocupar com as provas —murmurou Rony

—Eu que o diga — suspirou Hermione, passando a mão na cabeça latejando — minha cabeça está explodindo de dor a quatro dias.

—Já pensou em falar com Dumbledore? Pode ter alguma relaciona com… Você sabe. — Murmurou Rony

—Ou pode ser por que eu tenho dormido menos de 5 horas por noite — responder Hermione

—Você ainda está tendo problemas para dormir? — perguntou o ruivo preocupado

— São só os mesmos pesadelos… A torre de astronomia, Dumbledore… Nada de mais, — explicou Hermione — Não se preocupe Rony.

—Meu melhor amigo tem uma ligação com a mente de você sabe quem, e minha melhor amiga tem um demônio na cabeça; tem razão, eu não tenho que me preocupar.

Os dois sabiam que o ruivo tinha razão. Tanto Harry, quanto Hermione eram bombas relógio, de maneira diferentes. Depois do incidente do ano passado, que levou a coma extensa de Sirius, Harry sabia muito bem disso. E Hermione não precisava de nenhum incidente para saber que seus “poderes” levariam a desgraça.

Mas, por algum motivo, Hermione começou a rir da frase de Rony, sendo seguida por Harry, e por último, pelo próprio ruivo. O trio começou a gargalhar fortemente, e enquanto riam, a morena olhou os dois amigos. A traição de Draco ainda machucava mais do que ela poderia admitir, e ela sinceramente não conseguia ver uma luz no final do túnel para ela, mas ela não podia negar que ela tinha os dois melhores amigos do universo, e ainda tinha Gina, Luna, Neville, Zabini (e talvez até Pansy). Depois de tanta coisa, eles eram mais ou menos o motivo pelo qual ela sabia que tinha que lutar contra a maldição. “Lutar, ou morrer tentando” pensou Hermione, enquanto as risadas iam diminuindo, sem poder deixar de pensar que “morrer tentando” era a opção mais provável no caso dela.