—Hermione! — exclamou uma voz vinda de um dos corredores abafados.

Harry e Hermione, andavam pelos corredores em direção ao salão comunal, quando forma abordados por Blaise Zabini, seguido por Pansy e o Ronald (que abraçava a namorada pela cintura).

—O que aconteceu? — perguntou Blaise ao ver os olhos inchados da morena — tudo bem?

—Não se finja de inocente Zabini — sibilou Hermione — eu sei de todo o planinho de vocês.

 O sonserino a olhou confuso, passando as mãos pelos cabelos cacheados.

—Você pode ser um pouco mais precisa Granger? — resmungou Pansy

Hermione se desvencilhou do abraço de Harry, e olhou os dois sonserinos.

—Eu sei que Draco é um comensal, e do seu plano para me atrair para Voldemort.

Ambos os sonserinos tremeram com o nome, mas pareciam mais surpresos pela revelação de Hermione.

—Bastardo... — sussurrou pansy olhando para nenhum lugar em especifico, franzindo as sobrancelhas.

Rony se desvencilhou da garota, se afastando alguns passos.

—Pansy, você sabia disso?

—Eu… — ela suspirou — Eu não sabia. Eu devia ter imagino de qualquer maneira, mas…

—E eu devo acreditar nisso?! — exclamou Rony

—Eu não sabia ok? — ela murmurou — Ele me pediu no começo do ano para te distrair da Granger. Foi por isso que eu me aproximei de você em primeiro lugar. Quando eu perguntei por que ele só disse que não gostava de você perto dela. Eu achei que ele tinha desenvolvido uma queda pela Granger, irritei ele por meses por causa disso. Eu não pensei que fosse… Eu nunca imaginei que ele me usaria para fazer um plano do Lorde das Trevas.

Rony se afastou mais alguns passos da menina, e, embora os outros três (Hermione, Blaise e Harry) ouvissem atentamente a discussão, nenhum ousava interferir.

—Você se aproximou de mim por causa do Malfoy? Quer dizer que… Você ao menos gosta de mim? Eu não acredito que eu pedi você em namoro, eu devia ter previsto. Fique a vontade para ir embora agora Parkison, o plano do Malfoy foi para água a baixo, pode parar de fingir que se importa.

Pansy avançou alguns passos em direção ao ruivo.

—Não é assim. — ela disse, claramente se segurando para não berrar

—Ah Não?! — exclamou Ronald novamente, claramente não se importando em evitar berros — Como você quer que eu acredite nisso?! Como você quer que eu acredite em você sobre qualquer coisa agora?

Os quatro puderam ver Pansy perder a calma. Seus olhos se arregalaram juntos com suas sobrancelhas, e ela puxou algo do bolso. Por alguns instantes, os quatro acharam que ela iria azará-lo, mas era apenas um envelope de alguma carta, que ela atirou com raiva no peito do ruivo.

—Eu fui deserdada! Algum sonserino idiota contou para meus pais que eu estava namorando você, e eles me deserdaram. Eles mandaram uma carta semana passada… uma carta avisando que era para eu escolher, a família ou você. Eu estou pobre Weasley. Pobre, com o nome na lama, sem nenhum contado para trabalho. Essa foi provavelmente a coisa mais idiota que eu já fiz na minha vida. Eu não tenho nada, alem das coisas no meu malão, e adivinha? Não é muita coisa.

Rony passou os olhos pela carta que havia sido atirada nele por alguns segundos, levanto os olhos do papel, encarando os olhos azuis escuros da garota, os lábios tremendo levemente.

—O que… O que isso significa? — ele murmurou

Ela sorriu depreciativamente, soltando o ar pela boca, claramente tentando não sorrir de verdade.

—Significa que é bom a sua casa não ser tão pequena quanto dizem, Weasley, por que se não eu vou ter que morar na casa do Zabini, e Merlin me livre de dormir com aqueles roncos.

Rony riu pelo nariz, sorrindo sem tirar os olhos azuis claros dos azuis escuros dela.

—Eu não acredito que você fez isso.

Ela riu levemente.

—Sinceramente? Nem eu. Mas é bom que isso sirva para você acreditar em mim de agora em diante.

—Desculpe. — ele murmurou — foi que…

—Eu sei Weasley, mas… Acredite quando eu digo que eu não sabia. Minha família nunca esteve ligada com Você-sabe-quem. Nós… — ela parou, lembrando que havia sido deserdada, e engolindo antes de voltar a falar — Eles são como a família Black ou a Zabini. Aprovam as idéias dele, mas não querem ser ligadas a elas. Dessa maneira, não importa quem vença, eles não saem perdendo. Eu nunca soube de nada. — Então ela se virou para o trio, que ainda olhava assustado a situação — e agora que toda essa cena foi vista por vocês também, eu espero que apreciem meu momento de depressão e acreditem em mim.

Hermione sorriu fracamente para a sonserina.

—Desculpe.

Pansy revirou os olhos.

—Ok. Ok. Todos desculpados por desconfiar de minha bondosa e adorável pessoa.

—Eu não tenho como provar como a Pansy, mas eu não sabia… — começou Zabini —Aliás, eu não consigo acreditar… que Draco seja um comensal.

—Ele é o pior mentiroso do mundo, podem confiar que está falando a verdade — suspirou Pansy — 10 anos convivendo com ele, eu sei que ele não consegue enganar nem o próprio elfo doméstico.

Zabini arregalou as sobrancelhas.

—Pelo menos eu, não fui deserdado. Não perdi minha graça por um Weasley.

Pansy bateu na cabeça do amigo com força, escondendo as bochechas rosadas, enquanto Rony a segurava pela cintura e a puxada para longe do garoto.

—Pansy, tente não assassinar ninguém dentro do castelo, por favor. — ele suspirou enquanto abraçava-a de lado.

A sonserina deu a língua para ele, revirando os olhos.

—Eu fico feliz que pelo menos alguma coisa foi boa de toda essa bagunça do Malfoy — suspirou Granger olhando o casal

—Draco é um idiota — disse Pansy — o namorei por anos, acredite, eu sei.

—Aposto que ele nunca te vendeu para o Lorde das Trevas.

Pansy abriu a boca, e fechou-a novamente, sem saber o que dizer.

—Relaxa, eu supero alguma hora. — suspitou Hermione — dEu só… Eu preciso dormir.

Todos assentiram com a cabeça, enquanto Hermione, seguida por Harry (que tinha que terminar alguma redação de Herbologia). Blaise foi embora alguns segundos depois, deixando o casal sozinho.

—Então… — disse Ronald mudando o peso de um pé pro outro — você vai… Matar o Malfoy por mim ou…

—Claro que não. Eu não vou deixar de ser amiga dele.

—O QUE? — exclamou Rony

—Eu não sei por que você está surpreso Weasley, ele é meu melhor amigo há anos, e,s alem disso, todo mundo precisa ter pelo menos algum status.

—Eu não tenho status — apontou Rony.

—Você está brincando? Você é melhor amigo do amigo que sobreviveu! Seu nome pode ter tanto valor quando o meu tem agora, mas você tem status.

Rony riu, negando com a cabeça.

—O que foi Weasley? — ela perguntou confusa

Ele sorriu.

—Eu não acredito que você foi deserdada por minha causa. Eu não acredito que você me escolheu no lugar da sua família.

Tentando desesperadamente não deixá-lo notar que ela estava corando, ela virou o rosto.

—Não fique tão cheio de si. Não é como se eu fosse ter uma vida boa na minha família depois disso tudo, mesmo se eu escolhesse eles. Eu ia ser proibida de sair, e todos os meus amigos e namorados iam ser escolhidos pela minha mãe e…

Rony virou o rosto dela, obrigando-a a encará-lo.

—Você é fofa quando cora — ele murmurou

O rosto dela ficou mais vermelho ainda.

—Eu não coro, seu idiota, deve ser esse seu cabelo estúpido refletindo no meu rosto.

Ele riu.

—Você adora meu cabelo.

—Claro que não.

—É bom gostar, por que você vai ver muito ruivo quando passar dois meses inteiros na minha casa.

Ela arregalou as sobrancelhas convencidamente.

—Você está me chamando para ir morar com você Weasley?

Ele franziu o nariz.

—Booom, não é como se eu tivesse uma escolha, é? Agora que você me escolheu e tudo mais.

—Cala a boca — ela respondeu, dando um sorriso discreto, e batendo de leve no braço dele.

Ele apenas riu e colou seus lábios no dela, enquanto ela passava os braços pelo pescoço dele, enroscando sua mão no cabelo vermelho.

—Viu, você adora meu cabelo — ele provocou quando se separou dela

—Não infle seu ego assim. Você não é tudo isso.

Ele apenas a beijou de novo, e sorriu dentro de si ao vê-la voltar a enroscar as mãos em seu cabelo.

Em algum lugar no salão comunal da Grifinória, Hermione Granger se contorcia.