Hermione abriu os olhos sorrindo. Fazia tempo que não tinha uma noite tão relaxante de sono. Olhou o relógio e viu que eram 9 horas, e abriu um sorriso ainda maior ao lembrar do seu encontro as 10. Se levantou sem acordar Lilá, que ainda dormia tranquilamente, e se dirigiu para o banheiro, tomando um rápido banho. Ela levantou e arrumou seu cabelo em cachos comportados, e colocou um vestido verde água solto, de manga comprida, e uma meia-calça de lã preta, com uma sapatilha, e seu cachecol a Grifinória se contrastando com o verde-água do vestido.

Descendo as escadas com um sorriso no rosto Hermione deu de cara com Harry sorrindo para Gina, e a morena pensou em sair do salão sem interromper eles, mas o amigo tinha notado que ela estava ali, e acenou desconfortavelmente.

—Hey — Gina sorriu — Bom dia.

Hermione sorriu.

—Bom dia! Vamos tomar café?

Os dois levantaram e Harry olhou a morena de cima a baixo.

—Ãh... Você vai sair com alguém Mione?

Hermione corou, e desesperadamente tentou não demonstrar.

—Eu? Na verdade não, tenho que programar o baile.

Harry revirou os olhos, e o trio saiu em direção ao salão principal. A conversa fluiu para outros assuntos durante todo o café da manhã, e Hermione não viu nenhum resquício de olhos cinza ou cabelos loiro-pálido na mesa da sonserina. Olhando no relógio de Harry, viu que já tinha se passado das dez. Ela levantou de supetão.

—Eu tenho q ir.

Os amigos franziram a sobrancelha, de repente Gina entendeu, e sorriu levemente com o canto dos lábios.

—Tira o cachecol. — A ruiva disse com veemência.

Hermione arregalou os olhos, surpresa, mas sabia que não tinha tempo para discutir enquanto tirava o cachecol e entregava para a amiga.

—Pensei que você fosse ficar aqui. Por que a pressa? — perguntou o menino-que-sobreviveu, confuso.

Ela mordeu o lábio, evitando olhar nos olhos de Harry.

—Ãh... Eu marquei um horário com a Madame Pince para abrir a biblioteca um pouco, tenho que ir.

E antes que Harry ou Gina perguntassem algo, ela saiu em direção a biblioteca.

Harry olhou para a ruiva ao seu lado.

—Pensei que a biblioteca ficasse aberta aos domingos.

Gina deu de ombros enquanto pegava algo da mesa.

—Eu também.

~o~

—Você esta atrasada. — murmurou Draco assim que ouviu a porta se abrir

Hermione entrou na pequena sala, e encontrou Draco sentado na poltrona, folheando um livro. Ele vestia uma jaqueta preta de couro por cima de uma blusa também preta, por cima da blusa, era visível o cachecol verde e prata da sonserina.

—Não é exatamente a primeira coisa que se deve dizer no começo de um encontro.

Draco levantou os olhos pela primeira vez, e sentiu seu coração pular no peito. Não que ele fosse dizer isso para mais alguém, mas ela estava linda.

—Eu teria dito outra coisa se você tivesse chego no horário. — ele respondeu revirando os olhos — vamos?

O loiro se levantou e ofereceu o braço para a morena, que sorriu levemente.

—Para onde eu, eu posso saber?

Ele exibiu seu sorriso sarcástico, e beijou-a levemente. Sentiu os braços de Hermione passarem pelo seu pescoço enquanto os próprios braços iam para a cintura de Hermione.

—Não. — ele respondeu quando eles se separaram, fazendo a grifinória revirar os olhos.

—Posso saber pelo menos como nós vamos chegar lá?

—Andando — ele respondeu sarcástico.

Mais uma vez ela revirou os olhos, mas dessa vez se permitiu sorrir.

—Você entendeu minha pergunta Malfoy.

Ele riu.

—Nós vamos andando. Nós vamos estar sobre o feitiço da desilusão. Ninguém vai nos ver.

Hermione pareceu espantada por um momento. Esse feitiço era de a nível de NIEMs, mas antes que ela pudesse dizer alguma coisa, Draco levantou sua varinha e murmurou algum feitiço. Hermione olhou para as próprias mãos,e elas continuavam ali, olhou para o resto do corpo e depois para Malfoy. Nenhum dos dois tinha desaparecido. Ela franziu as sobrancelhas.

—Mas não aconteceu nada. — ela exclamou

—Não para nós. Nós podemos nos ver, mas eles não podem.

Ela franziu as sobrancelhas.

—Tem certeza?

—Não. — ele respondeu sarcástico — Eu adoro a idéia de que toda a Hogwarts vai ver a gente se agarrando por Hogsmead.

Ela corou levemente, mas entrelaçou seus dedos no loiro ao seu lado.

—Vamos? — ela perguntou.

Ele sorriu em resposta, e os dois saíram pela porta. Eles andaram pelos corredores em direção a porta, e logo Hermione pode ver que o Loiro estava certo: Ninguém podia os ver. Eles andaram pelos corredores frios de Hogwarts de mãos entrelaçadas, conversando sobre qualquer coisa.

Quando chegaram na porta, eles se entre olharam. Filch estava ali, como de costume, checando os alunos que saiam. Eles se preparam para correr na frente do próximo da fila, quando Hermione parou, notando que era Rony.

—Quer esperar o próximo? — ele perguntou sem olhar para ela

Ela mordeu o lábio, mas sorriu.

—Não.

Draco sorriu e apertou a mão dela enquanto eles corriam na frente de Ronald. O sinal apitou, e eles só podiam ouvir Filch gritar com o ruivo, que parecia completamente perdido. Atrás dele, Pansy Parkinson reclamava em alto e bom tom, que era isso que dava entrar na fila com traidores de sangue.

Mas Draco e Hermione não notaram a Parkinson, que ainda reclamava, eles já tinham seguido para Hogsmead, ainda rindo da cara que Ronald Weasley fizera ao notar que o alarme apitara para ele.

—Parecia que ele ia explodir! — riu Draco — eu nunca vi ninguém tão confuso!

Hermione foi obrigada a rir junto.

—Pobre do Rony, ele nem sabia que tinham duas pessoas com um feitiço da desilusão passando no lugar dele!

Isso só fez Draco rir mais, enquanto puxava a morena para junto dele, enquanto andavam despreocupados pelo caminho.

—Posso saber aonde a gente vai agora Draco? — Hermione perguntou quando eles já tinham chego a Hogsmead.

—Não. Só me segue.

Segurando a mão da morena ele corria a puxando para longe da cidade, em direção a um pequeno bosque. Ela não disse nada enquanto ele a arrastava pelo meio das árvores, até chegarem em frente a uma enorme pedra, coberta de trepadeiras.

—Chegamos — disse Draco, parecendo contente de si.

Hermione olhou para a pedra e novamente para o loiro.

—Chegamos aonde exatamente Malfoy?

Ele riu, e empurrou com a mão as trepadeiras, revelando uma clareira, com um rio congelado grande o bastante para se patinar. No centro, um pinique estava preparado. Os olhos da morena brilhavam enquanto ele se sentava na toalha vermelha e branca, tirando o cachecol e o casaco de couro.

—Você vem?

Ela sorriu e se sentou do lado dele, automaticamente, ela sentiu o frio passar, como se eles estivessem envoltos por uma camada de ar quente. O sorriso dela aumentou enquanto ele tirava a comida da cesta.

—Eu pedi para os elfos prepararem aqui, — murmurou o loiro — eu venho aqui dês do meu primeiro ano, digamos que eu passeio muito por Hogsmead. É bom quando você tem que ficar sozinho.

Hermione apoiou a cabeça no ombro dele, pensando que esse era o segundo lugar que ele tinha só para ele que mostrava para ela.

—Você realmente é surpreendente Draco.

—Um sonserino tem vários lados Granger. — respondeu sorrindo de lado, enquanto passava o braço por detrás das costas dela, apoiando-o no chão.

Ela revirou os olhos, e deu um gole na cerveja amanteigada que estava na sua frente, e seu olhar recaiu no rio a sua frente.

—Draco? — ela perguntou — podemos patinar?

Ele ergue as sobrancelhas.

—Não era exatamente isso que eu tinha em mente para fazer.

Ela sorriu para o olhar dele.

—E o que seria?

Ele se curvou levemente para beijar ela, que correspondeu imediatamente.

—Isso é legal também — ela respondeu, seu olhar desviando novamente para o rio por alguns segundos

Draco bufou.

—Ótimo, vamos patinar Granger.

Ela sorriu e se levantou, transformando o sapato de ambos em patins. Pela próxima hora, eles patinaram tranquilamente. Draco derrubou algumas vezes na neve, e recebeu algumas bolas de neve enfeitiçadas de vingança. Quando os dois estavam molhados e cansados o suficiente, pararam para almoçar.

—Essas suas manias trouxas — ele murmurou se secando com a varinha — graças a elas, eu vou morrer congelado!

A morena revirou os olhos.

—Não seja tão dramático Draco, é só água. Eu estou bem mais molhada que você, já que alguém me jogou de cara no chão.

Ele deu risada.

—Diga quem foi, eu quero mandar flores para ele.

Novamente, ela revirou os olhos, com um sorriso no rosto.

—O quão prepotente você tem que ser para querer mandar flores a si mesmo?

Ele bagunçou os cabelos, respingando Hermione.

—Eu não tenho que ser prepotente Granger, eu sou realístico, eu sei que sou perfeito.

Ela deu uma risada.

—Claro Malfoy, quem te disse isso, sua mãe?

Ele empinou o nariz, rindo.

—Todas as garotas com quem eu já sai.

Hermione ergueu ambas as sobrancelhas.

—Ah é? Por que da última vez que eu chequei, nós estamos juntos à certo tempo, e eu não me lembro de ter dito que você é perfeito.

Ele se aproximou dela.

—Não é tarde de mais sabia?

Ela se aproximou mais um pouco, deixando apenas alguns milímetros de distancia entre eles. Ele podia contar as sardas escondidas sobre as bochechas coradas de Hermione, e ela podia ver cada detalhe de sua íris cinza.

—Eu já disse que não gosto de mentir. — ela respondeu colando os lábios.

—Espera, isso quer dizer que você não me acha perfeito? — ele murmurou, separando os lábios depois de alguns segundos, colando as testas.

Ela sorriu de lado.

—Eu acho que sim.

Ele ergueu uma única sobrancelha.

—Vejamos se eu consigo mudar sua mente.

Ele a beijou com toda a intensidade, e foi respondido no mesmo tom. Ele se apoiou levemente, deitando ela no chão, sem deixar de beijá-la por nenhum segundo.

—E então? — ele perguntou ofegando quando eles se separaram.

Ela riu.

—Desiste Malfoy.

Passaram o resto do dia ali, por um dia inteiro, tudo foi esquecido. Quem eles eram, a guerra, a maldição.

No final da tarde, perto do por do sol, eles deixaram a clareira para voltar ao castelo. O vento gelado parecia cortar o rosto de Hermione. O loiro percebeu que ela se encolhia, parecendo notar pela primeira vez que a morena não tinha o costumeiro cachecol vermelho-e-dourado envolta do pescoço.

—Por Merlin Granger, você é louca? — ele exclamou tirando o próprio cachecol. — você quer se matar?

Ela franziu as sobrancelhas enquanto ele passava o cachecol verde e prata pelo pescoço dela.

—Não é você que vai se matar agora?

Ele revirou os olhos.

—Eu sobrevivo.

Ela riu, enquanto arrumava o cachecol no pescoço. Ela podia sentir o cheiro característico do sonserino invadir suas narinas, e percebeu que o cheiro de menta era mais do que familiar para ela.

Depois de quatro meses passando praticamente o dia inteiro juntos, Hermione não se surpreendia mais com a facilidade que ela tinha de falar com o loiro, o assunto foi fluindo novamente, até eles entrarem no castelo.

—Bem — ela disse — foi legal.

Ele sorriu e deu um passo a frente, colando os lábios.

—Sim, foi — ele respondeu depois de alguns minutos.

Ela sorriu e se virou, em direção ao salão da Grifinória, mas se virou quando Draco gritou.

—Amanhã, depois do almoço, nossa sala.

Ela não se deu ao trabalho de responder, e sentiu que o feitiço de desilusão que ele havia jogado neles estava se desfazendo. Enquanto ela andava até o salão podia sentir o olhar de todos os que passavam a encarando fixamente, mas ela não realmente ligou. Dês da invasão ao ministério ano passado havia sido assim.

—Lágrima de Fênix — disse a morena para entrar no salão.

Não foi difícil de localizar Harry e Gina. Eles conversavam animadamente num canto da sala. Rony estava do lado deles, parecia que tentava fazer alguma lição de casa, sem muito sucesso. Se dirigindo até lá, Hermione sorriu.

—Oi gente, como foi Hogsmead?

Os olhares dos três subiram para ela e pararam de olhos arregalados. Harry e Rony tinham expressões idênticas, mas Gina tinha um olhar mais malicioso para a morena.

—O que? — ela perguntou franzindo as sobrancelhas, confusa

Harry foi o único que falou.

—De onde veio esse cachecol Hermione?

E só então Hermione se lembrou que estava usando o cachecol da sonserina.