Princess of Sky escrita por Writer, Apenas Ana


Capítulo 28
Resgate


Notas iniciais do capítulo

Sinto que o capítulo ficou enorme



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/212299/chapter/28

Não entendi o plano da Annabeth. Na verdade nem prestei atenção. Enfim, depois de algum tempo nos preparando, Annabeth não era mais visível. Achei legal aquele boné dela. Ficar invisível, deve ser divertido. Encher o saco de pessoas, sem elas nem saberem quem foi, assusta-las.
-Mas e os monstros ali na porta? - Falei tentando expanar a águia gorda do meu braço. Ela não saía.
-Já cuidei disso. - Falou a voz do além mais conhecida como Annabeth invisível.
Olhei pro portão da quase-fortaleza. Não tinha nada, a não ser pó dourado.
-Vou indo. Antes que deem falta dos monstros e vejam o pó. - Ouvi som de folhas se quebrando na direção de Percy. Por um rápido momento ele fez biquinho. Acho que eles estavam se beijando, no mínimo estranho.
Logo Annabeth tinha ido. E nos estávamos lá na mata, esperando ela voltar.
-Que tédio. - Ana se jogou no chão.
-Vamos brincar de pedra, papel, tesoura? - Perguntei infantilmente. ******************************************************************************** -Pedra quebra tesoura. Perdeu esqueletinho. - Falei. Estávamos revezando. Uma hora eu ia com Percy, outra com Ana, e depois Nico. Eu sempre ganhava.
Ouvimos sons de folhas quebrando, e nos viramos bruscamente. Annabeth apareceu ofegante, e com o boné dos Yankees em uma mão, e sua faca na outra. Percy correu pra ajudá-la. Ela deitou no chão.
-O que foi? - Ele perguntou preocupado com a sua Sabidinha.
-Eles me viram. - Ela falou pesadamente.
-Que bom, a águia gorda saiu do meu braço. - Comemorei. - Me ignorem.
-Pelo menos descobriu onde eles estão? - Nico perguntou. Alcancei minha mochila, e joguei uma garrafa de água pra ela. Ela assentiu.
Esperamos um tempo até ela se recompor.
-Quero fazer xixi. - Ana reclamou e balançou sua espada, quase me decaptando.
-Faz no matinho. - Sugeri.
-Perdi a vontade.
-Sério mesmo que vocês não querem por armadura nem nada? - Percy perguntou gesticulando com a espada na mão. Quase acertou a testa da Annabeth. Filhos de Poseidon tem titica na cabeça?
-Sim. Temos certeza. - Respondi. - Vamos logo.
-Quero ir no banheiro. - Novamente veio a filha de Poseidon encher o mundo.
-Cala a boca. Se não quer ir no mato não reclama.
Fomos em direção a porta. Nos preparamos e abrimos a porta. Nada. Esperávamos sei lá, vários monstros esperando pra nos atacar. Annabeth ia nos guiando. Pisei em algo e senti o piso afundar.
-Cuidado. - Nico se jogou em cima de mim, na mesma hora que uma flecha passou onde eu estava.
-Sério? - Reclamei. Com vários quilos em cima de mim. Empurrei-o pra ele sair de cima de mim. Não sabia que meu namorado era tão gordo. - Sério mesmo? Armadilhas? Que clichê. E que monstros mais... Medrosos. Ou sei lá.
Me levantei, e continuamos a andar. As paredes eram escuras, e caminhávamos por uma espécie de corredor. Passamos por uma porta, e Annabeth parou.
-Aqui.
A porta era de ferro pesado. Abrimos ela, e um sorriso se estampou no meu rosto. Todos estavam ali. Os Stoll's, a valentona do chalé de Ares, o filho de Apolo, e mais vários outros. Vi a filha de Hades sentada em um canto. Sorri ainda mais. Corri e abraçei-a.
-Finalmente alguem veio pra tirar a gente daqui. - Reclamou a mal humoradinha. Me segurei pra não falar algo super mal educado. Mas não consegui.
-Olha aqui Clarisse, eu não quero, e não tenho, que ficar ouvindo as suas reclamações. - Me separei dela. - Eu tenho o que reclamar. Levei uma facada, fiquei com o corpo cheio de vidro, fui atacada por algo que ainda não sei o que era, só pra vir resgatar minha melhor amiga. Então cala a boca. Você mal tem o que reclamar.
Todos, me olharam estranho. Um olhar do tipo: "Você tem problema? Tratar uma filha de Ares assim é quase suicídio", "Vou ficar quieto porque não quero morrer", ou "Garota, você tem o meu respeito".
-Vamos. - Falei. Credo. Eu tô parecendo meu pai.
Todo mundo ficou quieto. Porque? Eu não mordo. Muito menos, estou afim de eletrocutar alguem.
-Que saudade de você Ísis. - Abraçei-a novamente.
-Eu também estou morrendo de saudades. - Ela sorriu.
-Vem. - Puxei-a. - Vamos sair daqui.
Saímos tranquilamente. Mas na saída, monstros estavam nos esperando. Cerca de 15. No mínimo. Quimeras, dracaenaes, harpias, górgonas, e várias outras.
-Droga. - Murmurei.
Vocês devem achar que eu não deveria reclamar, com esse tanto de semideuses. Nisso estão certos. Mas não pensaram que os vários semideuses, estão desarmados.
-Agora, os semideuses não conseguem defender todos. - Falou algum dos monstros.
-Não esquenta. A gente se vira. - Ísis sussurou pra mim. Aparentemente sorrindo.
Depois eu não consegui ver o que os outros faziam. Monstros me atacavam. Um atrás do outro. Como todo mundo ali, eu estava no modo automático. Corta / desvia / defende / abaixa / pula / transforma em pó. Acabei e me joguei chão, como da última vez. Meu momento de descanso terminou quando uma fala me atrapalha, e chama a minha atenção.
-Nico para quieto. Senta aí. Pode piorar se ficar cambaleando por aí. - Era a voz de Ísis.
Me levantei rapidamente e me deparo com uma coisa que eu não queria ver. Nico estava sentado no chão, com a mão sobre um machucado perto da barriga, que sangrava muito. Ele estava mais pálido que o normal, e parecia respirar com dificuldade. Corri até ele, e me abaixei. Ele sorriu quando me viu.
-Porque você ta sorrindo retardado? - As pessoas começaram a ficar á nossa volta.
-Porque você ta bem. É raro você ficar bem depois de uma batalha. Está evoluindo. - Sorri e ri.
-Idiota. - Me levantei e me virei pros outros. - Vamos montar um acampamento por aqui. Tentaremos arranjar um jeito pra voltar ao acampamento.
Obriguei meu namorado gordo a se apoiar em mim e na Ana. Ísis andava ao meu lado. Andamos um pouco, até acharmos uma espécie de clareira. Distribui umas barracas e eles montaram.
Ao invés de Nico ficar preocupado, eu fiquei.
-Nico senta ai. - Ordenei. Ele continuava pálido, e respirava com menos dificuldade.
-Não quero. - Ele falou como uma criança fazendo birra.
-Senta logo caramba. Não to afim de perder meu namorado. - Reclamei.
-O ferimento não foi tão feio.
-Senta. - Forcei ele a sentar. - Pronto. Bom garoto.
-Virei um cachorro? Que bonito.
-Fica quieto.
Ele encostou na árvore. Levantei a camiseta pra ver o ferimento. Era feio, e parecia profundo. Limpei com agua. Nesse ponto, ele ainda não tava reclamando da dor. Quando fui passar alguma coisa que o filho de Apolo tinha me dado pra não infeccionar, a coisa piorou.
-Aí, isso arde caramba. - ele apertava as folhas do chão, não parava quieto, e gritava comigo. - Ai Giovanna. Para de passar isso.
-Não. Fica quieto. E para de gritar. Não é culpa minha se você se machucou. - Briguei.
-Como eu queria ser como você. - Ri.
Depois de um bom tempo, consegui terminar de cuidar de Nico. Fui falar com Ana. Depois de resgatarmos todo mundo, ela ficou estranha. Ela estava sentada em um canto, olhando todos, como se estivesse planejando como matá-los.
-O que você tem? - Perguntei.
-Nada que interesse você. Pode ir falar com sua melhor amiga, ou seu namorado.
-Eu não quero. O que foi?
-Nada.
-Nunca é nada. Fala.
-É que você agora tem a Ísis. - Me sentei ao lado dela. - Você não precisa mais de mim.
-Quem disse que eu não preciso mais de você? Você continua sendo minha amiga. - Ela sorriu e olhou pro chão.
Ficamos até anoitecer, jogando conversa fora. Até virem até nós, reclamar de frio.
-Vai, faz uma fogueira, ou qualquer coisa parecida. - Algum dos Stoll reclamou.
-Vocês só procuram quando precisam né? - Reclamei.
-Ah, e seu namorado está te chamando. - O outro Stoll falou. Vi Nico me olhar sentado e encostado e encostado em uma árvore, com uma aparência rebelde.
-Como você sabe que eu tenho um namorado? Eu nem comentei nada.
-Por um simples fato. - Ele apontou pro meu anel, e depois apontou pro Nico.
-A tá. Já to indo.
-Falar com o Nico, ou fazer a fogueira? - o Stoll 1 falou.
-Os dois. - Eles saíram andando.
-Vai lá. Eu to com fome. - Ana falou voltando ao normal.
-Você sempre ta com fome.
-Eu não to com fome assim que me dão comida.
Me despedi, e fui pro centro do acampamento.
-Cade a madeira? - Perguntei pro o que eu acho que era o Stoll 2.
-Não pegamos ainda. - Dei um tapa na minha testa.
-Então peguem. Depois me chamem.
E sai andando na direção do meu namorado branquelo. Cheguei lá, e me sentei do lado dele.
-O que queria de mim? - Perguntei.
-Só queria saber o que deu na Ana.
-Coisa de menina. Prefiro não comentar.
-Então tá né. Eu to com fome.
-Pelo amor dos deuses não fica que nem a Ana. - Reclamei.
-Você sabe, que vai ter que dar comida pra todo mundo né? - Ele virou o rosto pra mim, ele mantinha e expressão de 'pessoa morta' dele.
-Nem me fale. Ainda por cima, querem que eu acenda a fogueira. Eu nem sei controlar meus poderes direito. E também, o estouro vai deixar todo mundo surdo. - Ele riu.
-Fica tranquila.
-Trocou de roupa? - Perguntei.
-Claro.
-Olha, quem diria que alguem poderia deixar o emo feliz. - Falou uma voz que me deixou um pouco nervosa, Clarisse.
-Eu não sou emo, Clarisse. - Ele falou entredentes.
-O que você quer aqui? - Perguntei seca. Ela ficou na minha frente. Aí eu notei, o quanto ela alta, e gigante.
-Só esclarecer alguma coisa pra princesinha aqui. - Ela apontou pra mim. Me irritei. Ninguém me chama de princesa. Odeio quando fazem isso. Me levantei, e me segurei para tentar não bater nela. As pessoas já nos cercavam. - Ninguém pode me tratar daquele jeito. Não alguém como você. Uma lixo que se acha.
Uma raiva enorme, se acumulou dentro de mim. Quem aquela vadia, chamou de lixo que se acha? Não sei como e de onde, mas ela pegou uma espada. Nico ficou de pé. Ele iria tentar me ajudar, mais eu interrompi. Queria cuidar dela sozinha.
-Vamos ensinar a princesinha, a se comportar bem, e não me tratar daquele jeito denovo.
Ela preparou a espada, e eu apenas a olhava friamente. Ela posicionou, e desceu-a rapidamente. Nico entendeu o que eu ia fazer segundos antes, de ela fazer o golpe. Assim que ela a abaixou, eu apenas senti parte da minha energia indo embora. Eu havia conseguido criar o escudo de ar novamente. Ordenei o ar agarrar a espada (novamente, se isso for possível), e prende-la. Ela tentava tirar desesperadamente a espada sem sucesso algum.
-Olha aqui Clarisse, preste atenção bem no que eu digo. - Comecei a andar ao redor dela. Ela tentou me socar. Mais antes que isso acontecesse, ordenei o ar pra prender as mão dela até o pulso. - Em primeiro lugar: Ninguém me chama de princesinha, e muito menos meu namorado de emo. Segundo: Estude bem o inimigo antes de atacar. Não sabe do que eu sou capaz de fazer com você. - A raiva me dominava. As pessoas me olhavam estranhamente, e outros (como Ana, Ísis, Annabeth, Nico, e Percy) me olhavam como se tivessem orgulho de serem meus amigos. - Nunca mais me trate assim. Muito menos, meus amigos. - Dei um choque nela. Apenas apaga-la. Fazer aquilo, foi no mínimo interessante.
Eu ainda estava com um pouco de raiva, e ainda por cima,estressada. A quase multidão estava se desfazendo. Alguem tocou meu ombro, e eu senti energia sair dele. Me virei assustada. Era Nico. Ao meu redor, havia um quase invisível brilho azul-céu.
-Desculpa Nico. - Tentei tocá-lo, mais ele desviou.
-Tudo bem. - Ele sorriu, depois olhou nos meus olhos e pareceu ficar assustado. - Seus olhos estão azuis.
Procurei minha bolsa, e achei. Pedi um espelho, e me vi. Meus olhos estavam azuis, e dava pra ver a energia, e raios passando através deles.
-Tenta se acalmar. - Fechei os olhos, e respirei tranquilamente. Ele me abraçou. Tive medo de eletrocutá-lo. Mas pelo que senti, isso não aconteceu.
Abri os olhos á tempo de ver meus olhos, retomando a cor normal.
-Você tem olhos de vaca. - Falou Ana divertidamente atrás de mim, me assustando.
-O que é olho de vaca? - Olhei pra ela.
-Nunca entendi essa expressão. Mas eu acho que tem a ver com o olho mudar de cor.
-Giovanna. - O que eu acho que era o Stoll 1 me chamou. - Acende essa fogueira logo. Tá frio.
-Já to indo. Povo fresco. - Gritei. - Tenho que ir acender esse negócio pra eles.
Caminhei preguiçosamente até o centro do acampamento. A madeira já estava arrumada. Não queria deixar todo mundo surdo, então recuei parte do acampamento. Invoquei um raio. O barulho não foi tão alto pra mim, mais eu tenho certeza que foi quase ensurdecedor.
Tirando que eu quase cai no chão sem força alguma, foi tudo bem. Minha visão ficou turva, e meus músculos mal obedeciam. Senti que Nico me segurou. Como? Porque senti suas mãos gélidas, e vi sua pele pálida pelo canto do olho.
-Me leva pra uma barraca? - Quase sussurrei. Ai me lembrei que ele estava machucado. - Alias, me solta. Você tem que descansar, vai piorar seu machucado.
-Claro. - Ele me pegou no colo, e ele sorria. - Fica tranquila, já melhorei.
-Porque está sorrindo? - Sussurrei, meus olhos se fechavam.
-Porque, te carregar no colo assim, me lembra quando eu te conheci. - Não contive o sorriso dessa vez.
-Bobo.
-Cara, ela tá bem? - Ana falou. Que tipo de menina fala cara? Ela. As vezes eu solto uns 'caras' também.
-Tá. Ela só ta sem energia. - Ele falou entrando em uma barraca.
Ele me colocou cuidadosamente em um colchão inflável. Quando ele ia sair eu falei.
-Nico? - Ele se virou. - Não esquece de dar comida pra eles. A minha mochila ta perto daquela árvore. - Isso soou como um alerta pra se dar comida á animais. - E descobrir um jeito de voltar. E ver se todo mundo tá bem. E...
-Calma. - Ele me interrompeu. - Temos tudo sobre controle. - Ele veio até mim, abaixou e me deu um beijo. - Apenas durma. Ta legal?
-Boa noite. - Abracei o travesseiro e sorri.
-Boa noite. - Ele respondeu rindo.
Eu dormi como se não estivesse dormido há uma semana. Mas como na vida de qualquer semideus, sempre pode se contar com maravilhosos sonhos, pra estragar tudo isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Princess of Sky" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.