Princess of Sky escrita por Writer, Apenas Ana


Capítulo 26
Deuses não são tão chatos e cruéis




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A imagem do meu pai começou a aparecer. Droga, droga, droga. Comecei a me beliscar. Eu tinha que acordar.

–Nem tente acordar. - Ele falou com a sobrancelha erguida. - Preciso conversar com você. Sente-se.

Me sentei. Morrendo de medo. É, hoje eu morro. Pensei.

–Você não vai morrer Giovanna. Para de drama. - Ele me repreendeu.

–Os deuses precisam parar de ler a mente das pessoas. - Comentei.

–Isso é meio complicado. É divertido saber o que as pessoas pensam.

Eu sorri. Era bom ter um pai. Pelo menos, ele tentava se mostrar como uma pessoa que ser importava comigo. E parecer normal. Ficamos quietos. Não fazia idéia do que ele queria. Tomara que ele não queria matar o Nico. Nem proibir nosso namoro. Novamente pensei. E adivinha? Se você chutou que ele leu minha mente, acertou.

–Errou. Não vou fazer nenhuma dessas coisas. - Me irritei. Já estava cheia de deuses se metendo na minha vida.

–Para com isso pai. É muito incômodo. Daqui á pouco, eu vou começar a parar de pensar. Se isso for possível.

–Desculpe. Mas indo pro assunto que eu queria falar. Sim, tem a ver com seu namoro. - Bati a cabeça na mesa dourada. Doeu muito. E fez um som estranho. - Cuidado com a cabeça filha. Voltando ao assunto. Eu não gosto que você e Nico fiquem se... - Ele fez gestos estranhos com as mãos. Me segurei ao máximo pra não rir da situação.

–...Agarrando?

–Exatamente.

–Tá ok. Quer dizer que eu não posso beijar meu namorado?

–Beijar pode. Ficar se... - Ele fez os mesmos gestos estranhos. Porque ele fica evitando a palavra "agarrar"? - Que não é legal.

–Lembra quando você falou pra mim te tratar como você fosse um pai normal? - Ele assentiu. - Vou fazer exatamente isso. Em primeiro lugar: Porque você fica me vigiando? Segundo: A vida é minha pai. Eu não sou idiota ao ponto de levar a agarração á algo mais. Eu só tenho 14 anos. - Cruzei os braços. Senti minha vida passar diante dos meus olhos.

Depois de um tempo de silêncio, meu pai sorriu.

–Você é muito teimosa. Igual a sua mãe. - Sorri. Por alguma razão, lágrimas brotaram no meu rosto. Acho que eram de alegria.

–Eu nunca fiquei tanto tempo longe dela. - Agora as lágrimas pareciam ser de tristeza.

Meu pai levantou e me abraçou. As lágrimas por alguma razão, caiam. Não tinham motivo nenhum. Nunca havia passado por nada assim. Na minha vida inteira, eu fui sozinha. Apenas eu e minha mãe. Agora sabia que eu podia contar com outras pessoas ao meu redor. Meu pai, Nico, as pessoas do acampamento. Apenas me aconcheguei em meu pai. Com o tempo. Sentamos no chão. Ele ficou me contando histórias. De quando conheceu minha mãe, das coisas na antiga grécia, histórias de outros Olimpianos. Eu apenas ouvia. Fazia comentários aleatórios como: "Hum" "Legal" ou "Que inveja.". Não sabia se algum dos semideuses do acampamento já havia passado por isso. Eles deviam ter essa chance. Saber que são realmente amados. Não apenas bonecos. Controlados pelos deuses quando querem, ou precisam.

–Você precisa acordar. - Ele falou assim que terminou de me contar como o Sr. D havia ido parar no acampamento. A história era levemente indecente.

–Não queria acordar. - Reclamei.

–Mas você precisa ir. - Ele deu um beijo na minha testa. - Tchau minha princesa.

–Tchau pai. - Sorri. - Não me chame de princesa. Eu não sou uma.

O sonho foi ficando embarçado. Mas consegui ouvir a última frase do meu pai.

–Você é sim a minha princesa.

Acordei ainda no colo de Nico. Mas sua perna estava molhada.

–Você fez xixi? - Fiz a pergunta mais idiota que veio na cabeça. Mas que no momento pra mim, fazia sentido perfeito.

–Claro que não sua burra. Você babou. Que nojo. E chorou. Porque você chorou? - Sua voz de zumbi me fez sorrir.

–Nada. Só tive um papo com meu pai. - Falei com a mesma cara de antes. Ele mantinha uma cara de desconfiado.

–Porque eu tenho uma namorada tão estranha deuses? - Ele falou olhando pro 'teto' do carro.

–Se não gosta de mim termina ué.

Eu nunca disse que não gostava de você. - Nós nos beijamos.

Eu continuava deitada, e ele com parte do corpo abaixado pra me alcançar. Aquele dia estava sendo muito bom. Aí, vem a Ana com seus comentários desnecessários.

–Parem de tomar baba seus nojentos. - Continuamos. Só pra irritar. - Ô Annabeth, fala pra eles pararem.

–Parem com isso. - Ela falou rindo. - É sério agora parem. - Continuamos. Mesmo sorrindo. - Para. - Ela jogou algo pra trás. E que infelizmente, acertou a coluna do meu namorado.

Comecei a rir que nem uma retardada da desgraça dele. Ele gritou.

–Annabeth sua... - Sua frase foi interrompida pela minha risada escandalosa. - Cala a boca Giovanna. Depois se alguem acertar alguma coisa na sua coluna eu vou rir também.

–Você não tem esse poder. - Falei me controlando. - Alguem me da água?

–Foi exatamente isso que acertou minha coluna. - Ele pegou a garrafa e jogou pra mim.

Felizmente, eu tive os reflexos rápidos (o que é um milagre) e consegui pegar.

–Viu? Errou trouxão. Eu sou uma diva. - Bebi uns goles. - Onde estamos?

–Chegando em Butte. - Percy falou. Nem sabia que ele estava acordado.

Já era noite. Eu estava precisando ter um sono como esse último.

–Onde vamos parar pra dormir? - Nico perguntou se espreguiçando. Deu pra ver o tanquinho. Ui. Credo. Eu to ficando igual a Ana.

–Não vamos. - Annabeth respondeu.

–Desculpe, mas eu quero uma cama. - Veio Ana reclamando como sempre.

–Me expliquem? - Pedi.

–Eu viu dirigir o máximo que der. - Annabeth falou até eu interromper.

–Correção, você vai dirigir, até quase bater o carro?

–Não tanto assim. Mas quase isso. Ai, o Percy vai dirigir. Assim chegaremos amanha.

–Não aguento mais andar de carro. - Percy falou e todos assentiram concordando.

–Podemos inflar um daqueles colchões. - Falei já comemorando por não ter que dormir no chão do carro.

–Pode ser. Mas cabe ai? - Ana perguntou tirando a cabeça do travesseiro e pondo lá no banco.

–To nem ai. Eu não tendo que dormir no chão, eu fico feliz.
Levantei e sentei.

–Ótimo. Ainda bem que você parou de me usar de travesseiro. Eu não estou sentindo minha perna direito.

–Para de reclamar. Minha cabeça não é tão pesada.

Procurei algo pra distrair minha cabeça de semideusa. Ai lembrei do jornal.

–Nico, cade o jornal?

–Tá aqui. - Ele pegou e jogou. Acertou minha cara.

–Aí Nico. Entrega, não joga.

–É assim que eu me sinto quando você joga as coisas.

–Vai a merda.

Ignorei-o e fui ler a matéria nova de Afrodite. Lá tinham 3 fotos. Uma de mim dormindo com Nico, que Ana tirou, uma da nossa pegação quente, e a primeira foto que ela tirou. A que nós estávamos nos beijando, e mostrando o dedo do meio. Em baixo das fotos estava a matéria.
"Fotos novas do casal do acampamento." "Oi, aqui é Afrodite. Contando os babados do novo casal do acampamento. Acima vemos fotos deles. Que foram tiradas recentemente, e ainda durante a missão. A primeira foto, foi cedida pela filha de Poseidon. Como ela me contou, e eu vi, eles estavam no hotel, deitados na mesma cama, assistindo TV. Eles pegaram no sono, e acabaram se abraçando enquanto dormiam. Falem aí, a foto ficou linda não? A segunda, já é uma pegação mais caliente. Flagramos essa cena, durante certo horário em que eles iam ficar de vigia durante a noite. Infelizmente, depois dessa foto ser tirada, o casal foi atacado. A  Giovanna, filha de Zeus, foi machucada. Ainda não se sabe o que os atacou. Mas ela já saiu do hospital e passa bem. A terceira foto, foi a primeira foto do casal. Eles estavam se beijando e os outros que estavam junto reclamaram. Eles se irritaram e mandaram esse sinal feio. O casal está em missão, indo pra Vancouver, salvar os semideuses capturados, voltar ao acampamento, e salvá-lo também. Vamos aguardar mais notícias do casal. Assim que as tiver, contarei a vocês aqui. Na Coluna de Afrodite."

Simplesmente amassei o jornal e joguei longe. Não aguentava mais ficar sendo vigiada. E ainda mais tendo minha vida amorosa sendo contada pra todo o Olimpo, e o acampamento. A viagem estava sendo monótona.

(...)

–Vai Nico. Enche isso logo. - Reclamei dele demorando uma hora pra inflar um colchão de casal. - Seu mole.

–Para de reclamar caramba. Vai mais rápido então. - Ele passou a bomba de ar pra mim. Não estava nem na metade.

–Tá bom então.

Comecei a encher. Não era tão difícil assim. Eu nem cheguei perto de quase morrer, como meu namorado molengo.

–Sério mesmo Nico. Como você conseguiu ter tanquinho? Você é tão mole.

–Eu sei lá. Eu sempre foi gostoso. - Dei um tapa na minha cabeça. Ele ria sozinho.

–Mentira Nico. Você não era bonito até dois anos atrás. - Annabeth cortou o barato dele. Percy a fuzilou. - Calma cabeça de alga. Prefiro você. Não gosto de emos.

–Eu não sou emo caramba. - Ele falou pausadamente. - Caronte é emo.

–Quem é Caronte? - Eu e Ana perguntamos ao mesmo tempo.

–O cara que leva as pessoas mortas, e com suborno algumas vivas, pro mundo inferior.

–Acabei. Viu Nico. Eu disse que conseguiria. - Coloquei meu dedo na cara dele. - Molengão.

–Finalmente alguem terminou de encher essa bagaça. - Ana pulou o banco e se jogou em cima do colchão defeituoso por causa de um pouco de falta de espaço. - Pelo menos isso é mais decente que o banco. Agora, falta a comida.

–Me dá minha mochila? - Pedi. Ela jogou na minha cara.

–Não joga. Já pensou se você quebrasse meu nariz? Não quero parar no hospital pela segunda vez na semana. Não gosto de hospitais. Eles me dão pânico.

–Seria engraçado se você ficasse com nariz de batata. - Ela observou.

–Não seria não. Quero continuar a ter minha namorada linda.

–Awwww. Viu Ana? Porque não arranja alguem pra você? Ele tiraria seu mal humor. Eu acho.

–Porque pessoas são fúteis. - Ela fez o mesmo discurso de sempre. Sério, aquilo já estava ficando super repetitivo. - E eu odeio pessoas. É por isso que eu não quero um namorado.

–O que quer comer Ana? - Perguntei pensando no que eu ia comer.

–Macarrão instantâneo.

–Ok. Um macarrão instantâneo - Pedi para a minha mochila. Senti um pacote na minha mão. Puxei e não era exatamente o que eu queria. Esse estava cru. - Mochila retardada e infeliz. - Joguei o saco pra trás. Acertei o Nico.

–Para de jogar as coisas em mim Giovanna. Que bosta. Isso dói. Vou começar a jogar as coisas em você também. - Houve um som de trovão.

–Faça isso, e meu pai te mata branquelo. - Sorri. Ana olhava pra mim, esperando sua comida. "Droga" ouvi ele reclamar. Ri. Pedi o maldito macarrão instantâneo dá Ana e dei pra ela. Que ficou feliz.
(Nota mental: Se a Ana ficar brava comigo, dê comida pra ela.) – Nico, você quer comer o que?

–Sei lá.

–Sei lá não existe. Fala logo.

–Frango frito.

–Eca, odeio frango. - Ana falou com a boca cheia de macarrão pingando algo como um molho.

–Então foi por isso que você chamou a Annabeth de frango assado?

–Exatamente.
Fiz o pedido de Nico (frango frito), o de Annabeth e Percy (macarrão com queijo, para os dois dividirem).

Pedi uma sopa. Daquelas instantâneas também. Que são de pózinho. Ela veio em uma garrafa térmica. Estranhei. Mas bebi de qualquer jeito. Era muito boa.

–Ta bebendo o que? - Nico perguntou comendo um pedaço de frango.

–Sopa.

–E porque você tá bebendo sopa?

–Porque veio assim. E eu não to afim de ficar gastando saliva pra pedir colher e uma vasilha. Me dá um frango?

–Pega. - Ele estendeu uma vasilha pra mim. Peguei um pedaço gigante. - Me dá um pouco? - Ele apontou pra minha térmica.

–Claro. - Fechei a garrafa e joguei pra ele. Que conseguiu pegar. - Olha, conseguiu pegar. Palmas pra você. - Ele mandou um dedo do meio pra mim. - Seu mal educado.

–Cala a boca, você também faz isso.

–Faço. Mas acho que é mal educado fazer isso pra namorada.

Ficamos um tempo jogando conversa fora, comendo, e tomando refrigerante. Na hora que nós três cansamos, deitamos no colchão. Eu estava com medo daquilo explodir. Estávamos bem apertados. Nico estava em um canto, eu no meio, e Ana no outro canto. Eu estava abraçada em conchinha com Nico. E Ana tentava deitar espaçosamente. Aquilo estava super apertado. Mas nós três conseguimos dormir tranquilamente.


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