Princess of Sky escrita por Writer, Apenas Ana


Capítulo 10
Recebo uma missão




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Senti todos os olhares se voltarem pra mim. Ela começou a falar com uma voz que não era dela.

Quatro na busca sairão,

Ao segundo maior irão.

A deusa e a amiga vão lhes ajudar,

Aos campistas salvar.

Aos olhos da cobra um perecerá, mas não morrerá.

E então ela desmaiou.

É. Fiquei em estado de choque nesse, momento. Apenas o que ouvi foi Quiron me chamando para a Casa Grande. Segui-o. Não sabia o que tinha sido aquilo. Mas algo legal não foi.

Entramos na Casa Grande, Quiron estava na sua forma centauro, o que dificultou um pouco. Ele fez uma menção com a cabeça para mim me sentar. Sentei-me em um dos sofás de couro. Eu estava muito apreensiva. Então, Quiron começou a me explicar.

–Você sabe o que acabou de acontecer Giovanna? – Neguei com a cabeça. – Você acabou de ganhar uma missão. Poderá escolher três pessoas para lhe acompanhar a busca pelos semideuses capturados.

Já era obvio quem eu ia escolher não? Percy Nico e Annabeth. Eles eram as únicas pessoas cujo eu era próxima, e que restaram do ‘’assalto’’ de semideuses no acampamento.

–Vou querer Percy Nico e Annabeth. – Falei ainda um pouco fora de mim.

 Ele chamou uma ninfa (eu acho), e pediu para ela chamá-los. Ficamos em silencio até eles entrarem. Estava enterrada nos meus pensamentos e no sofá. Não queria que ninguém morresse, mas às vezes eu não havia entendido direito.

Eles entraram e ficaram parados na porta, se entreolhando.

–Entrem. – Quiron falou com um tom de voz que parecia um pouco impaciente.

Eles entraram e sentaram nos sofás. Nico do meu lado, e Percy e Annabeth no outro sofá.

–Então... – Annabeth tentou puxar assunto. Aquela sala estava muito silenciosa. – Para onde devemos ir?

–‘’Ao segundo maior irão’’. O que é o segundo maior? – perguntei a Annabeth curiosa.

–Canadá. – dessa vez Nico falou. Todos olharam curiosos para ele. Isso era o que Annabeth devia dizer. – O que foi? Tédio na escola e no Mundo Inferior fazem isso com a gente.

Todos abriram um leve sorriso. Dei um abraço em Nico.

–Apenas estou preocupado com o ‘’Aos olhos da cobra um perecerá, mas não morrerá. ’’. – Percy falou.

É parecem que temos muita coisa pela frente. Não estava preparada pra sair em uma missão. Mas por outro lado, eu queria salvar Ísis, Ana, meus amigos. Não podia deixar de ir apenas por um bobo medo.

–Descansem. Planejem a viagem. Vocês irão amanha de manha.

 Saímos da Casa Grande. E  nós três andamos sem rumo no acampamento. Tudo parecia muito comum para os três. Ir a uma missão para salvar os campistas e talvez o acampamento. Mas se bem que eles, já salvaram ate o mundo. Um acampamento se tornara coisa fácil pra eles.

Conversamos sobre varias coisas durante o trajeto sem destino. A missão, eu e Nico (pois é. Esse foi Percy e Annabeth que começaram), os semideuses ‘’roubados’’.

Passamos pela área dos chalés. Estava a fim de ir à praia. E percebi que lá era exatamente nosso destino.

Chegamos à praia e Percy e Annabeth começaram a se afastar. Percebi que eles queriam ficar um tempo sozinhos, então fui para o lado oposto. Nico estava atrás de mim e eu nem percebi. Ate que ele falou algo que eu apenas ouvi um murmúrio. Estava tão perdida nos meus pensamentos que me esqueci de uma das pessoas mais importantes pra mim. Diminui o passo a fim de andar ao lado dele.

–O que disse? – perguntei já ao lado dele.

–Pra onde vamos?

–Apenas andar. Espera um pouco.

Sentei na areia e tirei meus tênis. Assim que entendeu o que eu estava fazendo, fez o mesmo. Assim que terminamos de tirar os tênis começamos novamente a caminhar. Estava segurando o tênis com uma mão, e com a outra estava de mãos dadas com ele.

–Que horas são? – perguntei curiosa. Estava morrendo de fome.

–15:48. – ele falou com sua voz que me acalmava ate nos momentos horríveis.

–To morrendo de fome.

–Então espera um pouco ai.

 Ele correu em direção ao acampamento. Não sabia o que ia ele fazer, mas apenas sentei na areia e fiquei desenhando nela. Passaram-se cerca de 5 minutos. A areia tinha mais desenhos do que partes lisas. Nico voltou com uma sacolinha na mão. Assim que se aproximou vi que minhas deduções estavam certas. Comida.

Abri um sorriso enorme enquanto ele caminhava em minha direção. Assim que chegou colocou a sacola na areia com cuidado e sentou ao meu lado. Ele sorria igual a um bobo. Com os outros era difícil vê-lo sorrindo, mas comigo ele sorria varias vezes. Parecia que nem íamos ter que sair para salvar o acampamento em algumas horas. Naquele momento, éramos apenas dois quase namorados em um encontro improvisado na praia.

Ele abriu a sacola e tirou de lá um salgadinho Ruffles pra galera (pois é, é bem grande para apenas duas pessoas, mas ambos sabíamos que nos comíamos demais), e dois refrigerantes lata. Tirando o fato que ele trouxe ate canudinhos.

Isso realmente me surpreendeu. Ele me deu uma Fanta Laranja e pegou uma Coca-Cola.

–Como você sabia que eu gostava de tudo isso?

–A Fanta Laranja porque todo jantar, almoço, e toda vez que pode você pede. E os canudinhos, e o Ruffles porque eu gosto mesmo.

–Aonde conseguiu essa comida?

–Chalé de Hermes.

Sorri e dei um beijo nele.

Paramos um bom tempo depois para respirar. Ao lado dele o tempo parecia ir mais devagar, eu ficava feliz, me sentia bem. Odiaria qualquer idéia de perdê-lo. Aquele ponto não ligava mais para o que os deuses pensavam. Era apenas eu e ele.

Senti algo me observando. Ele pareceu sentir o mesmo. Porque seu olhar e sua expressão diziam tudo.

–Sou só eu ficando louco ou parece que tem gente nos observando?

–Então eu também estou ficando louca.

Começamos a comer e tentar ignorar a sensação de ser observado que foi saindo com o tempo. As ondas começavam a se aproximar mais e mais com o tempo. Mas não nos importamos com isso.

 Demoramos um pouco pra comer porque o pacote era bem grande para apenas duas pessoas. Acabamos de comer e eu fiquei tomando meu refrigerante. E notei que seus olhos negros me estudavam com um sorriso esboçado no rosto.

–O que foi?

–Nada.

–Nico... – comecei a ficar um pouco frustrada por ele não me contar.

–Nada. É só engraçado você comendo.

 Fiz um muxoxo. Em compensação ganhei um abraço dele. Então ficamos por ali. Abraçados, observando o mar e o por do sol. De um dia para o outro, ele começára a ser uma das pessoas mais importantes pra mim. Estava com medo de que ele fosse a pessoa que iria morrer, mas toda profecia era um enigma.

Estava com saudade de Ísis. Com seu humor sem sentido. O acampamento parecia estar um pouco vazio. O pesadelo que tive, estava começando a se tornar realidade. O acampamento ficaria mais fraco assim que saíssemos na missão. Temia que o acampamento fosse atacado durante esses dias.

Ouvi a concha soar. Duvidei que o tempo tivesse passado tão rápido. Mais prestei atenção ao meu redor. Já estava escuro, estávamos sentados um pouco mais atrás do que antes. Mas Nico tinha a mesma expressão que eu.

–Como o tempo passou tão rápido assim? – ele falou intrigado.

–Não sei. Mas vamos, não estou a fim de deixar ninguém preocupado.

Caminhamos ate de mãos dadas ate o pavilhão, o que não era nem um pouco longe.

Chegamos ao pavilhão, nos despedimos com um beijo (e com o chalé de Afrodite inteiro dizendo awwwn), e sentamos nas nossas mesas separadas. Nunca entendi o porque disso. Porque não podíamos sentar com nossos amigos? As vezes era para ninguém se sentir excluído ou algo do gênero.

Peguei minha comida. Nhoque de carne, e um pedaço de lasanha. Joguei meu pedaço de lasanha para Afrodite. Assim que todos acabaram de comer, fomos para a fogueira.

 Achava aquilo tudo muito legal. Os campistas de Apolo cantavam e tocavam, alguns que não eram do chalé de Apolo criavam coragem pra subir lá. Como eu e Nico não tínhamos companheiros de chalé, podíamos sentar em qualquer lugar.

Sentamos ao lado de Percy, que estava ao lado de Annabeth seguido por todo o chalé de Atena. Eu estava fascinada pelo fogo. No momento a chama estava laranja. Não me pergunte o que isso significa, porque eu não faço a mínima idéia. Enfim, depois de cerca de uma hora, soou o toque de recolher.

Caminhamos ate os chalés acompanhados de Percy e Annabeth.

–Grande aniversario eu terei amanha. – Resmunguei.

–Não foi você que teve aniversario durante uma batalha contra os titãs. – Percy retrucou.

–É, isso que deve ser pior. Já planejaram a viagem?

–Você é a líder da missão, devia cuidar disso. – Nico disse comigo abraçada a ele, com um pouco de frio.

–Vamos no improviso, daremos um jeito. – Annabeth afirmou.

Chegamos à área dos chalés. E nos separamos. Percy levou Annabeth ate o chalé de Atena. Fui com Nico ate o chalé dele. Ele queria me levar ate o meu, mas não podia acontecer nada dentro do acampamento no meio de um monte de chalés.

Me despedi dele com um beijo. Foi rapidamente para o meu chalé. Estava doida pela minha cama, uma coberta quentinha, e o som do crepitar do fogo da lareira. Entrei e me deparei com algo em minha cama.

Era uma mochila. Um bilhete estava pregado nela. Tirei-o a fim de ler depois. Abri a mochila e lá encontrei um saco de dormir azul celeste, uma barraca para quatro pessoas, todas as roupas e sapatos que estavam no meu guarda roupa, e mais um monte de coisas uteis para um acampamento ou viagem. Abri meu guarda roupa apenas para garantir e não havia mais nada lá, apenas uma muda de roupa para mim usar de manha. Deduzi que a mochila era daquelas ‘’infinitas’’. Abri o bolso da frente e havia uma carteira com cerca de quinhentos dólares, uma bolsinha com vários dracmas, e um cantil de néctar e ambrosia.

–Obrigado pai. – disse em voz alta.

Li o bilhete do meu pai.

‘’Seu presente de aniversario é este. Espero que goste. Vai ajudar em sua primeira missão. Tome cuidado.

PS: A mochila e a carteira são infinitas.

Seu pai.’’

Pulei de alegria com a ultima parte. Eu amo meu pai.

Cuidadosamente fechei, e coloquei a mochila no chão. E com a mesma roupa, e um sorriso enorme, dormi com facilidade.



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Notas finais do capítulo

Como eu não consegui colocar o maldito link da mochila no texto, ta aqui pra vocês.
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