-Não é que eu não saia com meninas, além do mais eu saio com você Lily! – Lily balançou a cabeça discordando do garoto.

Depois de trabalharem juntos num projeto de uma nova poção os dois caminhavam pelos corredores cumprindo a função de monitores, a conversa era inteiramente dirigida aos interesses do menino.

-Não! Assim não conta. Sou sua amiga, e quando digo meninas quero dizer outras além de mim. – Já ouvi dizer que a Marlene McKinnon te acha atraente, e Alice sempre te elogia!

-Eu não tenho tempo pra essas coisas! Tenho que estudar e como já disse e repito já me basta você.

-Seus amigos tem tempo! Veja o Potter, por exemplo, tem sempre alguma menina pendurada nele, e ele tira notas tão boas quanto as suas... Ah não ser que você esteja falando sobre seus desaparecimentos mensais. Afinal de contas, aonde você vai?

Lupin engoliu seco, já era a segunda vez em que a amiga perguntava sobre esse assunto. No verão em uma carta bem surpreendente foi a primeira vez:

Remus,

Esqueci-me de te contar, mas estou passando as férias em Milão! É tudo tão maravilhoso aqui, queria que pudesse estar aqui. Mas fiquei sabendo que você passaria alguns dias na casa do seu amigo Black. Sinto sua falta, você está sempre acompanhando seus amigos que mal tenho tido a chance de conversar com você. Sei que também não tenho sido uma amiga maravilhosa, estudando como louca. Mas acho que quando voltarmos ao castelo poderemos passar mais algum tempo juntos, se você não continuar tão doente como dizem. Fico tão preocupada com você, já não me conformo com essa história de virose! Com certeza isso deve ser algo mais complicado. Por que não me conta logo o que anda acontecendo com sua saúde? Não confia em mim ou você é algum tipo de criatura maligna que guarda em segredo o corpo de suas vítimas no porão? Rá! Rá! Rá! Pode crer que não acredito nisso. Espero por explicações, ou terei de perguntar pessoalmente a Srª Lupin? Não sei o que poderia te mandar daqui, então meu pai comprou essa camiseta bem trouxa, se é que me entende.

Carinhosamente e muito preocupada Lily Evans.

-Já disse, é uma virose, quando o efeito...

-Da vacina acaba ela volta! Já sei de isso de trás pra frente Remus... E eu não acredito. Você tem que falar com o Dumbledore, ele vai te ajudar.

“Ele já ajuda muito.” Lupin murmurou fazendo a menina revirar os olhos.

-Olha lá, o monitor da Grifinória ai gente! –Black que comia balas diretamente do pacote gritou quando Lupin se levantou naquela manhã. –Meu filho como você dormiu... Você conseguiu perder o almoço.

O menino olhou pela janela embaçada, já começava a nevar, mas o Sol ainda tentava brilhar com força. Os três amigos estavam sentados envolta de um pedaço de pergaminho.

Quando se levantou Moony pode ver que no pergaminho dobrado em alguns que estava dobrado em alguns cantos o desenho dos corredores do segundo andar de Hogwarts.

-Me deixa adivinhar, vamos brincar de caça ao tesouro? Onde vocês conseguiram esse mapa?

-Meu caro Moony! A questão não é essa, a questão é, COMO SOMOS INTELIGENTES!

O mapa não era um artefato comum, não existia nada parecido ao que se sabia. O Mapa do Maroto, um mapa com todas as entradas e saídas de Hogwarts, salas e banheiros, qualquer lugar estava ali, desenhado num pedaço enfeitiçado de pergaminho.

-Só falta um toque seu. –Pettigrew quicava de tão animado.

Depois de fazer um feitiço localizador muito complicado, apareceram vários pontinhos piscando pelos corredores.

-Agora podemos saber a localização de qualquer um, incluindo Filch e Dumbledore.

Os meninos passaram a tarde de domingo testando o mapa. Que funcionou perfeitamente, o feitiço de Remus funcionou tão bem que ao chegarem ao Grande Salão o pontinho que indicava o diretor acertou na mosca, pois o senhor de barba branca e oclinhos de meia lua estava sentado num canto conversando com um aluno Bernard August.

Lupin não só achava errado ter participado da criação de tal artefato quanto se divertia com ele. Mas nada era mais preocupante quando o comportamento dos amigos agora que ele era monitor. Olhando de um panorama mais responsável o comportamento de Potter e Black era desapontador e embaraçoso. Eles gritavam pelos corredores e chateavam qualquer coisa que pudesse se chatear, as meninas formavam fila nos treinos de quadribol e quando Prongs agarrava o pomo elas pareciam hienas. Padfoot com seu ar galante parecia um ator de filme trouxa, sempre assoprando beijinhos para quem quer que fosse.

E foi numa tarde ensolarada depois que a neve já tinha derretido que ele viu o quão difícil era ser Maroto e monitor ao mesmo tempo. O vento gelado contrastava com o Sol ardente, sentado lendo um livro Remus pode ver Lily se aproximando com Ranhoso. Potter se aprumou ao agarrar o pomo de estimação e Wormtail bateu palminhas ao assistir a cena.

-Olha lá Prongs, olha quem vem ali. –Sirius que estava deitado num estante já estava de pé.

Potter e Black se aproximaram dos dois recém chegados e a primeira voz que Lupin escutou foi a de Potter:

-Resolveu tomar um Sol Ranhoso?

-Deixa ele em PAZ! –Lily berrou.

-Tudo bem, Evans?

-Deixem ele em paz. –O rosto endurecido de Lily parecia prestes a explodir.- Que foi que ele lhe fez?

–Bom, é mais pelo fato de existir, se você me entende...

Logo todos que pararam para assistir ao espetáculo de Potter riram.

–Você se acha muito engraçado- A garota foi fria.- Mas não passa de um cafajeste, tirano e arrogante, Potter. Deixe-o em paz.

–Deixo se você sair comigo, Evans. Anda... sai comigo e eu nunca mais encostarei uma varinha no Ranhoso.

–Eu não sairia com você nem que tivesse que escolher entre você e a lula-gigante.

–Mau jeito, Prongs.

Sirius que não era nada lento lançou Snape no ar com um feitiço violento.

–Ponha ele no chão!- Lily gritou desesperada.

–Perfeitamente- Mal Snape batera no chão ele já estava petrificado novamente.

–DEIXEM EM PAZ!- Lily agora apontava a varinha para James.

–Ah, Evans, não me obrigue a azarar você- Potter pediu sério.

–Então desfaça o feitiço nele!- A varinha da garota já produzia algumas faíscas enquanto sua mão tremia.

Relutante Potter desfez o feitiço.

–Pronto, você tem sorte de que Evans esteja aqui, Ranhoso...

–Não preciso da ajuda de uma Sangue-Ruim imunda como ela!

As palavras duras do garoto fizeram Lily mudar de feição, seu rosto preocupado e raivoso se transformou, transparecendo o já conhecido ar de deboche que se via geralmente no rosto de Potter.

–Ótimo. No futuro, não me incomodarei. E eu lavaria as cuecas se fosse você, Ranhoso.

–Peça desculpas a Evans!- Potter berrou descontrolado.

–Não quero que você o obrigue a se desculpar. Você é tão ruim quanto ele.

–Quê? Eu NUNCA chamaria você de... você sabe o quê! –James pareceu ofendido.

–Despenteando os cabelos só porque acha que é legal parecer que acabou de desmontar da vassoura, se exibindo com esse pomo idiota, andando pelos corredores e azarando qualquer um que o aborreça só porque é capaz... Até surpreende que a sua vassoura consiga sair do chão com o peso dessa cabeça cheia de titica. Você me dá NÁUSEAS.

Lily saiu sem esperar por uma resposta deixando para trás qualquer um. O comportamento dela foi um tanto inesperado, porém completamente aceitável na presente situação. Remus estava completamente extasiado com o que acabara de acontecer. Cada fio de cabelo arrepiado.

-Você mereceu. –Moony disse ao passar por um completo perplexo e petrificado James.