POV Annabeth

Eu estava tão feliz. Tudo estava dando certo para mim e para Percy. Juntos, como namorados. Nunca pensei que usaria a palavra namorado para definir o que Percy é para mim, mas devo dizer que estou amando cada segundo desse novo caminho que estamos seguindo.

Terminamos de resolver as coisas na agencia de viagens e saímos abraçadinhos de lá.

É tão bom sentir Percy assim tão perto de mim e saber que para ele isso não é mais um sinal só de amizade como de algo mais também.

– Olha só o que encontramos pela rua meu caro amigo e primo Nico. – ouvi uma voz familiar com o tom claramente falso de surpresa soar atrás de mim e de Percy.

Com certeza alegria de pobre dura pouco. A minha pelo menos poderia durar um pouco mais, mas venhamos e convenhamos eu estou junto com Percy e Percy não é um cara muito sortudo. Nunca vi garoto igual que se mete em confusões sem fazer absolutamente nada.

É serio. Uma vez, há uns dois anos, um cara assaltou uma loja e enquanto estava fugindo da policia correndo pelas ruas, essa cara não era nem um pouco esperto, ele esbarrou em Percy e ambos caíram no chão.

Quando se levantaram Percy pegou a mochila que estava com o cara ao mesmo tempo em que o cara e ai a policia chegou. Naquele dia Percy ficou a tarde inteira na delegacia dando depoimento e só saiu quando o advogado dele, arranjado pelo seu pai, mostrou uns vídeos de segurança de uma outra loja que mostrava o cara se chocando contra Percy.

Escutei Percy praguejar ao meu lado. Não pude me segurar, mesmo sabendo que eu iria sofrer nas mãos dos meus dois dos melhores amigos, e ri baixinho dele. Percy sempre fazia uma cara fofa quando Thalia implicava com ele.

– Pois é Thalia. Que surpresa imensa vermos esses dois amigos abraçadinhos assim tão carinhosamente. – ouvi a voz de Nico, entrando na brincadeira de Thalia, fingindo estar surpreso também. – Qualquer um que os ver assim vão achar que são namorados.

– Opa, pelo que vimos hoje mais cedo, eles são namorados sim, Nico. – disse Thalia ainda fingindo estar surpresa com tudo, mas eu notei o tom sarcástico em sua voz. Isso Thalia nunca conseguia disfarçar quando “brincava” disso.

– Vocês são péssimos atores. – falou Percy por entre os dentes se virando, e consequentemente me virando também já que ainda estávamos abraços, e encarou seus primos. Thalia e Nico estavam com sorrisos maliciosos em seus rostos. Essas pestes nunca mudam, mas no Nico eu posso dar um jeito.

– Esse momento merece uma foto para ser guardado para todo o sempre. – disse Thalia fingindo estar emocionada, ela fez até a carinha de que ia chorar de emoção e colocou a mão sobre o peito esquerdo, e tirou o seu celular de sua bolsa.

– Nem vem Thalia, para com isso. – disse Percy se soltando de mim e foi para cima de Thalia para tentar tirar o celular de sua mão. – Isso já virou infantilidade.

Hora de frear, pelo menos em algumas horas, as brincadeiras que Nico provavelmente vai fazer contra mim e Percy.

Thalia podia usar truques para fazer Nico voltar a nós atormentar que eu não poderia usar para ele parar já que eu estou comprometida e ele meio que esta enrolado.

Eu sabia um segredo de Thalia e de Nico também, mas infelizmente eu não poderia usar ele contra Thalia, mas eu poderia usar ele contra o Nico.

Abriu um sorriso maldoso e me virei em direção a Nico. No mesmo instante o sorriso malicioso dele desapareceu e ele engoliu em seco dando um passo para trás. Primeira parte do plano executada com sucesso.

Caminhei em direção a ele e Nico começou a dar passos para trás, mas para o azar dele e sorte para mim, ele se chocou de costas contra um carro que pelo jeito não tinha alarme.

Coloquei um braço em cada lado do Nico contra o carro. Cheguei bem perto dele sem perder o contato visual – se você quiser intimidar alguém nunca desvie o seu olhar, sempre encare a pessoa mesmo que você se sinta desconfortável, se mantenha firme, isso sempre funciona.

– Meu caro amigo di Angelo, você vai ficar quietinho e não vai mais ficar fazendo piadinha sobre mim, ou sofre o meu relacionamento com o Percy. – falei cada palavra calmamente, para dar mais efeito. – Se não eu vou ser bem criativa na hora de te dar uma lição.

– A Thalia, ela...

– Ela não vai te defender de mim, Nico. – falei semicerrando os olhos para ele que engoliu em seco. Por fora eu mantinha minha pose de ameaçadora, mas por dentro eu estava rindo muito da cara do meu amigo. – Lembre-se muito bem disso.

– Agora que conseguiu um amigo vai querer ter mais um, Annabeth? – perguntou Thalia atrás de mim. Seu tom de voz indicava que ela estava de brincadeira, para tirar uma com o Percy, mas eu podia distinguir um certo tremor em sua voz.

– Não esquece que eu sei o seu segredo e o de Thalia. – falei baixinho só para Nico e me afastei dele virando para olhar para os outros dois. – Estou muito bem com o Percy Thalia, não precisa se preocupar com nada. – falei olhando para a minha amiga e pisquei para ela com um sorriso maroto no rosto enquanto ia para perto de Percy.

– Que piscada foi essa? – perguntou Percy colocando as mãos na minha cintura assim que cheguei perto dele. Passei meus braços sobre seus ombros.

– Segredinho. – falei ficando nas pontas dos pés e mordi seu lábio inferior.

– Owww Que cena linda. – disse Thalia com uma voz infantil, ela não deve ter ouvido a pergunta de Percy se não ela teria partido para outro tipo de ofensa. Tipo, mal começaram o namorar e já estão de segredinhos, coisa do tipo. – Você não acha Nico?

Assim que Thalia perguntou isso me separei de Percy e virei para olhar para Nico. Percy passou as mãos pela minha cintura me abraçando por trás e descansou sua cabeça em meu ombro.

Nico estava mais pálido do que normalmente ele é. Ele abria e fechava a boca olhando de Thalia para mim repetidas vezes. Sorri travessamente para Nico e quase ri quando os olhos dele se arregalaram de medo.

– Eu acho que devíamos ir para o jantar que nós quatro combinamos. – disse Nico rápido e sorrindo nervosamente. Ele foi para o lado de Thalia e começou a empurrar ela em nossa direção, minha e de Percy.

– Que historia de jantar é esse? – perguntou Thalia se desvencilhando dos braços de Nico e empurrando ele delicadamente com seu jeito Thalia de ser, ou seja, ela quase o jogou no chão.

– Eu não sei de nada disso. – Percy se manifestou rapidamente. – Annabeth e eu não vamos a lugar nem um com vocês dois. Já temos planos.

– Sexo não é tudo na vida. – disse Thalia sem papas na língua. Uma velha senhora que passava por perto da gente olhou reprovadora mente para Thalia e murmurou um “Meu Deus” para minha amiga que só deu de ombros indiferente. – Apesar de que faz muito bem para a saúde. – completou ela e ainda piscou maliciosamente para a velha senhora que saiu resmungando um monte de palavreados.

– Você não presta, Thalia. – falei chacoalhando a cabeça negativamente para minha amiga.

– Nunca demonstrei ou disse que prestava. – disse ela dando de ombros indiferente.

– Mas que historia é essa de jantar Nico? –perguntei inocentemente olhando para ele. Ele fez uma careta para mim e mais uma vez, reprimi a vontade de rir dele.

– Nada, foi somente uma ideia, mas já vi que muitos já têm seus planos. Nós vemos outra hora. Fui pessoal. – dizendo isso, Nico deu um aceno com a mão para a gente e passou por entre os carros que estavam estacionados. Atravessou a rua e foi para sei lá onde.

– O que você fez com o Nico para estar agindo assim, Annabeth? –perguntou Thalia me olhando acusadoramente. – Ele só fica assim quando ele é pressionado por alguma coisa.

– Eu não fiz nada. Só falei algumas coisas para ele. Nada demais. – respondi de forma inocente.

– Algumas coisas. – repetiu Thalia fazendo uma péssima imitação da minha voz e depois fez uma careta. – Vou atrás do Nico e concertar o que quer que seja que você tenha feito com ele. Não pensem que vão se ver livres de mim. Sem parceiro de crime não é muito legal.

– Huhum, parceiro de crime, amiga. – falei levantando o polegar para ela e assentindo. – Sei muito bem disso.

– Vai ser sarcástica na cama com Percy, vai. – disse Thalia mostrando a língua para mim e saiu, seguindo o mesmo caminho que Nico foi.

– O que foi isso? – perguntou Percy meio abobado. Ele fica tão fofo com cara de bobo.

– Meu momento de poder tirar com a cara da Thalia. – falei com um sorriso vitorioso e Percy me virou, ficando de frente para ele.

– Você podia dividir comigo esse momento. – disse ele fazendo uma carinha fofa de desiludido. – Poder tirar uma com a cara da Thalia é uma coisa muito rara e eu tenho que aproveitar esses momentos, então me fala o que você sabe sobre a Thalia?

– Desculpa, Percy, mas é assunto de mulher e isso eu não posso contar. Apesar de tudo que ela faz, Thalia é minha amiga. – falei fazendo carinho na bochecha dele.

– Isso é tão injusto. – disse ele de forma dramática me fazendo rir. Passei minhas mãos por seus ombros e o puxei para um abraço. Ele envolveu minha cintura, me abraçando carinhosamente.

A gente sempre fazia isso independendo do momento que seja. Isso para a gente significa que sempre teremos um porto seguro, alguém ao nosso lado mesmo que para fazer bobagens e coisas sem sentidos como é o caso agora.

– Percy! – uma voz irritante de uma garota gritou fazendo Percy e eu nós separarmos.

Do outro lado da rua tinha uma garota com um sorriso enorme no rosto acenando freneticamente em nossa direção. Ela olhou para os lados e atravessou a rua vindo até nós.

– Que coisa feia Jackson, faltou no trabalho hoje, isso não é exemplo. – falou a garota em tom serio, mas com um sorriso no rosto.

Cruzei os braços e arqueei uma sobrancelha olhando para Percy questionadora mente. Quem é essa menina para falar com o Percy desse jeito.

– Pois é, Drew. – começou Percy passando um braço sobre meus ombros. A tal de Drew fez uma careta para mim, mas eu nem liguei. Vou me importar porque se eu nem conheço a mocreia. – Assunto particular.

– Espero que esteja tudo bem. – disse a mocreia... digo, Drew.

– É, esta mais do que bem. – disse Percy sorrindo me puxando para mais perto dele e a menina logo abriu um sorriso convencido no rosto. Ela nem deve ter notado o que Percy fez se não, não estaria com esse sorriso no rosto.

– Que bom. – disse ela sorrindo, argh, para o meu namorado. – Então, hoje vai ter uma festa lá em casa como eu havia mencionado para você semana passada. Você disse que me ia me dar a resposta hoje, mas como não foi ao trabalho. Pensei em até te ligar para você.

– Desculpa, não vai dar para ir. Agora eu tenho algo muito importante para fazer. – disse Percy interrompendo ela. Graças a Deus se não eu mesma a calaria. Oh matraca. – Annabeth e eu já tínhamos...

– Ah, então você é a Annabeth? – perguntou ela se fingindo de surpresa interrompendo meu namorado. – A amiga que o Percy tanto fala lá no trabalho.

– Não somos amigos. – falei prontamente. Não sei por que, só por ela ter falado que eu sou amiga do Percy não me agradou nem um pouco. Antes eu até me orgulharia de ser amiga desse bobo cheio de algas na cabeça, mas agora era diferente. Ele não era mais só o meu amigo mesmo que não faça nem um dia que a gente esta namorando. – Ele é meu namorado.

– Ouh. – disse ela agora realmente surpresa. Toma essa mocreia.

– Então se nós da licença, nós dois temos coisas mais importante para fazer. Tchauzinho. – falei sorrindo cinicamente para ela e peguei a mão de Percy o arrastando para a onde havíamos deixado o carro deixando a menina com cara de tonta.

– Nossa, Annabeth, não precisava disso. – disse Percy me puxando de encontro a ele. Ele envolveu seus braços me prendendo contra ele. – Não precisa ter ciúmes.

– E quem disse que eu estou com ciúmes? – perguntei retoricamente indignada tentando me soltar de um, agora, Percy risonho. – Eu só estou com pressa. Com vontade de comprar alguma coisa para comer. Aquela historia do jantar do Nico me deu foi fome.

– Claro, claro, claro. Acredito muito nisso. – disse ele me soltando com um sorriso maroto no rosto. – Então é melhor a gente comprar alguma coisa para comer e depois seguir o conselho da Thalia, sem a parte sarcástica. – disse piscando para mim pegando a minha mão e me guinado até o carro.

– Não há duvidas que isso é genica, seus pervertidos. – falei batendo de leve no braço dele.

– Eih, a gente só gosta de aproveitar a vida prazerosamente. – disse ele de forma inocente abrindo a porta do carro para mim.

– Gosta? Prazerosamente? Hum... Acho que vou comprar mais chantili. – falei piscando maliciosamente para ele antes de entrar no carro. Esqueci completamente a mocreia.

– Depois falam da minha família. – murmurou ele sorrindo fechando a porta para mim.

Não tem nada demais em aproveitar a vida. Chantili, chocolate, morangos podem ajudar bastante em deixar as coisas mais deliciosas.