O Sol Adormecido E A Lua Crescente escrita por Angel Salvatore


Capítulo 35
Novas Leis


Notas iniciais do capítulo

Depois de seis meses, vim trazer o capítulo final dessa história. Mas calma que tem o epílogo junto, ok? Nos vemos no próximo capítulo!



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“Apenas você e Cindy presentes.”, Aro disse.

No momento seguinte todos os guardas Volturi, incluindo Jane, saíram da sala. Lucas colocou Cindy no chão e ela pegou minha mão dando-me coragem. Olhei para Seth, Alec e Lucas acenando para que saíssem. Eles hesitaram, mas foram. Senti a mão de Cindy apertando levemente a minha em sinal de confiança e andamos até ficar frente à frente com os três tronos principais. Senti uma sensação de deja vu, recordando-me que era a segunda vez que anunciava minha partida.

“Podem começar”, eu disse.

“Só queremos lhe fazer algumas perguntas sobre sua futura responsabilidade”, Aro disse e sorriu.

Eles pensavam que Cindy não sabia que estavam falando dela. Por mais que aparentasse ter apenas seis anos, ela tinha noventa.

“Podem perguntar.”, encorajei.

Aro se levantou de seu trono e andou até ficar a poucos centímetros de nós.

“Onde vocês irão morar?”

Eu já havia pensado nisso antes.

“Eu irei morar com os Cullen, mas Cindy ficará em Nebraska com minha família.”, era o mais racional a se fazer.

“E acha que é seguro? Você sabe que se descobrirem sobre a criança imortal terei de matá-las.”, Aro suspirou e acrescentou. “E a Alec também”

Congelei com a naturalidade com que Aro tratava a morte, ainda mais de alguém que lhe foi fiel por anos. Era de arrepiar, mas não demonstrei meu choque. Tinha que dar apoio a Cindy.

“Responsabilizo-me. Irei visitá-la uma vez a cada duas semanas e a ensinarei a caçar animais.”

Aro começou a andar de um lado para o outro, pensativo. Balançava a cabaça e encarava o chão. Aquilo estava me irritando.

“Isso poderia ser mais fácil, sabia?”, Aro perguntou pegando-me de surpresa.

“Como assim?”

“Era só você permanecer em Volterra, matar o transfigurador e o lobisomem e estaremos bem. Tudo ao normal, Lethycia. Você poderia ficar com Alec e Cindy.”, ele me encarava com expectativa.

Eu senti nojo de cada palavra escutada naquele momento. Mas não deveria ter me surpreendido. Eles não ligavam para ninguém além deles e de sua preciosa reputação.

“Obrigada, mas não. Estamos indo agora mesmo.”, puxei Cindy e dei as coisas para os três tronos pela segunda vez.

Logo estávamos no quarto de Cindy começando a arrumar suas coisas enquanto os meninos no esperavam em meus aposentos.

“Você acha que eles vêm atrás da gente?”

Terminei de arrumar sem lhe dar uma resposta, pois preferia não mentir. Em seguida fomos ao meu quarto arrumar minhas coisas. Tentei andar o mais rápido possível. Estava com a cabeça tão cheia de problemas que havia me esquecido que tinha deixado Seth e Alec juntos no mesmo cômodo. Se eles resolvessem brigar, Lucas não iria conseguir segurar sozinho.

Acho que Cindy entendeu meu desespero, porque pegou sua mochila e saiu correndo atrás de mim na direção de meu quarto. Chegamos e encontramos tudo em paz, felizmente. Seth e Alec estavam em paredes opostas, um encarando o outro de braços cruzados. Lucas que estava arrumando a minha bolsa. Cindy soltou-me e se sentou ao lado de minha bolsa dando um pequeno sorriso para meu irmão.

Seth e Alec continuaram sem movimento. Pensei na possibilidade deles não quererem apostar corrida até mim para não terem o risco de se chocarem no meio do caminho, mas depois vi que eles estavam esperando que eu escolhesse um lado.

Caminhei lentamente até onde Cindy estava sentada e peguei uma camisa limpa para trocar a que estava usando – pois estava rasgada e suja de sangue. Fui ao banheiro e me troquei, lavando o rosto para tirar o sangue seco e ajeitei o cabelo. Senti as lágrimas e me apoiei na parede, segurando os soluços.

A ficha estava caindo.

Eu havia matado o meu irmão.

Saí do banheiro tremendo e Seth me abraçou enquanto eu chorava sem parar. Odiava aquela sensação de incapacidade, ainda mais na frente de quem eu mais deveria ser forte.

“Eu sou um monstro, Seth. Matei meu irmão.”, murmurei entre os soluços.

“Não, Lethycia.”, ele me acalmava. “Você nos salvou.”

“Que tipo de exemplo sou para Cindy? Estou ensinando-a a ser uma assassina”

“Não, Lethycia”, ele repetiu. “Você ensinou a proteger as pessoas que ama, mesmo que venha com consequências.”

“O que os Cullen vão pensar de mim?”, ignorei suas palavras. “E meus pais? Meus irmãos?”, lembrei-me de uma pergunta que estava batendo em minha cabeça a muito tempo. “Seth”, chamei-o me afastando para poder olhar em seu rosto. “Como os lobos e os Cullen deixaram você vir aqui em Volterra sozinho?”

Seth deu um grande sorriso e sussurrou em meu ouvido.

“Eles confiam em você”

Minha respiração falhou e continuou rápida com a surpresa. Eles confiavam em mim.

“Tia Léthy, terminamos.”, Cindy anunciou.

Eu suspirei a andei até Alec. Ele estava olhando para os pés e sem hesitar, o abracei. Não tivemos contato direto, mas eu sentia uma corrente que nos prendia um ao outro.

“Vou sentir saudade”, Alec disse.

“Por que não vem conosco?”

“Tenho deveres aqui, o que inclui cuidar de minha irmã psicopata.”, demos uma breve risada.

Suspirei e me afastei de Alec, dando um breve beijo em sua bochecha. Ele colocou a mão no local que eu beijei e riu. Depois de uns segundos ficamos sérios.

“Então isso é um adeus?”, perguntei.

“Talvez, nunca se sabe o futuro. Então vamos dizer até logo”, Alec ainda estava brincalhão, mesmo com o semblante sério.

“Até logo”

E finalmente saí de Volterra, mesmo não sendo com a consciência totalmente limpa.  


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