Três Loucas E Um Acampamento escrita por BadDream


Capítulo 30
What's wrong with me?


Notas iniciais do capítulo

Não me matem, a culpa é da Renata que me fez mudar o rumo da história! Maldita! Vamos descobrir quantos shippers de Hanna e de Nina temos por aqui!



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(PV. Ana)

Depois de um dia trancafiada na minha cabine, com Milly e Harry sendo os pais que eu nunca tive, amparando-me, alimentando-me e protegendo-me. Juro ter ouvido algo como “precisamos de uma filha de Hécate para achar esse diário bastardo” sair da boca de Milly, mas ela disse que eram coisas da minha cabeça, provavelmente ela acha que eu estou louca, já que mentiu descaradamente.

Poucas pessoas sabem disso, mas depois de um tempo, você consegue uma ligação quase que telepática com o ser maior amigo, e era isso que eu e Renata tínhamos. Sempre que precisava de algo Renata estava ali para mim, vise-versa, e hoje não seria diferente. Eu estava cansada de ser tratada como uma criança pelos meus amigos, e ela sabia disso, por isso tive uma surpresa ao ouvir alguém bater na porta às seis horas da manhã.

– Vem, eu vou te dar uma hora de liberdade, passarinho! – Falou-me quando eu abri a porta, e saiu me arrastando pelo trem. – O pessoal vai acordar daqui a pouco, e logo desembarcaremos em Quebec. – Ela falava, mas eu só ligava para o fato de ainda estar de pijama. – E você não está prestando o mínimo de atenção no que eu estou falando! – Logo eu vi uma cabeleira ruiva bater na minha cara, quando ela se virou para ficar de frente a mim.

– É claro que eu estou! – Resmunguei tentando tirar alguns fios de cabelo da minha língua. – Você disse que em uma hora o pessoal vai acordar e vamos estar em Quebec, e que história é essa de passarinho? – Perguntei levantando uma sobrancelha.

Continuamos andando por entre vagões, até chegar ao “Margoie”, o restaurante do trem. Só então percebi o quanto estava com fome, lembrando que a minha última refeição tinha sido a torta de limão que Jake me trouxera ontem como almoço, e me obrigou a comer, já que eu recusava qualquer alimento trazido por meus amigos.

– Sabe, pensei que você estava com fome... – Reh comentou enquanto eu me preocupava em devorar o bolo de chocolate, que aliais estava uma delicia. – Mas não sabia que era tanta assim, parece que você é capaz de comer um minotauro! – Exclamou, quando eu terminei o meu segundo pedaço.

Eu sei que é obvio que as coisas mudam quando se é semideus, mas ninguém nunca me disse que nossas gírias mudariam também...

– Eu estava morrendo de fome, e você precisa melhorar essas suas gírias. Pare de colocar coisas gregas no nosso cotidiano mulher! – Falei enquanto cortava mais um pedaço de bolo, sim, eu sou gorda e me recuso a parar de ser.

– Gírias gregas são legais, ok? – Renata se defendeu. Quando eu estava pronta para mais uma garfada, ela eis que tira aquele prato maravilhoso de mim e começa a comer. – E pare de comer, você tem que continuar linda e gostosa pra o Nico! – Murmurou com a boca cheia.

– Porque você não me deixa ser feliz! Essa é a melhor coisa que eu como nas últimas semanas! – Choraminguei falsamente, enquanto roubava uma garfada do bolo. – Eu preciso voltar para cabine e me arrumar, antes que Milly acorde e diga que eu fui seqüestrada! – Disse limpando o chocolate da minha boca.

Naqueles minutos que passei com Renata foi como se ainda estivéssemos no orfanato, vivendo normalmente, planejando nossas vidas fora daquele lugar. Mas quando fechei a porta da minha cabine, depois de me despedir da minha amiga, foi como se todo o peso que eu venho carregando no último mês, tivesse voltado com tudo.

Balancei a cabeça, e com menor barulho possível, para não acordar Milly que dormia em uma das camas, fui para o banheiro tomar um banho.

Entrei no banheiro, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa a imagem refletida no espelho em cima da pia me chamou a atenção. Uma menina de cabelos presos desajeitados, pele pálida, olheiras profundas, lábios secos e aquele brilho da minha íris havia se apagado, o que estava acontecendo comigo?

– O que aconteceu comigo. – Uma voz atrás de mim chamou atenção, e a imagem refletida no espelho me assustou, havia duas de mim. – Ou duas de minha, querida sombra... – Ela se aproximou de mim. – Vai mesmo me disser que não me reconhece? Não reconhece a si mesma? – Era claro que eu sabia quem era, era Alice, e ela estava ali para jogar, para me deixar louca.

Ficamos encarando nossos reflexos por um tempo indeterminado. Alice, diferentemente de mim, estava em sua melhor forma, os cabelos, mais escuros que os meus, desciam como uma cascata sobre seus ombros, a pele bronzeada, seus olhos estavam um verde brilhante e sobrenatural, demonstrando que a nossa única diferença era a cor dos mesmos, as roupas eram iguais a de uma Deusa grega.

– Veio me atormentar não é? – Só então tive coragem de pronunciar.

O – Não, bem, entenda como quiser. – Sua imagem se tornou mais perto da minha. – Eu vim apenas avisar que o tempo corre contra você, jovem semideusa, e que quanto mais demorar a encontrar o diário, mas as coisas ficaram ruins para o seu lado... – E assim como num passe de mágica, uma dor incessante tomou conta do meu peito, e quando eu olhei para traz ela já não estava lá.

A dor me fez querer gritar, mas parecia que até o maior som que eu fazia não seria capaz de transmiti-la. Eu caí no chão, ainda com a mão no peito, e Deuses aquilo tinha que parar! A porta do banheiro abriu-se em um estrondo.

– Meus deuses! – Ouvi alguém gritar, enquanto eu era consumida pelo ardor no peito.

– Nico, - Vi o seu rosto na porta do banheiro, e o de Milly que tinha as feições preocupadas. – Alice! – E assim como a dor tinha parecido, do mesmo jeito desapareceu.

Fiquei alguns segundo tentando tomar fôlego, mas não pareceu suficiente. Mãos fortes me agarraram pelo quadril e me ajudaram a levantar.

– Tudo bem? – Os olhos negros me olharam com curiosidade.

– Tudo... – Falei, mas meus pés vacilaram, e eu por instinto me apoiei em seus ombros, fazendo nossos olhos se encontrarem.

Um pigarro vindo de Milly nos acordou, e me deixou completamente envergonhada, recapitulando, o que há de errado comigo?

– Eu vou ir acordar o resto do pessoal, daqui a pouco desembargamos. – Falou se virando e antes de sair do quarto se pronunciou. – Tenham juízo! – E com um estrondo da porta batendo, ela sumiu.

– Então, pode me largar agora. – Falei saindo dos braços fortes e musculosos, diga-se de passagem, mas o aperto de Nico se tornou mais forte.

– Tem certeza? – Seus olhos encaravam meus lábios, e eu fiz o mesmo, estávamos próximos, nossas respirações descompassadas.

Seus lábios tocaram os meus, começando um beijo intenso e, o que está acontecendo comigo?!

(É eu tenho um problema!)


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Notas finais do capítulo

O que há de errado COMIGO! A autora indecisa! Preciso de reviews que me falem qual a minha personagem principal deve ficar! Se for o Harry mande um review para 554, se for o Nico mande um review para 555, se quiser votar entrando no facebook, vote no meu grupo, que está na minha página aqui do Nyah. Beijos e até mais!