(PV. Harry)

Estávamos nos encarando há algum tempo. Roxo contra azul. Rocei meus lábios nos dela, fazendo Ana fechar os olhos e estremecer.

– Harry. – Ouvi meu nome escapar por sua boca saliente, mas não dei atenção. – Harry...

– Hum? – Murmurei, abri os olhos e voltei a encarar o rosto de Ana, e ele estava... Triste? – O que foi? – Perguntei preocupado, mas que merda ta acontecendo comigo?

– Não, não, não dá! – Seus olhos trasbordaram. – Eu não posso fazer isso! Eu não vou trair o meu primeiro namorado! – Ela soltou tudo tão rápido, e depois percebendo que havia falado demais, tampou a boca.

– Primeiro namorado? O Nico é o seu primeiro... – Eu não conseguia terminar a frase, saber que o Nico era o primeiro namorado dela me trouxe uma sensação de inveja, eu queria estar no lugar dele... E ela é virgem... Ou será que não?

– É... Harry eu preciso ir! – Falou saltando da maca e caminhando para a saída, mas antes que ela pudesse ir, eu a segurei pelo pulso.

– Ana... Quero dizer, Fiore! Para de se fazer de difícil e tira a minha curiosidade! – Falei puxando ela para mais perto.

– Parece uma criança. – Murmurou dando um pequeno sorriso. Eu gostei daquilo. – O que quer tanto saber? Eu preciso ir para o chalé arrumar as malas, escolher os campistas, achar alguém para cuidar do Sleeper... – Ela ia numerando nos dedos.

– Hey! – A interrompi. – Primeiro o Harry, depois a missão.

– Ok senhor convencido que fala de si mesmo em terceira pessoa. – Brincou, me fazendo rir.

– Me diga, se o Nico é mesmo o seu primeiro namorado, então você nunca...

– Transei? Não, Harry. – Ana respondeu diretamente. – Sim, Harry, eu sou virgem. – Completou, provavelmente vendo a indignação estampada na minha cara.

– Por isso você ficou tão brava quando falei que tínhamos transado loucamente? – Parecia o jogo “ligue os pontos”.

– Bem, seria a minha primeira vez, eu queria que eu, no mínimo, estivesse sóbria e com uma pessoa especial... Eu sei que isso pode soar muito menininha, ou “os sonhos de uma virjona”... Nem sei o porquê de eu estar contando essas coisas para você... – Ela abaixou a cabeça, mas pude ver suas bochechas vermelhas.

– Ana... Aninha... – A chamei, mas ela não levantava a cabeça. Então eu mesmo o fiz, e ela estava chorando! Merda, porque eu sempre faço isso! – Hey... – A abracei, a cada segundo que fico perto da Ana, é um segundo que fico longe da minha masculinidade... Sim to virando um Gaysão! – Isso não é coisa de menininha, é sonho de toda mulher ter a primeira vez perfeita! E se você quiser pode contar com o doutor Harry... – Deu um sorriso malicioso, e ela riu. PONTO!

– Idiota! – Ana deu um pequeno soco no meu ombro. – Obrigada, doutor Harry! – Falou maliciosa, entrando no meu jogo Fiore? – Mas... Por enquanto os seus serviços não são necessários.

– É assim? Dispensando-me na cara dura? Nada de Harry pra você! – Falei fazendo uma voz afeminada. – Viu o que você fez comigo? Transformou-me em um gay! – E ela riu mais alto ainda. E é TOUCHDOWN!

– Para! Para! Chega, meu estomago vai explodir se eu rir mais! – Apoiou em mim, tentando recuperar o fôlego. – Obrigada Harry, você é um grande cara, eu diria um grande amigo...

– Só o grande cara ta ótimo! – Falei a interrompendo, nada de friendzone aqui! – E o nosso objetivo é satisfaze – lá, Sra. Steele.

– Sr. Grey. – Ana riu, e depois de me dar um beijo na bochecha, saiu.

Caminhei até a porta e pude ver a silhueta dela indo para os chalés, e eu tenho que admitir minha blusa ficava muito melhor nela do que em mim. Descobrir que Fiore era virgem me deu um novo propósito.

– É só uma questão de tempo, e logo você será minha... – Murmurei para mim mesmo.

[...]

(PV. Ana)

Uma conversa com o Harry nunca foi tão fantástica! Apesar de ser um baita idiota e egocêntrico, ele até que pode ser legal e bonzinho quando quer. Fui cantarolando o caminho inteiro até o chalé, e quando cheguei, vi Nico dormindo.

Ele era perfeito, até dormindo parecia um anjo, e sim, eu era uma garota de sorte, muita sorte.

– Oi. – Ele murmurou esfregando os olhos, quando eu deitei ao lado dele.

– Oi. – Aconcheguei-me em seus braços, e dei um selinho nele. Mas isso pareceu não satisfazê-lo, pois logo em seguida, os lábios dele roçaram no meu, e eu devo admitir aquilo me lembrou o acontecido de mais cedo com o Harry.

Abri os olhos, e eu podia jurar ter visto o Harry me beijando, me segurando com firmeza em seus braços e... Não, não tem nenhum Harry aqui! É o Nico, somente o Nico! Pisquei, e vi que era apenas a minha imaginação... E beijei Nico com vontade.

– Uau. – Falou sem fôlego, sua boca estava vermelha, e provavelmente a minha também. – O que foi? Você nunca me beijou assim...

– Estou com saudades. – Menti e o beijei de novo. Menos fala e mais ação.

Eu sinceramente não sabia o que havia dado em mim, só sei que preciso tirar Harry da cabeça, e isso queria dizer transar com o Nico, que seja!

Nossos beijos estavam violentos e selvagens, parecia que a qualquer momento eu arrancaria um pedaço dele. E as primeiras peças começaram a ir para o chão, a blusa do Nico, a blusa que o Harry me dera... Harry... MERDA! Eu precisava do Nico, AGORA!

Eu mesma tirei o meu short, e a calça do meu namorado voou pelo quarto. Minhas mãos, que ganharam vida, estavam no cós de sua cueca.

– Ana. – O ouvi gemer, e isso era bom. Estava descendo a sua boxer e... – Ana, espera. – Falou segurando os meus dedos.

– O que foi? – Perguntei preocupada. Só nesse segundo de lucidez pude notar o nosso estado.

Nico estava em pé do lado da cama, e eu estava de frente para ele ajoelhada no móvel. Ambos estávamos de roupas intimas, e agradeci aos céus por estar usando meu melhor lingerie. Nossos cabelos estavam bagunçados, nossas bocas vermelhas e vários hematomas.

– O que foi? Eu que te pergunto. – A cara de Nico mostrava que ele estava bravo, mas seus olhos cheios de luxuria me diziam o contrário.

– Hã? Eu não estou entendendo e... – Olhei para baixo. – Por acaso eu... Não te excito? – Me senti uma puta, e uma das piores.

– Puta que pariu, Ana! – Ele berrou me chacoalhando, me deixando assustada. – Eu nunca fiquei tão excitado em toda a minha vida! – Isso eu duvidava, já que Nico era um dos maiores pegadores do Acampamento. – Você conseguiu me deixar assim apenas com um beijo! Estamos fazendo isso a menos de 15 minutos...

Eu tentei falar, mas ele colocou o dedo em meus lábios. Encarei a escuridão dos seus olhos, Nico era indecifrável, seus olhos refletiam raiva, prazer e... Preocupação?

– Quero que me diga a verdade! – Falou estridente.

– A verdade Nico? A verdade é que eu quero você. – Falei com firmeza e ele me beijou. E assim voltamos à selvageria de antes.

Nico me pegou no colo e me tacou na cama, beijando todo o meu colo e me deixando louca de prazer. Minha mão passeava pelo seu corpo, arranhando suas costas e seu abdome definido.

Os beijos dele eram tão consumidores e desejosos, que eu já não pensava em mais nada. Era como se Nico fosse uma música que fosse impossível de não seguir seu ritmo dançante. Ele tirou meu sutiã, e começou a sugar meus seios.

[...]

(PV. Harry)

Eu estava organizando a bagunça da enfermaria, até que achei um anel em formato de flor caído no chão. Perguntei-me de quem era, até que as memórias me vieram na mente. A mão de Ana quase me matando na caçada a bandeira, a espada de dela... Era melhor eu devolver depois.

Coloquei no bolso da minha calça, e logo depois de terminar de limpar a bagunça das meninas, decidi ir tomar um ar. Fui em direção a praia, já tirando minha camisa e sapatos, e pude ouvir suspiros das meninas, sorri com aquilo.

Pulei na água, o mar era como uma segunda casa, por mim eu seria filho de Poseidon sem reclamar.

E eu não sei porque, quando eu mergulhei algumas lembranças me vieram...

Flashback [on]

– Então você prefere o Nico? – Perguntei chegando mais perto dela.

– Harry entenda, eu sempre vou escolher o Nico! – Respondeu dando ênfase no “sempre”.

Ela se virou e foi embora. E era como se meu mundo desabasse.

Flashback [off]

Senti-me sufocado, só ai percebi que estava afogando. Submergi rapidamente. Comecei a tossir, e como se fosse minha imaginação, ela estava ali.

– Harry... – A voz dela me chamava. Tudo que eu sempre quis. – Harry, você não vai morrer desse jeito! – Ela falou e senti uma pancada forte no meu peito, e de novo...

Comecei a tossir, e a água que eu tinha engolido saiu da minha garganta.

– Nunca mais me assuste assim! – Me deu um tapa no braço. Eu tinha deixado ela preocupada?

– O que aconteceu? Ana? – Perguntei tentando me sentar, minha cabeça girava.

– Você se afogou! Seu louco! – Gritou, passando mão pelo cabelo quase o arrancando.

Sim, era Ana. E Afrodite sabe o quando feliz fiquei por tê-la visto.

– Ana! – A abracei, e ela ficou sem entender.

– Harry, ta todo mundo olhando! – Ela disse envergonhada, e achei fofas suas bochechas vermelhas.

– Ok. – A soltei. – O que ta fazendo aqui? Pelo que me disse estava ocupada demais para gastar seu tempo comigo...

– Eu não disse isso. – Falou me olhando nervosamente. – Eu já fiz o que tinha que fazer... – Ela abaixou o olhar. – E Quíron me mandou chamar os campistas que eu escolhi para ir à missão comigo...

– Você me escolheu para ir à missão com você? – Sorri.

– É Harry, vamos, estamos atrasados! – Ana se virou e foi andando. O que tinha acontecido com ela?

Peguei minha camisa, meus sapatos, e fui colocando enquanto corria para alcança – lá.

– O que aconteceu? – Perguntei, tentando um jeito de puxar conversa e de saber o que tinha acontecido. O que foi? Sou curioso, oras!

– Não aconteceu nada. – Ela não ousava olhar nos meus olhos.

– Qual é? Vamos lá! Conta-me o que aconteceu! Mais cedo você estava mais amável comigo! – Comentei cutucando-a.

– Não aconteceu nada. – Ana explodiu, e continuo a andar para a casa Grande, só que com mais pressa.

[...]

(PV. Ana)

Minha santa da batatinha! Porque a Milly não podia chamar o Harry? Porque tinha que ser eu? Eu mato aquela...

– Qual é? Vamos lá! Conta-me o que aconteceu! Mais cedo você estava mais amável comigo! – Harry disse me cutucando. Será que ele não entende que eu não posso e nem vou contar?!

– Não aconteceu nada. – Explodi, e continuei o meu caminho com Harry em meu alcanço.

Eu não sabia o porquê, mas estava me sentindo uma vadia! Merda, porque eu tinha que fazer aquilo?! Valeu mesmo Afrodite! Me de dois gostosos e nenhuma vontade para tomar decisões!

Chegamos rapidamente na casa grande, onde todos estavam. Pude ver o olhar do Nico sobre mim, e shit! Fui para o lado de Reeh, era melhor manter distancia, vai que o Harry acha que... E desde quando eu ligo para o que o Harry acha?

– Bem meninos, Renata, Milly e Ana escolheram vocês quatro para irem na missão e... – Quíron dizia até ser interrompido pelo Seth.

– Mas a profecia dizia cinco! – É verdade, está faltando um.

– E é por isso que eu escolhi alguém. – Nico anunciou, me deixando um pouco inquieta. – Pode entrar! – Gritou.

A porta se abriu, relevando uma garota loira de pele branca e olhos iguais ao do Harry, e espera ai! Essa é a irmã gêmea do Harry!

– E quem é você? – Renata perguntou mantendo seu ar de superioridade.

– Essa ai é a Daniele, mas conhecida como Dannyh. – Jake respondeu por ela, e aquele nome me trouxe lembranças de hoje mais cedo. Dannyh vadia! MERDA.

– Minha irmã. – Harry falou sem entender o que se passava.

– Eu não acredito nisso! Você só pode estar me zuando! – Gritei, e me virei para o Nico. – Por quê? É vingança, não é?

– Pode apostar que sim, amor. – Nico me respondeu piscando para mim, e me deixando com mais raiva.