Not Insane escrita por AnneLice


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Gente, mais um capítulo no ponto de vista do Jack gostosão. Espero que gostem.



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Jack

Era noite. O dia tinha sido perturbador. Alice tinha descoberto sobre os vampiros, mas ainda não sabia que eu fazia parte desse time. Isso era bom por um lado e ruim do outro. Bom porque ela não estava com medo de mim, não me achava um monstro. Mas ruim pois é difícil esconder quem você é da pessoa que você mais ama. Porque essa era a realidade: eu a amava. Ela era a única pessoa que eu tinha contato nessa nova vida. Eu não me imaginava vivendo sem ela. Alice era meu anjo, quem me guiava na escuridão.

Mas eu tinha problemas maiores do que esse. James era o nome do problema. Meu filho, de certa forma. Eu que criei esse monstro. E essa era a sua assinatura, matar pessoas e deixar os corpos à vista só para saberem que ele estava por perto. Isso era um sinal grande e piscante, dizendo: Estou aqui, me procure!

E eu fui atrás dele. Eu precisava saber o que ele estava fazendo na cidade. Tentando chegar até mim, utilizando a garota da minha vida. Destruindo a vida dela. Isso era apenas uma amostra de seu jogo. Ele poderia fazer estragos bem piores do que apenas matar três humanos. E ele iria. Ele queria que eu fosse a sua procura.

E eu fui. Eu deixei Alice em seu quarto, de certa forma rezando por sua proteção. Eu não estaria ali, não poderia protegê-la, e isso me aterrorizava. Mas eu estava indo atrás do assassino.

Me embrenhei na floresta. Isso me lembrava meu passado. Todas as perseguições aos bruxos na época das Cruzadas, quando eu ainda era um recém nascido nesse mundo das trevas. Eu me escondia nas floresstas, caçando guerreiros à noite, nunca permanecendo em um mesmo lugar por muito tempo. Mas essa noite eu não estava caçando, nem me escondendo. Estava indo atrás de um vampiro que era mais ágil do que eu, mas sem toda minha experiência.

Eu reconheci um cheiro familiar, formando uma trilha a minha direita. Segui, e parei em uma clareira.

-James, eu sei que você está aqui! Vamos, apareça! -Eu não falei mais alto que um sussurro, mas para um vampiro isso bastava. Segundos mais tarde, ele surgiu.

-Ora ora, se não é meu querido criador. Olá "papai". Como está? Parece bem, mas meio fraco. Fala pra mim, essa sua vida civilizada está te deixando preguiçoso? -Ele parecia arrogante e sarcástico.

-Eu diria "bom te ver, filho", mas isso seria uma mentira. O que faz aqui? -eu perguntei. -Quer dizer, além de jogar seus joguinhos. Matar a família da garota, você vai se arrepender disso.

-Olha só, papai está me dando um sermão. Tudo bem, vamos direto ao assunto então. Eu estava nas redondezas, e resolvi fazer uma visita. Estava com saudades.

-James, não me subestime. Você sabe que eu posso muito bem usar meu dom em você agora mesmo. -Tentei parecer ameaçador.

-Seu dom. Sabe quão patético isso soa? Não Jack, você não poderia usar seu dom em mim. Eu sou mais rápido. Você já tentou antes, e isso não deu muito certo... Mas já que você falou em dons, isso é parte do motivo de eu ter vindo.

Comecei a ficar levemente curioso. Dom? Ele não veio aqui apenas para trazer o inferno a essa cidade?

-Continue... -Eu disse.

-Sim, veja bem. Os Volturi, muito poderosos, estão querendo construir um exército. E eu estou na lista de possíveis soldados. Mas para isso eu preciso provar meu valor, coisa do tipo. Você sabe, eu nunca me dei bem com regras. Mas eu sou valioso. O problema é que eles estão de olho em Demetri. Sabe, aquele outro cara rastreador. Ele é o cara, segundo eles. E eu sou só um peão. Tenho que provar meu valor.

-Você quer entrar para a guarda Volturi? Para quê? Você não é um nômade? -Aquilo era uma notícia surpreendente. Ele era um vagabundo.

-Pela diversão, oras. Passar meus longos anos imortais fazendo joguinhos poderosos, junto com a elite. E conquistar o planeta. Isso é maravilhoso. Além da riquesa, do luxo. -Ele tinha um olhar doentio. James só se importava com a diversão, com o prazer da caçada. Se houvesse uma escravização humana em massa, isso equivaleria ao paraíso para ele.

-Acho que essa parte eu entendi. Mas me explica, por que você está aqui? Atrás de mim? Atrás de Alice?

-Alice, esse é o nome dela? Misterioso, um nome adequado para uma vidente. E sim, eu estou aqui atrás de você. Você por algum motivo é valioso também.  Acho que seu dom é atraente para os Volturi. Uma espécie de brinde, pois meu real objetivo é sua humana. Pena que ela seja deliciosa. Mas se ela é uma vidente como humana, magina como seria se fosse vampira! Nunca existiu antes, na história dos vampiros, uma vidente. Eu seria venerado! E os vampiros pediram especificamente por ela. Você sabe, o Aro, todo poderoso. Ele me disse que eu poderia ser útil, rastreando-a. Eu conseguiria o emprego, se eu a levar toda poderosa e vampira. Mas isso não vem ao caso. Você vai me acompanhar e se curvar diante dos Volturi, trazendo Alice consigo, ou eu devo incentivá-lo? Talvez massacrando essa cidadezinha? Transformando Alice na sua frente? Eu sei que você odeia ter sangue em suas mãos ultimamente. Deve ser por causa dos seus novecentos e trinta e sete anos. Imagino quantos humanos você já teve que sacrificar em causa própria.

Eu estava pasmado. Estava começando a fazer sentido. James queria entrar para o exército do terror, me levar como uma oferenda para os Volturi, e levar Alice também. Minha pequena Alice, sendo explorada de todas as formas possíveis. Pior ainda, minha pequena Alice perdendo sua alma. Ou morrendo no processo. James não tinha autocontrole suficiente para transformar alguém. Alice tinha um cheiro delicioso, seu sangue deveria ser uma tentação para ele. Ela não sairia viva... E eu deixaria de ser eu mesmo, seria um monstro assassino, pior do que antes.

-Eu te matarei antes disso. Você sabe que eu vou. -Eu disse.

-Adoraria vê-lo tentar. Até breve, "papai". -Disse James.

No momento que fui ao seu encontro, pronto para arrancar sua cabeça, ele fugiu para dentro da floresta, mais rápido que um raio. Nunca conseguiria alcançá-lo.

Voltei para o sanatório. Eu estava tremendo. Vampiros não sentem frio nem medo, mas no momento eu estava sentindo os dois.


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