Just In One Direction escrita por CostaSalazar


Capítulo 4
Capítulo 4




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Eram 10h da manhã quando Sofia chegou ao quarto de hotel, muito sorridente, cantarolando, com os sapatos de salto na mão. As suas duas companheiras de quarto, que estavam de saída para irem tomar o pequeno-almoço, ficaram embasbacadas a olhar para ela, que chegava naquele estado. Ao ver o aparato das companheiras, Sofia ri-se e exclama:

- Bom dia!

- O quê é que a menina andou a fazer? – Pergunta Lúcia num tom sugestivo.

- Ai… - suspira a recém-chegada. – Isso agora…

- Ai, ai! Vais ter de contar! – Exige Gina, ansiosa por pormenores. – Que tal esse Dj Malik?

Sofia não fez suspense, até porque estava impaciente para partilhar a sua experiência. Simplesmente contou toda a história e as amigas não conseguiam acreditar em tamanha aventura. Ela era maluca de se meter assim com um gajo que não conhecia de lado nenhum! Mas por outro lado aquilo era uma cena exótica, algo diferente e sensual. Sexo com um desconhecido… um bom nome até para um livro! E quanto mais Sofia aprofundava a história da sua louca noite, mais boquiabertas as outras ficavam.

- Mas não estou a perceber uma coisa: tu ficaste a gostar dele? – Tenta perceber Lúcia.

- Não! Achas? Um gajo que eu nunca mais vou ver na vida… Foi apenas uma noite diferente das outras. Uma boa noite… muito boa! – Explica a irreverente morena estatelando-se na cama. – E além disso nem cheguei a saber o nome dele ao certo. Não sei se é mesmo Malik ou não.

As outras duas olharam-se mutuamente e ficaram imóveis, sem reacção.

- Nem o nome dele quiseste saber? – Pergunta Gina ainda atónica.

Sofia ria-se estendida na cama.

- E quando ele te trouxe aí a baixo como é que vocês se despediram depois duma noite assim tão escaldante e sabendo que nunca mais se vão ver? – Pergunta Lúcia.

- Eu não vim com ele. Aliás, nem me despedi dele. Acordei, saí com todo o cuidado do carro para não o acordar, saí do parque e apanhei um táxi para aqui. Não é muito longe daqui o tal parque, por acaso.

- ‘Tás a gozar! – Exclamam as suas amigas com os olhos bem arregalados.

Mas a jornada chegara ao fim e era necessário voltar-se ao velho Portugal. A viagem correu muito bem, a chegada ao aeroporto é que foi algo chocante para Sofia. Vitor estava à sua espera, mas com tudo preparado ao pormenor para a surpreender. Quando ela chegou à sala das chegadas estava lá ele acompanhado de um homem de fato que começou a tocar violino, e ele segurava um belo ramo de rosas vermelhas e cor-de-rosa, tendo ao seu lado um cartaz que tinha escrito “Perdoa-me. Amo-te!”. Sofia, com todo aquele teatro, só lhe apetecia chegar à beira dele e acabar a palhaçada. Mas por outro lado ela conhecia-o e sabia que ele não era rapaz de se humilhar, por isso, se ele o estava a fazer é porque o que sentia por ela era verdadeiro. Nessa altura o seu coração amoleceu. Os amigos com quem ela viajou correram ao lado de Vitor, uns para gozar com a situação, pois conheciam-no e sabiam que ele era um ganzado, incapaz de um ato romântico, outros para apreciar a cena “romélica”. Algumas das raparigas ficaram com Sofia que ficou imóvel sem saber se devia lá ir ou não. As amigas diziam-lhe para reponderar sobre a sua situação com ele. Depois daquela demonstração do seu amor, Vitor merecia pelo menos uma conversa. Ele, vendo-a estática, levanta-se e dirige-se a ela:

- Desculpa por tudo o que te fiz. Eu sei que te fiz muito mal ao longo do último ano, gozei muito contigo, mas acredita que agora gosto muito de ti. Eu amo-te Sofia!

- Ó Vitor… Pára lá com tudo isto. Depois temos de falar. Eu vou até casa agora e tenho de esperar pela minha mãe, se não ela mata-me, porque ainda por cima não pôde vir ao aeroporto ver-me e está cheia de saudades. E também tenho de pensar em tudo isto, na nossa história. Mas logo à noite aparece lá para conversarmos.

- Obrigado por me ouvires.

Ela sorri-lhe levemente e continua a caminhar deixando-o radiante só pela ideia de poder estar com ela naquela noite.

Aquela cena no aeroporto tocou-lhe. Sentiu-se amada por ele e começou a pensar se não seria melhor dar-lhe mais uma oportunidade. Coitado do rapaz!... Tinha-se humilhado em pleno aeroporto por ela. Mas ao mesmo tempo surgiam-lhe já as saudades da sua liberdade de solteira, da louca noite do dia anterior com o Dj inglês… Não sabia o que fazer. Mas já lhe tinha prometido falar com ele, por isso tinha de ir.

Vitor estava já à porta do prédio. Sofia preferiu descer para falar com ele.

- Olá! – Cumprimenta-a ele.

- Olá Vitor! – Responde-lhe ela com um sorriso.

- Vamos para algum sítio com mais privacidade? – Sugere o rapaz.

- Pode ser. Mas não para muito longe.

- Como queiras…

Ambos entraram no carro e dirigiram-se ao rio. O local estava deserto e Sofia já não sabia se aquela conversa era a coisa certa a fazer. Passaram todo o caminho calados e ela só pensava no que iria falar com ele. Estava tão confusa!

Já sentados de frente para o rio, ele ia começar a falar mas ela interrompeu-o:

- Escusas de dizer outra vez que estás arrependido e que me amas. Já disseste isso, vezes de mais até.

O silêncio instalou-se novamente.

- Tipo Tó, eu estava realmente decidida a não ter mais nada contigo, nem ouvir falar de ti sequer, mas aquilo de hoje mexeu-me com os sentimentos. Só me vieste deixar confusa.

- Isso é bom. Ou melhor, bom para mim. Quer dizer que não me és totalmente indiferente.

- Talvez. O que seria normal, até porque eu gostei muito de ti, mesmo.

- E ainda gostas. Andas é a fugir disso.

- Por que dizes isso?

- Por que outra razão estarias tu aqui, agora, comigo? – Pergunta-lhe ele retoricamente, aproximando-se dela e afagando-lhe a face, envolvendo-a de seguida nos seus braços.

A moça dos cabelos aos caracóis, como relembrando os momentos bons que tinha passado com ele, até mesmo ali naquele sítio, começou a deixar-se levar. Já não conseguia reagir: os sentidos falavam mais alto que a razão. Então, já tomada por essa fraqueza, com uma voz quase imperceptível de tão baixa, só lhe disse:

- Não Vitor, não me faças ist…

E ele interrompeu-a com um longo beijo.


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