Just In One Direction escrita por CostaSalazar


Capítulo 144
Capítulo 144


Notas iniciais do capítulo

Mónica... Lamento :/



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No dia seguinte, quinta-feira, Gina tinha aulas de tarde. Ao regressar a casa, encontrou Sofia super entusiasmada.

- Mas o que se passou afinal?

- O Zayn, oficialmente, não é pai! Eu sei que é um boacado mau estar tão contente por algo como isto… Eu no fundo tenho pena da bebé, mas… Tipo, o meu futuro dependia muito disso. Assim as coisas vão ficar muito melhores…

- Então o Zayn não vai ficar com a Jane?

- Não. Os avós responsabilizaram-se por ela. O Zayn está com eles e com a bebé. Está a despedir-se dela porque acho que daqui a uns dias eles vão para França definitivamente. Mas acho que o Zayn está meio tristinho porque além de tudo ele já estava habituado à ideia de ser pai… Ele passava a vida no hospital.

- Pelo menos livra-se de ter de contar ao pai que que tinha tido uma filha.

- Isso havia de ser lindo também… No fundo, mesmo sem ter culpa, a bebé traria muitos problemas. É melhor assim.

- Pois… - Conclui Gina afastando-se em direção à cozinha.

- Olha, é verdade, o Derek esteve aí hoje. Queria falar contigo sobre não sei o quê muito importante e queria despedir-se.

- Despedir-se? Como assim?

- Ao que parece ele volta hoje para a California.

- Óie, óie… A sério? Eu gostava de me ter despedido dele…

- Pois… Mas ele esteve aí a escrever uma carta para ti… Está ali em cima da mesa da sala.

A namorada de Harry estranhou o facto de ele lhe ter deixado uma carta mas ao mesmo tempo achou fofinho da parte dele. Pegou na carta e sentou-se no sofá a lê-la:

Gina,

Lamento não ter tido oportunidade de me despedir de ti, mas quando cá vim, tu ainda estavas na universidade.

Gostaria que soubesses que desde que te vi pela primeira vez apercebi-me que eras uma rapariga diferente (porque ninguém lê livros num parque em Londres, no inverno… ninguém!). Confesso, e acho que já sabias, que tentei ter alguma hipótese contigo. Cheguei até a ficar um bocadinho cego por isso e fiz algumas grandes asneiras. Mas não queria que ficasses com má imagem de mim. Às vezes fazemos coisas que não são propriamente as mais corretas e só nos apercebemos disso depois. É aí que chega o arrependimento, se bem que que quase sempre tarde de mais. (Espero sinceramente que não seja o caso). Gostava que um dia mais tarde nos reencontrássemos e que tu estivesses com o Harry (porque apercebi-me que vocês gostam realmente um do outro e que merecem estar juntos), que estivesses feliz e que fosses minha amiga, porque eu nunca vou esquecer a "rapariga resmungona do parque".

Enfim, conhecendo-te sei que já estás com preguiça de ler, que estás a achar isto tudo umas lamechice e só continuas a ler porque és mais que muito curiosa. Só que eu preciso realmente de te dizer isto tudo para que compreendas o porquê de eu ter feito o que fiz e de eu ter desistido continuar com toda esta enrodilhada. Por isso, antes de te contar o que se passou, desde já, ficam aqui as minhas desculpas. Peço-te perdão por me ter intrometido de tal forma na tua vida. Estou muitíssimo arrependido e se pudesse voltar atrás, nunca o faria. E, sem mais rodeios aqui vai: certamente lembras-te das mesagens esquisitas que o Harry andava a receber no início deste ano… mensagens de um número para o qual ligaste e falou uma voz masculina… era eu; de certeza que também não esqueceste o Zorro que te beijou na festa de Carnaval… sim, também era eu; e agora, mais recentemente, umas fotos ridículas de um suposto Harry e da maluca da Caroline… pois é, fui eu que as tirei. Neste momento sei que me odeias profundamente e respeito e compreendo perfeitamente isso. Mas não pares de ler por favor! Se bem reparaste, eu referi-me à Caroline. Dever-te-ias perguntar de que forma a conheço e porquê que a chamei de maluca… Já lá chegaste, certo? Pois. Eu e ela juntamo-nos para (friamente dizendo) acabar com a tua relação com o Harry. A diferença é que eu cheguei a um ponto em que entendi de que nada me valia estar a fazer infeliz uma rapariga como tu só porque não me correspondia num sentimento que eu tinha (ou pensava que tinha). A Caroline não. Ela é doentia! Não tem limites! Esta última das fotos só a fiz porque ela me chantagiou. Mas eu tinha a certeza que tu e o Harry iriam ultrapassar mais uma vez. Acredita que me custou bastante…

Bem, tudo isto para que tenhas cuidado com ela. Não te chateies mais com ele sem investigar muito bem a origem de tudo. Provavelmente a Caroline não irá desistir tão cedo. Cuida-te e sê feliz.

Desculpa,

Derek.

- Oh meu Deus!

-x-x-x-

- Olha, tu não paras, não? – Questiona Raquel à amiga atriz que andava de um lado para o outro tentando decorar um texto.

Sem a ouvir, Débora não respondeu.

- Deixa-a lá Raquel… Ela está armada em profissional dedicada… - Brinca Mónica aumentando o tom de voz.

- Ah?

- Olha, acordou. – Ri-se a namorada de Dylan.

- Que foi?

- Senta-te aí um bocado, descansa! A Mónica ia agora contar-me a conversa com o Josh, de ontem.

- Ah, é verdade! Como correu? – Interessou-se a loira sentando-se no sofá.

- Oh! Nada de mais. Só lhe expliquei que neste momento o meu coração está ocupado e que por muito que goste dele, não é daquela maneira de coise…

- Ó Mónica… Eu com um Josh, pensava duas vezes se ficava ou não com o Dylan… - Remata Débora.

- Oh! O Dylan é bem giro! E também é fofinho.  – Defende Raquel.

- Quando é… - Replica a loira.

- Isso é contigo, que ele passa a vida a provocar. – Responde Mónica. – Mas ele curte-te bué.

- Eu sei. Eu também não estou a dizer que não gosto dele. Só que acho tão fofa a forma como o Josh olha para ti… Não sei… O Dylan já me inspirou mais confiança.

- Oh! Ele é fixe Débora… - Insiste Raquel.

- Ok, e eu não estou a dizer nada contra isso. Eu sei que é. Mas não sei. Pronto.

- Não importa. É do Dylan que eu gosto. – Finaliza Mónica.

- Pois… Tu é que sabes. – Desimporta-se a namorada de Niall.

- Olha lá, e o Niall? Com tanto estudo e trabalho e o caralho não tens estado quase nada com ele. – Interessa-se Mónica.

- Eu falo com ele todos os dias…

- Quando?

- À noite, por telemóvel. Às vezes por mensagens.

- Pobre coitado do moço… Tem de ter uma paciência contigo…

- Pobre coitado o caralhinho, 'tá? Eu é que ando aqui a matar-me de um lado para o outro para tratar do meu futuro. Ele compreende. E se não compreender que sa’ foda.

- Hey… ‘Tás má, tu, hoje… - Constata Raquel.

- Não é isso… Da maneira que vocês falam até parece que eu não gosto dele ou que não quero saber dele…

- Pois Debinha, pois… Tu tens razão. – Concorda Mónica para que a amiga não se exaltasse mais.

- Não me chames Debinha… - Reclama ela.

- Estou a brincar contigo, tola.

- Hum… E quem é que vai fazer o jantar hoje?

- Tu e o Niall estão mesmo bem um para o outro! – Exprime Raquel.

- Sabes como é… Tenho de me alimentar.

- Eu vou. – Disponibiliza-se Mónica. – Mas mais logo. Ainda são para aí seis e meia.

- Mas é que eu tenho de estar no estúdio às oito. Vou gravar até sei lá a que horas.

- Eu bem digo… Tu andas a trabalhar demais.

- Tem de ser. Mas vou ter o fim de semana inteiro de descanso desta vez. Pode ser que vocês parem de me chatear… E sim, vou estar com o Niall. Já combinei com ele.

- Uhhhh…

-x-x-x-

Dylan, naturalmente, acompanhou o primo ao aeroporto. Por muito que Derek estivesse um pouco triste porque sentia que só tinha feito asneiras durante o tempo que passou em Londres, os primos despediram-se alegres e cheios de planos para o futuro. Tão cedo, provavelmente não se veriam, mas não perderiam o contacto. O tempo que o californiano tinha passado na casa de Dylan, fê-los aproximarem-se e sentiam-se quase como irmãos. Mas a vida era mesmo assim…

Depois da despedida, Dylan conduziu para casa normalmente. Quando chegou, ao sair do carro, Mónica telefonou-lhe. Sabia da despedida de Derek e queria saber se o rapaz já tinha ido e se estava tudo bem.

- Está sim. E contigo amor?

- Também. Não queres vir cá jantar hoje? Vou começar agora a preparar o jantar.

- Já? Ainda é cedo.

- Pois, mas a Débora tem gravações às oito…

- Ah… Mas obrigado. Não vou. Vou ficar por casa e descansar um bocadinho. Fazemos assim, logo, quando puderes, anda cá ter. Eu fico à tua espera. Como estou cansado e posso adormecer, vou-te deixar a chave debaixo do tapete de entrada.

- Hum… Pode ser… Gosto disso.

- Então vá, até logo.

- Dylan!

- Diz…

- Amo-te.

- Eu também te amo minha tota. Beijinhos.

E as horas passaram. Uma conversa por telemóvel como muitas outras, afinal viria a ser muito importante. Não pelo conteúdo desta, mas pelo significado.

Mónica, após o jantar, ligou mais uma vez a Dylan, mas este não atendeu. Pensou que estaria a dormir, visto que ele tinha avisado que estava cansado. Por isso, não estranhou. Ele tinha avisado que ia deixar a chave debaixo do tapete, e, assim sendo, foi até à casa dele.

Chegou à entrada e facilmente encontrou a chave. Contente e ansiosa para abraçar o namorado, a portuguesa introduziu a chave na ranhura e deu as voltas necessárias para a porta abrir. Entrou. Tudo estava escuro e o ambiente estava esquisito. Um cheiro estranho estava no ar abafado da casa. Sentiu um arrepio, mas continuou a avançar ainda no escuro, por não encontrar o interropetor. Olhou para o sofá e parecia-lhe que lá estava o namorado. Andou um pouco mais depressa para a beira dele, mas sentiu calcar algo molhado, espesso. Ficou imóvel por algum tempo a temer que fosse o que ela estava a pensar. O coração batia já a mil.

- Dylan… - Chamava ela voltando atrás, tentando encontrar o interropetor.

Depois de algumas apalpadelas às paredes, conseguiu finalmente encontrar forma de ligar a luz. Virou-se para o sofá e apenas um grito angustiante ecoou por toda a casa. Virou a cara para não mais olhar para aquela cena. Não podia! Estaria ela a viver um pesadelo? Voltou a olhar, quis aproximar-se mas foi-lhe impossível, não conseguia. Começou a ficar mal disposta. Repetia o nome dele incessantemente enquanto as lágrimas lhe caiam pelo rosto. Nem tinha bem noção do que fazia ou deixava de fazer, nem do que via. Não queria acreditar. Correu para o exterior da casa. A imagem do namorado esvaído em sangue no sofá da sala não lhe saía da cabeça. Os olhos abertos, sem vida, a pele branca espelhando o vazio que ele era ali. Sabia que tinham sido aqueles animais com quem ele se tinha metido. Porquê? Como ia agora ela viver sem o homem que amava. As palavras dele soavam-lhe pela mente, de quando ele dizia que a sua profissão era amá-la: nascera vocacionado para isso, dedicava-se por inteiro e acima de tudo a ela, e fê-lo até à sua morte. Ele era o namorado perfeito! Não merecia morrer daquela forma por um único erro. Alguns vizinhos, ouvindo alguém chorar desesperada, saíram das suas casas e vieram socorrê-la. Em choque, não conseguia falar sequer. Dois homens correram para entrar na casa enquanto uma mulher ficou a fazer-lhe companhia e a tentar acalmá-la. Ela nada ouvia. Só viu um dos homens a telefonar, certamente para a polícia, depois de sair de lá de dentro. Então a portuguesa tomou consciência que tinha de se acalmar. Tinha de fazer um esforço para conseguir prestar as declarações necessárias à polícia. Necessitava da ajuda de alguém ao seu lado. Depois de um copo de água com açúcar que a vizinha de Dylan lhe arranjou, Mónica pegou no telemóvel e ligou para o melhor amigo.

-x-x-x- 

- O Dylan o quê? – Surpreende-se Gina que estava com o namorado.

- E a Mónica? Como é que ela está? – Preocupa-se Josh que tinha jantado na casa das portuguesas com Danielle e Harry.

- Não sei… Bem não está… Não sei. Eu… Eu tenho de ir.

- Espera, eu vou contigo! – Disponibiliza-se a namorada.

- E eu também. – Faz o mesmo Sofia.

- Não, deixem-se ficar por agora. O ambiente por lá ainda está muito pesado. E muita gente, muita confusão é tudo o que ela menos necessita. – Contrapõe-se Harry.

- Mas eu vou contigo. E não adianta impedir-me. Eu preciso de estar com a Mónica. Preciso de ver com os meus olhos que ela está bem. Preciso de a suportar se ela precisar. Se eu ficar aqui, vou dar em doido! – Impõe-se determinado o baterista com os olhos brilhantes pela preocupação com a amiga.

Todos ficaram a olhar para ele como se por aquelas palavras conseguissem sentir a dor que também ele estava a sentir pelo sofrimento de Mónica. Naquelas palavras tinha confessado perante todos que a amava. Harry não conseguiu negar. Ambos os rapazes seguiram caminho até à casa do fotógrafo, muito preocupados com ela e pasmos por tal acontecimento. O Dylan morto… Mas porquê? Enfim, era o que menos lhes importava no momento.

Quando chegaram, Harry correu para abraçar a amiga que começou a chorar soluçadamente. Aquilo doeu no coração de Josh. Uma lágrima quis escapar pelo canto do olho, mas ele não podia! Tinha de ser forte para a apoiar.

A noite estava fria, mas a polícia continuava as suas investigações. O vizinho da namorada de Harry não largava Mónica. Harry tentava tratar do que era necessário. Foi ele que ligou para a família de Dylan a dar a terrível notícia, foi ele que tratou de procurar certos documentos que a polícia necessitava. Enfim, tanto Harry como Josh foram incansáveis para ajudar a amiga naquele momento difícil. O silêncio do baterista tinha valido o mundo para ela. Era disso que ela necessitava: de um ombro amigo para poder deitar a cabeça e nada mais, sem palavra, sem movimento. Seriam umas duas da manhã quando Harry deixou Mónica em casa. Raquel, que já sabia de tudo, não conseguira dormir até ela chegar, mas quando a viu não sabia como reagir. Uma pessoa nunca sabe o que dizer ou o que fazer nessas situações. Mónica abraçou-a, mas desta vez não chorou. Já não conseguia. A apatia começava a dominá-la. Palavras eram quase nenhumas. Raquel respeitava e compreendia. Nessa noite deitou-se com a amiga. Não a queria deixar só. Como Débora ainda não tinha chegado e ainda de nada sabia, só a ela lhe competia a tarefa de suporte que Mónica precisava.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo sexta-feira. :)



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