Younger Souls escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 21
Capítulo 19 - Explosão - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Ooi amores da nossa vida! # Se esconde de vergonha
Eu sei, eu sei, que o capítulo demorou séculos par sair, e pelo MILHÕES de perdões por isso. Sei que é chato, e a nossa intenção nunca foi chatear ninguém, nem desrespeitar. Não foi intencional, e não vamos abandoná-las, tá? É uma promessa.
A verdade é que ambas passamos por um momento de falta de inspiração para a sequencia da cena da Explosão. E uma autora sem inspiração, é quase como uma tortura. Logo depois vieram as aulas, que começaram mais cedo, tempo reduzido, a correria. Mas, finalmente o capítulo novo está sendo postado! o/
Esperamos que curtam ele, e tenham uma boa leitura!
E para deixá-las mais curiosas, teremos a chegada de um personagem muito especial!
Beijos!
Até lá em baixo!



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POV. Joy

Eu não esperava que ele respondesse, não estava realmente chamando-o. Não esperava que simplesmente levantasse das cinzas pedindo para fazer de novo. Mas o desespero que crescia em meu peito não parecia querer ser contido. Chase estava morto. O MEU Chase estava morto. A pessoa que me fez enxergar as coisas lindas da vida quando eu estava cega a elas. O sonho que eu não sabia que sempre sonhara e que por um lindo acaso do destino se tornara realidade. Chase, Chase Darren. Mais uma vez, meu Chase. Não existia mais. Havia desaparecido, explodido, apagado em questão de segundos. Tudo o que ele pensara, seu segredo, toda a linhagem Darren, tinha acabado.

–Joy, temos que ir. É uma fábrica de produtos químicos, se dermos azar, tudo irá pelos ares novamente, e logo os Buscadores estarão aqui.

Eu podia ouvir suas palavras e até compreendê-las, mas não conseguia convencer meu corpo a se mover. Ele ainda estava em um torpor causado pelo grande número de ideias perturbadoras que zapeavam na minha mente enquanto cinzas e brasas incandescentes caíam a minha frente. Eu sentia como se aquilo fossem pedacinhos de Chase, queimando minha carne e furando minhas roupas. Como aquilo acontecera? E porque Chase? Teria sido um acidente? Alguém havia tentando nos sabotas? Será que Chase tentara nos matar? Não. Ele jamais faria isso. Será que tentara SE matar? Mas porque faria isso? Ele tinha um futuro brilhante... O braço gentil do meu pai encaixou-se sobre o meu ombro e lentamente me guiou na direção do carro. Escondi meu rosto em seu peito como fazia quando era pequena para espantar os pesadelos.

–Ele se foi, pai.

Eu disse baixinho, aterrorizada. Em choque, ousaria dizer.

–Eu sei, meu bem.

Fomos para o carro e lentamente, deixamos para trás tudo o que restara de Chase.

Quando acordei, suspirei. Que pesadelo horrível... É claro, não podia passar disso. Um pesadelo terrível, que agora tinha terminado. Só um pesadelo.

–Bom dia Joy.

Saudou meu pai baixinho, no banco da frente.

–Bom dia. – Respondi, olhando em volta, sentando-me no banco de trás, esperando ver a silhueta de Chase no banco de carona, mas o lugar estava lamentável e melancolicamente vazio. – Onde está Chase?

Perguntei, temendo que já soubesse a resposta. Ele não respondeu por um tempo e pude vê-lo apertar o volante, tenso.

–Joy...

–Nada daquilo foi um pesadelo não é? – Perguntei trêmula e fungando, interrompendo-o. – Ele realmente...

Ele fez que não.

–Foi o que imaginei...

Voltei a deitar no banco, tentando não pensar no quão frio ele parecia e no quão cinzento o mundo ao meu redor se tornara em questão de segundos. Depois de algum tempo, por alguma razão, papai fez algo inédito em nossas Incursões. Ligou o rádio. Talvez fosse o volume alto dos meus soluços ou o ensurdecedor clima de derrota e morte que pairava entre nós, mas logo, o rádio do carro estava sintonizado. A estação tocava suaves músicas da era das Almas que falavam sobre temas amenos e vidas felizes. Ótimo. Eles haviam matado Chase e estavam felizes com isso. Ele só atrapalhava seus finais felizes.

Ouvi as músicas por um tempo, sem me ater a nada, tentando manter minha mente completamente vazia, a fim de acalmá-la, para que o desespero pudesse ser drenado do meu cérebro. Um aviso importante interrompeu a programação bem no meio de uma música com uma melodia gostosa, sobre uma Alma em sua primeira vida.

–“Ontem a noite a abandonada fábrica de veneno para roedores explodiu. A fábrica havia sido abandonada devido ao extremo perigo de uma máquina defeituosa que ameaçava explodia há qualquer momento...”

Meu pai desligou o rádio, lançando-me um olhar por cima do ombro. Fiz que sim, agradecendo-o. Tudo o que eu queria agora era chegar em casa.

POV. Charlie

–... O perigo de uma máquina defeituosa. Felizmente, um sobrevivente foi encontrado no locar à tempo. O jovem já está sob os cuidados dos Curandeiros da Estação de Cura de Phoenix e deve ser liberado em alguns dias. Desculpem o incômodo. Agora retornem com a sua programação normal...

Uma nova música começou a tocar, diferente da outra, o que era uma pena, porque o ritmo daquela não sairia da minha cabeça até que eu terminasse de escutá-la. Era uma mania irritante que acompanhava esse corpo. Dentro da minha mente, o Charlie humano se remexeu, acordando do seu sono profundo. E lá íamos nós de novo. Sabia que devia ter desligado o rádio quando a transmissão foi interrompida, mas realmente acha que o havia reprimido dessa vez. Mas o cara não queria ir embora.

“-Pode ser ele. Partimos para Phoenix.”

Disse ele, acordando dando ordens.

–Não. Não vou fazer isso de novo. Meu Confortador deixou claro que não devo ceder a você. E eu já disse que vou descartar você e ir embora.

“-Mas... E se... Charlie... Ele é meu irmão...”

–Eu sei. É o que você sempre diz...

Ficamos ambos quietos, em um impasse. Eu sabia que acabaria cedendo e Charlie também sabia. Ele só estava me dando um tempo. Meu corpo desejava aquela viagem. O dever não era importante apenas para aquele humano no fundo da minha mente, que insistia em me meter nas mais variadas situações embaraçosas, como para aquele corpo que eu agora dominava. E o dever de proteger o irmão mais novo era o que mais o motivava, a razão mais comum para que ele acordasse. Deixei de lado a faca com que cortava os legumes para o jantar e peguei o celular, as chaves de casa e do carro e o distintivo de Buscador.

–É bom que seja mesmo ele dessa vez.

Eu disse fechando a porta, já cansado de tantos enganos, perseguindo alguém importante para mim, que eu nem ao menos conhecia. O coração que se tornara meu se partia a cada alarme falso dado.

“-Também acho.”

Ele disse dentro de mim, temendo o próprio descarte antes de ter a chance de reencontrar o irmão mais novo.

POV. Chase

Acordei atordoado, tentando lembrar onde estava e como chagar ali. Não estava em nenhuma das casas da praia e nem nas Cavernas. O que tinha acontecido? A explosão... As queimaduras doíam tanto... Como eu sobrevivera?

O primeiro sinal de que eu estava em civilização era um som que o nosso cérebro geralmente oculta depois de algum tempo porque estamos tão acostumados a ouvi-lo que não há relevância em continuar escutando-o. O tique e taque de um relógio. Em uma das casas da praia, havia um relógio velho que ficava em cima da porta da cabana de um cômodo, e arranhava a cada segundo. Nas primeiras noites, eu chegara a perder meu sono pelo quão barulhento aquela geringonça era, mas logo aquele, como todos os relógios dali em diante, eu parei de escutar depois de ouvir por alguns segundos. O que, naquela situação, podia ser muito perigoso.

Sentei-me de um salto, procurando saber, de uma vez por todas onde estava. O relógio, assim como o da antiga casa da praia, ficava logo acima da porta branca com uma janela redonda que geralmente se via em cozinhas de restaurantes ou... Hospitais! Uma Estação de Cura! Não, não, não, não, não, não, não, não! Joy e Ian! Também tinham sido pegos? Não podiam... “Não Joy”, pensei com os olhos enchendo-se d’água lentamente. Tentei levantar, mas minhas pernas e pulsos estava algemados ao leito clínico em que me encontrava. Puxei e forcei as algemas no intuito de arrebentá-las, mas tudo o que consegui fazer foi machucar meus pulsos que agora tinham uma carne rosada e macia como a de um bebê.

–Não adianta. São titânio. Só vai prejudicar sua pele nova.

Disse uma voz calma, que eu tinha certeza que jamais voltaria a ouvir. Era a mesma voz que durante anos me mandara acordar as seis da manhã e juntar comida, procurar água, escavar uma latrina. A mesma voz que gritava para que eu me deitasse no chão e fizesse as flexões como um bom soldado. Que gritava para que eu as fizesse mais rápido. Que me criara. Charlie.

–C-c-c-cCharlie

Gaguejei enquanto ele se mostrava, sob a luz branca da lâmpada acima de nós. Ele estava muito diferente do que estava quando eu o deixara do lado de fora de uma Estação de Cura como aquela, em Blythe. A cor voltara ao seu rosto e o braço já não sangrava mais. Ainda não deixava o cabelo crescer um centímetro a mais que o diâmetro de sua cabeça, mas se descuidara um pouco da barba , coisa que eu nunca o vira fazer a vida toda. Mas eu não devia culpá-lo. Devia culpar o reflexo prateado nos olhos castanhos, afáveis como os de um jovem cervo, que não estava tomando conta do seu corpo adequadamente, como seu Hospedeiro desejaria.

–Quase isso.

Ele disse dando de ombros.

–M-m-m-m-as como?

Perguntei, gaguejando pateticamente.

–Do mesmo jeito que curaram suas queimaduras e fizeram as pele crescer de novo. Cura.

O silêncio se instaurou por um tempo, ressaltando o barulho do relógio que parecia mais alto a cada segundo. Tic. Toc. Tic... Tentei organizar meus pensamentos e voltá-los para as possibilidades de fuga. Havia alguma? Não. Se não conseguisse me soltar do leito, não havia nada que pudesse ser feito. Meus pensamentos voaram para Joy. Será que ela estava em alguma sala como aquela, imaginando quando eu apareceria para salvá-la. “Não hoje, minha querida. Me desculpe. Eu amo você. Nunca se esqueça”, Pensei, desejando que se estivesse mesmo ali, pudesse me ouvir.

–Porque não fui invadido?

Perguntei confuso, esperando que se Joy estivesse ali, ela tivesse a minha sorte, caso estivesse mesmo ali, como eu torcia para não estar.

–Por minha causa. Eu disse que precisava falar com você.

–Porque?

Ele sorriu olhando para as mãos e logo depois levantando os olhos. Pude ver a luta diária daquela Alma nos olhos do meu irmão.

–Seu irmão não é bom para mim. Ele jamais me deixaria dormir se eu o deixasse sucumbir.

Fiz que sim, sorrindo.

–Ele deve te levar a loucura;

Eu disse, melancólico. A Alma deu um meio sorriso.

–Diariamente. É um bom rapaz. Mas não parece apreciar o meu chamado de Buscador e nem o ambiente da cidade.

–Ou você.

–É, ele também não é muito meu fã.

Novamente, o silêncio pairou entre nós. Do lado de fora da sala, além do relógio, podíamos ouvir os ruídos de um hospital normal. Curandeiros sendo chamados pelas vozes mecânicas dos alto-falantes nas paredes, para compareceram à Ala de Inserções. Um carrinho sendo empurrado do lado de fora da nossa porta.

–Ele... Se preocupa muito com você, Chase. Muito. Mas nós concordamos que não queremos que você fique sozinho lá fora, onde há Buscadores piores do que eu. Queremos que você aceite, voluntariamente, ser um de nós.

“Charlie... Ainda pensa que sou uma criança”.

–Não. E eu não estou sozinho lá fora.

Percebi que havia acabado de entregar meus companheiros a um Buscador que podia ou não ter sufocado meu irmão com as pequenas antenas prateadas.

–Não está?

Ele perguntou, parecendo surpresos, mas sem fazer mais perguntas, como um Buscador normal faria.

–Não sou mais criança Charlie. Você se foi e eu me ajeitei. Foi o que vocês sempre me ensinaram. O soldado aprende e obedece, logo, vive.

Ele fez que sim, sorrindo orgulhoso. Eu pude jurar que era Charlie, absolutamente como sempre fora, a tirar pelos olhos prateados. Ele tirou um molho de chaves do bolso e pôs-se a me soltar, um par de cada vez. Minha nova pele rosada machucara-se muito fácil com os puxões que eu dera no início.

–Eu... Estou indo embora, Chase. E Charlie não quer outra Alma dentro dele. Antes de você aparecer, estávamos conversando sobre descartá-lo. Mas agora...

–Ele quer me proteger.

Conclui a frase para ele. A alma fez que sim, soltando meu pé esquerdo. Será que ele jamais aprenderia?

–Mas você sabe que não o deixarão simplesmente sair pela porta da frente, precisamos de um plano...

–Espera aí... Porque você nos ajudaria?

Ele terminou de abrir a ultima algema, liberando meu pulso esquerdo, e guardou o molho de chaves no bolso.

–Porque vocês merecer. Acredite, seu irmão me convenceu disso. Além, do mais, nada mais resta na Terra para mim. O que é uma boa ação a mais, certo? – Ele foi até uma cadeira próxima a janela e trouxe uma bolsa que jogou no meu colo – A história é a seguinte. Te soltei quando achei que você estava apagado, e você fugiu.

Fiz que sim, olhando dentro da mochila. Haviam algumas das minhas antigas coisas, mas estavam todas chamuscadas e meio comidas pelo fogo. Haviam coisas novas também.

–Desculpe pelas suas coisas, não deu para salvar muito. E as novas... Bem, digamos que Charlie não lembrava que você tinha ombros tão largos. - Fiz que sim, vasculhando as coisas na mochila. – De qualquer modo, o plano é esse...

POV. Joy

Voltar para casa não oferecia nenhum conforto adicional. Sofrer em casa era apenas sofrer perto de pessoas que eu amava e esse era o único bônus. De volta aos ratos e sem Chase... Ele me mostrara, e me fizera acreditar que podia ter uma vida interia cheia de aventuras e emoções como eu sempre sonhara Agora eu só não queria vivê-la mais. Não sem Chase para listar as lições do dia. Jullie me abraçou forte quando papai contou a ela ocorrido.

–Ele te amava. Sabe disso não sabe? – Eu fiz que sim, à beira das lágrimas. – E ele vai continuar amando, não importa onde esteja. Para sempre. Eu sei disso.

Suas palavras me emocionaram e cutucaram a pequena esperança encolhida, chorosa e solitária no canto do meu peito. A esperança de que “onde quer que esteja” pudesse significar que estivesse vivo. Com uma sorte exagerada, voltando para mim. Talvez eu só estivesse me enganado, mas não podia deixar de fantasiar acerca daquilo. Recusava-me acreditar que existia um mundo em que tudo o que Chase passara, sua história, sua personalidade, seu amor por mim e por todas as coisas livres tinham simplesmente desaparecido. Esse não era o mundo que eu queria viver.

–Nunca vou me esquecer dele também. – Respondia, apertando mais o seu abraço. “E vou esperá-lo para sempre”, Completei mentalmente.

POV. Chase

“Não se preocupe Joy, estou chegando”, Pensei, encolhendo-me mais no armário que me escondia. Tinha que ficar atento ao momento exato de agir. Quando o Curandeiro saísse para buscar uma Alma, e deixasse o assistente tomando conta, era quando eu devia atacar. Não seria difícil. Eu já havia seguido planos piores.

Sobre a cadeira de rodas, Charlie ficava bamboleando e ameaçando cair, mas isso só parecia ressaltar que ele estava dormindo. Enquanto caminhava pela Estação de Cura em direção à saída, eu suava frio, empurrando a cadeira de rodas. Eu chegava a tremer de medo de ser pego, apesar de reprimir os tremores para que as Almas não percebessem. Elas sorriam para mim como se eu fosse uma delas.

–Indo para casa?

–Parabéns!

–Boa sorte na nova vida garotão!

Eu só me esforçava para sorrir e assentir quando eles nos cumprimentavam. Foi um alívio finalmente passar pelas automáticas portas de vidro. Abri o carro da Alma que costumava habitar meu irmão. Lancei um olhar para a Estação e só encontrei a recepcionista acenando e não o desastre entupido de Buscadores que eu esperava ter desencadeado. Em pouco tempo, o Curandeiro voltaria à sala de operações e encontraria seu ajudante no chão,

dormindo tranquilamente, e seu armário vazio – havia pegado algumas coisas, por prevenção. A jornada era longa. Eu não sabia quanto tempo tinha.

Tratei de acenar para a mulher com um sorriso e de sentar Charlie no banco da frente, afivelando o cinto ao seu redor. Fiquei aliviado de finalmente entrar no carro e trancar as portas, como se aquilo pudesse me oferecer alguma proteção. Não podia. Mas eu estava com Charlie agora. E depois de tanto assistir Allie chamando humanos de dentro de suas mentes, eu sabia o que fazer para tê-lo de volta. Agora tudo estava bem.

–Não se preocupe, Charlie. Se é que isso é possível. Logo estaremos em casa.

POV. Charlie

Quando abri os olhos, eu estava sozinho. Sozinho em minha própria mente. Não havia nenhuma Alma teimosa do Planeta dos Golfinhos para me desafiar e me fazer lutar pelo que era meu por direito. A sensação era incrível. Chase estava esparramado sobre o capô e o parabrisa, de braços cruzados, sua silhueta negra contra a lua cheia que iluminava o mundo ao nosso redor. Suspirei e recuperando o controle das mãos – minhas PRÓPRIAS MÃOS! – desafivelei o cinto e abri a porta, saindo do carro, com as pernas um pouco tremulas da falta de uso. Chase ouviu a batida na porta, olhou para mim e sorriu levemente.

–Não é bom ficar ai em cima. Um Buscador pode aparecer.

Ele revirou os olhos e riu, jogando algo em minha direção. Apanhei antes que caísse ao chão.

–Você é inacreditável mesmo. É bom ter você de volta. Por nada, a propósito. Isso aí é seu... Buscador Charlie.

Olhei para o que ele me jogava. O distintivo de Buscador da Alma Charlie reluzia na forte luz do luar. Olhei ao redor, procurando saber onde Chase estava nos levando.

–Onde estamos?

Perguntei.

–Deserto do Arizona. Faz uns dois dias que saímos de Phoenix. A gasolina acabou umas horas atrás. Eu estava te esperando acordar. A partir daqui seguimos a pé;

–A partir daqui para onde, soldado?

–Para casa.

Ele respondeu vaga e simplesmente.

–Não lhe passou pela cabeça esperar e perguntar ao seu oficial onde ir?

–Não. Porque o oficial sou eu. E você vai seguir as minhas regras.

–Porque? Eu sou o mais qualificado.

–Não importa. Você ficou fora tempo de mais. Não me protege mais. É minha vez de te proteger.

Por um segundo, fiquei sem palavras, diante da decisão de Chase. Era como se eu estivesse sendo esbofeteado... Por mim mesmo. Ele já não era uma a criança que fugira de mim na praia e que não entendia os sacrifícios que eu, Carl e Cameron fizéramos por ele. Durante os meses que ficou sozinho, ele se virou. SobrevivEU. Fiz que sim, batendo continência, cheio e orgulho, do cadete que eu tinha formado.

–Então me mostre o que sabe fazer, senhor.

POV. Sarah

–Eu achei mesmo que ia te encontrar aqui.

Sorri quando Ryan apareceu, escalando pela nossa corda pendurada, a porta para o nosso mundo. Havia algum tmpo que eu estava ali, deitada sobre a nossa manta, perdida em pensamentos. Ryan veio até mim e sentou-se ao meu lado. Aconcheguei minha cabeça em seu colo.

–Qual o problema?

Ele perguntou.

– O veneno para ratos fede – Eu respondi, dando de ombros e franzindo o nariz, lembrando do cheiro nojento – E não consigo parar de pensar na explosão que seu pai falou... Pobre Chase. Joy deve estar acabada...

Ele fez que sim, brincando com meus cabelos.

–Experimente dormir no meso quarto que ela. Chama por ele quando dorme. Às vezes grita. É muito triste.

Concordei com a cabeça. Peguei sua mão que brincava com meus cabelos e passei a brincar com seus dedos por um tempo, sentindo o ar frio da noite aliviar o calor que as pedras tinham absorvido durante o dia.

–Isso não é a única coisa que está te incomodando, não é? – Fiz que não – O que foi?

–É só que... – Suspirei. Eu não queria dizer aquilo em voz alta – Não é justo com eles. Só isso. Eles se amavam tanto...

Eu disse baixinho, mas assim que a frase deixou os meus lábios, Ryan já sabia que eu estava mentindo. Ele sempre sabia.

–Sar...

Suspirei.

–Não paro de pensar em você, Ryan.

Ele sorriu, convencido.

–Sei que sou irresistível, mas não entendo a relação entre mim e o assunto.

Demorei um pouco para responder, voltando a brincar com seus dedos nos mãos. Com a mão livre, ele me parou, fazendo-me olhar para ele, diretamente para aquele olhos Neve, Safira e Meia-Noite, com quem eu compartilharia até o meu segredo mais profundo.

–Não consigo parar de pensar o que aconteceria... Se fosse você. Se você estivesse naquela fábrica alguns dias atrás.

Ele sorriu levemente, abaixando-se para beijar minha testa.

–Não foi, Sar.

–Mas da próxima vez pode ser. E eu me pego imaginando... O que seria me mim sem você? Eu quase morri quando terminamos por um dia e meio, quando brigamos por causa da Kath e...

Ele sorriu meigamente e afastou meus cabelos dos olhos.

–Você, que tia Maggie, Sharon, Megan e a tia Mel me desculpem, seria a Stryder mais linda. Uma menina incrível, que iria superar a minha perda e um dia, quando essa guerra acabar, cursar veterinária e ajudar a todos os coiotes famintos do deserto. – Sorri. – Não importa o que você faria sem mim. Seria incrivelmente lindo de qualquer jeito.

Sorri ainda mias puxando-o para perto para um beijo.

–Sem mim, você seria um lindo neurocirurgião, que alternaria entre salvar vidas e causar ataques cardíacos em jovens e inocentes moças apaixonadas.

Ele riu.

–Eu preferia que nós fôssemos tudo isso... Juntos.

–É. Acho que seremos. Um dia.


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Notas finais do capítulo

E todas podem respirar aliviadas, SIM, nosso Chase está vivo!!! E agora, tem companhia!
O que acharam da chegada do nosso novo personagem? Será que ele vai se adaptar nas Cavernas do tio Jeb? Será? Bem, essas e outras questões serão respondidas no próximo capítulo!
E ah, uma boa noticia, semana que vem, teremos um novo capítulo, e esse terá um momento muito especial, vocês vão amar (:
Não deixem de comentar, quando mais comentários, mais as autoras ficam felizes, tem mais inspiração, postam com mais frequência, e todas ficam feliz (: Viram que beleza, não dói nada =D
Beijos!
Até o próximo!
Caah & Bella



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