Younger Souls escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 15
Capítulo 14 - Katherine


Notas iniciais do capítulo

Olá meninaaas!

Adivinha quem é?
Sou eu, a Bella! Achavam que eu nunca ia aparecer? Mas aqui estou! Não contavam com minha astúcia, né?
Em primeiro lugar a Caah queria pedir desculpas pela demora, mas o Word dela não quis colaborar, então aqui estou, para salvar o dia!
Então aqui está, mais um capítulo! Espero que gostem e até lá embaixo!



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          POV. Jullie O’Shea:

- Devo informar a alguém que estou sendo raptada?

Brinquei fingindo um biquinho de indignação enquanto Matt me puxava pela mão para fora da pequena cabana de palha que eu dividia com meus irmãos.

- Não estou de raptando, Jullie! - Matt disse corando com a minha acusação – Só quero te mostrar um lugar que eu encontrei por acaso.

- Um... Lugar?!

Indaguei franzindo o cenho me recordando que Matt havia sumido durante o dia inteiro.

- Sim.

Disse dando de ombros.

Depois de mais um belíssimo jantar sobre a fogueira e recheado das histórias de Gil em sua vida de resistente, e claro, provocações da tal Cassie, papai e mamãe nos mandaram dormir cedo, pois amanhã teríamos um longo dia de volta para casa.

Nossa casa.

Nossas cavernas.

Eu sentiria falta do ar puro e da sensação de liberdade que esse lugar paradisíaco trazia a cada um de nós, eu sentia muita falta da minha casa desde que eu me entendo por gente, sentia falta de cada corredor rochoso, do ar seco do deserto, do cheiro sulfúrico da sala de jogos, do pão recém- assado na cozinha pelas mãos de fada de Truddy.

- Estamos quase chegando.

Matt disse sorrindo de lado e eu sorri de volta singelamente completamente perdida pelo brilho de seus olhos verde escuro por causa da pouca luminosidade e senti meu rosto esquentar estranhamente quando ele entrelaçou nossas mãos.                                                 

Aquele era lamentavelmente meu lado Peregrina se manifestando.

- Eu vou sentir falta daqui... – Murmurei encarando por alguns segundos as ondas calmas vindas do mar, sentindo a brisa fresca sobre meu rosto. Na areia branca e fofa eu podia ver facilmente a trilha deixada por nossos pés na nossa caminhada.       

- Eu também – Matt disse virando-se para mim, sorrindo minimamente. – Mas há algum tempo atrás uma sábia pessoa me disse, que o que faz de um lugar especial são as pessoas que estão ao seu lado – Pausou pegando uma mecha do meu cabelo dourado – E agora eu tenho certeza que desde que você esteja do meu lado, eu iria até o fim do mundo.          

            - Mesmo?

O encarei sem acreditar que ele estava mesmo ali, olhando sereno para o mar enquanto colocava as mãos nos bolsos da bermuda caqui.

            - Sim, você não concorda, Raio de Sol?                                                      

Pisquei um pouco surpresa e voltei a olhar para o mar, assentindo em resposta a pergunta dele. Como ele descobrira meu apelido de criança?! Ah aquilo tinha dedo de Peregrina, ah se tinha, se bem conhecia minha mãe ela devia estar trabalhando para que Matt conhecesse todas as minhas qualidades e micos durante meus curtos dezenove anos de vida.

- Com toda certeza.

Murmurei abaixando os olhos enquanto me lembrava de quanto a minha vida tinha mudado depois de sua chegava às cavernas. E agora, eu era capaz de entender perfeitamente como Joy se sentia em relação à Chase.

A vida e os amores sempre continuariam.

Eram laços que nem mesmo a razão seria capaz de explicar.

- Certo, agora eu preciso que você feche os olhos Jullie. – Matt disse meio sem jeito como se não soubesse ao certo o que fazer. Suas mãos cobriram meus olhos com delicadeza e novamente a corrente elétrica percorreu meu corpo. – Tem que confiar em mim agora, ok?

- Eu confio.

Falei atendendo prontamente ao seu pedido.

No completo escuro, eu me senti sendo guiada pelas mãos firmes de Matt em direção a um caminho que não me era familiar. Matt ia me instruindo a seguir em frente e podia sentir a areia afundando sobre os meus pés descalços e me concentrava em contar os passos.

135 passos, 136 passos, 137 passos.

– Por aqui - Matt disse com voz macia e ele estava me guiando novamente. Nossos passos ecoavam de volta rapidamente – o lugar onde estávamos devia ser bem pequeno. Eu encolhi minha cabeça instintivamente.

E de repente, nós paramos abruptamente.

- Chegamos.

Matt disse e pelo seu tom de voz, eu sabia que ele estava sorrindo e assim ele foi tirando as mãos sobre os meus olhos. Eu pisquei lentamente, e as sombras ao meu redor faziam formas que eu podia entender agora, rudes e desiguais rochas, um teto, o chão empoeirado e gasto.

- Oh! Isso é incrível!

Exclamei surpresa.

Aquele era o lugar mais lindo que meus olhos já tinham admirado.

- Bem, digamos que esse é um pedido atrasado de desculpas.

Matt disse sem jeito enquanto eu ainda admirava o lugar de aguas transparentes, analisando ou não se seria apropriado nadar aquele horário.

- Desculpas?

Indaguei confusa.

- Sim, desculpas por não ter notado antes a garota incrível que você é. – Disse sorrindo calorosamente – Você é especial.

- Obrigada Matt.

 Disse corando.

- Com certeza eu nunca irei me esquecer dessa última noite aqui.

Ele sorriu satisfeito.

Mas tinha algo que eu precisava saber.

Era uma dúvida, uma pequena pulga, que eu ainda carregava dentro de mim desde o dia em que nos beijamos pela primeira vez naquela rápida incursão.

E se Matt ainda amasse Joy? Ou estivesse dividido? Aquilo mais me pareceria daqueles filmes e histórias humanas melodramáticas em que o jovem garoto confuso tem de escolher entre as duas irmãs gêmeas e obviamente eu estaria fora dessa equação. E se nosso beijo não tivesse passado de hormônios em ebulição pra ele?                                                            

Não poderia competir contra a minha própria irmã, embora ela namorasse Chase, não conseguiria dar um passo a frente no meu relacionamento com Matt sabendo que ele ainda sentia algo pela minha irmã.                 

            - Matt, eu posso te fazer uma pergunta? – Perguntei calmamente voltando a olha, criando coragem – Você ainda gosta da Joy?   

Eu me surpreendi com o tom da minha voz naquele momento, cheia de dor e uma pitada ciúmes e rancor. Era tudo tão novo pra mim, eu não fazia ideia de como agir e me perguntava o porquê de parecer tão fácil para Joy.                                                           

Ele se aproximou, sentando bem ao meu lado, e pegou minhas mãos, segurando-as fortes junto as suas. E estranhamente ele não pareceu surpreso com a minha pergunta, ao contrario, era como se ele esperasse por isso e um sorriso largo surgiu em meu rosto quando ele acenou a cabeça em resposta.          

- Joy é uma boa amiga, sabe, com a ajuda de certa pessoa... – Ele disse encabulado me fazendo rir de sua meia careta. –Acabei descobrindo que estava distorcendo meus sentimentos. Eu estava apaixonado pela irmã errada. 

Como se tivessem vida própria meus braços envolveram seu pescoço e minhas mãos enterraram-se no seu cabelo curto, mantendo-o perto à medida que nossos lábios se uniam e fiquei surpresa quando ele correspondeu o beijo com devoção.

 Bem, agora tenho que concordar com o ditado que diz que a pratica leva a perfeição, isso está totalmente correto. Apesar disso não tivemos muito tempo até sermos interrompidos bruscamente por vozes exaltadas que se aproximavam

- Parece que não estamos sozinhos...

Murmurei meus olhos azuis duplicando de tamanho.                      

- Buscadores?

Matt sussurrou uma pergunta que ficou presa no ar.

Oh não!

-Katherine nós ainda não terminamos nossa conversa, não vire as costas para mim! – Uma voz terrivelmente sedutora e firme. Não eram Buscadores e isso me fez soltar a respiração que prendia até então – Eu sou sua mãe!

- Agora você se lembra disso?!

Retrucou uma voz mais fina, porém igualmente firme.

- Foi só essa gente chegar e você já está se virando contra mim!

Resmungou a mulher que imediatamente reconheci como sendo Cassie.

- Não esqueça que você quase os destruiu por um capricho seu, mãe! – Ela disse sua voz uma oitava mais baixa - Por que não os deixa em paz? Eles são felizes, deixe-os em paz!

- Katherine eu já disse que você tem que se aproximar deles! – Ordenou Cassie com voz dura – Você é meu único trunfo agora minha filha! A minha única chance que eu tenho para me vingar!

- Por favor, mãe...

  Implorou.

- Jullie, o que vai fazer?!

Matt sibilou quando comecei a caminhar pelas pedras lisas seguindo a direção em que vozes ecoavam.

- Shh!

Sibilei para que ele se calasse.

Eu mal podia acreditar na cena que estava presenciando. A pequena garota que tinha o mesmo nome de nossa avó, estava com as orbes marejados e ombros encolhidos enquanto Cassie a segurava pelos seus braços

- Ei, o que pensa que está fazendo?

Falei minha voz saindo mais dura do que eu realmente pretendia.

–É melhor você ficar calada, garota. – Ela me fuzilou com os olhos e em seguida olhou para a filha – E espero que pense muito bem na conversa que tivemos aqui.

Matt e eu nos entreolhamos espantados.

- S-i-m.

Murmurou Katherine em concordância.

–Na verdade – Me intrometi dando um passo a frente – Ela vai com agente.

Os dois olharam-me espantados, até eu me espantei com minha própria atitude.

- O que disse?!

Cassie disse com os olhos ardendo em chamas.

- Se Katherine quiser, está convidada para conhecer as cavernas.

Falei decidida.

Eu estava defendendo a herdeira da mulher que quase destruiu meus pais meus pais inúmeras vezes. Sangue do seu sangue. Mas estranhamente eu não me sentia mal por isso, ao contrário. Defendê-la me trouxe uma sensação de dever cumprido.

- Sempre quando olho nos seus olhos, eu vejo a cópia perfeita de Peregrina.

Ela disse com um olhar de desdém.

- Eu tenho muito orgulho disso, pode ter certeza, Cassie.

A vida havia nos separado da nossa avó e não tivemos a chance de salvá-la. Mas agora tínhamos uma nova chance. Poderíamos salvar Katherine e eu não deixaria essa chance passar.

No Dia Seguinte

        POV. Katherine:

           

            Eu nunca tinha saído da praia com a minha mãe, e acredite, era tudo o que eu mais queria na vida. Quando descobri que ela estava banida daquele lugar estranhos e remoto nas cavernas, eu percebi que era o único lugar em que eu poderia ter um pouco de paz na vida. Não me entenda mal, eu amo minha mãe, mas definitivamente não concordo com... A maioria das atitudes dela. A falta de ética emana dela como um perfume afrodisíaco. Um exemplo? Uma – de muitas - das maiores fontes de discussões é a questão do meu pai, que ela adora dizer que é o tal do Ian, mas pelo que tinha visto na praia, ele jamais teria olhos para ninguém senão a esposa, o que era além de louvável, compreensível, tendo em conta que Peg era simpática e amorosa, e minha mãe era... Bem, Cassity Stewart.

            Ela era dissimulada e determinada. Não havia espaço para carinho ou nada parecido, eu tinha sorte de nascer com a cabeça feita, ou arriscaria de ser tão fechada e fria quanto ela. Voltando ao assunto, apesar de ser batizada com o nome da minha suposta avó, mãe de Ian, eu tinha certeza que tudo era um jogo da minha mãe, tendo em vista que ela era cheia deles. Não havia semelhança alguma entre mim e meu suposto pai, sem contar que ela estava banida das Cavernas havia mais de 20 anos, e eu tinha 14. Mas eu sabia com quem eu tinha certa semelhança. Vivendo na praia conosco havia um homem chamado Jimmy Garrett. Ele morava há 3 casas de distância, sempre distante, mas sempre perto o bastante para que eu o visse ali. Ele olhava para minha mãe com um olhar triste e cansado, como se tivesse pena dela, ou de si mesmo, como se remoesse algo.

            Era um homem calado, de poucas palavras, e quase ninguém conhecia a voz dele, mas quando falava, falava apenas comigo, e sempre gentilmente, me fazendo favores, sempre se mostrando prestativo. Ele era meu pai. Eu tinha certeza.

            De qualquer modo, as Cavernas eram um lugar novo, com novos lugares, pessoas, possibilidades, amizades... Quem sabe, se eu desse sorte, talvez até mesmo um romance?

            -Ryan!!!

            Ouvi um grito tirando-me das minhas divagações. Era dirigido a um dos irmãos que viajara comigo, o mais novo. Uma das mais velhas, a loura, Jullie, viajou conosco e a outra com os homens, Jamie e Alysson no outro carro. Havíamos conversado um pouco, ela era muito simpática, mas o garoto, Ryan, manteve um silêncio irritado, como se minha presença o deixasse pouco a vontade.

            -Sar!!!

             Uma menina mais ou menos da minha idade veio correndo e se jogou nos braços de Ryan, e ele passou as mãos pela parte interna de suas coxas, trazendo-a mais para perto de si.

            -Que saudade...

            Ela choramingou cheirando seu pescoço. Virei o rosto. Aquilo era claramente um momento íntimo entre os dois. Apenas para o registro, minha mãe não teria essa sensibilidade toda.

            Outro jovem saiu das sombras pelo mesmo lugar que a garota tinha aparecido. Era parecido com ela, deduzi que deveriam ser irmãos, pelos mesmos olhos castanho-esverdeados e os cabelos castanhos escuros, apesar de nele serem mais rebeldes e penteados com muito menos freqüência. Ele chegou no momento que o homem, o garoto, Jamie, Alysson  e a outra irmã desciam do carro. Joy se dirigiu a Jullie sem vê-lo e elas trocaram algumas palavras baixinho encostadas ao carro enquanto os pais desciam deste, resmungando sonolentamente e esfregando o rosto para espantar o cansaço da viagem.

            -Ei! Minhas companheiras! Até que enfim! Que saudade das minhas gêmeas favoritas!

            -Benji!!!

            Elas responderam em uníssono sorrindo e se aproximando. Ele abriu os braços e recebeu as duas em um só abraço, abrigando uma de cada lado. Tive a impressão de ver os olhos do homem que trancava o carro faiscar, mas logo passou.

            -Então como está Sally?

            Perguntou Joy.

            -Se adaptando... Como foi lá na praia?

            Distrai-me da conversa quando senti um toque no meu braço. Era a garota que momentos antes estava nos braços de Ryan.

            -E você quem é?

            Perguntou com um leve toque de ciúmes na voz. Sorri tranqüilizadora. Eu tinha certeza que eu era a última garota que Ryan iria querer.

            -Sou Katherine Stewart, pode me chamar de Kath. Vim passar uma temporada por aqui.

            Estendi a mão e ela a apertou.

            -Sarah Stryder, pode me chamar de Sar. É bom ter alguém da nossa idade por aqui. O Ryan e o Scott já estavam cansando a minha beleza, e a Jenna bem, é pequenininha, só tem três anos, mal sabe falar. Tem a Joy e a Jullie, mas elas têm namorados sem contar que elas só saem com o meu irmão então, estou feliz que está aqui.

            Eu não tinha entendido metade do que ela tinha dito, mas sorri como se tivesse. Esse era meu maior talento. Sorrir o tempo todo.

            Sarah fez questão que eu conhecesse todos que encontramos nos corredores e no refeitório, e como era hora do almoço eu devo ter conhecido quase todo mundo, não que eu fosse me lembrar de todos aqueles nomes até o dia seguinte, mas não queria fazer uma desfeita com Sarah, que parecia me considerar sua nova MAPS – Melhor Amiga Para Sempre. Ela conversou com o líder da resistência, que fiz questão de gravar o nome, que para todos era Jeb, mas para Sarah, tio Jeb. Ele disse onde eu iria ficar e Sarah ia me arrastando para lá até que esbarramos em um dos primos dela, com cabelos escuros e olhos azuis que brilhavam faiscantes na escuridão com um ar invocado.

            -Cuidado Sar. Assim você atropela alguém.

            Ele disse barrando seu caminho.

            -Você não seria tão prestativo a ponto de ser atropelado, então, saia da minha frente.

            -Também senti saudade prima querida. – Ele disse com um sorriso zombeteiro que me lembrava muito alguém que Sarah tinha me apresentado. Seu olhar imensamente azul se desviou para mim – E você gracinha? Acho que nunca te vi por aqui... Eu sei que me lembraria de alguém que merecesse o adjetivo “gostosa”.

            Antes que pudesse evitar, o tapa já tinha saído, deixando seu rosto vermelho na exata forma da minha mão. Ele deu um passo para trás, ofendido e decididamente surpreso e eu coloquei as mãos na cintura. Se tinha uma coisa que tinha aprendido com a minha mãe é que quando não se concorda com algo, se deve fazer algo.

            -Perdão. Mas eu sou uma dama, não uma sobremesa.

            Disse fazendo cara feia. Se segurando para não rir, Sarah me puxou até o fim do corredor e não parou de falar naquilo a noite toda no quarto que fora designado para mim, até que eu dormi exausta da primeira viagem da minha vida.

            POV. Scott:

            -Então cara, o que te trás à minha cripta?

            Disse Ryan assim que eu entrei no seu quarto. As gêmeas não estavam ali, aquilo era ótimo. Eu não precisava que mais ninguém visse minha cara naquele momento.

            -A garota nova. - O rosto dele pareceu se fechar com o pronunciar da frase. Talvez tivesse levado um tapa também – Tudo o que eu fiz foi dizer um elogio e ela me deu um tapa...

            Resmunguei acariciando o rosto onde a mão dela deixara vermelho. “Sou uma dama, não um sobremesa”. Aquela garota sinceramente tinha algum problema da cabeça. Sentei na cama ao lado de Ryan, que se sentou para me dar espaço. Sua cara também não estava das melhores.

            -Sabia que essa garota aqui ia arrumar problemas. A mãe dela quase impediu o casamento dos meus pais. Sabe Deus o que ensinou para essa menina.

            -Com certeza não foi a ser elogiada. Eu disse: Você é uma gostosa, e ela meteu um tapão na minha cara dizendo que não era uma sobremesa! – Balancei a cabeça ainda incrédulo com o meu fracasso – Achei que era agora que arranjava uma garota para mim.

            Ryan pensou um pouco e me observou de cima abaixo. Para ele era fácil, ele tinha pegado a própria prima e os pais dele tinham aceitado aquilo de boa, mas Sarah era a única da nossa idade e absolutamente insuportável. Para mim, nada. Essa garota era a minha única chance.

            -Você já pensou que para conquistar ela, você devia ser, repita comigo agora... Romântico?

            -Ro... O que? Isso é besteira! Não funciona!

            -Funcionou para mim, não funcionou?

            Revirei os olhos e levantei, indo embora sem dizer nada. Romantismo? Será que eu tinha me afundado tanto para tentar algo... Romântico?!

            Pov. Katherine:

            No momento que acordei, Sarah já me bombardeou com milhões de palavras ao mesmo tempo, pulando na cama ao meu lado. Rimos juntas por um tempo e ela me levou para tomar café. Pude perceber que realmente não havia adolescentes na nossa idade, então não culpei Sarah por todo o seu falatório. Ela nos levou até a mesa onde os primos estavam sentados. O garoto que eu havia estapeado na noite passada estava ali, Sarah tinha dito que seu nome era Scott.

            -Bom dia gente.

            Saudou Sarah enquanto nos sentávamos. Tentei me lembrar os nomes de todos. Benji, era alto, cabelos e olhos castanhos, irmão de Sarah. Joy e Jullie, as gêmeas... Ryan, o namorado de Sarah, irmão das gêmeas, Scott, o garoto do tapa, e Jenna, sua irmãzinha. Allie, a prima mais velha, cabelos louros escuros e olhos azuis. Acho que era isso...

            -Bom dia.

            Responderam todos, cada um a seu tempo, a maioria cochilando acima dos pratos.Os olhares recaíram sobre mim, mas eu não soube o que dizer, então sorri tímida e baixei o olhar para o meu prato.

            -Katherine. Posso falar com você?

            Quando levantei os olhos Scott estava de pé ao meu lado. Todos os olhares voaram confusos para ele.

            -Claro, porque não?

            Levantei e todos na mesa começaram a cochichar pelas nossas costas. Pelo jeito, Scott não costumava chamar as pessoas para conversas sérias. Não sabia se devia ter medo ou ficar orgulhosa. Saímos do refeitório e paramos logo ao lado da porta, onde a parede nos escondia do resto das pessoas.

            -E-e-e-e-eu queria... Dizer que... Queria pedir... Desculpas. Pelo jeito que te tratei ontem. Não foi educado.

            -Não foi mesmo.

            Respondi, encarando-o nos olhos azuis que não havia notado da última vez.

            -Então... Estou perdoado? Essa coisa toda de pedir desculpas é nova para mim...

            Fiz que sim.

            -Claro. Foi muito gentil da sua parte pedir desculpas.

            Tão rápido quanto o tapa fora na noite passada, o selinho que ele depositou em mim foi. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ele voltou lá para dentro, e eu fiquei lá, parada e confusa. Porque em nome de tudo que era mais sagrado no mundo ele tinha feito uma coisa dessas?


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?
A Kath já chegou causando, né? Acharam que ela estava certa? Eu achei!
O que acharam dela? Pessoalmente, adoro essa menina!
Então é isso, suas lindas. Vemos vocês nos reviews e no próximo capítulo! Beijinhos!



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