Younger Souls escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 6
Capítulo 5 - I'm Not a Girl, Not Yet a Woman


Notas iniciais do capítulo

Olá lindas, tudo bem? Ahhh que saudade de vocês amores!
Antes de qualquer coisa, eu queria perdir imensas desculpas pela extrema demora, eu sei que agente demorou. Mas a culpa foi toda minha flores, mil desculpas, de verdade! E prometo que isso nunca mais vai acontecer, sei que falhei feio com vocês! Mas graças a minha linda co-autora, e parceira de fics, da Bella, o capitulo está prontinho pra vocês!
Bom, em segundo lugar, queriamos agradecer a TODAS vocês que acompanham a fic e deixam seus comentários lindooss, vcs não nossa inspiração flores! E um agradecimento especialissímo a JuliePittsburn pela linda recomendação, a primeira da fic! Obrigada flor, amamos sua recomendação!
Bom, sem mais,boa leitura,e até lá em baixo!
PS: Leiam o capitulo ouvindo a música flores, pra dar um tchan no capítulo. hehe
http://www.youtube.com/watch?v=IlV7RhT6zHs



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POV. Sarah

[...]

Naquele momento, nada me importava, só queria ficar perto dele.

E foi nessa hora, que fomos interrompidos.

Ai meu Deus! – Ouvi uma voz gritar esganiçada. Automaticamente empurrei Ryan pra longe de mim.

– Mãe?! – Falei paralisada quando vi minha mãe nos encarando.

– Tia Mel... – Ryan falou totalmente desconcertado.

– Vocês... Juntos.? Como? Quando? Onde? – Ela começou a falar desesperada.

– Mãe... Eu posso explicar. – Falei me recompondo um pouco. Minha mãe parecia em choque, paralisada no lugar. – Mãe?

– Ryan, eu... Preciso conversar com a minha filha... A sós... Você se importaria?

– Tudo bem – Ele disse cabisbaixo. Nós dois parecíamos duas crianças que tinham aprontado e estavam à espera da sua punição.

O olhar de minha mãe acompanhou Ryan, até ele sumir completamente e depois se voltou para mim. Provavelmente, minha mãe iria dizer que estava decepcionada, que Ryan e eu não poderíamos ficar juntos, que eu só tenho quinze anos, que eu sou muito nova pra namorar. Mas para minha surpresa, ela fez algo que eu nunca esperaria.

– Você gosta dele?

– O que?!

– Eu perguntei se você gosta do Ryan filha.

– Sim – Falei baixinho, fechando os olhos para escutar a bronca de uma vez só. Eu sabia que nós nunca poderíamos ficar juntos e doía saber que isso nunca iria mudar, por mais que lutássemos.

– Então siga em frente filha. Lute pelo seu amor. – Minha mãe falou com a voz embargada, me abraçando forte.

– É sério? Você não vai ficar brava, não está decepcionada?

– Filha, eu só quero o seu bem. Eu só quero ver você feliz. Sabe, pra mim você sempre será a garotinha pequena e indefesa que eu gerei, amamentei, mas você está crescendo, e eu não posso impedir que você faça suas próprias escolhas.

– Eu te amo mãe! Você é a melhor mãe do mundo!

– Eu também te amo... Agora vai lá. Vai atrás do Ryan.

– Obrigada mãe!

– Mas antes, temos que falar com o seu pai.

Eu sabia que falar com meu pai não seria uma tarefa fácil, mas foi impossível não sorrir, pois se Ryan ficasse do meu lado, tudo ficaria bem.


POV Ryan:


– Droga! – Resmunguei socando o meu travesseiro. Agora estava tudo perdido. Agora todos iriam ficar sabendo que Sarah e eu estávamos namorando escondido e nunca permitirão que fiquemos juntos. Mas o que fazer quando você nutre um sentimento que não deveria existir? - Entre – Respondi quando um baque surdo aplacou a porta. Deparei-me com Sarah, com um sorriso enorme no rosto, parada do sopé da porta. Então, ela se jogou nos meus braços e me beijou com todo amor e carinho do mundo. Excepcional. Separamo-nos arfantes, e ficamos ali por alguns segundos naquele clima, apenas nos encarando sorridentes.

– Sar... Você sabe que não podemos ficar juntos e... – Eu tentava explicar, mas Sarah me impediu, colocando os dedos sobre meus lábios.

– Não fala nada. Só me beija. E sim, nós podemos. Ninguém vai nos separar. Tudo que me importa é você. – Ela disse sorrindo de um jeito que eu amava. De um jeito que só ela sabia sorrir. Puxei com delicadeza o rosto de Sarah para o meu e selei meus lábios com os dela.

Ela se afastou por meros segundos, apenas para perguntar:

– Então, agora somos namorados? – Não respondi, apenas a beijei novamente. E aquele beijo poderia ser trazido com apenas três palavras: ‘’ Eu te amo’’.

# 2 Dias Depois#

POV. Joy:


18 anos, 11 meses, 29 dias e algumas horas. Em algumas horas eu terei oficialmente 19 anos; pensei refazendo a minha contagem.

Conforme o tempo passa, aprendemos várias coisas na vida, ganhamos novas experiências. E uma das coisas que eu aprendi é: como é péssimo quando seus pais, aqueles que te deram a vida, se esquecem do SEU aniversário!

Sim, os meus pais por incrível que pareça haviam esquecido do meu aniversário e de Jullie. Não é como se eu fosse o tipo da garota que ligada a aniversários, presentes caros, festas temáticas e essa coisa toda, mas eu gostaria que eles se lembrassem, pelo um ‘’ Feliz Aniversário!’’ me deixaria feliz.

Eu tentava não transparecer que estava triste com isso, mas no fundo eu não podia negar que me sentia frustrada. Tudo parecia estar na mesma ordem, o mesmo ritmo entediante do Deserto. Todos estavam em seus afazeres diários na Caverna, na plantação do túnel Sul, e eu aqui, com uma ENORME pilha de louça do café da manhã junto com Allie!

– Joy, você está me ouvindo? – Allie chamou, estralando os dedos a minha frente tirando-me dos meus devaneios. Pisquei os olhos varias vezes, aturdida. – Estou te chamando a um tempão, estava no mundo da lua?

– Desculpe Allie, estava distraída. – Eu disse ensaboando outro prato.

– Tudo bem – Ela disse sorrindo – Eu estava dizendo que depois temos que ir até o quarto de vocês pegar algumas roupas pra lavar. Ordens da tia Peg.

Suspirei frustrada.

– Allie, você sabe que dia é hoje? – Perguntei me fazendo de desentendida.

– Acho que Quinta Feira, 14 de Julho.– Ela disse – Por quê? Eu me esqueci de alguma coisa? Tio Jeb marcou alguma reunião?

– Não. – Respondi desapontada secando minhas mãos num pano de prato, girando os calcanhares pra fora da cozinha.

– Ei Joy, aonde você vai? – Allie me chamou confusa - Eu fiz alguma coisa errada? Falei alguma coisa errada?

Eu não a respondi. Ugh, desde quando eu sou tão sensível assim? É só um aniversário, não é?

Caminhei aturdida pelos corredores rochosos da Caverna, encarando o chão. Estava tão distraída com meus pensamentos inquietantes que nem reparei por onde andava, e acabei tropeçando em alguém. Mas não era qualquer pessoa. Era Chase.

– Ei pequena Miss Sunshine, cuidado por onde anda. – Chase disse sorrindo. Fazia menos de uma semana que ele chegara a Cavernas, ele estava se adaptando bem aqui. Tio Jeb até mesmo o havia incumbido de algumas tarefas diárias. - Eu poderia ter te machucado.

– Eu estou bem. – Assegurei.

– Está tudo bem mesmo? – Ele perguntou desconfiado – Você parece triste.

O que eu iria falar? Ah sim, eu estava frustrada e triste por que todos haviam se esquecido do meu aniversário, só a minha irmã, que é minha gêmea por sinal, parecia se lembrar. Eu precisava desabafar com alguém.

– Me abraça Chase. – Sussurrei baixinho – Me abraça, por favor.

Eu não sou uma garota, nem ainda uma mulher;

Tudo que preciso é tempo

Um momento que seja só meu


Meio hesitante ele passou os braços em torno de mim. Apertei meus braços em torno da cintura dele, e ele recostou o queixo carinhosamente sobre a minha cabeça.

Ficamos em silencio por um longo tempo, e eu estranhamente me sentia calma e segura perto dele. O único som que eu podia ouvir era o som de nossas respirações.

– Eu sei que não deveria dizer isso, e que seus pais vão me matar. – Chase disse quebrando o silencio – Mas... Feliz Aniversário, Joy.

Sorri involuntariamente. Era tudo que eu precisava ouvir. Meu coração se aqueceu imediatamente, parecia soltar fagulhas e mais fagulhas de felicidade.

– Vem comigo. – Chase disse me puxando pela mão em direção a Sala de Jogos. Eu estava tão letárgica que não percebi o que acabara de acontecer. Chase pegara minha mão pela primeira vez!

# Algum Tempo Antes#

POV. Jullie:


Oh meu amorzinho, está gostando de ficar com a titia Jullie? – Falei brincando com Megan, que me retribuiu com o lindo sorriso desdentado mais lindo que poderia existir. Megan tinha apenas algumas semanas de vida, mas já era bem esperta e captava tudo o que acontecia a sua volta.

Aquela tarde parecia passar lentamente. Eu havia sido incumbida de ajudar minha tia Sophia no Hospital, para que Doc pudesse tirar um dia de folga.

Não que eu me importasse em ficar no Hospital, afinal não era a primeira vez, mas agora eu estava ali, sozinha, com Megan nos braços, já que Alysson e a Tia Sophia haviam saído dizendo que voltavam em um minuto e ainda não haviam voltado.

Todos estavam tão estranhos hoje. Até mesmo meu pai e a minha mãe. Eles haviam esquecido até mesmo que hoje era nosso aniversário. Meu e de Joy.

Suspirei, não conseguindo conter a tristeza.

– Como é que consegue caber tanto leite dentro de você, anjinho? - Perguntei baixinho, passando os dedos pela cabecinha dela. Fazia pouco tempo que Alysson havia amamentado a pequena há poucos minutos, e ela já estava impaciente em meus braços, puxando o decote da minha blusa, querendo mamar novamente.

Minha pergunta foi respondida alguns minutos depois ao posicioná-la no colo para fazê-la descansar da mamada ou arrotar, colocando sua cabeça por cima do meu ombro, acabei sendo completamente vomitada. Havia leite não só no meu ombro, como também nos meus cabelos, pescoço e braços.

– Eu acho que não cabe tanto leite dentro de você. - Respondi a mim mesma em voz alta. Alcancei um pano limpo rapidamente e sequei a boca dela, tentando fazê-la se sentir melhor. Mas ela parecia calma como se só estivesse esperando o tempo passar. Minha pequena priminha era mesmo uma gulosa.

Fora uma verdadeira corrida, pois eu tive que ir até o quarto do Tio Jamie e Alysson para pegar algumas roupas limpas pra pequena. Estendi uma toalha na cama e depositei Megan sobre dela. Troquei suas roupinhas, descartando as sujas e deixando-a limpa outra vez. Ela já estava quase dormindo, e me perguntei se havia sobrado algum leite dentro dela. Pela quantidade que estava na minha roupa, não.

E nesse momento, Tio Jamie entrou no quarto.

– Uau, o que você fez com ela? Apertou a barriga? - Ele perguntou, parecendo se divertir me fazendo revirar os olhos.

– Ela puxou ao pai, sabe tio, é uma gulosa. – Falei tentando revidá-lo. Ele a pegou no colo e a ajustou nos braços, colocando-a deitada ali, e começou a niná-la.

– Eu acho que você precisa de um banho. – Ele disse me analisando.

– É, eu preciso. - Comecei, tentando ver o meu próprio estado. Resumindo, eu estava toda vomitada e cheirando a leite azedo.

Me despedi rapidamente deixando Megan aos cuidados do pai e rumei até meu quarto, a procura de roupas limpas. Franzi o cenho ao ver um pequeno embrulho sobre a minha cama.

Abri o pacote com cuidado, sentindo a curiosidade correr pelas minhas veias. Dentro do embrulho havia uma calça jeans, uma regata preta, um par de lindos sapatos pretos de salto e uma echarpe xadrez.

Arfei completamente surpresa. Todas as roupas ainda estavam etiquetadas, novinhas. Entranhei ao sentir um pequeno papel quadrado entre meus dedos. Era um bilhete.

‘’Nosso pequeno Raio de Sol;

Nada no mundo pode se comparar ao amor incondicional que eu e sua mãe sentimos por você e seus irmãos.

Encontre-nos na Sala de Jogos em vinte minutos.

Assinado: Mamãe e Papai.

Sorri ao ler o meu antigo apelido escrito no bilhete. Quando eu era criança, meu pai costumava me chamar de Raio de Sol, pois dizia que eu e Joy iluminávamos o seu dia. E ele chamava Joy de ‘’ Minha Estrelinha’’.

Corri para a Sala de Banhos, tomando um banho rápido, como prometido, mas ainda assim caprichado. Me esfreguei com o sabonete que minha mãe havia comprado para mim na última Incursão, fazendo bastante espuma para tirar qualquer resquício de leite dali. Sequei-me sem muito cuidado e vesti a roupa que meus pais haviam deixado pra mim sobre a cama.

Rumei até a Sala de Jogos sentindo meu estomago se contrair estranhamente. Estava completamente escuro, afinal o sol já estava partindo completamente. Eu mal conseguia enxergar e estava tudo silencioso, não conseguia ouvir um ruído apenas.

– Mãe? Pai? – Chamei-os entrando a passos curtos na Sala de Jogos. Estava muito quieto. Por um momento eu me perguntei se eu não estava errada e senão havia ninguém ali.

De repente, a Sala de Jogos foi iluminada por uma luz artificial forte, clareando todos os ambientes. Eu arfei surpresa, levando a mão ao peito ao ver todos ali.

Velas refletiam as cavernas e pude enxergar pela primeira vez balões brancos e uma faixa escrita: ‘’FELIZ ANIVERSÁRIO JOY E JULLIE!’’

Então era isso, todos haviam fingido que haviam esquecido o nosso aniversário, mas na verdade estavam preparando tudo isso! Eu me sentia tão boba aquele instante, havia caído tão facilmente, nunca imaginaria o que eles estavam preparando.


Mas se você me olhar de perto

Você vai ver em meus olhos

Essa garota vai sempre achar

Sua trilha


Um a um, todos me abraçaram me desejando apenas coisas boas, com uma vida cheia de alegrias, paz e ironicamente desejando-me muitos anos de vida. Por último, mas não menos especial pelo contrário, os mais importantes, surgiram meus pais, Ian e Peg. Papai me abraçou e me deu um demorado beijo na testa cheio de amor e carinho, entregou-me um lindo buquê de rosas.

– Um buquê de rosas pra uma princesa. – Papai disse sorrindo e eu o abracei com força.

– São lindas, pai! Obrigada! – Falei com voz embargada. De longe vi Joy, do outro lado da Sala de Jogos sorrindo. Ela também tinha um lindo buque de rosas dos braços e vestia um vestido preto rodado com linhas vermelhas que constatavam perfeitamente com sua pele alva e seus cabelos negros.

– Quando o ditado dizia que ‘’ Ser mãe é padecer no paraíso’’ ele estava completamente certo. Nunca em todas as minhas dez vidas eu vivi algo comparado a isso. – Mamãe disse depois de todos pedirem por ‘’discurso’’. – A maternidade é algo sublime. Incomparável. Agora eu sei o que é isso. Eu morreria por meus filhos se fosse preciso, eu me atiraria em meio a um tiroteio para que nem o rastro da bala tocasse neles, por eles, eu morreria como também mataria qualquer um que ousasse a fazer mal a eles. Por isso hoje, eu gostaria de agradecer a vocês, meus anjos, por fazerem parte da minha vida, e pelo imenso prazer que é ser a mãe de vocês. Feliz aniversário, meus amores!

Quando mamãe terminou o discurso, meus olhos já estavam lagrimejando. Ela encerrou o discurso com um ‘’ Eu amo vocês’’

– OK, HORA DA FESTA! – Tio Jeb gritou fazendo todos rirem. Todos se animaram e começaram a dançar. De longe vi Matt encostado na parede num canto, sozinho. Fazia apenas alguns dias que ele chegara as Cavernas. Seus olhos variam o local e pairavam em Joy, que dançava animada.

Será que Matt aceitaria dançar?


POV. Joy:


– Será que a minha princesa daria a honra de uma dança com seu velho pai? – Papai perguntou sorrindo me estendendo a mão. Sorri involuntariamente. Aceitei dançar com meu pai que me bom grado.

Foi uma grande surpresa pra mim quando Chase me levou até a Sala de Jogos. Estava tudo escuro e silencioso e eu podia jurar que não havia ninguém ali, mas eu estava completamente enganada! Estavam todos lá, todos unidos para comemorar o nosso aniversário. Pedi desculpas a Allie por ter saído daquela forma na cozinha de manhã e ela sorriu dizendo que mamãe havia encarregado ele de me mantar ocupada para que eu não descobrisse nada.

– Sabe, é feio fingir que não se lembra do aniversário das suas filhas senhor O’Shea- Falei sorrindo enquanto dançávamos no compasso da musica que ecoava. Ele riu.

– Foi por um bom motivo, senhorita. – Ele disse tocando meu nariz com o dedo como ele fazia quando era criança. – Nunca me esqueceria meu anjo. Vocês são minha vida.

– Obrigada pai. – Falei – Obrigada por tudo.

– Eu faria tudo por vocês princesa. Ele disse sorrindo. Fomos interrompidos por um pigarro alto que me fez distanciar do meu pai. Era Chase. Ele estava parado próximo a nós e encarava o meu pai com insegurança. Meu pai fez uma careta estranha que me deu vontade de rir. Ele estava com ciúmes... De Chase?!

– Senhor OShea, me permitiria dançar com a aniversariante um instante?

–Não.

Disse o meu pai, apertando-me contra o corpo. Tive que sufocar o riso. Papai definitivamente estava com ciúmes de Chase!

–Pai!

Repreendi-o baixinho. Ele encontrou o meu olhar e desistiu, dando um passo atrás. Ele fuzilou Chase com os olhos quando ele me tocou. Tive que tornar a segurar o riso enquanto ele saía a fortes passos.

–Desculpe, ele só está sendo ciumento.

Chase deu de ombros.

–Só está sendo um bom pai.

Sorri para ele e ele sorriu de volta. Chase passou os braços ao redor da minha cintura e eu pousei as mãos em seus ombros, sentindo o músculo por baixo da roupa. Dançamos lentamente, desajeitados. Nenhum de nós dois era bom dançarino. Trocamos olhares tímidos e constrangidos, até que eu decidi acabar com o silêncio.

–Sabe, todo mundo me pegou de jeito... – Ele levantou os olhos para os meus – Achei que todo mundo tinha esquecido meu aniversário... – Fiz uma pausa e como ele não disse nada, continuei – Todo mundo menos você.

Ele sorriu e olhou para os sapatos, tímido, como se eles fossem à coisa mais interessante ali perto.

–Bem, eu não consegui te ver triste daquele jeito...

Sorri e senti o coração palpitar, como se tivesse um beija-flor dentro dele. Antes que eu pudesse dizer algo mais, a música terminou. Chase levou minha mão aos lábios e beijou-a levemente, como um perfeito cavalheiro.

–Obrigado pela dança.

Disse, afastando-se.


Mas agora eu sei

Que a vida nem sempre segue meu rumo, yeah...

Sinto como se estivesse sido pega no meio

Isso é quando percebo


Pov. Ian

–Como ele ousa?!

Perguntei, carrancudo, mais para mim mesmo do que para Peg que cochilava de pé, abraçada a minha cintura, com a cabeça encostada em meu peito, esgotada. Ela havia trabalhado ao máximo para fazer o aniversário das meninas ser o mais memorável possível.

–Deixe os dois Ian – Ela repreendeu, ainda de olhos fechados. – Ela tem 19 anos agora. Já é mais do que hora de ela encontrar o seu príncipe encantado – Ela abriu os olhos e sorriu, sonolenta, aquecendo meu coração. – Eu encontrei o meu quando tinha 17 anos...

–Hum, é mesmo? E como ele era?

Ela fingiu pensar.

–Um humano. Da sua altura. Cabelos negros e olhos azuis... Qual era o nome mesmo?

–Kyle?

Sugeri. Ela sorriu.

–É, acho que esse era o nome. - Disse, ficando na ponta dos pés para me dar um beijo casto.

Pov. Joy

A festa já estava terminando quando tio Kyle veio até mim. Colocou algo gelado na minha mão e sussurrou no meu ouvido.

–É forte, vê se não gasta tudo de uma vez. – Ele olhou em volta – E se o seu pai perguntar, eu nego até a morte.

Antes que eu abrisse a boca para questioná-lo, ele já sumira, e na minha mão, um cantil prateado tinia de cheio. Discretamente destampei-o e levei até as narinas. O cheiro forte do álcool foi como um tapa na minha cara. Sorri. Fora a festa e a dança com Chase, aquele era o melhor presente do dia.


Pov. Chase

Além do horizonte... Existe um luuuuuugaaaaaar! Onde... Uh.... Lá, lá, lá, lá... Porque eu não pooooossoooo?

Cantava uma voz arrastada que ecoava pelas cavernas. Segui a voz através dos corredores, até chegar à um corredor sem saída. Joy olhava para um cantil de alumínio, observando a luz fraca incidir sobre ele. Ela sorria de modo pouco natural e até um pouco doentio.

–Joy?

Chamei. Ela baixou o cantil, sorrindo bobamente.

–Chase! – Ela cerrou os olhos como se não me enxergasse direito. – Você cortou o cabelo?

Fiz que não, unindo as sobrancelhas e me aproximando, cauteloso. Quase pisei em ma poça mal cheirosa no chão.

–O que é isso?

Perguntei. Ela deu de ombros e entornou o cantil novamente.

–Quem me dera eu saber...

Aproximei-me devagar e me ajoelhei ao lado dela, farejando o ar e pegando seu cantil.

–Joy, você está bêbada?

–Acho que sim. – Ela disse assentindo. Seu sorriso bobo se desfez, e ela suspirou, parecendo preocupada – O meu pai vai me matar... – Ela olhou nos meus olhos – Eu vim parar aqui quando eu não achava o caminho para o quarto – Explicou. Ela girou os indicadores nas têmporas. – Má ideia... Má ideia...

Apiedei-me dela, colocando o cabelo que estava a frente do rosto atrás da orelha. Tampei seu cantil e coloquei-o no bolso, estendendo a mão para ela, que me olhou sem entender por algum tempo antes de aceitá-la e levantar. Ela cambaleou e eu precisei segurá-la para que não caísse. Ela tombou a cabeça em meu ombro.

–Ugh, isso é humilhante... – Disse, enquanto dávamos os primeiros passos. – Mal consigo ficar de pé...

Resmungou chorosa.

–Shh, pronto, pronto. Já te peguei.

Eu disse, sem saber exatamente o que lhe dizer. Ela uniu as sobrancelhas, de olhos fechados, enquanto eu a conduzia pelo corredor.

–Estou bêbada, Chase. Não sou um bebê.

Não demorou até chegarmos no corredor do quarto de Joy. O caminho todo ela tropeçou nos próprios pés e ameaçou cair. Precisei prestar muita atenção no caminho para não deixá-la cair.

–Ei, você acha que já é meia noite?

Ela perguntou baixinho, sonolenta, quase na frente do seu quarto.

–Acho que não.

Respondi. Ela sorriu.

–Ainda é meu aniversário?

Perguntou, ainda sem abrir os olhos. Assenti sorrindo.

–É sim. Porque?

–Você me daria um presente?

Pediu, finalmente abrindo os olhos azuis, que brilharam na escuridão.

–Qualquer coisa.

Respondi sinceramente. De repente, ela empurrou-me contra a parede. Enquanto eu estava hesitante sobre o que fazer, ela, cheia de certeza, ficou na ponta dos pés e pousou os lábios sobre os meus. Meu sangue explodia nos meus ouvidos. Apesar da vontade de retribuir, não seria naquela noite, não enquanto ela não pudesse se lembrar no dia seguinte. Pousei as mãos em seus ombros e a guiei até a porta.

–Boa noite Joy.

Ela sorriu, olhando para trás.

–Boa noite, Chase.

Ela tropeçou dentro do quarto, mas sussurrou que estava bem. Só então, calmamente, sentindo como se pisasse em nuvens a cada passo, fui para o meu quarto.



(Eu não sou uma garota) Eu não sou uma garota não me diga no que acreditar

(Nem uma mulher) Eu estou tentando achar a mulher dentro de mim, sim.

I'm Not a Girl, Not Yet a WomanBritney Spears



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Notas finais do capítulo

E ai, flores, gostaram? Esperamos que sim flores!
Esse capítulo foi muuitooo fofo, foi ótimo escrevê-lo! E agora, oficialmete as gêmeas tem dezenove anos! Como o tempo passou né? hehehe
Que tal reviews? E recomendações? Que tal imitarem o exemplo da JuliePittsburn e recomedar a fic e fazer duas autora mega felizes? ^^
Bom gente é isso. Esperamos que tenham gostado e se não conseguiram abrir algum link da fic me avisem ok flores? ;D
Mais uma vez desculpe pela demora e até o próximo capítulo, que não vai demorar. ;D
Bjos da Caah e da Bella!



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