Younger Souls escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 3
Capítulo 2: Chase Darren


Notas iniciais do capítulo

Ooi flores, tudo bem com vocês minhas amoras?
Bom,aqui estamos nessse Domingo da Pascoa pra postar um capitulo fresquinha de YS pra vocês!
Queriamos agradecer a JuliePittsburn,a Mari,a Bia, a JoyceMalfoy e a Paulinha OShea pelos lindos comentários! Muito obrigada flores, de coração, adoramos os reviews, vocês são nossas inspiração!
Bom, vocês devem estar ansiosas pra saberem o que vai acontecer na Incursão né! hehe. O que eu garanto é que teremos a chegada de um novo personagem na fic. ;D
Sem mais, boa leitura, feliz pascoa a todas vocês e até lá em baixo!



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POV. Peg:


– Amor, eu posso fazer isso sozinho. – Resmungou Ian, revirando os olhos enquanto eu o barbeava com a pequena gilete em minhas mãos. Estávamos sozinhos na Sala de Banhos há alguns minutos, nos preparando antes de ir para a Incursão. Logo seria hora de partirmos.

– Shhh, quietinho amor. Eu quero meu marido lindo e impecável pra festa surpresa das nossas filhas. – Falei dando uma piscadela e Ian sorriu. Seus olhos Neve, Safira, Meia Noite me fitavam com carinho.

É claro que as nossas princesas não sabiam, mas nós estávamos planejando uma linda festa de aniversário pra elas. Seria logo depois que retornássemos da Incursão. Claro que seria difícil comprar as coisas necessárias para festa com elas por perto, mas estava tudo cuidadosamente planejado e esperava de coração que elas gostassem da surpresa.

– Prontinho senhor O’Shea. – Falei acariciando seu rosto - agora sem a barba – com o polegar. Ele sorriu involuntariamente. Não importava quanto tempo se passasse Ian sempre teria essa reação em mim. Ele sempre faria meu coração bater mais forte e borboletas voarem no meu estomago.

Sempre seriamos eternos apaixonados.

– Ótimo - Ele disse com um sorriso maroto, envolvendo minha cintura com seus braços fortes. - Agora vamos namorar um pouquinho?

– Agora não amor. – Falei dengosa. - Daqui a pouco virão atrás de nós. Temos que ir pra Incursão.

– Por favor, Peg...

– Não.

– Sim.

– Não!

– Não.

– Sim.

Ele sorriu presunçoso, me puxando para mais perto dele, unindo nossos lábios num singelo selinho.

– Você é tão mau amor– Choraminguei – Sempre consegue me convencer.

– É o poder de persuasão dos O’Shea, é infalível amor. – Ele disse sorrindo, me fazendo revirar os olhos. E o pior, é que ele tinha toda razão, ele sempre conseguia o que queria no final das contas, eu jamais conseguiria negar nada a ele ou a nossos filhos.

E foi ai que alguém pigarreou, nos tirando de nossa pequena bolha de felicidade.

– Agora está explicado o motivo do atraso. – Ouvimos a voz de Jared ecoar. Senti minhas bochechas corarem fortemente. Ele e Mel estavam parados na porta da Sala de Banhos, de mãos dadas.

– Nós já estávamos indo. – Ian disse beijando o topo da minha cabeça e entrelaçando nossos dedos.

– Okay, eu sei que vocês querem demostrar o quanto se amam – Mel disse aos risinhos – Mas saímos daqui vinte minutos pra Incursão.

– Tudo bem, estaremos lá, só vamos chamar as meninas. – Assegurei e eles saíram tranquilamente. Jared sussurrou algo no ouvido de Mel e ela deu uma gargalhada alta. Sorri involuntariamente.

Eu já não sentia nada por Jared há muito tempo, Ian preencheria pra sempre o meu coração. E eu também me sentia alegre pela felicidade da minha irmã.

– Vem, vamos chamar nossas princesas – Ian disse nos levando para fora Sala de Banhos. Tombei minha cabeça em seu ombro, enquanto ele me envolvia protetoramente com seus braços. – Elas devem estar ansiosas para Incursão.

Senti um estranho aperto no peito, e pisquei os olhos, atônita. Não deveria ser nada demais não é? Era apenas mais uma Incursão, certo?


# Dois dias depois, na Incursão... #


POV. Jullie:


Joy e eu parecíamos duas crianças que estavam completamente ansiosas pelos presentes de Natal. Estávamos muito animadas, afinal, não saiamos das Cavernas há um bom tempo.

Mamãe estacionou o carro próximo a um Hospital das almas. Aquela seria nossa última parada antes de irmos pra casa. Afinal, a Incursão fora rápida, e já tínhamos conseguido todos os suprimentos necessários para nossa sobrevivência- roupas, calçados, alimentos – agora só faltavam os remédios.

– Vocês duas fiquem aqui quietinhas. – Mamãe disse enquanto retirava o cinto de segurança. – Volto logo.

Joy e eu assentimos, e mamãe desceu do carro em direção ao Hospital. Joy estava com a cabeça encostada no vidro e pelo que eu conhecia, ela estava entediada.

Poucos minutos depois, ouvimos um caminhão estacionar na frente do Hospital. Era um carregamento de remédios.

– Eu tive uma ideia! – Joy disse me olhando com seus olhos brilhantes, como duas estrelas cadentes.

Suspirei, algo me dizia que essa ideia ‘’ genial’’ nos meteria em encrenca. E no fim, eu estava certa.


POV. Joy:


–Você pode se apressar, Jullie?

–Sabe que não posso fazer barulho. Mamãe está pegando as coisas lá dentro e se chamarmos atenção ela vai ver que saímos do carro e...

–Por isso temos que terminar isso hoje. Se tudo estiver certo a mamãe não vai se opor.

Sussurrei de volta interrompendo-a. Ela olhou para mim e mostrou a língua. Ah sim, muito maduro. Será que dava para ela fazer aquela ligação direta logo?! Eu mesma faria afinal aquilo tinha sido tudo minha ideia, mas ela chegara ao caminhão mais rápido do que eu. Papai tinha explicado direitinho como fazer, vermelho com amarelo, amarelo com azul, azul com verde, verde com roxo e roxo com vermelho. Como ela podia se demorar tanto? Ela desencapava os fios a uma velocidade lentíssima. Revirei os olhos e dei a volta não caminhão espiando a rua e as calçadas. Era uma noite escura e cheia de estrelas, iluminadas pela lua crescente. Aquele pronto-socorro tinha sido construído há uns dois anos o que facilitava nossa vida, não precisávamos ir até Tucson atrás de remédios.

Uma brisa suave aliviou minha testa do calor por alguns segundos. Era a metade da primavera, o que no Arizona queria dizer calor sufocante e chuvas de monção. Um carro de faróis altos ligados veio de longe, a luz crescendo na rua. Percebi que não era um carro comum, era uma viatura, de sirenes desligadas. O que eles estavam fazendo ali? Nada, nada! Eles iam passar direto, eu tinha certeza. Porém, como que para me contrariar a viatura virou em direção a nós e estacionou ali perto no estacionamento quase vazio. Dei a volta no caminhão e sussurrei desesperada para Jullie.

–Jullie, corre.

–Deixa de ser apressada Joy. - Ela resmungou de volta.

–Jullie, os Buscadores estão aqui, corre.

–Consegui – Ela exclamou quando o motor roncou. Ela finalmente olhou para mim. Os Buscadores desciam da viatura, só tínhamos alguns segundos antes que eles nos vissem – O que você ‘tava dizendo?

–Buscadores. Corre. A gente se vê em casa.

–O que?! Não! Joy suba no caminhão!

–No três. Um...

–Joy.

–Dois...

–Joy, sou sua irmã mais velha por alguns minutos. Suba no caminhão. Agora.

–Corre Jullie, corre!

Eu gritei correndo o máximo que eu podia. Apesar do choque, Jullie fechou a porta e deu a ré saindo correndo, cantando pneu na interestadual. Não tive tempo para parar e olhar para trás, para os Buscadores, mas ouvi uma porta bater e a sirene ser ligada, seguindo Jullie na estrada, e julguei que estava livre. Mas então ouvi passos atrás de mim na areia. Corri para longe da cidade em direção às montanhas onde o Buscador logo se perderia, mas eu teria que correr bastante. Torci para que minha mãe se virasse no Hospital quando saísse e não estivéssemos no carro.

–Moça! Moça, qual o problema?! Não vou te machucar! Para de correr! Porque está correndo?!

Não parei e não iria parar. O coitado achava que eu era uma alma enlouquecida. Imaginei se seu Hospedeiro era um policial antes da invasão, eu tinha dessas coisas as vezes, mas provavelmente não, já faziam quase 30 anos que as Almas tinham invadido. Minhas pernas começaram a implorar que eu parasse, mesmo com a adrenalina correndo pelo meu corpo. O suor corria pelas minhas costas e fazia minha camiseta grudar. Depois do que pareceu uma pequena eternidade, eu pude ver as formações rochosas que formavam minha casa, mas ainda estava no horizonte, eu ainda tinha muito pela frente. Forcei minhas pernas a darem o seu melhor para chegar ao horizonte, onde eu estaria segura.

“Jullie’’pensei para mim mesma, desejando que minha irmã pudesse me ouvir enquanto fugia levando o caminhão que tínhamos roubado ‘’se eu não voltar, quero que se lembre de mim como eu era, e não me procure depois de invadida”.

Mais perto, mais perto. Arrisquei um olhar para trás pensando ter deixado o Buscador muito atrás, mas ele estendia o braço em minha direção, à cinco centímetros de mim. Gritei. Achava que ele devia ter perdido o fôlego como eu, porque ele continuava com tanta força?! Pernas para que te quero! Tive vontade de chorar, me jogar no chão e chorar., Eu não queria ser pega, não queria entregar minha família, não queria que as Almas descobrissem tudo o que tínhamos o que representávamos. Esperança para a raça humana. E minha mãe? Ela seria o bode expiatório de tudo aquilo. A traidora. Aquela que negou sua raça.

Aquilo não podia acontecer, eu não podia deixar, mas estava tão cansada de correr e fugir a vida toda... Aquele Buscador bem que podia atirar em mim e me livrar de uma vez da responsabilidade de viver naquele planeta doente. Minhas pernas estavam tão cansadas que pediram desesperadamente por isso. Mas então algo acendeu na minha mente, um instinto ancestral de sobrevivência humana e encheu meu corpo de uma vontade imensa de viver para contar a minha história. Meus pés e pernas apesar de doerem, lutaram bravamente até que de repente encontraram pedregulhos e quando levantei os olhos do chão e rochas surgiram a minha frente. Enfiei-me em uma mini-caverna no chão e me espremi bem no fundo, esperando que o Buscador passasse reto. Fechei os olhos, buscando normalizar a respiração que agora estava entrecortada por soluços. Meus pulmões pareciam ter virado pastas, se recusando a encher-se por mais de um segundo, e doíam tanto... Minha garganta também doía de tanto ofegar e agora eu estava engasgando com a saliva mais grossa do choro. Sem contar que agora que a adrenalina começou abaixar eu voltava a sentir calor, tanto que me senti como se estivesse sendo queimada em uma fogueira, me assando aos pouquinhos. “Ouça Joy, pensei repreendendo a mim mesma por me distrair, se ele te vir é o seu fim. Ouça ele chegar.” Fiquei em silêncio e encontrei uma pedra com minha mão, esperando ouvir passos, cuidadosos e calmos, procurando a humana escondida entre as pedras.

Porém quando meus ouvidos pararam de zunir e meu sangue parou de martelar minha cabeça, e meus soluços ficaram silenciosos, eu surpreendentemente ouvi sons de luta do lado de fora. Grunhidos e gemidos de dor, o barulho de carne batendo na carne e de ossos se partindo, tudo acabou com um baque surdo deixando um silêncio tenso e ameaçador pairando no ar. Um rosto de repente surgiu na abertura na pedra, um rosto jovem que ao era o do Buscador, o que me fez soltar a pedra. Ostentava um sorriso convencido com ar de Bad-boy, e os cabelos castanhos ondulados sujos, virava-se para cima em um topete natural. Usava roupas de couro ao estilo Indiana Jones. Como costume procurei em seus olhos reflexos prateados com a luz da lua, mas não encontrei nada, apenas castanho claro cor de whisky. Cristalinos e sem reflexos prateados.

–Ei Alminha, porque se esconde? Esqueceu-se de dizer saúde quando espirraram? - Ele perguntou em tom de piada. Aproximei-me querendo sair daquele buraco e ele recuou como se eu fosse detentora de um estranho vírus altamente contagioso.

–Quem é você? - Perguntei fazendo-o recuar até que a lua nos iluminasse. Ainda nada de reflexos prateados. Ele pareceu confuso como eu, mas não perdeu a compostura de galã. Levou a mão ao chapéu branco e sujo de terra e abaixou o chapéu na altura dos olhos para que eu não pudesse vê-los. Ele era maior do que eu, pelo menos 5 cm. Ele devia estar na faixa dos 25 e carregava uma bolsa transversal de camurça surrada. Um Solitário. Não víamos um há tanto tempo. Achei que não existiam mais, mas lá estava ele, parado bem há minha frente.

–Apenas um homem com um fraco por salvar donzelas em perigo.

–Podia ter me livrado sozinha – Eu disse ofendida. – E o que lhe interessa se sou donzela ou não? - Eu disse bronqueando. – Obrigada, de qualquer jeito.

Disse a contragosto. Ele sorriu convencido novamente com os olhos ocultos pelo chapéu.

–Você pode encontrar o caminho de volta para casa, Alminha?

–Não sou uma Alma, não vê? E meu é Joy, não alminha, porque como eu disse antes, pertencemos à MESMA espécie!

Ele levantou o chapéu e me encarou com uma careta estranha. Cruzei os braços e inclinei o rosto em um ângulo em que ele podia ver claramente meus olhos azuis completamente livres da espécie da minha mãe. E então, ele sorriu de orelha a orelha com uma expressão parecia com a de uma criança em um dia de natal. Eu conhecia aquela expressão. Esperança brotando no fundo de sua Alma. Uma esperança de futuro.

–Sou Chase Darren.

Ele disse. Duas gotas caíram do céu e molharam meu nariz e bochechas. Olhei para o céu e percebi que um amontoado de nuvens negras haviam se juntado para formar uma chuva de monção. Logo estaríamos encharcados. Ele estendeu a mão para que eu a apertasse, mas preferi não. Havia um corte em sua palma que ia da ponta de seu indicador até o pulso e sangrava muito. Olhei para o Buscador, no chão, que ainda respirava, e caída perto da sua mão havia uma faca de sobrevivência do tipo que os Buscadores costumavam carregar atrás do revólver no coldre.

–Se importa se eu apertar sua mão depois? - Perguntei. Ele olhou a mão e só então percebeu o quanto sangrava.

–É compreensível.

–Vem, vamos sair dessa chuva e dar um jeito nessa mão. – Eu disse enquanto as gotas se tornavam mais e mais freqüentes – E seja bem vindo Chase Darren, à minha casa.

Quando finalmente achamos um lugar para passar o resto da noite, estávamos ensopados. Na verdade, eu não correra os 50 Km do posto até em casa, na verdade correi apenas 49, o que era uma maratona inteira e mais um pouco e o que nos deixava longe das cavernas por 1 Km. Olhando no relógio de Chase, descobri que passara pelo menos umas 3 horas correndo, o que me tirava a vontade de procurar demais por um lugar. Quando contei a ele de onde estavam vindo e por quanto correra ele sugeriu que ficássemos naquela fenda mesmo mas eu lhe respondi que tudo o que faríamos ali seria pegar uma gripe e o arrastei montanhas adentro. Ele não podia escalar com a mão machucada, mas achamos um lugar razoavelmente fácil de subir que nos ofereceria abrigo contra a chuva e contra os coiotes.

Não foi difícil acender um fogo com o isqueiro de Chase e logo tínhamos tirado o máximo de roupas molhadas sem ficar estranho e estávamos nos secando na frente de uma bela fogueira. O peitoral de Chase era como se fosse esculpido por algum tipo de Deus Grego! Torci meu casaco fino do lado de fora, rasguei uma manga e voltei a sentar do seu lado, estendendo minha mão.

–Me dá sua mão. - Pedi. Ele fez uma careta, encarando a própria a mão e a minha como se tivesse medo.

–Vai doer?

–Não seja um crianção. É claro que vai doer.

–Então espera.

Com a mão sã ele mexeu na bolsa e tirou um cantil prateado, soltando a tampa e tomando cinco goles diretos. Ele ia fechando-o e guardando quando eu o parei no meio do caminho.

–Opa parceiro! Não vai oferecer?

Ele inclinou o cantil na minha direção com uma careta desconfiada. Quando tentei pegar ele o afastou, me provocando.

–Não é muito nova para beber?

Perguntou. Apertei sua mão e ele gritou, derrubando o cantil que eu peguei e derramei um pouco do conteúdo sobre sua palma ferida e ele gritou como se eu estivesse colocando novamente a faca em sua mão. Esperei que ele parasse de gritar para que me visse tomar três longos goles e fechar o cantil antes de colocá-lo de lado e me virar para sua palma ferida pousada sobre a minha. Ele me olhou com uma careta de dor que perguntava claramente porque eu havia feito aquilo. Sorri e rasguei com a faca que eu roubara do Buscador o meu casaco em três partes. Limpei o ferimento e tentei estancar o sangue com uma das mangas úmidas. Ele gritou, gritou e gritou novamente durante o processo.

–Meu pai não gosta, mas às vezes quando achamos algumas garrafas nas incursões eu tomo um ou dois copos.

Aos poucos o álcool foi descendo e por um tempo parei de ouvir o que Chase gritava desesperadamente enquanto eu espalhava o whisky pelo ferimento. Ele me agradeceria mais tarde quando nada estivesse infeccionado e estivesse tudo limpo e ele ao perdesse a mão e nem mesmo os movimentos. Ele gritou ainda mais, como um bezerro desmamado enquanto eu enfaixava sua mão e apertava bem para estancar o sangramento. Pude ver lágrimas nos olhos castanhos cor da bebida que trazia no cantil. Devia mesmo doer, pensei com a cabeça enevoada pelo álcool. Eu tinha uma resistência quase inexistente e eu ficava bêbada muito rápido.

–Está doendo, bebê? - Perguntei enquanto ele abria e fechava a mão retorcendo o rosto em um careta de dor. Entreguei o cantil a ele e ele o guardou na bolsa ao seu lado. Limpei o sangue das mãos no resto do meu casaco e achei um lugar para me enrolar para dormir. Ele sentou-se na beirada da pedra e olhou para o céu afora todo cheio de nuvens escuras ao invés de dormir como eu. Aquela mão precisaria de descanso, pensei com um suspiro. Revirando os olhos fui até ele e me sentei ao seu lado. Não queria que ficasse sozinho, ele salvara minha vida e mesmo que eu precisasse ir dormir tanto quanto uma flor precisa de água para viver achei que ele merecia uma companhia. Ele olhou para mim e suas lágrimas ultrapassavam a dor física.

–Ninguém cuidava de mim assim desde que eu tinha oito anos.

–Sua mãe? - Ele fez que sim.

–Por um tempo. Depois meus irmãos. Mas eles eram militares, nunca foram dados a cuidados. Eu sempre tive que crescer muito rápido.

–Foram pegos?

Ele fez que sim novamente olhando para sua mão voltando a abri-la e fechá-la. Coloquei a minha sobre a sua pedindo silenciosamente que ele parasse e continuasse a história.

–Eu era pequeno. Tudo foi muito rápido. Primeiro minha mãe, que pelo visto quase me entregou. Depois meus irmãos. Meu último irmão morreu ano passado. Nunca vou esquecer-me de nenhum dos dias em que eles se foram um a um.

Ele disse balançando a cabeça como se tentasse afastar a memória que dissera nunca esquecer. Chase olhou para mim.

–E você? Tem família?

Fiz que sim.

–Uma bem grande. Vivemos em uma célula resistente de humanos em umas cavernas aqui perto. Você vai adorá-los assim como eu. E conosco não vai mais precisar fugir, nem fingir. Está seguro agora. - Eu disse sorrindo.


Algum tempo atrás
Pensei em te dizer
Que eu nunca cai
Nas suas armadilhas de amor...


Senti que ele se aproximava devagar, algo na altura da minha boca o hipnotizava e o compelia para perto de mim. Ele queria me beijar? Nunca tinha sido beijada antes e Chase parecia tão experiente, forte e... Nunca me sentira mais segura na vida apesar de estar milhões de vezes mais exposta do que estaria em casa. Logo o espaço entre nós se extinguiu e nossos lábios se tocaram, dando início ao meu primeiro beijo. Foi como... Não havia como descrever, como pular em um lago gelado, a água faz sua pele pinicar, mas é um sentimento bom que acelera o coração e te faz sentir viva. Ele acariciou meu rosto com a mão ferida e eu a beijei, e virei-me novamente para ele para ver seus olhos sorridentes. Quem se importava se ele era mais velho, ou apenas um estranho?

Ele salvara minha vida. Ele me protegeria. De algum modo, eu sabia disso.

Ela dormiu no calor
Dos meus braços
E eu acordei sem saber
Se era um sonho...

Acordei piscando devagar. O sol estava a pino e todo o meu corpo latejava da corrida da noite passada. Pelo menos eu não estava de ressaca pelos goles de whisky por que isso realmente acabaria com o meu dia. Chase Darren tinha as mãos ao redor da minha cintura ainda dormindo.

“Pare de pensar besteiras Joy O’Shea e vá se preparar para ir para casa” Me repreendi quando me peguei tendo pensamentos impuros. Levantei-me e me espreguicei pegando o cantil jogado em um canto e o enchi com a água da chuva que pingava das rochas. Fui até Chase e pinguei algumas gotas na sua testa. Ele franziu o nariz e gemeu, adormecido. Revirei os olhos e joguei toda a água que tinha coletado.

Chase se sentou assustado, cuspindo água, confuso, e encontrou meu sorriso calmo.

–Levanta bebê, tenho que ir para casa. E você vem comigo.

Continua..

À Sua Maneira– Capital Inicial



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Notas finais do capítulo

E ai, e ai? Gostaram?
E ai, o que vocês acharam do nosso novo personagem? Ele é um fofo não é! Chase Darren está na area! hehe
Que tal reviews? E quel tal nossa primeira recomendação? Ficarimos MUUIIIITO feliz com uma recomendação fresquinha!
Bom, é isso minha amoras, esperamos que tenham gostado do capitulo, e logo logo tem maiss. ^^
Aguardamos o reviws lindos de vocês!
Um beijão e até o próximo capitulo!



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