Younger Souls escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 14
Capítulo 13 - Mark


Notas iniciais do capítulo

Oi lindinhas!
Adivinha quem é? Vocês não me conhecem muito bem, mas eu conheço vocês! Isso mesmo, sua co-autora ausente favorita, Bella!
Hoje a Caah estava super atarefada, então eu vim trazer a vocês mais um mágico e lindo capítulo de Younger Souls!
Bem, para falar a verdade... Não é bem um capítulo completo. Nós não conseguimos encaixar nada, então ele ficou mais curto do que um capítulo normal. Eu e a Caah o consideramos um bônus para os fãs de Sanji!
Espero que gostem!
Até lá embaixo!



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Pov. Benji:

                Abri os olhos piscando na luz que se infiltrava pela abertura; Sarah ainda ressonava tranquilamente. Com Ryan na praia com os pais, ela tinha muito tempo livre e dormia a maior parte do dia. Mas não eu, não podia me dar aquele luxo, principalmente com Sally por perto. Ah Sally, tínhamos passado muito tempo juntos e honestamente, aquela garota me tirava dos eixos. Talvez fosse seu jeito selvagem implícito por trás dos olhos castanhos inocentes, ou o modo quando corava e sorria timidamente toda vez que lhe faziam um elogio, o que acontecia frequentemente. De qualquer modo... Aos meus olhos, ela era perfeita.

            Sentei-me na cama e espreguicei-me, levantando-me para me vestir. Em breve eu estaria na companhia da senhorita Sally Von Desmond.

            Estava caminhando pelos corredores depois de ser enxotado da cozinha por ter perdido a hora do café. Uma silhueta familiar cruzou o olhar com o meu fazendo um sorriso instantâneo me subir aos lábios.

            -Oi Sally.

            Disse me colocando a sua frente, bloqueando seu caminho para onde quer que fosse. Ela levantou os olhos do chão e deu um dos seus meigos sorrisos tímidos.

            -Benji. Oi.

            -Dormiu bem?

            Ela fez que sim. Aproximei-me e depositei um selinho nos lábios fartos. Antes que eu pudesse transformar em algo mais, ela se afastou.

            -Eu prreciso tomar um banho. Vemo-nos depois.

            Disse com seu sotaque arrastado do Norte do país. Fiz que sim e saí do seu caminho, retomando minha caminhada para lugar nenhum. Olhei para trás enquanto Sally ia para o lado contrário ao da Sala de Banhos. Alguma coisa estava errada. Terrivelmente errada.

            Encontramo-nos mais tarde, depois do almoço perto da Praça Central. Eu estava a caminho do meu quarto para tirar uma soneca depois do almoço, mas lá estava ela, caminhando com seus passinhos pequenos e despreocupados. Eu não havia visto-a no Refeitório, então imaginei que ela devia ter comido antes. É claro que uma vozinha irritantemente insistente no fundo da minha mente dizia que ela estava me evitando. Mas eu estava evitando essa vozinha.

            -Sally!

            Chamei, indo de encontro a ela. Trocamos olhares e ela não sorriu. Mau sinal?

            -Oi Benji.

            -Como foi o banho? Deixe-me adivinhar... Molhado? Quentinho?

            -Banho? Que... – Ela pareceu se lembrar da nossa conversa mais cedo. Estranho – Ah sim. Molhado. Bem molhado.

            Disse unindo as mãos como se estivesse nervosa, e baixando os olhos para o chão. Levantei seu rosto pelo queixo fazendo-a olhar para mim.

            -Você está bem? Está estranha hoje.

            Ela fez que sim, mas não me convenceu muito.

            -Estou bem Benji. Graças a você. Sabe disso.

            -Então qual o problema?

            Ela deu de ombros sorrindo, dessa vez convencendo um pouco mais, mas deixando a desejar.

            -Nenhum mesmo Benji.

            -Sabe que pode me contar tudo o que quiser não é?

            -Deixe disso garroto.

            Ela disse se aproximando. Fiquei mais tranquilo ao ver que eu realmente estava paranóico. Nada estava errado, ouviu vozinha? Pode parar de me incomodar agora? Mas é claro que ela disse não, ficando a espreita esperando uma brecha para acabar com o meu dia. Nossos lábios se tocaram e se moveram em sincronia, completando um ao outro, acariciando um ao outro. Sally parou de repente, dando um passo atrás tapando a boca com espanto, olhando fixamente para o chão como se visse algo que eu não podia ver.

            -O que foi?

            -Não dá. Não posso.

            E sem dizer mais nada correu para longe. Fiquei estático por alguns segundos e me segurei para não ir atrás dela. Ela não queria? Era isso que queria dizer? Como assim não podia? Eu havia feito alguma coisa errada? A vozinha no fundo da minha cabeça virou uma ensurdecedora gritaria.

            Depois de colocar na cabeça que não havia nada que eu pudesse fazer se ela não queria nada comigo, eu caminhei a passos em falso sem rumo por onde quer que fosse desde que continuasse andando. Se parasse, começaria a chorar. Se chorasse não pararia nunca. Não queria saber se o problema era comigo ou com ela, ou o que haveria causado isso. Só queria continuar andando, e se aparecesse um abismo no caminho... Ah, eu não teria essa sorte. Perto de onde estava caminhando ouvi alguém chorando completamente histérica. Percebi que estava na porta da Sala de Jogos com um piscar nos olhos perdidos.

            Percebi a silhueta de Sally na escuridão. Ah ótimo. Meu subconsciente tinha seguido-a. Bom, já que estava ali...

            -O que houve?

            Perguntei encostando-me à parede. Porque todos vinham chorar na Sala de Jogos? Era para ser um lugar feliz, para desestressar, mas no fim do dia sempre havia alguém fazendo daquela sala escura um lugar triste. Ela balançou a cabeça querendo dizer que não era nada, mas seus olhos a traiam e diziam o contrário.

            -Por favor. Acho que eu mereço pelo menos uma razão.

            Ela fez que sim procurando se recompor.

            -O nome dele era Mark.

            -Você o amava?

            Ela fez que não com força.

            -Eu o odiava. Nós o encontrramos quando ainda éramos eu, minha mãe e Anne. Algum animal fez uma cicatriz enorme no rosto dele, e ele sempre contava uma história diferrente sobre ela... E então um dia minha mãe e Anne não voltaram mais e só eu e ele sobramos. Quando eu percebi que elas não voltariam, Mark estava enchendo a cara em uma loja de bebidas que havíamos nos escondido para passar a noite e esperar pelas duas. Ele pediu que eu entrasse no carro, e eu estava tão atorrrdoada que nem percebi que ele estava bêbado. – Ela parou e respirou fundo, contendo um soluço – Ele trancou a porta dizendo que era para que ficássemos seguros.

            Fui até ela e me sentei ao seu lado com as mãos nos bolsos. A vontade de andar e de chorar passara.

            -Mas não ficaram.

            -Estávamos tudo menos seguros.

            Ela disse, desviando o olhar para o lado, para a parede de pedra. Algum tempo se passou sem que palavras fossem ditas, até que eu vi que teria que conseguir o resto da história.

            -E o que aconteceu depois?

            Ela suspirou.

            -Começamos a discutir. Eu queria ir atrás dela, e ele queria que ficássemos ali. Começamos a falar mais alto, gritar. E quando eu vi, ele já tinha acertado meu rosto uma vez. Depois duas. E então eu perdi a conta... Eu quase morri aquela noite.

            Disse com a voz distante. Percebi que ela chorava silenciosamente, segurando os soluços mordendo o lábio inferior.

            - Ainda não vejo o problema. Você o odiava e ele fez mal a você. Fim da história certo?

            Sally fez que não.

            -Eu achei uma garrafa no chão. Era o único jeito de fugir. Então quebrei na cabeça dele, destranquei o carro e saí correndo.

            -E...

            -E eu... Não sei se o matei ou não... Tudo o que conseguia pensar era em escapar... E toda vez que me lembro disso eu me sinto suja... Você é tão puro Benji. E bom. Eu não sei o que seria de mim se você não tivesse me encontrado. E esse é o problema, simplesmente não consigo suportar que você me toque. Não sou uma boa pessoa... E se algo assim acontecesse de novo eu...

            -Eu nunca faria isso. Nada assim nunca mais vai acontecer com você porque eu vou te proteger.

            -Mas não devia. Não devia. O que eu fiz foi...

            -Nada. – Eu disse passando o braço ao redor do seu ombro – Nada mais do que o puro instinto humano de sobrevivência. Não importa o que você fez no passado porque foi isso que te trouxe até mim.

            -Oh Benji...

            Ela disse escondendo seu rosto no meu peito. Acariciei seu cabelo e beijei o topo da sua cabeça.

           


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Notas finais do capítulo

Oi gente!
Gostaram?
Pois é, o Mark foi super mal com a Sally, mas ela conseguiu chegar até o Benji e é isso que importa para nós, certo?
Realmente espero que tenham gostado e foi uma honra postar para vocês!
Beijos e queijos!
PS.: Lembrem-se, eu estou sempre de olho em vocês!