Younger Souls escrita por CaahOShea, Bellah102


Capítulo 11
Capítulo 10 - Pais do Matt


Notas iniciais do capítulo

Ooi amores, tudo bem? (:
Bem, dessa vez não demoramos tanto assim não é?
Como prometido aqui está o capítulo fresquinho de YS, eeee! Eu particularmente adoroo esse * sou suspeita* na verdade eu adoro todos, são nossos bebês. Mas espero que gostem!
Ah, obrigada a todas que comentaram e favoritaram a fic, amores vocês são demais!
Sem mais, boas leitura e nos vemos la em baixo!



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Semanas depois...

POV. Jullie OShea



Mamãe finalmente decidiu que ia me deixar sair depois de todo aquele lance com a chegada de Chase. Matt, pela primeira vez se candidatou para nos acompanhar. As pessoas se mostraram pouco confiantes, mas como sempre tio Jeb deu o voto de minerva. Sua casa, suas regras, como sempre.


–O garoto vai. Vamos ver o que sabe fazer.

Desde a nossa conversa naquela ultima noite, eu e ele tínhamos estado... Bem... Muito próximos. Conversávamos mais e quando nos víamos de longe, trocávamos sorrisos, coisas que nunca fizemos. Se anjos pudessem sorrir, até eles invejariam seu sorriso. Qualquer romântica incorrigível pensaria que ele tinha aceitado essa incursão para ficar perto de mim.

E eu era com certeza, uma romântica incorrigível.


Pegamos a grande caminhonete preferida do meu pai. Íamos em quatro, eu, mamãe, papai e Matt. Joy quisera ficar em casa com Chase. Eles quase não desgrudavam desde a sua reconciliação quase que milagrosa. Benji e Sally estavam ocupados, com alguma atividade desconhecida. Então o banco de trás era só nosso. O caminho até Tucson quase voou enquanto conversávamos e disputávamos luta de dedões. Ele não se conformava com o modo que eu praticamente massacrava tanto o seu dedo direito quanto o dedo esquerdo.


–Somos O’Sheas – Explicou meu pai a ele, olhando-o pelo retrovisor, lá pela sua décima derrota – Jogamos para vencer.


POV. Matt



Quando cansei de ser derrotado por Jullie, encostei-me à janela com o intuito de dormir. Jullie dormiu em alguns segundos, encostada à janela oposta, a respiração suave como uma pluma roçando a pele. Tentei imitá-la, mas toda a vez que fechava os olhos, revivia as horríveis sensações da fuga de Phoenix. Não eram imagens propriamente ditas. Ainda não lembrava grande parte das minhas peregrinações pelo deserto. Eram mais sensações, duas vezes piores de serem lembradas.


Passamos por um cacto que parecia familiar e lembrei-me da sede. Da língua inchada e da dor na garganta que ela causava. Lembrava do calor e da dor das queimaduras, da dor de cabeça da insolação e das bolhas de tanto caminhar. Imagens concretas, eu só guardava duas. A primeira eram meus pais, sentados juntos a frente da fogueira, julgando que eu já estava dormindo, na noite anterior à que eu os perdi. Meu pai, um contador arrancado de seu escritório a força, com os cabelos louros escuros que caíam-lhe sobre os olhos cobertos com seus óculos que davam um ar intelectual ao seu corpo fortalecido pela guerra.

Minha mãe, com os cabelos castanhos cacheados que ela deixava soltos, emoldurando seu rosto com uma cortina rebelde. Uma mulher sensível. Artística. Gostava do jeito que seus lábios se moviam quando cantava ou do jeito que sorria quando esboçava alguma coisa com as cinzas das fogueiras que fazíamos. Aquela era uma noite como outra qualquer. E então tudo virou em questão de segundos, por algum motivo que não conheço.

E a segunda era Jullie, quando acordei nas cavernas de Jeb. Seus olhos azuis brilhavam de felicidade e curiosidade. Os cabelos louros presos atrás das orelhas pareciam reluzir na pouca luz do hospital. Encostou um garrafa de água em meus lábios, de modo que mesmo assustado até a alma, quase podia sentir a ternura maternal que emanava dela e estava impregnada na água. Senti um toque no ombro. Vi os olhos azuis que tinha visto na minha primeira lembrança do primeiro dia do resto da minha vida.

–No que está pensando?

Ela perguntou ajoelhando-se no banco ao meu lado e olhando para a minha janela junto comigo, como se quisesse ver o que eu pensava através dela.

–Em nada.

Respondi. Eu não queria deprimi-la. Estava sempre tão feliz e sorridente...

–Você pode me contar. Somos amigos não somos?

Fiz que sim, respirando fundo.

–Sinto falta dos meus pais. Me sinto perdido. Estou com medo. Eu os amo muito.

Ela ficou alguns segundos olhando a paisagem lá fora, calculando algo em sua mente criativa. Eu não saberia dizer no que ela estava pensando até que ela disse.

–Nós podíamos achá-los. Não estão mortos, sabe? Se são Almas podemos achá-los. Podemos dar um jeito.

Olhei-a esperançoso. Nada me faria mais feliz. Ela sorria do mesmo jeito que sorria na noite em que acordei.

–Você acha mesmo?

–Eu tenho certeza.


A viagem continuou tranqüila. Logo chegamos à cidade. A placa de bem-vindo a Phoenix só foi vista por mim e pelo pai de Jullie. A mãe de Jullie ressonava levemente encostada a janela da frente. Quando não estava com uma das mãos ocupada no volante ou na marcha, o pai pousava sua mão sobre sua coxa e a acariciava com o polegar. De vez em quando ele olhava para ela com um sorriso sereno, como se não agüentasse manter seus olhos longe por muito tempo. Jullie dormia encostada ao meu ombro. Sorri, colocando uma mecha dos seus cabelos atrás da orelha para que não a incomodasse durante seu sono tranquilo. Olhei pela janela na esperança de conseguir dormir um pouco...


E quase morri.

Um sedã bordô de um modelo antigo abrigava um casal. Apertei minha testa contra o vidro frio da noite, quase sem acreditar no que meus olhos diziam estar vendo. Meu pai voltara a usar seus suéteres com losangos estampados que ele tanto gostava e senti falta quando eu era pequeno, mas sem mangas devido ao calor. Minha mãe passara a prender os rebeldes cabelos castanhos em um coque apertado no topo da cabeça. Acho que nunca tinha visto-a prender os cabelos nem uma vez na minha vida, mesmo quando o calor era extremo. Eu nunca vira o quanto era linda por baixo da selva que escondia os olhos castanhos claros. Meus olhos se encheram de lágrimas endentei uma mão imaginária pressionar minha garganta.

Não podia abrir a janela e gritar por eles, porque isso significaria colocar a minha nova vida, que eu por pouco quase não conseguira, e meus novos amigos das cavernas. Joy e Jullie. Mas não podia deixá-los ir sem ter a certeza de que eu não estava sonhando ou tendo alucinações. Toquei levemente o ombro de Jullie quando o sinal de transito nos deteve lado a lado. Ela abriu lentamente os olhos e piscou, tentando lembrar onde estava.

–Matt? - ela perguntou bocejando, ainda um pouco desorientada.

–Qual o problema?

–Meus pais. Estão em Phoenix.

Sussurrei olhando pela janela, desejando desesperadamente abri-la.


–Oi.


Jullie disse sentando-se ao meu lado no parapeito da janela do apart-hotel ela me entregou uma das canecas coloridas com chocolate-quente que ela carregava.

–Oi.

Respondi cabisbaixo, recebendo a caneca e encarando o líquido castanho dentro dela.

–Como você está?

Ela perguntou. Desde que vira meus pais se afastarem no seu sedã bordô eu me recolhera a um canto distante dos meus companheiros de viagem no fundo da minha mente, como um cachorro ferido por um chute. Ela, atenciosa como sempre, foi a primeira a notar a ausência das minhas palavras.

–Não faço idéia. Mas dói.

Admiti. Eu olhava o horizonte de prédios de Phoenix distraidamente, pensando em qual daqueles prédios ou casas iluminadas, minha mãe e meu pai estariam, quando ela pegou minha mão. Foi simples, sem som algum, sem aviso algum. Em um momento, ela estava caída, murcha e sem vida do meu lado e em outro, Jullie a segurava, firme. Lembrava-me de quando dava às mãos a Joy para que Chase pensasse que estávamos juntos. Soltávamos assim que saíamos da vista de Chase. E naquela hora eu tinha a impressão que se eu não pedisse, ela jamais a soltaria. Era um apoio. Uma esperança. Uma força.

–Não se preocupe. Assim que meus pais dormirem vamos atrás deles. Vai dar tudo certo, você vai ver.

Ela disse sorrindo timidamente por trás da sua caneca. Apertei sua mão com força e sorri também. Com ela do meu lado, eu acreditava.


Caminhando lado a lado refazendo o caminho do Apart-hotel até o cruzamento em que eu e meus pais nos separamos, quando seguimos em frente e eles viraram à esquerda. Seguimos na direção que eu lembrava que eles tinham seguido.


–Não sei não Jullie. O subúrbio de Phoenix é enorme e todo parecido. Como é que vamos achá-los? Podem ter ido para qualquer lugar...

Eu disse parando e olhando em volta. Eu não tinha a menor Idea do que estava fazendo ali no meio da noite em uma cidade inimiga. Seria justo levar Jullie comigo a uma busca sem esperança, correndo o risco constante de sermos pegos?

–Não dê uma de pé frio agora. Estamos tão, tão perto! – Ela veio até mim, pegou minha mãos nas suas pela segunda vez naquela noite e olhou firmemente nos meus olhos. Seus olhos pareciam mais brilhantes que qualquer uma das estrelas acima de nós – Eu quero te ajudar. Quero mesmo. Sei o quanto você sofreu. Primeiro com seus pais, depois com a minha irmã... Mas agora você tem a mim para te ajudar. E você precisa pelo menos tentar... Eles não fariam o mesmo por você?

Fiz que sim, convicto.

–É claro que sim.

–Uma vez, antes de eu nascer, um espião levou a minha mãe. Meu pai não tinha a mais remota pista que fosse para encontrá-la a não ser um chinelo laranja. E isso foi o bastante para ele. Você os viu Matt. Você consegue.

Ela disse. Eu estava tão próximo dela eu podia beijá-la. E por um segundo, eu quis. Mas então lembrei de Joy e do jeito que ela me empurrara com toda sua força no chão duro de pedra e do jeito que minha mão machucada doía mesmo muito depois de o hematoma ter desaparecido. Lembro da raiva do seu olhar. Eu gostava demais de Jullie para acabar com a nossa amizade como a de minha e Joy acabou. Não podia fazer isso depois de tudo o que ela estava fazendo por mim. Se a perdesse também, não sabia o que faria.

–Está bem. – Eu disse fazendo que sim, afastando todos meus pensamentos perturbadores e forçando-me a sorrir – Vamos lá.


A casa tinha a cor de um abacate gigante. Sem exagero. Apenas uma parede de pedras embutidas ao lado da casa indicava que a casa não se tratava de uma fruta gigantesca transformada em casa. As luzes estavam acesas lá dentro. Eu e Jullie nos esgueiramos de mãos dadas pelas janelas até encontrar a sala de jantar, onde todos estavam reunidos, a família toda. Papai contava uma história e mamãe se deliciava com o som da sua voz, rindo. E entre as duas pontas da mesa onde meus pais sentavam, bem onde eu deveria estar, se sentava um menino que devia ter uns 9 anos e cabelos louros escuros como os meus.


–O... O que... Quem é ele?

Perguntei ao vento como se ele pudesse me responder. Mas Jullie respondeu por ele.

–Quando os pais de um Hospedeiro criança são descartados, eles vão para a adoção. – Baixei o rosto. Não conseguia imaginar meu pai bagunçando a cabeça daquele garoto e chamando-o de campeão como fazia comigo. E não conseguia suportar a imagem de minha mãe colocando-o para dormir, beijando sua testa e cantando para ele, para afastar os sonhos ruins. Sentia-me traído. Jullie pousou a mão macia no meu ombro – Isso é bom. Eles ainda estão ali, em algum lugar. Sentem a sua falta Matt. Sentem falta do garotinho pelo qual dariam sua vida para proteger e isso está influenciando as Almas em seus corpos. Mas eles querem você Matt. Vê como ele se parece com você? Você é o filho deles.

Sem pensar eu a abracei. Ela retribuiu com o tanto exato de força que eu precisava. Mas terminou cedo demais.

–Eu vou distraí-los. – Ela disse, tirando um potinho da bolsa. – Sempre trago para dormir na viagem. Enjoo no carro.

Explicou quando li o rótulo “Dormir”. Ela já ia levantando para ir em direção à porta mas puxei-a pela mão para perto de mim novamente.

–Jullie – Chamei-a de volta. Ela se ajoelhou na grama abaixo da janela novamente – Eu não sei... Eles parecem felizes e... Eles não vão embora tão cedo, certo?

Ela olhou fundo nos meus olhos claros, procurando algo que tivesse que tivesse feito mudar de idéia. Na verdade, ela estava vendo.

–Mas... Eu pensei que sentisse a falta deles.

–Eu sinto, mas... Acontece que eu não estou mais com medo – Disse me aproximando, decidido a pelo menos tentar – E... Não me sinto mais sozinho.

E nossos lábios se tocaram. Enquanto esperava o contato com a grama, consolei-me que não doeria tanto quanto o chão de pedra em que Joy me empurrara em nosso primeiro e único beijo. Mas ao contrário da irmã, Jullie não me empurrou. Seus braços envolveram meu pescoço e suas mãos enterraram-se no meu cabelo curto, mantendo-me perto. Podia-se claramente ver que nenhum de nós dois sabia beijar. Eu podia sentir o fluxo de emoções entre nós. Estávamos surpresos com as reações um do outro, felizes pelo que estávamos fazendo, cansados pela procura, e acima de tudo ansiosos para satisfazer um ao outro. Queríamos que tudo desse certo.

Devo admitir. Melhor que beijar sem permissão, é ser beijado de volta. Quando nos separamos, já arfantes, Jullie soltou um risinho doce.

–Você nunca esteve sozinho.


POV. Jamie Stryder


_____________________________________________________

“Não faça um escândalo”.

“Nervosismo é uma coisa. Pânico é outra.”

“Seja normal”

Minha mente gritava enquanto eu esfregava minhas mãos suadas. A verdade era que naquele instante eu me deparava com a quase impossível tarefa de parecer normal enquanto o choro estridente de Megan ecoava pelas paredes de pedra bruta do Hospital.

Mas que pai em sã consciência não ficaria desesperado por ver sua filha chorando sem interrupção e sua mulher desesperada por não conseguir amamenta-la?!

Alysson fez uma careta de dor quando nossa pequena Megan, abocanhou seu seio esquerdo sugando-o com força.

– Dói muito, Aly? – Sophia perguntou com entonação médica apesar dos olhos sonolentos. Ao julgar pela luz que entrava pelas brechas nas Cavernas ainda era madrugada e nós éramos os únicos acordados. Alysson assentiu.

Eu havia sido acordado num rompante no meio da noite, pelas mãos de Aly chacoalhando meus ombros sibilando um ‘’ Não estou bem, Jamie’’. A imagem do seu rosto pálido e seu corpo trêmulo de calafrios não saiam da minha cabeça. Aly estava ardendo em febre e naquele instante não pensei em nada e sai feito um relâmpago atrás de ajuda.

– Há quanto tempo está tendo problemas pra amamentar, querida? – Sophia perguntou enquanto nossa filha se esgoelava a pleno pulmões, faminta, farejando o seu leite mesmo com a mãe vestida.

– Ela não está sugando direito, Sophia. – Murmurou com os olhos rasos de lágrimas. – Estou tendo problemas há uma semana. Dói muito quando ela mama, e meus seios estão vermelhos e inchados.

Megan sugava com força apenas por alguns segundos e logo soltava o seio, com uma expressão de insatisfação, mexendo freneticamente os bracinhos e perninha para o ar, irritada enquanto Aly tentava acalmá-la.

– Calma amorzinho. – Falou fazendo uma nova careta, tentando fazer com que Megan voltasse a mamar, mas o leite parecia não ser suficiente.

Suspirei sentando ao lado da minha mulher, pousando minha cabeça em seu ombro, acariciando os ralos cabelos castanhos avermelhados da nossa filha.

Respirei fundo tentando me controlar.

– O que ela tem Sophia? – Perguntei torturado – O que há de errado?

– Bem, como eu desconfiava. – Falou nos encarando com um olhar tranquilizador. Por mais que eu sondasse, eu não conseguia encontrar mentira em seus olhos azuis – Aly está com mastite¹.

– Isso é grave? – Ela perguntou num átomo antes que eu pudesse abrir a boca.

– Se for tratado logo, não querida, fique tranquila. Você está em fase inicial de Mastite. – Sophia respondeu sorrindo – Seus seios apresentam áreas vermelhas, sensíveis e quentes, que ficam inchadas. É o chamado "leite empedrado" e como o leite não conseguia passar, ele se acumula e causa inflamação e inchaço no local. Por isso essa borboletinha aqui não consegue mamar e chora, não é lindinha?

Naquele momento Megan desistiu de chorar e fitou atentamente em volta, procurando o rosto de Sophia e sua pequena boquinha projetou o inicio de um pequeno sorrido desdentado, seguido um gritinho agudo, como se ela quisesse responder.

– Eu vou ter que parar de amamentar? – Aly perguntou pesarosa enchendo seu rostinho de beijos, com lágrimas nos olhos.

– Oh não. Não é necessário. - Falou calmamente - É importantíssimo continuar amamentando, mesmo com mastite. Eu sei que dói, e bastante, mas a Megan precisa mamar o máximo que conseguir para tirar a maior quantidade de leite possível do seio e resolver o seu problema. Antes de cada mamada, aplique compressas quentes nas mamas. Isso vai aliviar a dor e facilitar a saída do leite.

Assentimos soltando um longo suspiro em conjunto. Eu me sentia aliviado por saber que estava tudo bem. Minha filha estava bem e Aly ficaria bem também.

Megan nos presenteou com um longo bocejo de sua boquinha diminuta nos fazendo sorrir bobamente como os pais de primeira viagem mais babões que poderiam existir.

– Acho que alguém está com sono... – Sophia disse piscando e fitando Aly em seguida, que embalava nossa filha com carinho – Bem, eu vou explicar pra você deve amamentar a partir de agora...

E eu prestei atentamente a cada palavra do que Sophia disse. Naquele momento nada mais me importava a não ser o bem estar dos meus anjos.

• • •

Estava quase amanhecendo quando saímos do hospital com uma Megan tranquila e muito sonolenta nos meus braços. Com a ajuda de Sophia, nosso anjinho finalmente conseguiu mamar tranquilamente e quase ressonava soltando pequenas lufadas de satisfação. Aly também parecia bem melhor, não tinha mais febre e seu rosto estava mais corado, quase num tom normal. Isso me fazia sentir infinitamente melhor, só a ideia de ver as duas mulheres da minha vida sofrendo me fazia estremecer.

– E então, mais tranquilo agora, papai? – Aly perguntou sorrindo tocando meus cabelos desgrenhados. Provavelmente agora, depois toda aquela angustia ter se esquivado, ela devia estar achando engraçado todo meu desespero.

– Vocês me deixaram preocupado, Aly. – Revidei fazendo-a revirar os olhos. Eu sabia que ela também ficara muito preocupada com o estado de nossa pequena, estava apenas tentando me provocar. – Ou vai de dizer que também não ficou?

– Claro que sim, Jamie. – Disse e respirou fundo, como se fosse doloroso demais reviver as lembranças. – Eu me sinto uma péssima, mãe.

Eu entanquei me afastando bruscamente.

– O que?!

– Ela é só um bebê Jamie, a nossa bebê, e estava sofrendo. Como não notei isso antes? – Disse desolada olhando para mim com aqueles olhos cor de avelã, derretidos em meio às lágrimas. – Eu sou mãe, devia ter notado que tinha algo errado, devia ser algo natural, não é?!

– Não diga isso, você é uma ótima mãe. A mãe mais perfeita que nossos filhos poderiam ter. – Falei levantando seu rosto entre o polegar e a dobra do indicador, tirando seus cabelos avermelhados que caiam graciosamente sobre seus olhos. – Nunca mais repita essa besteira, entendidos?

– Não minta pra mim, Jamie. – Resmungou fazendo bico. – Não me iluda.

– Aly, não fique assim, não poderíamos saber o que estava acontecendo. E sabe por que eu sei que você é uma excelente mãe? - Perguntei e ela negou veementemente. Sem dizer ao menos uma palavra apontei para nossa pequena.

Nossa Megan dormia profundamente em seus braços, livre de qualquer preocupação, com uma respiração regular, completamente relaxada, exalando sua completa pureza. Sabíamos que ali ela se sentia amada e segura. Tão segura que chegava a suspirar no pescoço da mãe.

– Viu? Ela te ama, anjo – Conclui sorrindo. Num estalo Megan abriu os olhos, sonolenta e me viu, sorrindo toda manhosa e se aconchegou novamente no colo da mãe, voltando a fechar os olhos em seguida. – Dessa vez você está errada senhora Stryder.

Trocamos um olhar cumplice.

– Eu te amo, Jamie.

– Eu também amo. – Respondi unindo nossos lábios – Amo vocês.

• • •

Mais tarde naquele dia, eu travava uma séria batalha com o sono que parecia não dar o ar de sua graça. E só Deus sabe quanto precisava de um pouco de descanso, afinal, não dormia direito há quase uma semana. Segundo Aly eu estava virando um verdadeiro zumbi das cavernas. Mas eu simplesmente não conseguia dormir, meus olhos pareciam estar cheios de areia. Chutei o lençol para longe de mim e levantei sabendo que meu cabelo estaria parecendo uma juba que daria inveja a qualquer leão. Eu precisava de um pouco de ar, estranhamente eu me sentia um pouco claustrofóbico, como na noite em que Megan nasceu.

Caminhei pelos corredores vazios, sozinho, deixando minha mente vaguear. Risinhos abafados ecoaram pelo corredor em que me encontrava. Unindo as sobrancelhas, acelerei o passo, curioso.

–Não. Eu já disse, se nós tivéssemos filhos, eles seriam O’Shea Stryder. - Sussurrou Sarah baixinho.

–Não, não. O nome do pai é por último. É o costume. - Retrucou-lhe Ryan.

Na Praça Central, em um canto distante da luz do luar que incidia sobre a terra fofa, Sarah e Ryan estavam envolvidos em um abraço, olhando um nos olhos do outro. Encostei-me à parede de pedra, observando a conversa dos dois.

–Costumes são bobos. Você é bobo. Stryder vai vir por ultimo. Pense bem. Só tem 5 Stryders e 7 O’Sheas. Não é justo.

Disse Sarah. Ryan fez uma careta, e suspirou, revirando os olhos, obviamente se dando por vencido. Então ele voltou a olhar para a menina morena e sorriu.

–Você é linda sabe?

Ela assentiu.

–Uhum. Mas Stryder ainda vai vir por ultimo.

Os dois riram e se beijaram. Sorri, suspirando e cruzando os braços. Ainda me lembrava de quando eu e Aly ainda éramos daquele jeito, dois adolescentes unidos apenas pelo desejo de estarmos juntos.

E pensando bem, internamente, isso nunca mudara. Ainda éramos duas crianças amando pela primeira vez. Só que agora tínhamos a linda Megan nos iluminando os dias. Então bocejei e deixei Ryan e Sarah a sós, pronto para retornar ao nosso quarto e ter um sono tranquilo.





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Notas finais do capítulo

E ai meninas, gostaram? Espero que sim ^^
Quem gostou da cena Matt/Jullie levanta a mão? * eeeu* Muito lindos esses dois! (:
Aaaww e o nosso Jamie papai? Que coisa mais linda ele todo preocupado com a Aly e a Megan!
Bem, todas as informações sobre a Mastite, tiramos desse site aqui, de onde surgiu a ideia: http://brasil.babycenter.com/baby/amamentacao/problemas-e-solucoes/mastite/
Ah, recadinho da minha anjinha e autora também da YS, a Bella: Ooi meninas, estamos de vento em popa para continuar a fic e que não vamos mais ficar tempo sem postar. ^^
Bem flores, sem mais, vemos vocês nos comentários!
Um beijão da Caah!



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