Tomando Coragem ! escrita por ro_dollores


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Minha intenção foi tentar ser inocente desta vez. Talvez usar um pouco de doçura para nossos corações apaixonados por este casal tão fofo !



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As vezes ele se permitia sonhar com aqueles cabelos castanhos espalhados em seu peito.

Mas as coisas não eram tão simples.

Ele não era capaz de controlar seu próprio coração. Não era como comandar sua vida, era muito mais do que isso.

De repente ela o encarou, querendo desvendar aquele olhar, mas ele não soube o que fazer.

Como um garoto pego de surpresa com a mão em um pote de biscoitos, recém assados, seus olhos se arregalaram surpresos e, como de costume, arqueou sua sobrancelhas.

A morena não conseguiu disfarçar um sorriso discreto.

Ela amava quando ele fazia aquilo.

Mas o que estaria acontecendo com ele ? Era a terceira vez naquele turno que o pegava a olhando daquela forma estranha, indesvendável.

Talvez pudesse criar coragem e fosse até ele perguntar sobre aquela situação.

Mas ela não tinha essa desenvoltura mais. Havia o chamado para sair há muito tempo, depois deu a entender com todas as letras, há uns dias atrás que ele era muito mais que um chefe para ela.

Sabia que ele havia ficado surpreso, talvez por descobrir que mesmo com sua negativa e com o passar do tempo, ele ainda a fascinava.

Achou melhor fingir que não tinha interesse em descobrir.

Mas que ela estava bem curiosa, ela estava.

Enquanto conversava com Mandy, o novo perito em armas, Dustin passou pelo corredor e a encarou, encostado no batente da porta.

_Quer falar comigo ?

_Sim …

Não se importando com a presença de uma outra pessoa, ele disparou.

_Você tem namorado, Sara ?

_Não !

Ele a encarou sorridente e continuou com aquele olhar engraçado.

_Quer jantar comigo … um dia desses ?

Ela foi pega de surpresa, e não soube o que dizer.

A primeira vez que ela o viu, sua mente o comparou com Adam Sandler. Ele era mesmo parecido com ele, só que em uma versão mais séria com incríveis olhos verdes.

_Jantar ? Eu ?

_Tem mais alguma Sara aqui ?

Ela levantou apenas uma sobrancelha e se virou para Mandy, que estava igualmente surpresa.

_Eu não sei … acho que eu não seria um boa companhia !

_É melhor deixar eu decidir.

_Hum … posso pensar ?

_Claro, mas não leve muito tempo, esperar não está entre as minhas qualidades.

Ele era ousado e muito diferente de alguns outros que ela conhecia. E isso incluía seu supervisor.

Ela ficou o observando caminhar de volta para seu trabalho, assoviando.

_Confiante, não ?

_Bastante !

_Você vai aceitar ?

Sara ainda parecia meio avoada, aquilo tinha a surpreendido de uma forma muito intensa. Há tempos não recebia um convite para jantar.

_Eu … não sei.

_Se fosse eu, aceitaria ! Não titubearia um segundo, ele é bem bonitão.

Ela deu de ombros e continuou a ouvir a explicação de Mandy sobre algumas evidências.

…........

Sara estava tentando prestar atenção em um artigo forense sobre as reações químicas em tecidos de algodão como uma primeira impressão, mas não estava conseguindo. Aquele pedido tinha lhe tirado a concentração.

Bem próximo dali … em outra sala.

_Mandy … você viu a Sara ?

_Estava aqui comigo há pouco !

_Hum … - Grissom esticou seu lábio de lado e ia saindo quando ouviu.

_Ela pode estar com Dustin, devia uma resposta a ele ... acabou de chamá – la para jantar.

“O quê ???”

O homem grisalho virou para a perita de laboratório e fingiu um sorriso.

_Se ela não aceitar, merece umas palmadas.

Então era isso ? O novo integrante do turno estava conquistando as mulheres, e havia se engraçado justamente com ela ?

“Bem …” - Ele pensou - “Mais cedo ou mais tarde aquilo ia acontecer !”

Ele caminhou rapidamente até a sala do novato e ela não estava ali.

Suspirou aliviado e continuou sua busca por ela.

Debruçada sobre as mesa de evidência, ele notou que ela parecia meio inquieta.

_Sara ?

Ela deu pulo se assustando !

_Oi …

_Te assustei ?

_Estava distraída ! O que foi ?

Por um momento ele esqueceu o que queria falar com ela.

_E então ? Algum problema ?

_Hum … não. É sobre … seu relatório. Está meio confuso !

_ Em que parte ? O que você não entendeu ?

_Pode vir até minha sala ?

_Claro !

Ele caminhou ao seu lado com as mãos nos bolsos, sem dizer uma palavra. Sara se sentou na cadeira de frente a ele e esperou.

_”A mancha encontrada no colchão, pode ter sido plantada pelo suspeito, para confundir um possível interrogatório.”

_Ainda não sei o que quer dizer ? Onde está confuso ?

_Em relatórios finais, não existe talvez, esse termo perde a compreensão quando as análises são conclusivas.

Ela pensou naquele erro gritante, e mesmo tendo a chance de entender numa segunda avaliação, não conseguiu ter concentração o suficiente.

Então se lembrou que no mesmo momento em que preenchia aquelas linhas, ele a encarava.

_Oh … desculpe, você tem razão, posso refazer ?

_Faria isso ?

_Claro … foi um deslize.

Enquanto realizava a tarefa com bastante atenção, sentiu dois olhos extremamente azuis a encarando !

Automaticamente ela disparou, sem levantar os olhos do papel !

_Algum problema ?

_Hã …

Ela levantou a cabeça e o encarou, com uma coragem que não sabia mais existir.

_Você está me encarando como se quisesse me dizer alguma coisa. Não está satisfeito com meu trabalho ?

Ela sentiu a face dele ruborizar.

_Claro que sim !

_Sim para … trabalho insatisfeito ou para … preciso te dizer alguma coisa ?

Ela não estava preparada para a resposta dele. Talvez nem em mil anos !

_Aceitaria jantar comigo ?

Sua boca se abriu escandalosamente !

_Co … como é ?

Ele pareceu tão surpreso quanto ela, talvez nem ele mesmo quisesse dizer aquilo ! Tinha certeza que se arrependera !

_Você … aceitaria jantar comigo ? - Ele repetiu nervosamente.

Era o segundo convite daquela noite, mas aquele parecia ainda mais irreal.

_Por que ?

_Como assim ? Por que ?

_Por que quer jantar comigo ? Vamos falar sobre o que ? O trabalho ?

Sua concepção de jantar com aquele homem à sua frente tinha perdido o propósito de ser pessoal há muito tempo._Vamos discutir meus relatórios ?

_Mas o que está dizendo ? - Ele parecia confuso.

Qual era o problema dela em dizer simplesmente sim ou não ?

_Está me chamando para jantar … na lanchonete … é isso ?

_Sara … eu quero saber se aceitar “sair” para jantar comigo !

_Sair … encontro … um restaurante … é isso ?

_Bem … eu entendo que jantar seria isso, mas se não quiser … vou compreender !

_Não !

_Não ? - Droga … ele não compreendia coisa nenhuma !

_Não … digo … não vou dizer não … eu … aceito !

Ele suspirou aliviado.

_Como vamos fazer ?

Ela olhou de lado para um ponto distante. Que pergunta era aquela ?

_Não entendi ! Você me chamou para jantar e não sabe como vamos fazer ?

Ela tinha razão. Que grande hipócrita ele era. Estava se sentindo um rato, não um homem de verdade.

_Posso pegá – la … amanhã … vamos ter folga !

_Cla... claro … amanhã.. ás nove ?

_Perfeito.

_Eu moro …

_Sei onde você mora !

Ela se levantou sem graça e entregou a pasta de volta a ele, depois ajeitou sua blusa a esticando por cima do quadril. Estava tão deslocada, não acreditando em tudo aquilo.

_Bem … até mais … eu … te espero ás nove então.

_Estarei lá !

Nem mesmo ele acreditou em sua ousadia. Talvez fosse acordado pelo impacto dela ter recebido um convite daquele atrevido.

Assim que ela passou pela sala de Dustin ela bateu devagar, dizendo em um só fôlego.

_Sinto muito mas não posso sair com você …

_Que pena.

_Talvez devesse olhar mais a sua volta …

Ele sorriu … havia entendido o recado.

Dentro de seu carro ela parecia ainda hipnotizada.

_Isso aconteceu de verdade ?

….......

A campainha tocou e ela estava morrendo de desespero, havia se trocado uma dezena de vezes. Até que optou pelo seu vestido preto na altura dos joelhos e uma minuciosa escova nos cabelos, deixando – os lisos e brilhantes.

O olhar dele parecia deliciosamente chocante !

_Meu Deus … você está … linda !

Ela agradeceu tímida e aceitou o braço dele, com o coração palpitando.

Dentro de seu automóvel ele se virou para ela.

_Você é vegetariana, não é ?

_Sim … ainda sou !

_Quer fazer alguma escolha … ou prefere que eu faça ?

_Fique a vontade, confio em você ! - Ela confiaria sua própria vida !

Eles viajaram para fora da cidade, alguns bons quilômetros, em um simpático restaurante conhecido por produzirem seus próprios alimentos. Tudo muito natural ! Ela amou !

Com cuidado ele a guiou para dentro e se sentaram na varanda, com uma simpática praça bem arborizada bem de frente a eles.

_Então, satisfeita com a escolha ?

Ele era gentil e pouco se parecia com aquele sisudo supervisor. Seriam suas táticas de conquista ? Ela pouco se importava, estar ali parecia um sonho !

_Você é surpreendente !

Sua resposta tinha sido sincera e ele sentiu em seus olhos brilhantes.

_Hum … obrigado !

Que assunto deveriam discutir ? Falar sobre o tempo ? O trabalho ? Os casos ?

_Quando comecei, há uns anos atrás, aliás há uns bons anos atrás … tudo isso aqui era bem diferente.

Ela cruzou os dedos sob o queixo com delicadeza e o encarou. Estava falando sobre ele ?

_Sério ?

_Esta parte em que estamos foi recém-construída e a comida era horrível.

Ela já conhecia aquele lugar, costumava dirigir até lá. A comida era barata e ela sentia paz.

_Os antigos proprietários resolveram se aventurar em outras paradas e deixaram este lugar ás moscas. Então um homem bastante capaz resolveu transformar o lugar em alguma coisa diferente. Não vemos muitos desses em Vegas.

_Como sabe tudo isso ?

_Já aconteceu uma cena de crime por aqui … - ele apontou com o dedo em direção ao norte e continuou … - um desaparecimento e um assassinato há algumas quadras.

_Interessante. - Ela não se lembrava de nada parecido.

_Quando resolvi investigar mais a fundo descobri o lugar transformado nisso ! Achei fantástico.

Ele estava bem à vontade, ou talvez estivesse apenas ganhando tempo, ela sentia a tensão dissimulada.

Seus pedidos chegaram e ela viu quando um homem corpulento e muito sorridente se achegou à mesa deles.

_Gilbert ! Que prazer !

Ele se levantou e o cumprimentou efusivamente.

_Esta é Sara … uma … amiga, este é Martin o proprietário deste lugar incrível.

_Seja bem vinda, querida. - Ele se virou para Grissom e concluiu com entusiasmo.

_Bela companhia … grande chefe. Você sabia que ele mesmo já preparou um prato em nossa cozinha ?

Ah então era isso, ele adorava gastronomia ? Ela descobriu que não sabia quase nada sobre ele.

_Verdade ? - Sua surpresa se transformou em encantamento quando viu ele corar.

Martin bateu em suas costas concordando com a cabeça, depois se aproximou de seu ouvido e sussurrou algumas palavras muito baixo em uma língua que parecia italiana.

Ele balançou a cabeça em concordância.

_Senhorita … fique é vontade, depois nos agracie com uma visita até as dependências internas.

_Claro … Martin … fico lisonjeada.

O homem de cabelos pretos a encarou encantado, percebendo que seu sorriso era estonteante.

_Tem um sorriso igualmente encantador.

Grissom a encarou esperando a reação tímida dela. E não foi diferente, ela agradeceu e abaixou os olhos para seu colo.

Assim que ele se retirou, ela disparou.

_Simpático seu amigo !

_Bastante !

Muito sem jeito ela resolveu investigar o que eles haviam falado.

_O que foi que ele disse a você ?

_Que eu tinha bom gosto …

_Só isso ? Pareceu bem mais …

_Você fala italiano ?

_Buongiorno ... come stai ... grazie … e nada mais !

_Já é um bom começo … - ele sorriu como ela nunca havia visto ! Ele pareceu bem mais jovem, completante fascinante.

Na verdade ele estava aliviado, Martin tinha dito mais alguma coisa que no momento não estava preparado para lhe contar. Talvez mais tarde.

A comida era realmente fantástica, um vento fresco passou por eles e ela se encolheu.

_Está com frio ?

_Não … foi apenas uma brisa.

Ele olhou ao redor e suspirou. Seus olhos a encararam, havia chegado o momento, suas mãos pareciam inquietas.

_Sara …

_Sim ?

Ele piscou várias vezes e pousou as mãos sobre a mesa, depois bateu os dedos com uma certa impaciência.

_Você está nervoso ?

_Bastante !

Ela levantou as sobrancelhas em surpresa. Era mulher e sabia que tipo de conversa ele estava tentando tomar coragem para iniciar.

_Eu … queria te dizer … que … Deus … isso é mais complicado do que imaginei. - ele confessou em voz alta a entristecendo.

_Grissom … talvez não esteja preparado de verdade para …

_Eu estou preparado ! - Ele disparou imediatamente. - Pode me dar uma chance ?

Sua tristeza se esvaiu e ela sorriu nervosamente.

_Acho que posso fazer isso.

_Sei que não tenho sido … o que você esperava, mas estou … disposto a … mudar isso !

Diante da afirmação positiva dela, ele se sentiu compelido a ir em frente, sem receios.

_Você tem certeza ?

_Tenho muitas coisas que … talvez possa desapontá – la ….

_Como por exemplo … lidar com sentimentos ?

No alvo.

_Acha que consegue me ajudar ?

_Ajudar a fazê – lo a se interessar por mim ? É isso ? - Aquilo era ridículo.

_Claro que não ! Eu … esta parte já está cumprida ... eu só preciso de um tempo, alguns ajustes.

_Está bem … podemos providenciar isso também.

Ele sorriu e se levantou.

_Onde vai ?

_Vamos se sentar ali …

_Mas … e o jantar … o garçom vai pensar que … fugimos !

_Não se preocupe com isso, tenho um pouco de crédito … eu acho !

Ele tomou a sua mão e desceram a varanda, caminharam pelo calçadão até um banco pintado de branco logo mais à frente.

Eles se sentaram e foi com o coração batendo na altura da garganta que ela viu o homem que tanto amava segurar com força sua mão.

Sem olhar em seus olhos, ele ensaiou um pequeno discurso, precisava começar com o pé direito, ela merecia toda sua consideração. A amava muito mais do que ele próprio poderia imaginar.

_Por muito tempo achei que minha vida estava em sintonia com meus propósitos, e estava indo bem … até você aparecer. Mas eu tive medo, tanto que me fechei em meu mundo como se pudesse acreditar que agindo desta forma, poderia continuar vivendo a minha vida. Eu tentei, mas não consegui.

_Gris … - sua voz saiu em um fio e ele pareceu nem ouvir.

_Estava enganado … mesmo sabendo de nossa …

_Gris – Desta vez ele parou de falar. A luz do luar refletia em seu rosto e ela viu pequenas gotículas em sua testa. A noite continuava fresca mas e ele parecia não sentir. _Olhe para mim, por favor.

Imediatamente seus olhos se encontraram.

_Eu juro que a última coisa que daria seria te magoar …

_Você apenas acreditou em sua convicções.

_Eu apenas acreditei em minha ignorância … Sara ! Eu não queria te amar … e você precisava viver a sua vida. Com alguém mais jovem e … que não fosse estúpido o bastante para ...

_Não quero ouvir sobre isso.

Ele se calou e olhou para as mãos deles entrelaçadas. O contato era bom, o deixava feliz.

_Talvez eu tenha buscado razões para fugir … mas me esqueci que existe uma bem maior … para tentar ... para nos arriscar.

Ele se aproximou de sua boca e a beijou. Doce, delicado e demorado.

E ele pensou nas palavras de seu amigo Martin. !

Da non perdere …lei è una dea !”

Não a deixe escapar, ela é uma deusa !”

Sara estava nas nuvens se deliciando com o gosto de sua boca, naquele contato incrível.

Assim que se separam ela quis saber, quis ouvir de sua boca o que esperou por tantos anos.

_E qual é essa razão ?

_Eu te amo !!!

Fim !




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