Nova Vida escrita por Bells


Capítulo 8
Capítulo 8 Sem dar ouvidos a razão




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POV LUCE.

—Oi. – Falei depois que a aula acabou e todos estavam saindo.

—Oi- Respondeu Daniel.

—Está tudo bem? Ouvi você falar que estava com problemas familiares.

Havia uma sombra ao lado de Daniel, mas ela o contornou e saiu e ele pareceu perceber, ele enrijeceu.

—É só meu... Sobrinho. – Respondeu em fim. – Mas está tudo bem.

—Se precisar de ajuda...

—Está tudo bem... Obrigado.

 

—‘nada.

Ele deixou papéis caírem ao pegar a pasta e ambos nos abaixamos para pegar, nossas mãos se tocaram e os olhares se encontraram...

Uma paisagem escura e fria surgiu em minha mente, o anjo de olhos violetas com as asas abertas protegendo a criança de olhos castanhos.

Ele recolheu a mão receante.

Eu juntei o que parecia ser um desenho de criança e algo que parecia ser... Eu. Entreguei a ele.

Ele guardou.

—Obrigado. É de meu sobrinho.

—Os dois?

Ele não falou nada.

—Qual o nome de seu sobrinho? – Me vi perguntando.

Ele estava inseguro se falava ou não.

—Henry – Respondeu.

Henry? Esse era o nome que eu daria a um filho meu.

—Que nome lindo. – Falei honestamente.

Ele sorriu como se recordasse de algo ou... Eu não entendi esse sorriso, era simplesmente alegre.

—Daniel! – Gritou Gabbe.

Não pude deixar de ficar com raiva dela.

—Tenho que ir. – Ele disse- Até mais Luce.

—Tchau – Acenei.

Ele parecia tão misterioso falando do sobrinho, ao tocar minha mão, o que foi aquilo? E quando eu estava com ele as sombras que me atormentam acabam recuando.

—Luce! – Gritou Penn me tirando de meus devaneios. – Vamos! Ou você está a fim de ter mais aulas?

—Nem pensar! – Falei seguindo ela para fora da sala de aula.

—O que você e Daniel estavam conversando? –Ela quis saber.

—Perguntei se podia ajudar em algo, ele falou que estava tudo bem e acabou me contando do sobrinho.

—Sobrinho?

—É o nome é Henry. Conhecidencia não é? É exatamente o nome que eu botaria em um filho meu.

—O que você acha que significa?

—Uma simples e feliz conhecidencia? – Arrisquei.

—Talvez.

—Luce! – Gritou Cam

—Oi, Cam. – Falei quando ele nos alcançou.

—E ai? Ta a fim de sair hoje a noite?

Penn sorriu para mim.

—Claro, por que não?

—Ótimo. Espero-te no portão.

—Ok.

Ele saiu satisfeito com minha resposta.

—E Daniel? – Perguntou Penn.

—O que tem ele?

—Luce!

—O que? Se eu sair com Cam talvez ele para de me encher o saco além de que Daniel não teria nada a ver com isso.

Ela riu.

—Ah Luce! Só você mesmo! Onde aprende essas coisas?

Callie pensei, mas apenas dei de ombros.

—Que roupa você pretende usar?

Ri.

—Uma preta.

—Você pode usar um vestido!

—Não. Jeans e blusa, ele não é nenhum Taylor Lautner.

—Mas é bonito.

—Beleza não põe mesa.

Penn riu.

—Certo- Disse ela- Mas ainda sim vamos arrumar você!

Ela me arrastou até o dormitório e fechou a porta.

—Entra no banho, deixa a roupa comigo! – Ela falou me empurrando para o chuveiro.

Suspirei.

Sai do banho depois de 25 minutos com o cabelo molhado.

—Tome isso! – Ela jogou roupas pretas em mim.

Suspirei e me vesti.

—Vamos! – Ela quicava me empurrando para fora do quarto. – Seu príncipe...

—Sapo – Interrompi corrigindo.

Ela riu e continuo:

—A espera.

Ela me empurrou até perto do portão de entrada da Sword & Cross perto de uma sombra, recuei para longe dela.

—Vai Lá! Vou voltar para o dormitório.

—Ok.

Caminhei até Cam.

—Oi! – Ele falou.

—Olá, Cam!

Ele me entregou uma rosa vermelha.

—Obrigada – Eu disse.

Ele sorriu.

—Vamos – Passou um braço pelos meus ombros.

Enquanto caminhávamos perguntei a ele:

—O que você sabe sobre Daniel?

—Ah, ótimo – Falou com sarcasmo – Mais uma para o time Grigori.

POV DANIEL.

—Como foi com Henry? – Perguntou-me Gabbe.

—Ele estava enlouquecendo Annabelle. Havia 17 raposas, 17 corujas, 17 pombas, 17 lobos, 17 veados... Todo o imaginável.

Gabbe riu.

—Daria até para abrir um zoológico.

—E AI GENTE! Como foi com o Henry? – Gritou Ariane.

—Ariane! – Berramos eu e Gabbe.

—Cam pode ouvir- Sussurrou Gabbe.

—Cam não está na escola. – Ariane se jogou no pufe cor-de-rosa de Gabbe.

—Mas Molly e Rolland estão.

—Onde está Cam? – Perguntei.

—Não sei, não perguntei.

—E Lucinda? – Minha voz se tornou preocupada.

Ela levantou.

—Acha que...? – perguntou.

—Não sei, mas acredite vou descobrir.

—Como? –Perguntou Gabbe.

—Onde está aquela garota com quem Luce tem andado. Penn?

—No quarto dela. – Falou Ariane.

—ótimo.

Sai do quarto de Gabbe como um relâmpago, segui até o lado oposto do dormitório e parei em frente a porta com imagens de astros de TV, a porta da garota chamada Penn.

Bati na porta.

—Luce?- Ela gritou lá de dentro sobre a música – Já vou!

Alguns segundos depois abriu a porta e ficou de boca aberta ao me ver.

—Daniel Grigori?

—Luce não está com você? – Perguntei.

—Não.

—Onde ela está?

—Ela parecia hesitante sem saber se contava ou não.

—É importante - acrescentei impaciente.

Ela suspirou.

—Ela saiu com Cam Briel, fora da escola.

—Droga! Eles disseram para onde iriam?

—Não.

Fechei a mão em punhos.

—Quando voltavam?

—Por Luce nem teriam ido.

—Obrigada, Penn.

Sai correndo em direção ao portão principal. Mais cedo ou mais tarde eles voltariam.

Eu estava certo.

Distingui duas silhuetas paradas em frente ao portão. Cam e Lucinda.

—Espero que tenha se divertido. – Disse Cam.

—É claro que me diverti. – Disse Luce sem um pingo de verdade.

Cam sorriu e se inclinou para sua frente, pronto para beija-la ela não se mexeu e a beijou. Uma raiva subiu em meu corpo.

Corri até eles e o empurrei derrubando-o no chão.

—Não. Toque. Nela – Falei entre dentes.

Luce se assustou.

Cam levantou e puxou as mangas da camisa.

—Daniel Grigori. – Falou com sarcasmo. – Sorte a minha.

Ele se jogou para cima de mim me derrubando eu levantei e o soquei.

—Parem! – berrou Luce.

Cam revidou chutando-me na barriga eu o prendi no portão e soquei sua cara.

—Pense antes de se meter com ela! – Gritei

Ele revidou e me prensou no portão.

—Ela não é sua, Grigori!

O lancei no ar. Ela é minha.

Luce se botou entre nós.

—Chega! – Implorou com o olhar assustado. – Por favor, chega.

Recuei e Cam ficou em guarda.

—Cam, por favor! – Ela implorou de novo.

—Isso nãoa caba aqui, Grigori – Ele falou e saiu correndo.

—Você está bem? – Perguntei ao ver os olhos dela marejados.

—É o que eu te pergunto! O que deu em vocês? Poderiam se machucar sério! – Ela falou transbordando de preocupação.

Foi ai que não me aguentei. Ela era tão ingênua e frágil quanto em qualquer uma de suas reencarnações. Eu a abracei e a segurei de novo em meus braços, sem nunca se esquecer da sensação o dela em minha pele. Ela se assustou a principio, mas relaxou, ela reconheceu.

—Daniel. – Ela começou em um sussurro. – Eu sei... Sei que te conheço de algum lugar. Diga-me.

Eu a afastei a distancia de um braço. Minha vontade era revelar toda a verdade, mas isso a mataria.

—Não, Luce- Falei ternamente.

Ela fitou meus olhos em busca de informação, ela sustentou o olhar e tocou meu rosto, estremeci com seu toque, toquei sua mão pousada em meu rosto. Os anunciadores estavam agitados, e eu não podia deixar que aquilo acontecesse, mas eu sempre era fraco nesses momentos. Ela começou a se aproximar e por mais que minha mente mandasse eu me afastar o coração dizia-me para ficar perto dela. E como sempre não ouvi a razão, deixei que ela se aproximasse, queria que ela se aproximasse.

Ela tocou meus lábios e eu a envolvi pela cintura e corri minha mão por suas costas, e deixei-me envolver pelo beijo que em vidas e vidas a matou.

E por pouco tempo eu a tinha de novo ela era minha de novo.

—Sim - sussurrei contando a verdade.

—Sim?

—Nos conhecemos.

Aproveitei mais o ultimo minuto e a beijei de novo.

—Não é possível eu te esquecer.

É sim.

Espera, os anunciadores se afastaram, e não aconteceu, ela estava viva.

De má vontade me afastei.

—O que foi? – Ela perguntou.

—Você ainda está aqui. – Respondi tentando compreender.

—Não entendi.

É claro que não.

—Precisamos achar Ariane e Gabbe.

—O que elas têm a ver?

A puxei em direção ao dormitório.

—Daniel o que está havendo?

—Você vai descobrir.

POV LUCE.

O que estava acontecendo?

O que Daniel queria dizer com tudo aquilo?

Como assim eu ainda estava aqui?

E por que precisamos de Ariane e Gabbe?

—Ariane – Ele falou quando entramos no quarto de Gabbe – Gabbe.

—O que houve? – Perguntou Gabbe.

—Onde está Cam? – Perguntou Ariane me olhando.

—Isso não importa. O que importa é que Luce ainda está aqui. Não aconteceu.

Elas se assustaram.

—Temos de falar com Francesca. – Disse Gabbe.

—Vou chamar Srta. Sophia – Disse Ariane.

Daniel assentiu e apertou minha mão.

—Aonde vamos? – Perguntei.

—Não se preocupe. – Disse Gabbe.

Claro, não me preocupar.

Algo me dizia para ficar em Sword & Cross, para fugir deles, mas a minha parte apaixonada dizia-me para seguir em frente e nunca soltar a mão de Daniel.

Daniel me mandou entrar no carro e como se estivesse se certificando de que ninguém olhava entrou seguido por Gabbe.

—E Ariane? – Pergunto.

—Ela e Srta. Sophia nos encontrarão depois. – Responde Gabbe.

Daniel estava imerso em pensamentos. Eu o encarei, como se pudesse desvenda-los.

—Chegamos – Falou Gabbe depois de algumas horas.

Saímos em uma montanha deserta e havia uma casa bem escondida.

—O que é aqui? – Perguntei.

—Um esconderijo. – Explicou Gabbe – Vamos entrar antes que alguém nos veja aqui fora.

Nós entramos no que era uma sala de estar. Reconheci Srta. Sophia e Ariane no sofá.

—Como chegaram antes de nós? – Perguntei.

Ninguém me respondeu.

De uma porta acredito se a do corredor apareceu uma mulher familiar. A enfermeira, ela sentou no sofá;

—Mandy? – Perguntei.

—Meu nome real é Annabelle. – Ela diz sorrindo.

Ótimo, nomes falsos agora.

—Onde está Henry? – Pergunta Gabbe.

—Seu sobrinho? – Virei para Daniel.

—Dormindo – Responde Annabelle, e todos ignoram minha pergunta.

—Onde está Francesca? – Daniel fala pela 1° vez.

—Aqui – Disse uma voz delicada vindo de uma mulher com rosto angelical coberto por cabelos loiros que iam a altura do ombro.

—Francesca, algo ocorreu diferente desta vez – Daniel fala rápido.

—Sim. – Concordou Francesca, ela me puxou para o sofá e Daniel seguiu-nos sem largar minha mão ela se sentou a nossa frente.

—Mas o que? – Perguntou Ariane.

—Ela comentou não ter sido batizada - Disse Srta Sophia. Mas o que isso tinha a ver?

—Talvez seja isso. – Refletiu Francesca – A alma dela não foi protegida.

—Quer dizer que se ela for desta vez não volta mais? – Perguntou Annabelle

Daniel se sobressaltou e olharam enfurecido e assustado para ela.

—É possível. – Srta. Sophia sorriu de um jeito que deu medo.

—Se for, nesse caso ela precisa saber – Disse Francesca.

—Henry precisa saber – Falou Gabbe.

O que o sobrinho de Daniel tinha a ver com isso?

Isto é se for mesmo sobrinho dele.

—E Cam? – Perguntou Daniel – Se ele descobrir vai querê-la a qualquer custo. - Ele apertou minha mão e por reflexo apertei a dele.

Eu ouvi um choro e automaticamente virei o rosto para onde vinha ele.

—Quem é? – Perguntei pensando em profundos olhos avelãs infantis.

Daniel olhou para Gabbe que pulou sorrindo.

—Deixa comigo.

Ela sumiu no corredor e nós ficamos em silêncio tempo o suficiente para ouvir:

—Tia Gabbe! Papai ta com você? –Aquela voz era tão pura, quase familiar, tive vontade de ir atrás da criança a qual pertencia a voz.

—Daniel, você terá de explicar a ela. – Falou Francesca.

Ele assentiu e olhou para mim com receio e se levantou, me levantei também.

 

Ele me puxou para o corredor e por um segundo achei que entraríamos no quarto da onde vinha o som da criança, mas ele me puxou até o final do corredor em um quarto de casal e fechou a porta.

 


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