POV DANIEL

–Papai? – Chamou Henry.

–Sim?

–Quem são Os Anciões?

O que? Como ele sabe deles? Nunca foi comentado perto dele!

A não ser...

–Como você sabe sobre eles filho?

–Mamãe disse pra Henry não conta.

–Mas Henry...

–Nem pra esperar a gente né? – Disse Luce com Emily.

Ela pousou o Moises de Emily no banco e se sentou ao lado.

–Luce – Falei calmamente – Podemos começar.

Ela ficou receosa ao deixa Emily e Henry ali.

–Luce essa casa é nossa ninguém vai entrar, é ali dentro e Emily está dormindo, Henry está brincando. E o poder dela só vai ser ativado de novo aos dois anos.

–Tudo bem.

Ela me seguiu.

–Luce, como Henry sabe sobre os Anciões?

–Anciões? Srta.Sophia?

–Sim, Luce, como ele sabe sobre isso? Você mal sabe! E se ninguém comentou perto dele como ele ia saber?

–Eu...

–Mandou ele escutar nossa conversa não mandou?

–Você nem venha com essa para cima de mim! Mandei sim, certo, e disse para ele não contar, verdade. Mas tenho meus argumentos! Você ia esconder isso de mim! Vocês todos! Eu não me importam se estão atrás de mim! Mas estão atrás de meus filhos! E você querer, pensar, em esconder isso de mim é ridículo!

–Lucinda! Eu faço isso para seu bem! Você vê como fica exaltada com qualquer coisa! É Emily usar os poderes dela, é ela ter asas, é Henry descobrir usar as asas! Você se exalta com tudo Luce! Só porque os anciões os querem não quer dizer que vão conseguir.

–Esse é seu problema Daniel! Você se preocupa de menos! São nossos filhos em perigo! Como quer que eu não me exalte? Talvez você esteja acostumado a isso Daniel, mas até ano passado eu era mortal eu não sabia nada disso! Eu me exalto mesmo! Eu não tenho conhecimento geral e aprofundado sobre o mundo de vocês Daniel!

–Acha que eu não me preocupo Luce?!...

–Se você se preocupasse me contaria!

–Eu não conto para não ter outra preocupação! Para não ter discussões desnecessários como essa!

–Isso não é desnecessário Daniel – Ela falou calma. – E falando assim mostra o quão se importa.

–Lucinda eu me importo.

–E confia em mim?

–Eu confio em você.

–Não parece.

–Mas eu confio Luce.

–Então porque esconder de mim?

–Eu já disse Lucinda fosse se exalta por qualquer bobagem.

–Quer recomeçar tudo? Eu já disse que me exalto e me exalto com razão! O que me assusta é você não se exaltar!

–Alguém tem que fazer você se acalmar!

–Ah mais uma vez minha culpa.

–Não Luce! Pare de levar tudo para o outro lado! O ponto de nossa conversa...

–Discussão.

–Não é esse!

–Fale-me o ponto!

–O ponto é você mandar uma criança quase quatro anos escutar uma conversa de adultos na porta! Que exemplo quer dar a ele?

–Já disse que eu errei! Eu deveria ter escutado já que agora é assim para eu saber de alguma coisa nessa casa! Já que sou a exaltada!

–Ta se exaltando de novo!

–Ta preocupado com uma conversa que nosso filho ouviu ou com o fato de vários anciões e párias atrás de nossos filhos?

–To preocupado com o exemplo que nossos filhos terão quando crescerem.

–Eles precisam sobreviver para crescer!

–Lucinda Grigori!

–Responda-me sua preocupação!

–Eu me preocupo com você e nossos filhos!

–Nossos filhos em primeiro lugar, eu sou o de menos no momento! Eles são crianças!

–Você nem eles são os de menos! – Gritei – Eu não deixarei nada acontecer – Falei calmo.

–Já falou isso antes – Ela disse com as lágrimas nos olhos.

–E agora estamos bem.

–Não enquanto tiver essas ameaças.

–Luce você o mandou ouvir o suficiente para saber que a ameaça está longe.

–Mas existe.

–Luce todos vão ficar bem!

–E de onde vem tanta certeza?

–Eu preciso pensar assim. É melhor do que pensar em perder vocês.

Ela me olhou no fundo dos olhos, os olhos castanhos dela estavam marejados.

E quando eu achei que ela ia voltar a discutir ela se jogou contra meu peito e começou a chorar.

Sentei-me com ela no sofá e afaguei seu cabelo. Ela chorava de soluçar. Beijei o topo de sua cabeça.

–Luce por que está chorando agora?

Ela respirou fundo e tentou falar mais o choro não deixou, ela me abraçou forte e eu retribui.

–Eu... – Ela começou, mas foi interrompida por mais uma dose de choro.

Depois de se acalmar ela recomeçou:

–Eu estou com medo Daniel. Os sonhos com os párias não pararam ainda sonho que eles capturam Emily. E quando mandei... Mandei Henry ouvir para me contar e ele contou sobre os Anciões eu me desesperei, sabia que você não me contaria nada, e eu não queria discutir com você Daniel. Mas eu estou apavorada, eu tenho esse sonho desde antes de Emily nascer, desde antes de saber que estava grávida.

–Achei que eles tivessem parados.

–Eles não pararam. Agora são mais frequentes, mais reais, e por isso eu sou tão exaltada, por isso receio deixá-los sozinhos a qualquer momento.

–Eu não sabia Luce, me desculpe.

–Eu é que tenho que me desculpar. Falei que você não me contava nada, mas não lhe contei sobre os sonhos.

–Você já havia comentado isso da primeira vez que sonhou.

–Eu só quero eles seguros Daniel. Eu preciso deles seguros para depois me preocupar com outra coisa.

Eu a apertei contra a mim.

–Eu também os quero seguros Luce. E desculpe não demonstrar isso, mas eu preciso de todos vocês seguros.

–Eu também preciso de você Daniel, que você esteja aqui comigo.

–Eu estarei Luce. Não tenho sonhos como você, não tenho ideia de como é. E eu sinto muito pela discussão.

–Eu também.

Beijei a testa dela e levantei seu rosto, limpei suas lágrimas.

–Luce, eu sei que já disse isso, mas eu vou dizer de novo e é verdade: nada vai acontecer, eles vão ficar seguros, prometo.

–Eu acredito em você.

–Mamãe, papai? – Henry apareceu na sala.

Luce limpou novamente as lágrimas e se levantou sorrindo.

–O que foi garotão? – Perguntei.

–Henry cansou de brincar.

–Vou lá pegar a maninha. – Falou Luce.

–Quer olhar um filme? – Perguntei.

–Quero!

Liguei a TV e botei Nemo para ele.

Luce voltou com o Moisés em uma mão e com Emily em outra, ela havia acordado.

Ela botou o Moisés no chão e se sentou com Emily no sofá para amamenta-la de novo.

–O que você quer que a mamãe faça de almoço para você Henry? – Perguntou.

–Henry quer massinha com brócolis! – Ele falou batendo palminhas.

Luce riu.

–Tudo bem, deixa eu atender a maninha e já faço.

Fui até a cozinha e peguei o celular.

–Francesca.

–Daniel? Algum problema com Emily?

–Não. É Luce.

–O que ela tá grávida de novo?

–Não Francesca! – Eu ri. – Ela sabe sobre Os Anciões.

–Como?

-Ah, longa história, longa discussão, o ponto é que ela sabe.

–Como ela está?

–Agora melhor, sabe como ela se exalta, mas está bem. Está amamentando Emily agora.

–Ok, mantenha tudo sobre controle, duvido que vamos ter problema tão rápido. Ela continua com sonhos. Os párias, ela sonha que eles sequestram Emily, ela está tão assustada que eu não fazia ideia, tem esse sonho desde antes de descobrir que estava grávida. Vai saber outros sonhos que ela tem!

–Conversaremos sobre isso Daniel. Esses sonhos são muito curiosos.

–Eu sei. Tenho que desligar. Tchau.

–Tchau, Daniel.