Nova Vida escrita por Bells


Capítulo 24
Capítulo 25 Pai e mãe?


Notas iniciais do capítulo

aleluia um novo capitulo!



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POV LUCE

—Eles chegam hoje. – Falou Daniel para mim depois de nós taparmos Henry que ainda dormia em seu berço.

—Será que eles não vão estranhar? Quer dizer... Sou igual a filha deles. A filha deles morta.

—Não completamente.

—Como assim?

—Os cabelos dela eram uns dois centímetros menores.

Eu ri.

—Presta atenção em todos os detalhes?

—Todos.

Sorri.

—Eu vou me arrumar para recebê-los – Dei um selinho nele.

Ele apertou, de leve, minha mão.

—Não precisa ficar nervosa.

Olhei sarcástica para ele.

—Claro que não.

Fui até o quarto e procurei uma roupa apresentável, queria parecer o menos possível com a Luce anterior. Mas como?

Eu não fazia ideia do estilo dela.

Entrei dentro do closet e analisei cada peça com precisão;

Ignorei todas as peças de roupa rosa ou chiques de mais.

Diz Daniel que na outra vida eu só andava com roupas de grife.

Eu devia ser muito nojenta.

Um tênis sempre está incluído no meu visual, então eu não os dispensaria jamais.

Ah! É isso que eu odeio nunca saber que roupa usar.

Que roupa você usaria para conhecer seus antigos pais?

Optei pelo meu estilo, não adianta fingir ser alguém que não tem nada a ver comigo.

Não adianta ser quem não sou.

 

—Luce – Gabbe apareceu no quarto e eu não pude deixar de notar sua roupa perfeita.

 

Eu me sentia uma criança perto dela, e, fisicamente, tínhamos a mesma idade.

—Ah, Gabbe! Você é perfeita.

Ela riu.

—Obrigada. Mas por que o comentário?

—Nada. Mas você se veste muito bem.

—Seu estilo é perfeito. Combina com você. Vamos?

—Ai meu Deus.

—Não chame Ele.

Eu ri nervosa.

Nós andamos até a sala onde distingui a cabeça de Daniel no sofá e em sua frente avia um casal de meia idade.

Um casal adorável, a mulher com cabelos que iam até seu queixo cortado em um Chanel perfeito e seus olhos avelãs atraíram minha atenção. Sua pele era clara que fazia o contraste perfeito com o cabelo negro. Era magra e vestia roupas pretas simples, mas elegantes.

O homem tinha em media dois anos a mais que a mulher, cabelos brancos se sobressaltavam dos cabelos castanhos escuros, seus olhos eram verdes forte. E sua pele tinha um leve bronzeado, sua expressão era sorridente, certamente um pouco acima do peso como todos os homens de sua idade. Mas parecia tão gentil.

E quando eu vi aquele casal algo se acendeu em mim. Rostos tão familiares e amáveis. Eu senti algo que não senti ao ver meus pais nessa vida. Eu senti uma conexão com eles e a incrível vontade de abraça-los e os chamar de pai e mãe.

Sorri para eles que viraram os rostos para mim.

Não dava para negar a expressão de choque nos olhos deles, mas sorriram educados.

—Luce – Disse Daniel sorrindo.

Era estranho, mas o nervosismo fora embora.

Daniel se levantou e caminhou até mim e sussurrou algo que só eu poderia ouvir:

—Está muito nervosa?

—Eu estou ótima. – Falei sincera.

Ele sorriu.

Eu o acompanhei até o Sr. E a Sra. Clouthone.

Ele se levantaram para me cumprimentar.

—Essa é Lucinda Price – Disse Daniel me apresentando. – Ela á minha noiva.

Pude ver o olhar deles um tanto chocados.

—muito prazer – Falei no tom mais simpático que possuía.

—O prazer é meu – Disse O Sr. Clouthone apertando minha mão.

—Prazer – Falou a Sra. Clouthone apertando minha mão logo depois.

Eles se sentaram e nós nos sentamos a frente.

—Ah, Daniel que bom que encontrou um novo alguém – Disse a Sra. Clouthone.

—Eu que diga – Falou Daniel sorrindo para mim.

—Como vocês se conheceram? – Quis saber o Sr. Clouthone.

Eu olhei para Daniel. Certamente não dava para dizer.

“Na escola” para eles Daniel não frequentava a escola.

—Foi um tanto estranho – Daniel parecia pensar em inventar algo. – Nós nos topamos na rua.

—Como assim? – Insistiu.

—Eu havia saído para uma loja de roupas infantis – Ajudei na mentira- Já que eu era babá. E Daniel estava saindo dela...

—E foi ai que nos conhecemos. Contei de Henry, e ela ama crianças. – Falou Daniel.

—Amo muito mesmo. Principalmente Henry, ele é uma criança muito especial.

—Certamente que é. – Disse a Sra. Clouthone.

Mais do que você imagina. Completei mentalmente.

—Henry considera Luce uma mãe – Falou Daniel. –Ele precisa de uma. É difícil crescer sem uma mãe. Posso dizer isso com toda a certeza.

E ele podia mesmo, Daniel não tinha pais.

—Que bom que Henry tem carinhos maternos – Disse o Sr. Clouthone.

A Sra.Clouthone me analisava.

—Você é tão parecida com Luzia. – Ela suspirou os olhos antes chocados agora tristes.

Luzia? Era meu nome no passado?

Tudo bem.

—É mesmo. – Falou o Senhor Clouthone.

—Eu sinto muito pela perda de vocês. – Eu realmente sentia, eu não queria eles sofrendo, eles eram como minha família e eu não sei porque. – Eu não posso imaginar o que é perder um filho. Ou um amor. – Olhei para Daniel que assentiu.

—Vovó! Vovô! – Henry entrou correndo na sala.

—Ai está meu garotão. – O Sr. Clouthone disse se levantando.

—Ah meu amor como você cresceu! – Foi a Sra. Clouthone que o pegou no colo e o encheu de beijos.

Ele riu.

O Sr Clouthone bagunçou os cachos de Henry.

—É mesmo, garoto! Comeu fermento hein? – Ele fez cosquinhas em Henry.

Que riu e esticou os braços para abraça-lo.

—Estávamos com saudade de você. – Falou o Sr. Clouthone

—Estava com saudades nossas querido? – Perguntou a Sra. Clouthone

—Muitas! Muitas!

—Então da um beijo na vovó!

Ele beijou o rosto da Sra. Clouthone e depois do Sr. Clouthone.

—Vocês conheceram a mamãe?

—Ah, sim. – Disse o Sr. Clouthone

—E até parece que conhecíamos a mais tempo .- Suspirou a Sra. Clouthone, mais para si, esperando que ninguém ouvisse.

Ah! Eu queria abraça-la. Ela deve ter sofrido tanto! Eu só imagino a vontade que ela deve estar de chorar agora, eu teria. Ela é forte.

Você perde uma filha e depois você acha que está melhor quando dois anos depois aparece uma garota igual a ela.

Deve ser de mais para aguentar.

O Sr. Clouthone não deve se sentir diferente.

Mas homens não mostram suas fraquezas.

Olhei para Daniel.

—Ela me parece desapontada. – Falei em um sussurro.

—Deve estar se lembrando de Luzia. Eu faria o mesmo no lugar dela. Deve ser de mais.

—Eu sei. E realmente sinto muito, de verdade.

—Eu sei Luce.

—Não. Não é algo como “ah que pena, meus pêsames” ou algo que uma pessoa de fora sente por essa pessoa que está sofrendo, é como se eu sofresse igual a ela. É como uma conexão. O que é isso?

—Eu não sei. Vamos precisar falar com Francesca depois.

—Mas agora sorrimos e fingimos que somos normais?

—Resumiu bem.

Nos levantamos Henry desceu do colo dos avós e correu até mim.

—Bom dia mamãe!

—Bom dia, meu anjo. – Falei beijando seus cachos.

—Bom dia papai – Falou para o Daniel

Daniel o pegou no colo.

—E ai, meninão.

—Henry, você não vai escapar – Disse Gabbe – Precisa tomar seu café.

—AH, tia Gabbe.

—Henry...

—Mamãe...

—Ela está certa você precisa se alimentar meu bem.

Ele olhou para Daniel.

—Não me olhe assim, sabe que é verdade.

—Se você comer bonitinho eu brinco mais na neve com você. – Prometi.

—Promete?

—prometo.

Ele sorriu e Daniel o entregou para Gabbe eles desapareceram na cozinha, voltamos a nos sentar.

—Você é boa com ele. – Observou o Sr. Clouthone

—Eu o amo como meu filho. – Falei.

—Quando será o casamento? – Perguntou a Sra. Clouthone tentando se distrair.

Eu queria falar a verdade para ela.

—Logo – Falou Daniel – Queremos fazer enquanto vocês estão aqui, queremos que vocês participem.

—Esse mês então. – Falou o Sr. Clouthone

Eu não queria festona, mas fazer o que.

—É. Gabbe mandou os convites ontem a noite- Falou Daniel.

Nossa! Gabbe trabalha rápido.

—E seus pais Luce? Aprovam Daniel? – Perguntou a Sra. Clouthone.

E foi ai que percebi que eles não sabiam da existência de Daniel ou Henry.

—Eu não falo com meus pais a muito tempo. Eu os amo muito. Mas perdemos a conexão, ficou difícil quando me mudei. Mas estou ansiosa por revê-los.

Eles sorriram compreensivos.

—Luce! – Ouvi Ariane me chamar.

—Olá Ariane – Cumprimentaram o Sr e a Sra. Clouthone.

—Olá Sr e Sra. Clouthone

—O que foi Ariane? – Perguntei.

Ela sorriu.

—Gabbe precisa de você.

—Para que?

Ela sorriu mais ainda.

—Digamos que Gabbe é rápida e que o vestido do casamento já chegou.

—Ah meu deus.

Ariane riu.

—Eu sei.

—A Ariane tem certeza que...

—Quer que eu vá junto? – Se ofereceu a Sra. Clouthone

Surpreendi-me respondendo:

—Por favor.

Ela sorriu para mim e se levantou.

Eu também não entendo o porquê, mas com ela indo eu tinha prazer em acompanhar ela emanava segurança como se fosse um ponto seguro.

Fomos até um quarto onde provavelmente Gabbe guardava sua arma mortal.

Eu ri de minha piada.

—Quem está com Henry? – Perguntei.

—Annabelle – Respondeu Ariane.

A Sra. Clouthone fechou a porta.

Gabbe apareceu com um embrulho na mão.

—Gabbe eu não sei como você consegue – Falei, e não sabia se era um elogio ou uma repreensão.

—Eu sou de mais.- Ela disse sorridente.

—Deixe me ver – Disse a Sra. Clouthone – Estilista profissional na área.

Ela era estilista?!

Ela tirou o embrulho.

—Ah meu Deus! – Ela exclamou – É lindo! Ah, Luce... – Ela fez uma pausa – Posso lhe chamar assim?

—Pode me chamar como quiser Sra. Clouthone

—Nesse caso, me chame de Bianca.

—Ok.

—Como eu dizia. Luce você precisa ver isso.

Aproximei-me.

Ela estava certa.

UAU!

Era lindo, perfeito.

Eu não queria algo grande, mas descobri que não queria nada a menos disso.

Era tão perfeito.

Detalhado. Os pontos feitos com precisão.

Um branco que emanava pais.

Era lindo, muito lindo.

Eu não tinha palavras para descrevê-lo.

—Ah, Gabbe! – Exclamei – É lindo de mais.

—Eu sabia que quando o visse ia começar a ceder.

—Ceder? – Indagou Bianca

—Luce é cabeça dura – Falou Ariane. – Mas eu concordo.

—Luce queria algo pequeno. Pensou até em Las Vegas.

—Ah, mas é algo bom reservado. – Concordou Bianca. – Mas se minha querida filha estivesse viva eu faria o melhor casamento do mundo para ela. Estaria presente em cada momento da preparação. E eu adoraria fazer isso por você. Posso?

—Eu ia adorar.

Eu sorri.

E realmente iria.

Ela sorriu para mim também. Eu quase a chamei de mãe. Eu não sei porquê.

—Obrigada- Ela me abraçou.

E eu senti um abraço que nunca havia ganhado de minha “mãe” nessa vida.

—Que isso... – Falei.

—Experiente! – Insistiu Gabbe.

—Ah, ta bom! – Falei.

Fui até o closet e botei o vestido.

Caiu como luva.

Havia ficado perfeito. Mais que perfeito. Perfeitissimo!

Era como se fosse uma princesa em seu castelo.

Mas melhor.

—O que achou Bianca? – Perguntei.

—Ah! Ficou perfeito em você! E eu sei o penteado perfeito para esse vestido.

—Eu estava pensando em algo solto. – Disse Gabbe

—Exatamente! Mas não tudo. – Disse Bianca.

Ela se aproximou e começou a mexer em meu cabelo.

—Seu cabelo é igual ao de Luzia. – Falou ela triste.

—Eu sei que deve ser difícil. – Falei.

Ela assentiu e soltou meu cabelo.

—Pode tirar Luce- Disse Gabbe.

—Ok.

Fui até o closet e tirei, depois voltei com minhas roupas normais.

Bianca sorria para mim e Gabbe e Ariane conversavam sobre os convidados.

—A maioria está confirmada. – Disse Gabbe.

—E quando vai ser? – Perguntei.

—Temos duas semanas e meias.

—O QUE?!


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Notas finais do capítulo

reviews?