POV DANIEL.

Caminhei até o quarto de Henry para falar com Luce.

É Ariane estava certa, não vai acontecer nada.

Eu entrei no quarto do Henry e me escorei na parede.

Henry estava brincando com os carrinhos enquanto Luce guradava o quebra-cabeça que ele deve ter brincado antes.

-Luce  - Falei.

Ela virou-se para me olhar.

-Daniel – Falou. E

Ela ainda estava magoada.

-Luce eu posso conversar com você;

-Sobre o que se trata? – Ela fala sem emoção e não me encarava.

-Mamãe tá brava – Observou Henry.

-Sobre hoje cedo.

Ela se levantou indiferente, deu um beijo na cabeça de Henry e disser:

-Eu já volto amor. Qualquer coisa se eu demorar muito pode vir me chamar, ta?

-Ta bom. – Henry levantou e correu até a sala. – Tia Gabbeee, vamos brincar? –Ouvimos ele dizer.

Luce e eu fomos até nosso quarto.

Ela se sentou na cama e fitou o chão.

-Desculpe – Comecei. –Eu agi mal hoje cedo. Bem mau. Mas eu não quis... Não quis lhe magoar... É que...

-Eu sei. Você não quer me perder.

-É.  – Eu me aproximei dela, ela não recuou.

-Tudo bem, Daniel. Eu entendo. –Ela falou normalmente, mas não pareceu expressar mesma ideia. – Me desculpa também. Pareço uma criança fazendo birra.

Eu ri e peguei sua mão.

-Não. Não parece. Eu que sou um... “Cabeça-dura” como diz Ariane.

-É. – Ela concordou.

-É que Luce, você não tem ideia de como é perder alguém que se ama.

Ela tirou a mão.

Opa, eu estava indo tão bem.

-Não tenho? – Ela falou me olhando. – Tem certeza disso?  Talvez não diversas vezes, mas eu tenho uma boa ideia. Eu não amava Trevor como te amo, mas eu o amava de um jeito diferente. E doeu perdê-lo.

-Luce, desculpe eu havia me esquecido.

-Tem se esquecido de muito ultimamente. –Ela falou e depois suspirou – Não gosto de brigar com você. E eu não vou causar mais um motivo de briga por uma escolha de palavras erradas.

Eu peguei sua mão de novo e brinquei seus dedos.

-Então você desculpa meu mau gênio?

-Nunca mais aja daquele jeito. – Ela pediu. – Por favor.

-Tudo bem, desculpa.

-Não precisa ficar repetindo – Ela falou.

-Eu sei, mas eu preciso ter certeza de que você me desculpou.

-Desculpei.

Botei uma mexa de seu cabelo para trás. Ela era perfeita em cada encarnação.

-Daniel! – Annabelle  chegou ofegante aqui.

Eu e Luce nos levantamos.

-O que foi? – Perguntei.

-É o Cam. – Ela falou – Ele sabe que trouxemos Luce e Henry de volta.

-Não – Falei.

-Onde ele está? – Perguntou Luce.

-Voltando. Ele estava procurando vocês no Brasil.

-Brasil? – Falei. – Isso nos da 3 dias até ele chegar com o seu “exercito”.

Annabelle assentiu.

Luce ficou branca.

-Onde está Henry? – Perguntou.

-Ele e Gabbe estão na cozinha.

-Ele não pode estar aqui quando acontecer. – Ela falou

-Não dá tempo de esconder vocês. Não longe o suficiente, se eles vencerem – Quando falei isso ela enrijeceu. Me obriguei a continuar – Se eles vencerem irão atrás de vocês, e vocês estarão vulneráveis.

-De qualquer jeito estaremos vulneráveis – Ela falou.

-Se nós transferimos vocês de volta para aquele esconderijo será perigoso, Molly saberá que vocês não estão aqui, e eles acabaram com nós até não existir mais nenhum e procurarão vocês. Aqui não é o lugar mais seguro do mundo, mas se pelo menos eles tentarem atacar vocês podemos fazer alguma coisa. – Disse Annabelle.

-Ela está certa – Falei.

-Então não tem jeito. – Ela disse.  – De qualquer jeito ele nos terá.

-Não – Falei.

Ela olhou para o chão e quando voltou a nos fitar havia uma lágrima no canto de seu olho.

-Se eu me entregar de livre espontânea vontade, eles deixam vocês em paz, e não precisarão de Henry. – Ela disse.

-Não! – Gritei. – De jeito algum! Eu prefiro morrer lhe protegendo do que lhe entregar.

-Não fale isso – Pediu em um sussurro.

-Preciso alertar Ariane, ela saiu. – Annabelle correu até lá fora.

-Daniel – Começou Luce em um sussurro –Será mais seguro para Henry eu me entregar. Afinal se ele não tivesse me conhecido, Cam nunca descobriria nada.

-Luce não é culpa sua. E você não vai se entregar. De jeito algum. Nem você nem Henry serão capturados. Antes eu morrer do que vocês.

Luce encostou a cabeça em meu peito e eu a envolvi com meus braços.

Pude sentir algumas lagrimas caírem de seus olhos. Eu afaguei seu cabelo e, mentalmente, jurei que mataria Cam.