Consultas. escrita por Nine


Capítulo 8
Capítulo 8.


Notas iniciais do capítulo

Meninas, hoje eu estou passando realmente correndo.
faltei a aula porque meu olho direito está inchado - ja estou tomando remedio e etc. E, tenho cursinho daqui a pouco.
Agradeço a todos os rewiens que recebi, meninas, vocês são minhas dear's ♥
PS* a fic pertence a CaHh Kinomoto!
sem mais delongas, Enjoy it!



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Consultas

Slap on the map of my heart you landed


Inoportuna. A primeira vez que Haruno Sakura aparecera na porta da sua casa com duas xícaras cheias de café ele pensou que aquela visita não era nada além de completamente inoportuna. Primeiro porque o convite para ela estar ali nunca efetivamente existira... E segundo porque mesmo continuando sem convidá-la ela insistiu em aparecer por todos os dias subseqüentes daquela semana e da seguinte.


Tê-la em sua casa se tornara um hábito – um bem ruim, é verdade, mas ainda assim havia se acostumado a ter companhia todas as noites antes de ir dormir.


No começo era sempre um martírio ter que caminhar até a porta e aceitar que ela entrasse, mesmo porque não tinham absolutamente nada para conversar... Mas ela não parecia fazer muita questão de que ele falasse, o que por si só já era um alívio. Havia dias em que ela simplesmente ligaria a televisão, outros em que ela leria um livro e até mesmo uns poucos em que ficaria olhando para um ponto perdido e estúpido na parede quase como se algum acontecimento sobrenatural e incrível pudesse acontecer ali.


Com a convivência – forçada, ele gostava de acrescentar e sempre lembrar – aprendera algumas outras coisas sobre ela. Coisas que ele não entendia mas que por virem dela simplesmente faziam sentido. Por exemplo: quando ela ficava incomodada sempre arqueava uma daquelas sobrancelhas irritantemente rosas, quando achava algo engraçado sempre sorria antes e depois de dar risada e quando não gostava de algum comentário seu franzia o cenho antes de abrir a boca para retorquir. Haruno Sakura era completamente previsível e não fazia questão nenhuma de esconder o que pensava ou sentia... Até porque Sasuke sabia que se ela tentasse falharia miseravelmente.


Desviou os olhos para o relógio de maneira aparentemente desinteressada antes de suspirar pesadamente e se levantar do sofá onde estava sentado. Era quase nove horas e ele havia tido um dia particularmente ruim, mas em quinze minutos ou menos a garota insistentemente inoportuna estaria ali com as mesmas duas xícaras de café de sempre.


Era engraçado como ela conseguia deixar o café com o exato sabor que ele gostava. A primeira vez que resolvera aparecer ali, na segunda-feira da semana anterior, trouxera uma xícara de café fraco. Ele não reclamara ou qualquer coisa do gênero, mas talvez tivesse exagerado um pouco na careta que fez ao provar... Porque em todos os dias seguintes o sabor ficara mais forte, e tinha certeza de que ela passara a colocar um leve toque de menta também.


Era estupidez... Bem, ela era estúpida, então a coisa toda fazia sentido.


Sasuke odiava ter que admitir para si mesmo que tinha realmente se acostumado com as visitas diárias dela.


"-Acho que essa é a primeira vez que chego e a porta está aberta pra mim." – o moreno ergueu as sobrancelhas tão logo ouviu uma voz forte demais vinda da porta, e quando virou a cabeça para ver de quem se tratava não pôde evitar ser assolado por um único sentimento: indignação. – "Espero que tenha pipoca e alguns filmes interessantes também, pirralho. E quando digo filmes interessantes me refiro àqueles que homens de verdade assistem..."


Um, dois, três... Era só contar até dez, exatamente como todos faziam e como ele havia sido ensinado a fazer quando prestes a perder a paciência: contar e contar até finalmente esquecer o que causava toda a sua irritação.


"-Deve estar se perguntando por que estou aqui?" – mas contar se tornava difícil quando infelizmente era impossível fazer as pessoas desaparecerem com a força do pensamento. Era em momentos como aquele que queria ter poderes especiais.


Aliás, se ele pudesse ser Deus por um dia... Provavelmente não haveria mais mundo no outro.


"-Estou me perguntando isso." – respondeu enfim, desviando os olhos para ele novamente de maneira lenta, quase como se o processo fosse doloroso. – "Porque mesmo você está aqui, Jiraya?"


Observou-o sorrir e levar a mão ao bolso interno do casaco, retirando um pequeno cantil e girando a tampa vagarosamente para cheirar o conteúdo antes de levá-lo à boca em um processo meticulosamente calculado – quase como se para fazer aquilo fosse necessário ser um profissional qualificado.


"-Nunca se sabe quando Tsunade vai querer aprontar uma peça. Da última vez ela trocou meu saquê por acetona." – Sasuke arqueou uma sobrancelha por dois motivos simples: primeiro porque não havia pedido esclarecimento algum e segundo porque, céus, como duas pessoas da idade daqueles dois podiam ser tão idiotas? – "Uma clara tentativa de homicídio, se quer a minha mais sincera opinião."


Não, não queria a opinião dele. Aliás, mais do que isso: não queria ele ali quando Sakura chegasse, porque provavelmente o imbecil seria capaz de criar uma situação constrangedora da qual ele teria sérios problemas para sair.


"-Mas estou aqui por aquela sua maravilhosa poltrona com aparato de massagem. Minhas costas estão doloridas e todos os que conheço se recusaram a me fazer uma pequena, ingênua e simples massagem."


"-Porque será?" - girou os olhos.


Ah, claro... Como mesmo ele não havia desconfiado de que o motivo pelo qual Jiraya estava ali poderia ser algo tão ridiculamente estúpido como uma cadeira de massagem? Como se aquilo fosse razão suficiente para fazer um ser humano se deslocar do outro lado da cidade até ali. Era em momentos como aquele e por razões tão estúpidas quanto aquela que se perguntava porque mesmo o governo concedia aposentadoria a gente tão inútil quanto Jiraya... Quer dizer, ele nem estava assim tão velho e tinha disposição suficiente para trabalhar ao invés de ter tempo livre o suficiente para incomodar pessoas ocupadas.

Um leve 'click' vindo da porta da frente do seu apartamento fez com que ambos voltassem suas atenções para lá, e por instantes Sasuke se viu prendendo a respiração tão logo seus olhos pousaram sobre a figura leve e inocente de Sakura – como sempre com uma camisa dez vezes maior seu próprio número. O problema era que agora a camisa que ela usava era dele, dada à ela pelo próprio há quatro dias atrás, quando decidira que definitivamente tê-la usando a camisa de algum homem que ele não conhecia o incomodava.


"-Uma..." – Jiraya parou no exato instante em que seus olhos pousaram sobre a figura delicada da médica, e ao mesmo tempo Sasuke soube que aquilo não era um bom sinal... E a coisa toda piorou quando o velhote olhou dela para ele por pelo menos três vezes antes de sorrir de maneira maldosa ao reconhecer o símbolo da família Uchiha na camisa que ela usava. – "Hmmm..." – ele alargou o sorriso. – "Agora entendi o porquê da porta aberta."


"-Ahm, desculpe." – Sakura apertou as mãozinhas miúdas um pouco mais forte ao redor das xícaras. – "Eu não sabia que estava com visitas, eu-"


"-Ah, não, não." – observou atentamente o velho se levantar de onde estava e caminhar até ela, pegando uma das xícaras e mantendo o sorriso enquanto sinalizava para que ela sentasse do outro lado do sofá. – "Eu que vim sem avisar, erro meu. Não sabia que o pirralho estava com uma namoradinha, caso eu-"


"-Ela não é minha namoradinha."


"-...soubesse disso teria avisando antes. Sabe, até que o gosto-"


"-Jiraya..."


"-... dele melhorou muito. Como você se chama, querida?"


A garota piscou copiosamente, olhando de um para outro como se tentasse assimilar o que havia sido dito e o que diabos estava acontecendo ali. Quando pareceu se decidir por ser seguro, sentou ao lado do velho pervertido e quando ele esticou a mão para tocá-la no joelho Sasuke decidiu que naquela noite sua ficha limpa na polícia federal deixaria de ser limpa.


"-Sakura. Haruno Sakura." – ela respondeu simplesmente, e foi com um súbito divertimento que Sasuke a observou retirar a mão de Jiraya de sua perna e a colocar sobre o sofá novamente.


"-Ah, então é você..." – arqueou uma sobrancelha tão logo ouviu o comentário do homem. O que ele quis dizer com aquilo? No fundo de sua mente algo lhe gritou de que alguma coisa estava profundamente errada sobre tudo ao seu redor, mas decidiu-se por ignorar tal aviso e se concentrar em alguma outra coisa. - "Já que é médica pode me ajudar com as minhas costas, talvez?"


Um novo questionamento: como ele sabia que ela era médica?


"-Na verdade, deixa pra lá, está fora do seu horário de trabalho e..." - virou a cabeça para Sasuke, quase rindo. - "Eu realmente quero viver mais alguns anos para, quem sabe, perpetuar meus genes raros e assim ajudar a raça humana."


Ele era um idiota, um idiota velho demais para ainda ser um idiota mas ainda assim um completo idiota. E apesar da frase ser repetitiva demais, fazia total sentido.


Precisava que o tempo passasse rápido para que os dois fossem embora e então ele pudesse ter sua privacidade de volta: sem situações constrangedoras, sem velhote, sem médica. Apenas ele e toda a vastidão agradável do silêncio do seu apartamento.


Mas aquilo sempre era pedir demais da vida para alguém como ele, que nunca tinha seus desejos atendidos mas sim completamente distorcidos pelo imbecil sádico chamado destino.


"-Bem, acho que vou indo pra casa." – ergueu ambas as sobrancelhas pela segunda vez naquele dia quando o inoportuno fez sua declaração, se levantando ao mesmo tempo em que pegava uma das xícaras da mão de Sakura – a sua xícara, diga-se de passagem – e se despedia de ambos com um leve acenar de cabeça.


Por pelo menos três minutos Sasuke se viu perguntando se aquilo tudo era uma ilusão ou uma pegadinha, mas quando Jiraya não retornou ficou aliviado ao descobrir que era mesmo realidade.


"-Aqui." – baixou os olhos escuros para a garota, analisando por um momento a xícara rosa que ela agora lhe oferecia e ponderando um pouco se deveria aceitar... Devido ao dia estressante que tivera não demorou pra decidir que sim.


Foi com certo desconforto que notou que ela estava sorrindo enquanto o observava tomar o café, e inconscientemente arqueou uma sobrancelha de maneira inquiridora.


"-Você fica uma graça com essa xícara cor-de-rosa." – Sasuke quase engasgou, e teria cuspido tudo se seu auto-controle não fosse tão bom. Uma graça. Que tipo de comentário – ou elogio? – estúpido era aquele?


Precisava mudar de assunto, e rápido.


"-Canela." – murmurou tão logo o primeiro gole do liquido desceu por sua garganta. Não que não gostasse de canela, mas estava acostumado com o leve sabor de menta de sempre, e mudar de rotina não era algo ao qual estivesse acostumado.


"-Hmm... Bem... Eu prefiro canela. O da sua xícara era menta." – ergueu os olhos para ela, achando inevitavelmente meiga – porque fofa era uma palavra afeminada demais – a maneira que as bochechas dela mudaram de cor, criando um contraste bonito entre vermelho, verde e rosa. – "Desculpe por não ter avisado antes que viria aqui."


Sasuke quase achou graça do que ela havia acabado de falar. Quase. Curvou o canto dos lábios em seu tão conhecido sorriso sarcástico e pensou se deveria dizer que ela nunca avisava... Decidiu que não. Afinal, era engraçado vê-la tão desconfortável – quase uma vingança pelo que ele passava toda vez que ela insistia em sorrir diretamente para ele na frente de outras pessoas.


Pegou o controle assim que terminou seu café e ligou a TV, de soslaio acompanhando os movimentos da garota que acabava de se levantar.


"-Acho que vou indo então." – não precisou a fitar diretamente para ter certeza de que ela estava mordendo o lábio inferior, se incomodando ao constatar que havia decorado as reações dela.


Suspirou resignado, fechando os olhos por instantes enquanto se martirizava antecipadamente pelo que estava prestes a dizer:


"-Fique."


E apenas quando ela sentou novamente no sofá e pegou o livro que estava sobre a mesinha de centro – seu livro, que ela insitia em desmarcar a página toda vez que fingia ler – foi que percebeu que tinha prendido a respiração. Meneou a cabeça levemente, de repente desapontado com o idiota que acabava se tornando sempre que estava perto dela.


Pelo menos ela estava ali.

Pelo menos ela estava ali?


Respirou fundo quando também decidiu admitir para si mesmo que sim, a maldita médica do estetoscópio verde limão era agradável.


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Notas finais do capítulo

sim, meninas, me adigam atraves de um rewien oque acharam deste capt, ai eu continuo postando ;33
AHAM, GAROTAS, A SAKURA ESTÁ INVADINDO O ESPAÇO PESSOAL DELE, E ELE, BOM...ELE PARECE NÃO ESTAR TÃO ENCOMODADO ASSIM. o-o /i'mdead.
rs
xoxo ~



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