Shindu Sindorei - as Crianças do Sangue escrita por BRMorgan


Capítulo 72
Capítulo 72




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                Era o dia mais importante da semana no Torneio, já que no final da semana sempre anunciavam os novos competidores para vaga de campeão das cidades. Com a baixa de mais de 20 competidores, muitos comboios vieram pelo ar, terra e mar. Silvermoon mandara todos seus Campeões dos Cavaleiros do Sangue, Orgrimmar os Campeões de Arena e Duelos, Thunderbluff continuava invicta com todos seus combatentes ganhando todas as arenas que pisavam. Apenas poucos trolls do Clã Sel’jin apareceram, mas todos eram bravios e duros na queda. Lady Annie comia um pacotão de pipocas quentinhas dadas de cortesia por Leôncio de Tuskarr, quando Oxkhar tentava roubar um pouco, ela o estapeava com força.

 - Immie, ela me bateu!

 - Espere aí... Vão chamar os competidores agora... – disse Imladris prestando atenção lá na arquibancada da arena principal.  Sorena se recusara a entrar e ficara dando ajustes em sua Geringonça Voadora Turbo e enviando cartas.  – Anniezinha cadê sua mãe?

 - Foi ter reunião com a galera de UC... – a menina disse despreocupada e igualmente concentrada no anúncio dos competidores.

 - Que venham à Arena!! – anunciou o narrador da Arena Principal, um Draenei alto e conhecido como “A voz do Torneio”. Nomes foram chamados, diversos competidores desceram das escadas e tomaram seus lugares no centro da Arena. Afastado de todos estava ele, o Cavaleiro Negro. Logo seu nome foi chamado e ele desceu sob vaias e xingamentos. Oxkhar o observou bem, imaginando o quanto aquele cadáver ali dentro iria pagar pelas mortes que trouxera aos seus amigos de Arena de Orgrimmar. Imladris apertou sua mão quando o nome de Kalindorane não estava no final da lista dos 20 competidores. Lady Annie e ela trocaram um olhar cúmplice e suspiros de alívio. – Excepcionalmente o Conselho do Torneio admitirá um competidor extra devido às baixas da semana. – Muitos protestaram pela nova regra, mas muitos agradeceram por terem mais chance de não serem mortos pelo Cavaleiro Negro. – Joannes de Chronallis! – exclamou a voz do Torneio. Lady Annie engasgou com a pipoca e foi auxiliada por Immie e Ox para não perder a consciência de engasgo e emoção. Joannes se apresentou vinda dos fundos da Arena, passando por todos os competidores e parando exatamente na frente do Cavaleiro Negro, vestida humildemente com roupas velhas, uma capa rasgada que Lady Annie costurara terrivelmente para ela mesma e uma insígnia na junção das pontas da capa. – Joannes representará a cidade de Undercity por pedido extraordinário da Rainha Banshee Sylvanas Windrunner! – a ex-amazona da morte deu uma piscadela para o ex-companheiro de matança.

 - Isso não vale! Ela está morta!!

 - É, isso aí!! É uma morta-viva que nem ele!! – e muitas outras reclamações vieram, Lady Annie já estava pra pular da arquibancada e sair batendo em todo mundo, Oxkhar que a segurou bem no lugar.

 - Vai xingar a ***** da sua mãe seu orc filho da ****!! – Imladris a olhou com os olhos arregalados de horror.

 - Anniezinha, o linguajar!! – ela protestou, mas a menina agora fazia gestos furiosos para um combatente Abandonado que blasfemava contra Joannes.

 - Você é um saco de ossos fedorentos também!! Eu vou pular em cima de você e nem vou ligar se você se machucar!! – urrava ela, mas Ox a puxou para ficar sentada na arquibancada. Imladris estava agora horrorizada e furiosa com o comportamento da menina.

 - Insultando um compatriota meu na minha frente?!

 - Você viu o que ele chamou a minha mãe... – murmurou a menina com um bicão de choro. – Vou roubar as calças dele e jogar no Mar... Ele vai ter que competir pelado... Esqueleto pelado... Visão do Inferno isso... – mastigando mais pipoca para aplacar a fúria, Oxkhar deu um olhar piedoso para Imladris amolecer, ela devolveu com um revoltado, ele indicou a lágrima que descia teimosa na bochecha da menina comendo rapidamente e se engasgando novamente. Ox deu tapinhas em suas costas e levantou seu braço. Ela tossiu e tossiu e disfarçou a lágrima caída limpando-a rudemente com a manga de seu casaco maltrapilho de cor vinho desbotado. Imladris levantou de seu lugar e sentou-se ao lado da menina. Tirou o pacote de pipoca de perto dela e antes que pudesse protestar, Lady Annie sentiu-se aquecida por um abraço da clériga, a segurando pelo lado e fazendo carinho em seus cabelos parcialmente esverdeados.

 - Desculpa ter gritado com você... – a resposta foi uma fungada indignada.

 - Eles ficam xingando a minha mãe...

 - Não vão mais... – Oxkhar olhava para sua esposa e a garota, um olhar atônito e maravilhado por nunca ter imaginado em como Imladris poderia ser tão gentil ao ponto de ceder o seu orgulho dos Abandonados para consolar uma menina revoltada.

 - Não quero mais pisar naquela arena! É amaldiçoada! – dizia um no grupinho de soldados de vigia do Torneio. – Dizem que toda vez que o “Andarilho” chega é porque trará a Morte junto...

 - Dizem que o “Andarilho” arruína com os planos do Flagelo. Dois liches apareceram em carcaças lá no Portão inferior... – disse outro.

 - Se eu ver esse camarada, eu juro que vou fugir o mais rápido que minhas pernas conseguirem... – alguns tremeram de frio e medo. Sorena fungava profundamente e tentava acertar o gole de chá quente. Estava ficando resfriada por culpa do clima, ou era isso que ela achava. Espirrou fortemente depois e sentiu o cérebro girar dentro da caixa cranial. Um pouco tonta, sentou-se em um banquinho de pedra (Que estava gelado) e respirou fundo, colocando a cabeça para trás.

 - Essa hora é de criança estar na cama? – questionou alguém atrás do banco de pedra, a olhando de ponta cabeça.

 - Não sou crian.... AAATCHUUUU!! – espirrando para frente e fazendo a fogueira subir em labaredas de uma altura considerável. Kali se espantou e olhou surpresa para Sorena. – Juro que não fui eu...

 - Bem que me disseram que você tinha poderes ocultos...

 - Acho que estou com resfri... fri... fria... a-a-ATCHUUUUUU!! – outra golfada de labaredas torrou o leitão que estava ali para os combatentes. Todos olharam para a elfa menor. – Boi bal... – ela disse fanhosa e fungando várias vezes. Kali a levantou calmamente do banco e a levou para a carroça que dividiam.

 - Fique quietinha aqui. Vou chamar a Immie...

 - Ela baiu com o Oxdar... – disse a mais nova. – Boram bara o dais bra receber bais gende de UC... – e espirrando novamente, escondendo o rosto na manga, ela exclamou com asco. – Écaaaaa!! – tirando a blusa de cima para jogar em um canto.

 - Você está sentindo o quê exatamente?

 - Dão dou dintindo nada! – reclamou Sorena. – É dó ubá gribezinha boba... – a conversa dos combatentes continuava.

 - Tão falando que um dos liches apareceu do nada e subiu uma crosta de gelo vindo do mar norte para carregar seus demônios. A coisa foi tão feia que não sobrou nada dos Hrovalis que estavam lá...

 - Coitado dos Taun’kas, perderam muitos deles lá na Ilha. – comentou outro competidor destroçando um leitão com os dentes. Sorena agora engolia o chá todo em um gole só e tentava estabilizar suas pernas trêmulas.

 - A carcaça do lich tá ali na tenda dos Argent. Não sobrou nada inteiro...

 - Carbonizado como um graveto de árvore fraca em um incêndio relâmpago...

 - Vamos, eu te levo pra carroça... – Kali deu a volta no banco e segurou Sorena pelo braço.

 - Só um mago com imenso poder poderia ter feito aquilo... Hey Molko! Você é Mago de Fogo não? – o Abandonado chamado concordou. – Como é que você acha que aquele lich apareceu tostado lá daquele jeito?

 - Sei lá, cara! Mas isso eu te digo. Só alguém muito insano para achar que pode detonar com um liche apenas com poderes da árvore de magias arcanas do fogo... – e dizendo baixinho. – Tem que ter necromante no meio pra derrubar um daqueles lá... – Kali olhou de soslaio para Sorena, mas essa já estava em um sono pesado no banco. Um de seus braços estava machucado, aquele que segurava a cota de escamas, enegrecido por magia como outrora fizera há muito tempo atrás quando a resgatou em Tranquillien. 


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