Shindu Sindorei - as Crianças do Sangue escrita por BRMorgan


Capítulo 57
Capítulo 57


Notas iniciais do capítulo

Estamos em Ratchet agora viu?



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Pesaroso demais... Seu corpo não agüentava tanto tempo inquieto ao Sol. Todos os dias eram iguais e não havia muito que fazer quando Kali resolveu vigiá-la. A ironia é que agora a Vigia dos Farstriders fazia vigílias mesmo, inclusive de noite enquanto Sorena tentava dormir. A arqueira tão renomada em Tranquillien caminhava todas as manhãs, treinava em seu arco e não abandonara a rotina de sempre. Era como mudar o acampamento dos Farstriders de lugar. Sorena praguejava pela constante vigilância, pelos questionamentos enquanto trabalhava com afinco na Geringonça Voadora, quando acordava sobressaltada no meio da noite (E Kalindorane descobriu onde havia perdido sua faca de caçar. Estava debaixo do travesseiro de Sorena).

O casal de lua-de-mel se preocupava sim com a elfa taciturna, mas estavam tão entretidos neles mesmos e no casamento recente que não forçavam demais em se intrometer na eterna briga entre as duas. Imladris achava que esse era o modo bobo de Sorena chamar atenção (E a clériga sabia que parte da rabugice da mais nova era sobre não saber lidar com sentimentos novos.), Oxkhar preferia rir da situação e aconselhar a irmã a não ter mais medo, mesmo ele não sabendo de nada do que acontecia.

 - Poderíamos visitar o Monastério Escarlate... – disse Sorena distraidamente, desenhando um esquema de peças para mandar para os ferreiros.

 - É um belo lugar para se ficar... – riu Imladris colocando açúcar no chá preto da amiga. – Ainda mais que eles nos odeiam com todas as forças e querem exterminar os Abandonados...

 - Estou falando só por falar...

 - Ahn, eu gostaria de ir lá... – opinou Ox partindo um pão com uma faca enorme. Immie pegou a faca da mão dele e fez o serviço direito. O ex-paladino só sabia esmigalhar as bordas. – Dizem que a Grande Espada Ashbringer está escondida em algum lugar por lá...

 - O que essa espada faz de tão bom? – perguntou Immie com um sorrisinho para o marido. Kalindorane arregalou os olhos.

 - Essa espada é lendária! Todo mundo sabe disso.

 - Eu não. – disse Sorena rapidamente. Immie concordou.

 - Ashbringer é a arma mais poderosa contra mortos-vivos. – a careta de Immie fez Oxkhar se encolher no lugar e pigarrear para tentar consertar. – Ela foi feita especialmente para expulsar o Flagelo de Azeroth. Muitos cavaleiros já morreram para tê-la nas mãos! – exclamou Oxkhar com um brilho aventureiro no olhar. – Ela tem o poder de um exército de cinco mil cavaleiros de elite, é tão letal que é como se a própria Luz estivesse entranhada em sua lâmina.

 - É um belo comercial para armas... Vou tentar melhorar o meu marketing... – murmurou Sorena continuando o desenho.

 - Bem... são lendas... – explicou Kali tomando um pouco do chá de Sorena. A elfa mais nova parou de desenhar e a olhou mortalmente. – Dizem que a espada foi destruída depois que Darion Mograine matou o irmão Renault...

 - Eu soube que a espada tinha sido purificada pelo espírito de Monsenhor Mongraine e era propriedade do Argent Dawn... – replicou Ox confuso.

 - E eu ouvi que quando você começa a achar que objetos inanimados têm espíritos dentro é porque andou tomando demais a água dos esgotos de Undercity...

 - Engraçadinha... – devolveu Imladris. – Nem era tão suja assim...

 - Era verde.

 - Isso se chama “clorofila”... Não é Kali? – sentando finalmente e se acomodando ao lado de seu marido. A arqueira concordou e fez um carinho breve no ombro de Sorena.

 - Espere aí, Renault Mongraine? O paladino da clériga Sally Whitemane? Eles não vivem lá? – perguntou Kali com uma careta.

 - Qual é a de vocês com clérigos e paladinos hein? – perguntou Imladris com um leve rubor. Oxkhar riu e beijou a mão dela.

 - Immie, paladinos têm certos entendimentos com clérigas, bem mais que a maioria acha...

 - Mas isso não faz sentido algum!! – ela exclamou nervosamente, não queria admitir que caíra na mesma regra. – Só porque sou clériga sou obrigada a sair com paladinos?

 - Toda regra têm sua exceção... – opinou Sorena apontando um lápis para Oxkhar. – Você era um pária quando ela te conheceu, não?

 - Bem, eu já tinha desistido da Ordem, mas não dos votos... – Imladris sorriu gentilmente e deu um cheirinho perto da orelha dele.

 - Eu gosto do uniforme da Whitemane... – disse Sorena evasivamente, Oxkhar arregalou os olhos.

 - Ela é Alto-Inquisidora do Monastério depois que Monsenhor Fairbanks sumiu. – replicou Oxkhar comendo pão para disfarçar o desconforto.

 - Sumiu? Ele foi afetado pela Praga... – explicou Imladris. E com um suspiro profundo concluiu. – Lorde Varimathras mandou um grupo para negociar trégua com os Escarlates... – e com uma carinha tristonha, tomou o resto de seu café. Oxkhar não entendeu e a abraçou de lado dando-lhe um beijinho na cabeça.

 - O que foi Immie? – perguntou ele preocupado. Sorena apagou uma linha feita erroneamente e não desgrudou os olhos do pergaminho.

 - Immie tinha uma quedinha pelo Nathrezin...

 - Não era quedinha!

 - Corrigindo: Era tombo.

 - Não é isso!! – exclamou a clériga com o orgulho ferido e visivelmente transtornada. – E-ele –ele era como um mentor para mim! Excelente estrategista! Primeiro General dos Abandonados! Muito do que conquistamos foi por conta da astúcia dele!!

 - Nathrezin?! – Oxkhar tentou pensar direito. – Não são aqueles caras demônios da Legião Flamejante?! – Kali concordou silenciosamente.

 - Era um cara de sete metros que só servia para espanar o teto do Royal Quarter... – e levantando os olhos para a clériga. – Ah! Ele tentou matar a sua Rainha, tomar a sua cidade e matou o meu pai. – a clériga levantou-se da mesa e bateu o copo vazio de café na mesa. Saiu sem dizer palavra alguma.

 - E mais uma vez, você estraga um bom café da manhã, pirralha... – disse a arqueira indo para a xícara de Sorena novamente. A mais nova parou de desenhar, suspirou alto e pegou um copinho de sal que ficava em outra mesa. Despejou o conteúdo todo dentro do chá e voltou a desenhar. Oxkhar ficou impressionado na mesa, Kali entendeu o recado e se afastou de Sorena e mordiscou um pedaço de pão.

 - Sorena... – pediu Oxkhar com cuidado.

 - O que é? – a resposta foi curta e grossa e a mais nova não tirou os olhos do desenho.

 - Deixa pra lá... – devolveu o irmão igualmente curto e grosso.


 - Immie, por favor... – pedia Oxkhar baixinho, a clériga estava enfurecida, olhos verdes tão claros que mal dava para ver a íris por baixo.

 - Ela sempre me provoca dessa maneira!! Sempre menciona esses assuntos que me magoam!! Será que poderia pelo menos uma vez na vida ficar de bico fechado e tentar não me atacar com os problemas dela?! – retorcia um pedaço de papel nas mãos e picotava as beiradas de vez em quando. Oxkhar não sabia como reagir, se abraçava a esposa, se dizia algo em defesa a irmã, se a culpava pelo comportamento infantil, se tentava encontrar uma resposta plausível para o comentário sobre o uniforme da Alta-Inquisidora Sally Whitemane. Aquilo sim era mais perturbador que brigas internas que Imladris e Sorena. Quando foram escalados para fazer viagem para as Congregações de Mão de Tyr, ele vira Whitemane certa vez e o uniforme da clériga não era nada usual. Na verdade não era um uniforme, era um pedaço de pano vermelho pregado bem justo ao corpo da mulher humana conhecida por sua crueldade com os não-fiéis a Luz. Oxkhar era muito novo, mas entendeu o sentido da palavra “pecado” dentro da Missão. Seu Monsenhor e mentor fizera um sermão depois para os jovens paladinos sobre o que o Monastério propagava e os crimes hediondos que Fairbanks havia feito em nome da Luz. – Ela acha que é a única pessoa que tem traumas de infância?! Que a vida é injusta e amarga e todos querem tirar tudo dela?! Aonde, pelo amor da Luz Oxkhar, ela aprendeu a ser tão egoísta e inconveniente?! – a esposa tinha lágrimas nos olhos, uma delas escapou para a bochecha e ficou retida no queixo. Oxkhar foi até ela e pegou seu rosto fino.

 - Immie... Eu não conheço mais a Sorena desde que ela saiu de casa... – e beijando a lágrima no queixo, ele estendeu o carinho para os lábios da clériga. – E sinceramente eu fico com medo de dizer que não é a Sorena que está ali... – Imladris o abraçou com vontade e enterrou o rosto em seu peito.

 - Por que ela trata tão mal a Dama Sombria...? Ela pode não achar que a Rainha é alguma coisa na vida dela, mas na minha é tudo...! – o rapaz ficou desarmado com a confissão.

 - Ahn... E eu...?

 - Ox... – Imladris o olhou com um sorriso meigo. – É diferente... A Dama Sombria salvou a minha vida, trouxe algum significado para o meu destino. Eu não seria nada se não seguisse os desígnios dela. Eu nem sei como eu viveria sem estar sob o comando dela. Nem quero imaginar uma vida assim... – fungando e limpando as lágrimas que caíam. - E você é o meu marido, o meu amorzinho... – dando alguns beijinhos em Ox. – O homem que eu escolhi para viver o resto de minha curta vida... – Oxkhar amoleceu no carinho dado e sentou na cama de casal que dormiam. A clériga ficou ainda de pé o beijando. - E a sua irmã não entende o que isso significa para mim...!! – exclamou subitamente com os olhos estreitos de raiva. – Eu queria...!! Queria...!! Torcer aquele pescoço dela até estalar e ressuscitá-la e estrangulá-la de novo!!

 - É um belo modo de ensinar disciplina a alguém... – o ex-paladino estava perdido nos braços da esposa, pernas tremendo e fazendo um esforço tremendo para não ceder a vontade de puxá-la para si e beijá-la mais intimamente.

 - Ela é uma cabeça de murloc!! – esbravejava Imladris segurando bem os ombros de Oxkhar e olhando para a janela à frente. O dia estava nublado lá fora. – Fica implicando com a gente e falando essas calúnias pra poder chamar a atenção da Kali!! Mas ela não vai me irritar mais, isso ela não vai!! – Ox agora estava mais preocupado com a proximidade de seus corpos e com o rosto afogueado, ele tentou falar alguma coisa coerente.

 - A gente... ahn... dá um jeito... nela... ahn... depois...? – balbuciando por sentir as pernas da esposa roçarem nas suas e lentamente deitá-lo na cama.

 - E eu prometi a mim mesma que não iria mais perder a cabeça por causa dela e nem tentar remediar as besteiras que ela fala da boca pra fora! – e finalmente mudando de expressão de extrema fúria para um sorrisinho conhecido, ela amaciou o tom de voz. – Confortável, meu amorzinho? – Oxkhar gesticulou algo, mas suas mãos não quiseram escapar da cintura da elfa que estava no comando.

 - É... bastante confortável... acho... eu... – olhando para baixo e vendo o que Imladris preparava para logo depois.

 - Dessa vez tenta não fazer tanto barulho, sim?

 - B-barulho...?! – o rapaz perguntou com um nó na garganta.

 - É que um senhor de Booty Bay trouxe o filhinho dele aqui para o quarto ao lado... – beijando de leve Oxkhar. – E não queremos traumatizar uma criança inocente, não? – Oxkhar concordou apressadamente e tapou a boca com uma das mãos. – Bom menino... – tirando a mão e beijando apaixonadamente o esposo. – Erga-se, meu campeão... – ela sussurrou nos lábios dele, Oxkhar teve que rir da brincadeira com a famosa frase da clériga Whitemane e o paladino Mograine.

 - Sempre ao seu lado, milady...


Mais tarde.


 - Está tudo bem?

 - Rwlrwlrwl... – Sorena cochichava para o caderno de anotações cheio de rabiscos e círculos e casinhas com árvores desenhadas, mas nada que tivesse a ver com mecânica.

 - O que foi isso? – o irmão perguntou rindo um pouco e se sentando do outro lado da mesa de trabalho na oficina improvisada.

 - Murloquês. Quer dizer: “Não estou em condições de responder perguntas idiotas com respostas óbvias demais para serem respondidas.”

 - Eu me pergunto de onde veio tanta boa educação. Papai ficaria orgulhoso por isso...

 - Papai tem a Estalagem em Dalaran e o grifo.

 - Quê? O que isso tem a ver?

 - Tou dizendo que ele tem tudo que queria. Estalagem e Grifo. Nada muito ambicioso. E eu tenho um diário incompleto com um projeto incompleto com miolos faltando.

 - Dramática... Você ficou pior depois que descobriu que não tinha a Nova Praga... – suspirou o irmão ajeitando a posição de um esquilo mecânico que estava de cabeça para baixo.

 - Você tem a Immie e eu um esquema incompleto de uma mechano-motoca. Todo mundo tem alguma coisa legal e eu um maldito pedaço de pergaminho que não tem instruções para colocar os pneus.

 - Você quer ter algo em especial?

 - Não ter essa porcaria incompleta? – mostrando os pergaminhos das instruções.

 - Você é muito drama-lhama Sorena... Você que foi atrás dessa profissão e tudo mais! Se enfurnou lá em Outland, sabe-se lá o que você fez pra ter as partes faltantes daquela coisa que voa...

 - Geringonça Voadora Turbo, com licença? E não foi nada drástico. Arator me ajudou muito...

 - Arator, Arator... Ele por acaso virou seu irmãozão querido agora? – Sorena o olhou desconfiada.

 - Isso foi ciúmes...?

 - Você só sabe falar dele agora...! Me sinto excluído de sua vida... Aliás, sempre excluído! Desde que você fugiu de casa...

 - Eu não fugi, só tentei voltar pra minha casa...

 - Mesmo assim... – roendo um pouco da unha do polegar e observando o que ela desenhava. Uma outra casinha qualquer. – Você é muito drama-lhama, sempre foi...

 - Vai ficar enchendo é?

 - Drama-lhama... – sussurrou o irmão com uma careta macabra com os olhos arregalados e voz gutural.

 - Tira a Estalagem e o Grifo do papai e vê como ele reage...

 - Ahn? Quê? E-eu... O quê?

 - Tira a Immie de você, e me diz como você reage... Todo mundo tem coisas pra se arriscar em se machucar e eu só tenho um maldito velho diário faltando páginas... E uma vontade enorme de socar a cabeça da Kali até virar uma geléia.

 - Você é engraçada!! – ele exclamou socando de leve a mesa, o esquilo pulou e fez alguns guinchos defeituosos. – Fala, fala e fala, mas esquece do amor que temos por você... O quanto eu, Immie, papai e a clériga Artemísia nos importamos contigo... – e voltando a roer a unha. – Ainda acho que você tá irritada porque não sabe como se adaptar com situações novas... Nem consegue conversar com a gente direito com essas travas automáticas que tem dentro das suas caraminholas... – ele continuou ajeitando sua aliança de casamento no dedo anular, era um simples anel dourado de grossa espessura. – Você é feliz?

 - Não.

 - Resposta rápida e insatisfatória.

 - Queria uma coisa mais elaborada?

 - Esperava algo menos pessimista, algo como: “Depende, agora não, tem horas que sim, tem horas que não...” essas coisas...

 - E você é feliz?

 - Sou.

 - Resposta curta demais. – ela mostrou a língua voltando a desenhar a casinha. – E parabéns, estrelinha na sua testa pela resposta...

 - Eu tenho o amor da Immie, sei agora para onde vou, que futuro eu quero pra minha família...

 - Parabéns, mais uma estrelinha!

 - Mas você não acha que isso seja suficiente na sua vida...

 - Eu queria casar, ter filhos e cuidar da Taverna do Sol...

 - Nossa...! Não sabia desse seu delírio...

 - Delírio ocasional e torturante. E já que a Taverna foi pro beleléu...

 - Nem me diga... Fico com raiva só de pensar naqueles desgraçados colocando fogo no lugar onde a gente nasceu... – Sorena virou a página e deu um suspiro. Seu lápis de marcação em madeira foi devagar por curvas formando um rosto.

 - Lembra do dia em que você foi pra missão e eu não apareci na sua despedida...?

 - Arram... Achei que você me estava comemorando pela minha partida...

 - De certa forma sim...

 - Eu sabia...! – as curvas se transformaram realmente em uma face com longas orelhas pontudas.

 - Beijei a Sien durante a tarde toda, por isso não apareci pra me despedir... – Ox abriu a boca, mas nada saiu. – Eu estava morrendo de medo de não te ver mais e fiquei com vergonha de aparecer e chorar na frente de todo mundo...

 - Você beijou a líder das escoteiras?!

 - Ahn... A informação relevante aqui era: “Não fui porque fiquei com medo de te ver partir.”...?

 - Você beijou uma mulher!!

 - Ai, Ox... Estou tentando ser honesta pela primeira vez na minha miserável vida e você me vem com essa...?

 - Mas isso!! Isso!! ISSO!! – ele se exaltou saltando da cadeira em que estava sentado. O esquilo mecânico caiu em seu colo e ele o pegou desajeitadamente.

 - É proibido, não pode fazer, é pecado, vou pro Inferno. – o desenho agora era visivelmente de uma elfa com cabelos ondulados e longos. Uma pequena cicatriz no supercílio direito e o nariz fino. – Mas você gostou de pensar sobre isso em alguns instantes...

 - Ahn? O QUÊ?! De jeito nenhum!! – silêncio do irmão que tentava respirar direito, o desenho seguia com o contorno dos lábios e o cuidado extremo com os olhos estreitos e de cílios grossos. – Você e a Immie...?

 - Beijando debaixo de uma árvore...? – ela disse calmamente delineando a sobrancelha esquerda. – CLARO QUE NÃO!! – o irmão levou um susto e se colocou para trás na cadeira. O esquilo pulou na mesa quase caindo novamente. – Por tudo que me é sagrado! Ela é a minha melhor amiga, quase uma irmã para mim!!

 - Tá... foi só uma pergunta... – silêncio entre os dois. Oxkhar apurou as vistas e percebeu mesmo na semelhança do desenho com a Farstrider Kali.

 - Eu gosto de anatomia feminina... É mais delicada de desenhar... – o irmão levantou uma sobrancelha.

 - Isso foi estranho até pra você...

 - Vocês subestimam demais a minha capacidade de me relacionar com as pessoas...

 - Você não costuma demonstrar muito que sente...

 - Claro, o amor é para poucos.

 - “O amor é para todos”.

 - Você com frases feitas também? Vamos começar a disputa de frases de efeito? Cuidado que eu ganhei da Kali de dez a zero lá no seu casamento... – Oxkhar percebeu no quanto a voz de Sorena amaciara drasticamente e que o brilho esverdeado nos olhos era familiar. Era quando Sorena falava sobre sua devoção e sobre a arqueira dos seus sonhos quando criança.

 - Sorena...?

 - O que é? – corrigindo uma linha torta entre o queixo e uma orelha para depois rabiscar o desenho com força.

 - Quer parar de segredinhos?

 - É mais legal... E não machuca tanto. – ela disse tirando a folha do bloco de rascunhos e amassando bem para depois atirá-lo ao fogo.



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