Shindu Sindorei - as Crianças do Sangue escrita por BRMorgan


Capítulo 34
Capítulo 34




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 - Qual é o seu problema?

 - O meu? Nenhum!

 - Por que fez isso com a gente?

 - Porque vocês nunca iriam se juntar porque tem essas coisas bobas em volta de vocês...

 - Que coisas? Do que você está falando?

 - "Eu sou uma Abandonada, eu estou morta, eu não sou elfo, eu vou viver para sempre, eu sou clériga." isso!! E o Ox é um paspalho por ficar nessa de "Ela não me ama porque eu sou um humano paladino, buábuá.". É tão perda de tempo entre vocês dois que dá raiva! - a feiticeira chutou um sapato seu que estava escapando de debaixo da cama. - Vocês ficam negando amor um para o outro e perdem tempo demais nisso...

 - Sorena, você não tem que...

 - Blábláblá, decisões, que coisa! Você vai morrer daqui a pouco e precisa se casar antes.

 - O quê?

 - Esse é o sonho de toda garota! Achar o cavaleiro de armadura cintilante e casar com ele!

 - Em qual planeta você vive? Ou pensa que vive?

 - Vai me dizer que não?! Que nunca quis ter alguém do seu lado toda hora, que te escutasse quando você ficasse reclamona, que te abraçasse quando você ficasse triste demais para abraçar alguém?

 - Por isso eu tenho amigos! - a clériga levantou as mãos exasperada.

 - Você só tem eu de amigos até agora... E eu ando com você há quase 1 ano...

 - Tenho muitos amigos em Undercity!

 - Você tem colegas de trabalho e aliados. Amigos, não.

 - Como pode chegar a essa conclusão, nem me conhece!

 - Se te aturei por 1 ano inteirinho é porque queria te conhecer bem!

 - Você passou dos limites comigo, Sorena... Chega! Eu não vou mais ser obrigada a ficar aqui nesse lugar estúpido achando que você tem jeito!

 - Jeito pra quê? Pra seguir as ordens "dela" ao pé da letra?

 - Não envolva a Dama Sombria em nossa discussão! – o tom da clériga foi para um grunhido raivoso.

 - Faço sim porque é tudo sobre ela! A gente briga demais porque você é devota imaginária dela e eu sou uma obsessiva compulsiva! Temos um problema enorme e tudo remete a *ela*, você já deveria ter notado!

 - E-eu não sei o que você está falando...!! – a clériga sacudiu a cabeça com as mãos tapando as orelhas pontudas.

 - Oxkhar te faz feliz, você que não quer sentir isso porque acha que a devoção a Undercity é maior que qualquer coisa no mundo.

 - Mas é maior e mil vezes melhor que qualquer coisa no mundo!

 - Gaaaaaah!! - Sorena pulou em cima da cama e atacou um travesseiro nela. - Então me dá esse anel que eu vou casar com o meu irmão, pronto!!

 - De jeito nenhum!! - a clériga se encolheu segurando bem sua mão onde o anel de noivado estava.

 - Viu?! Você gostou de ser pedida em casamento pelo Oxkhar...

 - Isso não tem nada a ver com o anel...

 - Tem TUDO a ver com o anel!!

 - É um belo presente!

 - Eu catei ele dos pertences de meu pai, você acha que foi um presente do Oxkhar? Acorda Immie!!

 - Você está maluca... Você realmente está maluca...

 - Estou sim, porque não suporto ver quem eu amo desperdiçando o precioso tempo que tem com complexos de "não-vou-amar-ninguém-porque-sou-boa-demais-para-isso"!

 - Nunca disse tal coisa! E-eu não sou boa demais para amar e... - silêncio entre as duas. Sorena estava chorando sem perceber.

 - Por que vocês sempre têm que dificultar coisas tão simples?! - limpando a bochecha molhada e indo abraçar a clériga. Imladris aceitou o abraço, mas não entendeu de imediato. - Eu só quero que você seja feliz, Immie... Quero muito mesmo...

 - Sorena, eu nunca vou conseguir te entender direito...

 - Você é tudo que eu queria ser algum dia... Tudinho mesmo...

 - V-você gosta do Oxkhar é isso?

 - Ele é o meu irmão, Immie...!

 - Então porque arranjou essa confusão toda? Forçou o Oxkhar a se declarar, fez ele entrar em um duelo bobo com o Krassus e me pedir em casamento...

 - Eu não o forcei a te pedir em casamento. Eu nem pensava nisso. Ele fez por ele mesmo...

 - Então quer dizer que...?

 - Isso não estava óbvio desde o início? Ele é louco por você...

 - Eu sei, mas... Eu tenho medo... de... de... - a clériga sentou na cama segurando Sorena nos braços. - Eu posso magoar muito o seu irmão se eu quiser... Eu sou assim desde sempre...

 - Ele já ouviu coisas piores, acredite... - fungou Sorena. - Eu já chamei ele de coisas bem terríveis quando mais nova... - Imladris suspirou longamente e alisou o anel de noivado em seu dedo.

 - Mesmo que eu diga que não o ame, vai ser mentira... - confessou desatando um nó nos cabelos de Sorena. - Não por ele ser paladino e tudo mais... É porque ele é gentil e se importa com as pessoas independente de qual facção elas são...

 - Ele é um coração-mole...

 - Mas se eu voltar para Undercity algum dia...

 - Ele vai fazer acampamento nas escadas das ruínas só pra te esperar...

 - Nossa vida iria ser difícil sabe? E-eu sou uma clériga muito requisitada... - Sorena mandou língua para ela.

 - Até parece... - as duas se abraçaram por um momento.

 - Por que eu acho que você está com ciúmes...?

 - Não é ciúmes... - Sorena fungou de novo no abraço. - É inveja. Mas eu supero isso algum dia... - Imladris a abraçou de novo. - Eu nunca vou poder ser como você, Immie e eu queria tanto!

 - Tudo bem, não precisamos de outra de mim aí no mundo... - beijando a testa da mais nova.

 - Eu nunca vou poder ter o que eu mais quero, por mais que ganhe pontos de experiência, por mais reputação que alcance... Eu estou fadada ao fracasso. E de ter um Voidwalker resmungão para sempre.

 - Não fale assim... Você pode conseguir tudo o que quer! Seja mais otimista!

 - Não é tão fácil quanto parece...

 - Você fez um milagre essa tarde... E eu sou a clériga aqui!

 - É, fiz sim... Mas o milagre nunca vai chegar em mim...


 - A Immie é a garota mais linda que eu já vi na minha vida... E eu já vi muitas...

 - Eu não vi muitas... - comentou Oxkhar perplexo pela tristeza do paladino tão renomado. - Eu só via a Immie...

 - É, isso acontece...

 - Rapazes, a Taverna está fechando... - anunciou o goblin esganiçadamente.

 - O que ela viu em você que não viu em mim? - perguntou Krassus desgostoso. - Devem ser as orelhas pontudas... Ela nunca gostou de elfos...

 - Ela é uma...

 - Mas mesmo assim...

 - Vocês... ahn... tiveram alguma coisa antes de...?

 - Quem dera!! - suspirou o paladino arrasado, Oxkhar deu tapinhas nas costas dele. - Ela nunca deixou a gente se aproximar demais... E depois que houve a batalha em Strat... Todo mundo falava do trio imbatível: Mestre Derris, Immie e o paladino desconhecido... - e fungando em sua manga da blusa. - Era para eu ser o paladino lá...

 - Foi uma acaso do destino eu ter me juntado ao grupo... Na verdade eu iria até Undercity e acabar com qualquer um que estivesse na minha frente até chegar a Lady Silvanas...

 - É um ato corajoso... - opinou Krassus bebendo o resto de seu vinho. - Suicida, mas corajoso...

 - Só que ela me fez mudar de idéia... Ver o outro lado que eu tanto combatia...

 - A Horda é um bando de malfeitores, porcos e ladrões... - resmungou Krassus se levantando. - E não importa o quanto eles tentem melhorar na aparência, sempre serão mendigos a procura de migalhas... - e depois rindo de si mesmo. - E tanta gente no mundo, eu me apaixono pela defensora dos mortos-vivos...

 - Acontece... - repetiu Oxkhar o ajudando colocar a armadura no corpo. - Vai conseguir andar nisso?

 - Pode deixar... Não bebi tanto para trocar meus passos... - ele já saía pela porta em passos pesados. - Escuta aqui humano! Se você ousar magoá-la, fazê-la chorar ou deixá-la miserável nesse mundo cruel, eu juro que arranco seus olhos com minhas mãos! - Oxkhar bateu continência instintivamente e deixou o paladino ir pelas ruas estreitas de Dalaran.

 - A palavra de um paladino do Silver Covenant é promessa, sr. Oxkhar... - opinou o goblin ajudante.

 - Você acha que estou preocupado com perda de meus olhos, Haufn? Eu tenho uma irmã feiticeira, melhor amiga da mulher que mais amo no mundo. Meus olhos seriam aperitivos para a fúria de Sorena...


 - Ahn... oi?

 - Oi... – os dois primos encaravam o chão com vergonha. O encontro foi arranjado pela tia no Silver Covenant, com muitos guardas vigiando os dois.

 - Você é bem alto...

 - Puxei meu pai...

 - Eu ouvi dele... Bem legal... – os dois sentaram em um banquinho do Hall do Covenant.

 - É...

 - Ahn... Gosta de Dalaran?

 - E-eu não vivo aqui.

 - Então aonde...?

 - Honor Hold. É em Outland.

 - Tem que pegar portal para lá não é?

 - É... – silêncio dos dois, cochichos dos guardas. – Por que eles estão aqui?

 - Eu sou uma pessoa muito hostilizada. – Sorena fez a piada, mas o primo não entendeu direito. – Bem ahn... então a gente chegou se ver quando pequenos? Eu realmente não lembro...

 - Não... A mulher que me deu a luz me deixou em Honor Hold quando pequeno. Meu pai que me criou.

 - Não foi tão ruim! Seu pai pelo menos estava do lado te ajudando e tudo mais...

 - E os seus pais? – Arator tinha olhos azulados opacos e cabelos claros como as irmãs Windrunner tinham.

 - A cabeça do meu pai conversava comigo debaixo da cama e minha mãe trocou de nome por vergonha de ter me deixado.

 - Parece bem com a minha história.

 - Tia Alleria mudou de nome?

 - Não diga o nome dela, me dá raiva.

 - Tudo bem... – mais silêncio. Rhonin estava acompanhado por um conselheiro de Kirin-Tor, mas parou para ouvir o diálogo. – Você não tem vontade de conhecer todo mundo?

 - Não muito... Acho que eles vão me achar... estranho...

 - Só porque você é metade elfo? – o olhar do primo foi sofrido. – Tudo bem, eu fui criada em Goldshire entre os humanos. Não há nada mais alienígena do que ser cultivada dentro de costumes deles.

 - Eu gosto de humanos. Eles são bons comigo. – Sorena suspirou alto e ficou cutucando a orelha esquerda. O primo pigarreou e tentou falar alguma coisa, mas desistiu.

 - O pior de tudo é que não podemos culpar ninguém pelas falhas dos outros... – disse Sorena bocejando. Arator concordou em silêncio. – Mas podemos incomodá-los, você sabe disso não? – o primo da mesma idade riu quebrando a monotonia e ajeitou a bota metálica.

 - É, eu sei...

 - Mas alguma parte insana e estúpida do meu ser insiste em dizer que não é culpa de ninguém. Eles tiveram que fazer o que tinham que fazer...

 - Até nos abandonar...?

 - Você adoraria viver em Stormwind e ser da Aliança? – o primo fez uma careta para o chão. – Quase... Eu quis ser paladina quando era pequena...

 - Deveria ter sido.

 - Seguir profissão dos pais por obrigação não é a melhor coisa de Azeroth.

 - É, eu concordo.

 - Meu irmão é paladino.

 - Tio Sylvos teve outros filhos além de você?

 - O irmão humano? Olá, criada em Goldshire? – o primo se encolheu e respirou fundo. – Ox, “O piedoso”, conhece?

 - Li registros dele no front. Traiu a Aliança para se juntar aos selvagens da Horda.

 - Você tem problemas de visão?

 - Ahn? – Sorena apontou para os próprios olhos.

 - Olhos verdes, orelhas pontudas, feiticeira viciada em mana? Não te faz lembrar-se de nada não?

 - Oh, desculpe-me! – ele pediu desculpas rapidamente, mas Sorena riu. – Eu não quis ofendê-la... – Sorena encostou no braço dele e puxou seu braço direito para segurarem as mãos.

 - Queria ser você agora.

 - Mas por quê? – o primo estava mais do que ruborizado.

 - Porque metade de mim saberia o que era. – ele concordou encarando os olhos esverdeados da prima.

 - Você é um pouco parecida com a... a...

 - É o que dizem...

 - Quer ir comigo pra Honor Hold? Tem bastante coisa lá para feiticeiros.

 - E defender a Aliança? De jeito nenhum... – o primo riu baixinho e apertou bem a mão dela.

 - Eu queria ser você agora... – o primo repetiu, ela o olhou bem de perto. – Pelo menos eu saberia para onde direcionar meu orgulho.

 - Isso é fácil.

 - Não quero pensar nisso agora.

 - Nem eu. – silêncio dos dois. – O que tem legal em Outland?

 - Ahn... Temos dois sóis... E na maior parte do tempo é de noite...

 - Ah... isso é interessante... Coisas pra se divertir?

 - Matar rikes.

 - O que é rikes?

 - Monstrengos esverdeados que babam ácido e tem mais de 2 cabeças... E dreadlords da Legião Flamejante.

 - Interessantísimo...

 - O que tem de bom em Goldshire?

 - Patos... Ovelhas e ahn... vacas... tirar leite e essas coisas?

 - Vacas são ferozes quando querem...

 - E mais letais que qualquer monstro da Legião...

 - Sem elas, não tem pão e leite e queijo e carne... – Sorena concordava.

 - A dieta de muitos depende dessa coisa maléfica... – os dois riram ao mesmo tempo e depois ficaram em silêncio.

 - Sorena...

 - Quê...?

 - Quando você puder, me visita de novo lá em Honor Hold?

 - Só se você me mostrar esses rikes bizonhos.

 - As vacas infernais de Outland.

 - Elas não seguram foices, seguram?

 - Porque disso?

 - Sei lá, já tive sonhos com vacas me perseguindo com foices...

 - Podemos visitar os rikes-vacas e ver os dois sóis...

 - Fechado...


                O curandeiro terminava de misturar os frasquinhos e pedir para o velho Hrodi colocar a língua para fora.

 - Nada de reclamar... – Sorena disse segurando bem a mão do pai.

 - Faz cosquinha depois que toma...

 - Papai, seja forte!

 - Éca, vou ter que passar por isso também?! – Imladris disse com uma cara de quem não queria ser tratada.

 - Vai sim... Senão piora e aí eu vou ter que casar com uma morta-viva. – debochou Ox a beijando na testa. – E necrofilia é proibido na minha terra.

 - Se tivessem falado isso antes, eu não teria... – Sorena murmurou despreocupada, todos a olharam com surpresa. – Olha só! Serenath!! – ela percebeu na mudinha de planta em alguns cestos de palha. – Yeeey! Você veio me visitar? – ela perguntou para a florzinha arroxeada.

 - Está cada vez mais parecida com seu velho avô, pirralha... – disse Theridion aparecendo na porta do consultório do Curandeiro da cidade, um troll chamado Jammal, onde todos faziam plantão para tomarem o antídoto contra a Praga que havia sido descoberta pelos estudiosos de Kirin-Tor e os Apotecários de Undercity.

 - Velho caduco!! – ela exclamou abraçando ele bem.

 - Vai quebrar minhas costas... – ele balbuciou não entendendo a animação da menina. – E se me chamar de velho caduco novamente, vou te fritar com uma Chaosbolt...

 - Que seria...?

 - Mais eficaz e potente que uma Shadowbolt... Depois da primeira explosão de energia das trevas, há uma chance de 67% de contaminar o atingido com algum tipo de veneno... – explicou Imladris didaticamente. Sorena puxou a bochecha da clériga que se colocava sentada na cadeirinha de atendimentos que Jammal colocara ali no meio do quarto.

 - Como é que você sabe tanta coisa sobre feiticeiros e eu não?

 - Isso é fácil... – o curandeiro troll verificava pulsação, respiração e reflexos da mais nova. – Eu sou inteligente e você é uma novata ainda... – Ox sufocou o riso e recebeu um soquinho abaixo do umbigo de sua noiva.

 - Todos reunidos... – anunciou Theridion separando um maço de pergaminhos de dentro do casaco e colocando-os na mesinha ali perto. – Notícias lá debaixo, quem quer ouvir?

 - Eu!! – quase todos responderam ao mesmo tempo, menos Sorena que enfiou dois chumaços de algodão grosso dentro dos ouvidos. O avô a olhou com desprezo e continuou.

 - A Ordem de Clérigos de Silvermoon gostaria de pedir encarecidamente a menina Imladris que possa continuar seus deveres como Embaixadora da Horda em nossa capital... – ele foi escolhendo pergaminhos até ver ao que correspondia a petição. Imladris engolia o elixir de gosto ruim com uma careta visível. Sorena conversava animadamente com as mudinhas no idioma murloquês.

 - Rwlrwlrwl? Rwl, rwl... Aaaah rwlrwlrwl...?

 - Esquece... – Theridion rasgou a petição e jogou na lareira do quarto. A clériga de Undercity suspirou aliviada. – Magistrado Aminel finalmente teve algum juízo na cabecinha de melancia dela... Mudou-se com os compatriotas para as bases do Farstriders em Ghostlands...

 - Cérebro de banana... – resmungou Immie bebendo muita água para retirar o gosto do elixir. Hrodi já estava mais acostumado.

 - E como soube que certo casal irá se casar brevemente, eu ofereço um belo lugar para que a união seja feita...

 - Tudo menos lá, tudo menos lá... – pediu Sorena cruzando os dedos. Theridion tirou uma chave de metal do bolso e deu a Oxkhar.

 - Como nossas tradições pedem, o dono da casa oferece o casamento para o parente mais próximo. Como só sobrou essa pestinha aí e ela foi criada como sua irmã, creio que tenho que seguir o mesmo protocolo. – Imladris pulou no lugar quando viu a chave.

 - Sério mesmo Sr. Theridion?! – ela exclamou totalmente corada e orelhas um pouco caídas pela emoção.

 - Vamos levar um pouco de alegria praquele antro de fantasmas não? Além do mais... – pegando algumas cestas e encarando diretamente a única neta que conhecia. – Certo “alguém” aqui precisa saber “onde” certo alguém enterrou certa “coisa”, não?

 - Não sei do que falas, oh nobre doido varrido... – a neta respondeu com cara de tédio e alisando a terra escura de uma das mudas.

 - Pela Luz, eu vou casar no Windrunner Spire!! – Imladris pulou no braço de Ox.

 - Pra quem acabou de tomar o elixir, ela está indo bem... – disse Hrodi acariciando seu estômago com vontade. Ele ficara um tanto pálido e aparência doentia depois que tomara a dose.

 - Immie é clériga, pai. Poderes da Luz fazem isso...

 - Eu deveria também ter um desses!

 - Senhor largou a Missão de lado, lembra? – a filha chutou de leve a canela do irmão, entretido nos planos para o casamento em uma conversa com Theridion e Imladris. – Armário de 2 metros? Papai está sentindo karpas passearem no suco gástrico. Se ele cair aqui, eu não vou levantar...

 - Oh desculpe-me pai... – disse Ox já auxiliando o pai a andar e sair pela porta.

 - Eu vou casar no Windrunner Spire!!! No Windrunner Spire!! – segurando bem a chave e rodopiando estranhamente.

 - Alerta para rodopio suspeito! – alarmou Sorena antes que a clériga mais nova caísse em um desmaio motivado pelo efeito do remédio. Quem segurou foi Theridion.

 - Desmaiou de emoção? – perguntou o mais velho.

 - Não, de frescura mesmo. – respondeu Sorena verificando a amiga. – Muita emoção pra pouca pessoa.

 - Immie tá bem?! – gritou Oxkhar lá fora, olhando para trás e carregando seu velho pai.

 - Ela resolveu tirar um cochilinho, manooo!! – e se virando para o curandeiro silencioso, ele compreendeu o que deveria ser feito. – Ela vai ficar um pouquinho aqui...   

 - Em observação. – explicou o avô.

 - E eu fico com essa bendita chave. – disse Sorena tomando a chave da mão do avô.




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