Shindu Sindorei - as Crianças do Sangue escrita por BRMorgan


Capítulo 26
Capítulo 26




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Sorena acordou com vontade de vomitar, parecia que alguém havia gritado no ouvido dela por horas e horas. Estava atrás de um trono corroído pelo tempo, a sua frente um duelo se seguia. Espada contra escudo, martelo de guerra contra armadura. Dois paladinos se digladiavam pela vitória. Filho de Garenor, Fideus, o paladino nomeado para o Distrito de Goldshire. O paladino nomeado após a traição de Oxkhar. O homem que ficou no lugar de referência para Stormwind. O que seu irmão se tornaria se não conhecesse o outro lado da moeda. Ao se levantar, bateu o cocoruto no concreto atrás da estrutura do trono e sentiu o lado doer intensamente. O que havia feito para ser derrubada? Apenas lembrava-se de Oxkhar se colocando na frente e protege-la das flechas dos arqueiros da Aliança. Aliás, o que a Aliança estava fazendo ali tão longe de casa?! Por que o Rei Variann estava montado e cheio de si? Por que raios havia um maldito kaldorei cheio de chifres de alce ao lado dele?

 - Ox...

 - O que é? Não está vendo que estou ocupado? – o irmão desviou de um golpe e atingiu um chute no peitoral da armadura de Fideus.

 - Imundo infiel!! Pagarás por trai a Ordem!!

 - Ox...

 - Sorena, não é hora mesmo!! – um golpe atingiu Ox no rosto e ele cambaleou para trás. Ele revidou com um dois golpes consecutivos no rosto do paladino de elmo, um como escudo e outra com o punho fechado.

 - Ox?

 - O que é, poxa vida?!

 - Calças frouxas. – Sorena apontou para o cinturão de couro que o paladino usava. Estava frouxo e quase caindo. Oxkhar entendeu o recado no mesmo instante e puxou o cinto do combatente. As calças de cota de malha caíram com um tilintar breve. Fideus ficou sem reação com as calças caídas. Ox ajeitou o escudo e o nocauteou fortemente no queixo, paladino e espada caíram ao chão com um baque metálico. - Calças pra que te quero? – Ox cuspiu ao chão perto do inimigo e o chutou de leve na perna.

 - Lição número 1 ao entrar para Ordem: Certifique-se bem que suas calças estão pregadas ao corpo, novato.

 - Isso que ensinavam lá na Ordem?

 - A armadura protege o paladino. Ela é o mais importante acima das armas e do escudo. – Sorena deu de ombros e foi até ele.

 - Calças frouxas não te livram de uma morte vergonhosa.

 - Eu não matei o cara.

 - Mas vai matá-lo de vergonha quando ele se lembrar de como perdeu essa luta ao acordar.

 - Tenho um plano.

 - Eu também. Vamos dar o fora daqui? – a cara de Ox a fez parar de rir.

 - Isso não é hora de piadinhas infames.

 - Certo, entendi...

 - Não, você não entendeu...

 - Sério mesmo! Eu entendi! Sem piadinhas! Certo, certo não irei mais zombar da situação suicida que estamos nos metendo.

 - Imladris está lá embaixo!

 - E...? – Sorena fez uma careta de quem não compreendia o raciocínio.

 - E ela é nossa amiga e devemos salva-la?

 - E quem disse que a Immie precisa de salvamento...? – ainda com a mesma cara.

 - Porque.. Porque... Porque somos amigos dela! E chega de papo! Tenho um plano!

 - Você já disse isso...

 - Os Farstriders devem estar nos túneis agora. Temos que provocar uma distração para a Aliança aqui pelo elevador... – caminharam lado a lado para os corredores para os elevadores subterrâneos. – Você precisa calar essa boca e me obedecer okay?

 - Ahn... não. – ela respondeu calmamente. – Motivos para se descer onde se ocorre uma batalha com milhares de coisas que eu mal posso imaginar em meus pesadelos? E dividido por zero. Só porque a Immie está lá embaixo? Oooh espere um minuto! A Immie está lá embaaaaixo! Lalala alguém quer ser o cavaleiro de armadura reluzente, lalalala! Mais alguma coisa a acrescentar? – a cara de Oxkhar era séria e resoluta.

 - Você só fala da boca pra fora porque é uma covarde que não aceitou o destino que lhe reserva.

 - Falou e disse. Pensa que eu vou dar à mínima?

 - Vai! Nem que seja na marra!

 - E você vai me obrigar a descer?! – um aperto veio em sua garganta e Sorena visualizou a câmara da Sala do Trono, o mundo girando de ponta cabeça e um corpo carbonizado aos seus pés. Um grito estridente e poderoso encheu seus ouvidos e ela foi obrigada a se encolher cobrindo as orelhas com as mãos. Gemeu de dor intensamente e lágrimas saíram sem ela querer.

 - Sorena! Sorena! O que foi? Me fala! – Oxkhar acudiu a irmã com um braço e a abraçando. – Fala comigo! Sorena, olha pra mim, fica comigo aqui certo? Não vai embora! – a elfa menor puxava os cabelos com força, Oxkhar foi obrigado a sentá-la no suposto túmulo do Rei Terenas e afastar seus braços com dificuldade. Sorena gemia de ódio e seus dentes estavam tão travados que saliva e lágrimas gotejavam de sua boca. – Sor, olha pra mim!!

 - Faz ela parar!! Faz ela parar!! – segundos de ranger de dentes se estenderam até Sorena acalmar subitamente e levantar a cabeça para encarar Ox. Seus olhos estavam alaranjados e seu nariz sangrava em um filete. O irmão mais velho limpou o rosto cheio de lágrimas com a mão e a abraçou novamente.

 - Vai dar tudo certo. Vamos sair daqui vivos e vamos rir disso tudo depois... – acalmando a pálida Sorena em um estado letárgico. – Tenho um plano e... e... Vamos fechar essas portas com escombros e...

 - Vamos descer pelos elevadores e barrar a entrada deles com Abominações. – disse Sorena fantasmagóricamente.

 - Abominações? Como aquelas de Strat? Está ficando louca? Aquelas coisas pulam em cima da gente sem dó! – Sorena levantou e foi espreitar as portas laterais, nenhum sinal da Aliança.

 - É só me deixar fazer isso. – respondeu ela roucamente, mas depois olhou para Oxkhar com os olhos esverdeados e com um sorriso fraco.

 - Sorena...

 - Eu consigo tá? Eu não sou tão... ahn... O que eles estão fazendo? – indicando uma movimentação lá no pátio.

 - Maldição... - Oxkhar sussurrou e escondeu a irmã atrás de seu escudo.

 - Eu não vou me esconder! Se eles estão invadindoa minha cidade, farei o que for para... - a mão de Ox foi para sua boca e a calou imediatamente. Um ladino passou por eles sorrateiramente em uma forma translúcida. Sorena dirigiu um olhar apavorado para Oxkhar, mas ele não se moveu. O combatente sinistro tinha uma fina lâmina entre seus dedos ossudos e espreitava qualquer coisa ao redor. Oxkhar esperou o momento correto para desferir um golpe certeiro nas costas do inimigo transparente. Sorena deu um pulo de horror quando o irmão fez isso. O corpo do ladino ficou ali estirado no chão, um bastão aparentemente velho em dourado opaco com uma caveira de marfim na ponta caiu de sua vestimenta. Sorena imediatamente pegou o objeto enquanto Ox arrastava o corpo desfalecido do ladino para trás do trono de Terenas. Oxkhar percebeu que ela iria protestar e a mandou ficar calada, a protegeu com o escudo novamente e caminharam cuidadosamente para os elevadores das ruínas de Lordaeron.

 - Tenho outro plano...

 - Já disse que você sempre fala isso quando não tem planos bons...? - Oxkhar a olhou com irritação.

 - Temos que passar despercebidos. Há muita coisa acontecendo caso você não saiba.

 - E eu não sei?! - ela murmurou desesperada. - Immie está lá embaixo e há diversos motivos para eu adivinhar que haverá mais corpos espalhados por aqui depois que isso acabar do que eu espero. - o irmão mais velho a olhou com estranheza.

 - Há dois minutos atrás você queria fugir!

 - É porque eu sou bipolar! E tenho um problema sério de decisões drásticas!

 - Mas o quê?!

 - Decisões drásticas! Se não funciona, quebre! Se está morto, enterre! Se não...!

 - Com quem você aprendeu a falar desse jeito?

 - Muito tempo com elfos do sangue. Dá nisso. – ela guardou o bastão em um suporte dentro do manto. – Ai, isso pesa!

 - Bem... - ajeitando sua capa dos Farstriders nos ombros de Sorena. - Então use essa sua incrível habilidade de distrair os outros e me ajude certo?

 - Como assim? Eu não faço esse tipo de coisa! Oxkhar! - ela suspirou mais alto para ser ouvida pelo irmão que ia em direção ao elevador de Undercity, de lá se avistava duas Abominações ao comando da poderosa magia de Lorde Varimathras, o traidor de Undercity. Oxkhar fez alguns sinais de "prosseguir", mas os instintos de Sorena não estavam dando crédito a esse tipo de ataque escondido. - Se ao menos Mestre Derris estivesse aqui... Aquele salafrário sabia o que fazer... - ela cochichava para si mesma enquanto se protegia da vista das Abominações. - E por tudo que me é sagrado nessa vida, como é que eu vou passar por duas daquelas coisas? Eu já tou quase morta do que elas! Não dá! Simplesmente não dá! - um crocitar a assustou, fazendo Sorena dar um gritinho. - O que você está fazendo aqui, seu... - o barulho de passos pesados a apavorou ainda mais. - Oh muito obrigada, seu corvo filho da... - o primeiro golpe de corrente que uma das Abominações lançou por pouco não atingiu a cabeça de Sorena, pois ela se desviara graciosamente por cima da tumba do Rei Terenas, pai de Arthas Menethil. O contra-ataque veio logo depois com um grito de fúria de Oxkhar atingindo as pernas da Abominação que estava atrás no corredor.

 - Sorena AGORA!!

 - O que eu faço??? - ela gritou de volta ao ver que a Abominação chegava cada vez mais perto, o odor insuportável, as correntes pregadas em seus ossos do braço, a enorme foice sem cabo, o sorriso horroroso em uma face cheia de cicatrizes. O golpe que ela recebeu das correntes a fez voar por cima do túmulo de Terenas e bater com toda força na parede oposta. Sentiu um arranhão vir de dentro de seu corpo, como se algo tivesse saído do lugar. A impressão que seu crânio se rachara ao meio foi aliviada com a outra sensação ardida de cuspir dois dentes quebrados do canto esquerdo da mandíbula. Sua língua se cortou com a violência do golpe e por pouco não mordera a mordera. Tonta e tentando se recuperar, ela levantou cambaleante. O corvo crocitou novamente e pousou no ombro de Sorena de pé na tumba de Terenas. Ela sentiu algo pulsando em seu coração fraco e semi-morto, era a vontade dos Abandonados renovada. - Isso vai doer mais em mim do que em você, monstrengo!! - ela anunciou e uma esfera negra e energizada por veias esverdeadas se formou rapidamente em suas mãos, atingindo o corpanzil da criatura em cheio. O impacto fez muito estrago nos remendos do corpo da Abominação, que deu alguns passos para trás. - Isso eu nunca fiz na vida!! - ela gritou para Oxkhar, que terminava de esmigalhar a cabeça do pescoço da outra Abominação com um golpe rude de seu machado de guerra.

 - Que bom que começou agora! - ele correu em direção dela para terminar seu trabalho como guerreiro, mas a Abominação endireitou a postura e parou estática entre o túmulo e o ex-paladino. - Mas o quê?

 - Isso eu também não fiz... - resmungou Sorena dando a volta pela tumba e indo para o irmão. A Abominação continuou quieta.

 - Acho que você está a controlando... – a elfa se irritou com a incomodação vinda do seu lado na cintura. A dor estava tão anestesiante que sua cabeça começou a anuviar outras dores que sentia.

 - E como eu faria isso, cabeça de batata?

 - O seu pai fez isso em Stratholme...

 - Papai esteve em Strat e nem me falaram?! Mas ele tava doente!! - Sorena girou nos calcanhares com as mãos na cabeça, sufocando sua raiva e sua dor nova.

 - Não o papai, o seu pai. O tal do Derris.

 - Vocês passearam por meia Azeroth e nem me chamam pra ir!!

 - Isso não é hora de... - os dois pararam na hora, pois a Abominação deu um passo. - Vai...

 - Vai o quê?

 - Testa a coisa aí... - Oxkhar pediu com as mãos.

 - Testar o quê?!

 - Ver se essa... coisa aí... ahn...

 - Abominação.

 - É, vê se ele anda com você... Te obedece, essas coisas.

 - Ahn... - Sorena olhou para o irmão desorientada e voltou-se para criatura de 4 metros a sua frente. - Dê um aceno de mão... - pediu Sorena, a criatura obedeceu sem pestanejar.

 - Hahahahaha!! - Oxkhar foi obrigado a rir e encostar-se na parede.

 - Que foi isso?! - Sorena olhou para as próprias mãos de dedos frágeis e sensíveis. - Dê um pulinho! - ordenou com veemência. A Abominação deu um pulo que tremeu parte da decoração fúnebre do local. Oxkhar segurou a irmã pelos ombros.

 - Agora que temos certeza... Vamos? - E sempre protegendo Sorena com o escudo, eles continuaram. Ao chegarem ao elevador, os dois se olharam com tédio.

 - Legal...

 - Ótimo... - disseram ao mesmo tempo. A Abominação estava parada lá onde a deixaram. Sorena fez um gesto de aproximação e logo a criatura estava com eles encarando o imenso fosso do elevador quebrado.

 - Não me olha, porque eu não sei voar... - comentou rápido a jovem. Oxkhar soltou um suspiro de desagrado e ficou pensando por alguns minutos. O corvo bicava a capa no ombro de Sorena. - Hey, quer parar? Tá doendo! - ela reclamou enxotando o pássaro agourento. - Oxkhar o que você está fazendo?

 - Ahn... Táticas de guerra...

 - Oh sim... - ela ficou observando o irmão tirando de sua bolsa de viagem um fino cobertor de cor turquesa. - Vamos a alguma festa lá embaixo?

 - Isso é Nethercloth!

 - Oh sim... - Sorena concordou não fazendo a mínima idéia do que ele falava. - Eu não gosto de festas, Ox, você sabe...

 - Escuta teimosa! - dando um tapa na cabeça dela. - Aprendi com um goblin que vendia equipamento para os Farstriders... Usando isso dá pra se chegar lá embaixo sem medo algum.

 - Aaaah, tapete voador... Já ouvi a Immie falando disso... Não foi muito engraçado quando ela demonstrou...

 - Não, temos que entrar sem sermos visto, certo? Então eu sugiro que... - indicando a Abominação perto deles. - Joga ele pelo fosso e a gente vai depois. Quem quer que esteja lá embaixo, vai se distrair com esse monstrão aí... - dizendo isso tudo no ouvido de Sorena.

 - Isso não faz sentido algum. Você andou comendo cogumelos de novo?

 - Vai funcionar! Já fiz isso!

 - Quando?!

 - Em uma missão com os Farstriders...

 - Você tá andando demais com esse povo... Aceitam paladinos revoltados?

 - São os Vigias de Quel'Thalas. - aprontando o tecido para ser usado como um pára-quedas.

 - Aaaah... Agora tá todo dentro do grupinho dos elfos não é? Será por quê? - provocou a irmã mais nova.

 - Não comece...

 - Se é assim, era mais fácil você continuar paladino e ingressar na Ordem dos Clérigos de Silvermoon?

 - Sorena...

 - Uuuuuuuh porque ceeertas pessoas iriam adorar te ver de robe branco e vermelho curando os enfermos e...

 - Segura logo em mim. - olhando para o fundo do fosso e amarrando bem as pontas do tecido em suas mãos.

 - Tá. - ela respondeu rapidamente e enlaçou o pescoço do irmão. Quando Ox apertou a cintura dela, Sorena segurou o gemido de dor excruciante que sentiu ao sentir algo pontudo fincar por dentro de sua pele. Os dois se olharam por um momento. - O que foi?

 - Você parece morta.

 - E você parece apaixonado. Não sei que é pior...

 - Calada, agora manda aquela coisa dar um pulinho no fosso?

 - Isso é suicídio!

 - A coisa já está morta Sorena Atwood!

 - Ah é mesmo... - ela concordou com um sorriso infantil e exagerado. - Hey moço! - a Abominação se aproximou. - Vamos lá embaixo. Você quer ir? - a criatura concordou com um grunhido. - Então você quer ir? - foi a vez dele concordar com a cabeça. - Pode ir, eu deixo! - o monstro se espremeu na passagem da porta do elevador e se jogou deliberadamente. Demorou alguns segundos para o baque ser ouvido. Poeira e pedaços se espalharam lá embaixo. - Ainda acho que foi suicídio... - comentou Sorena.


Sala do Trono no mesmo instante.

                Os Farstriders se infiltraram na câmara pelo teto e todos estavam a postos. Uma saraivada de flechas flamejantes atingiu todos os demônios em volta de Varimathras. Warchief Thrall aproveitou a distração vinda do teto e lançou um redemoinho de escombros contra o dreadlord. Um segundo grupo de Farstriders entrou pelo corredor principal e dominou rapidamente os demônios que foram acuados pelo poder de fogo dos arqueiros vigias. Halduron Brightwing enterrou a sua espada no crânio de um homem-bode e levantou seu arco bem alto. Com um tiro certeiro, fez o imenso lustre cair bem perto de Varimathras o encurralando entre os arqueiros no topo, Sylvanas no flanco direito, Thrall no esquerdo e mais combatentes atrás.

 - Preciso de mais tempo... Meu Mestre está chegando... – murmurou o Nathrezin. – Eu não irei falhar! Não novamente! – ele esbravejou chicoteando o teto para derrubar alguns arqueiros, mas todos sumiram pelos dutos e segundos depois voltaram com mais saraivadas de flechas encantadas.

 - É o seu amargo fim, Lorde Nathrezin!! – exclamou Halduron ordenando o segundo grupo a atacar os servidores das trevas de Varimathras. Sylvanas socou um Farstrider bem no nariz que ousou encostar a espada em um dos Abandonados traidores. Os olhos avermelhados perfuraram a resistência do pobre vigia.

 - De meus súditos traidores, cuido eu! Ouviu bem?! – o soldado se afastou com a cabeça baixa, mãos no nariz quebrado, pedindo desculpas.

 - Tolos insetos!! Irei esmagá-los!! – disse Varimathras atacando Sylvanas, mas perdendo o espaço para andar quando um outro grupo entrara por um alçapão encontrado debaixo do elevado do trono. Cyssa Dawnblade cravara sua espada flamejante no pé direito do dreadlord sem ele perceber. – Malditoooos!! – ele urrou de dor e virou-se bruscamente, mas encontrou a lâmina afiada de Andrus que penetrara em suas costas em um poderoso golpe por trás. – Vou esmagá-los!! Vou destruí-los Windrunners amaldiçoados!! – com a confusão que se seguia, Imladris corria em volta do elevado e despejava magias e auras de cura para todos que estivessem com as mesmas intenções que as dela. Um Abandonado traidor foi atingido pela aura protetora sem querer e gritou desesperado de dor, os olhos giraram nas órbitas e ele caiu agonizante.

 - Ahn... – a clériga não soube como reagir. Sylvanas fez um sinal de “não” com a cabeça em direção a ela. – Desculpa aí, mas ela mandou...

 - Por Goldshiiiiiire!! – gritou alguém atrás dela atropelando homens-bode e um demônio menor no caminho do corredor. Oxkhar chutou o Abandonado traidor de perto de Imladris e a protegeu com o escudo amassado. – Eeer... Oi Immie...

 - Oi Ox... O que está fazendo aqui? – Sorena entrou de fininho pelo outro lado e colocou algo no chão. Algo veloz se esgueirou entre os combatentes e pregou na perna ferida do dreadlord. Uma explosão foi ouvida logo depois e um grito de dor do Nathrezin.

 - Todas as suas bases pertencem a gente, cara feioso!! – gritou a elfa ruiva rindo histéricamente para o teto.

 - E-eu não posso agüentar mais...! – reclamou Varimathras encarando o Portal com um misto de esperança e temor. Thrall derrubava os últimos demônios menores e já preparava seu martelo de guerra para o pior. Sylvanas apenas fez uma mesura para o Warchief e aprontou o seu arco.

 - Nunca mais chame a minha família de amaldiçoada, seu verme inútil... – ela sibilou soltando a flecha encantada com o seu tiro mais letal. A ponta cravou bem no meio dos olhos do Nathrezin que mal sabia da onde havia sido atingido.

 - Anos... desperdiçados... – e uma terceira e última saraivada vinda do teto selou a morte do dreadlord traidor. Dezenas de flechas perfuraram armadura, pele, ossos. Warchief Thrall deu o golpe de misericórdia, esmigalhando o joelho bom de Varimathras e esperando ele cair ao chão com seu corpanzil arroxeado.

 - Volte para o buraco horroroso da onde veio... – e baixou o martelo de guerra impiedosamente. O baque de uma das faces do martelo ecoou na Sala do Trono. Imladris agarrou Oxkhar pelo peito e fechou os olhos como uma criança desamparada chorando nervosamente. Ele apenas a abraçou forte e ficou pasmado pela tremedeira que veio a seguir. Sorena corria ao redor do elevado a procura de alguma coisa. Ao chegar perto do trono parou bruscamente, olhos vidrados em horror no corpo carbonizado de seu antigo Mestre e pai verdadeiro.

 - O senhor me chamou...? – ela perguntou com o queixo tremendo e segurando um braço decepado.



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