Castelo Mal-assombrado escrita por Dreamy


Capítulo 3
Desaparecimentos




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–Rose...

A lua iluminava o céu escuro. Era difícil reconhecer as estrelas, pois o tempo estava um pouco nublado.

O que era mais assustador naquele lugar era o fato de que o céu parecia ainda mais negro perto do castelo.

– Fala, Al.

– O que é um vampiro carnívoro?

A garota olhou para o primo surpresa. As sobrancelhas arquearam-se e ela aparentemente estava tentando segurar a risada.

– Não é óbvio?

Albus olhou para o castelo pensativo, imaginando o que seus primos e seus irmãos estavam fazendo naquele momento.

– Bem sim - disse sem tirar os olhos da grande moradia - Mas é que... Bem, nunca ouvi falar de um vampiro carnívoro. Somente naqueles vampiros que antigamente sugavam sangues de pessoas... Mas não sabiam que eles também comiam carne, sabe?

– Certo... - respondeu a garota pensativa - Como te explicar? Bem, existem diferentes tipos de vampiros, sabe? Se eu tivesse trazido meu livro: "Informações do Milênio Sobre as Criaturas Mágicas", poderia te mostrar melhor - suspirou Rose decepcionada consigo mesma por não ter pensando trazer um livro consigo - De qualquer modo, hoje em dia todos os vampiros estão proibidos de sequer ferir humanos. Claro que havia aqueles que bebiam somente o sangue, mas também têm aqueles que antigamente comiam a carne de suas vítimas... Entre eles existe Lamia, que é um tipo de vampiro originalmente vindo da Grécia e Roma antiga! - os olhos dela começaram a brilhar enquanto explicava. Adorava repartir seu conhecimento com os outros e sentia-se de certo modo orgulhosa de si mesma toda vez que tinha a chance de mostrar o quanto sabia de um assunto - Ou Rakshasa ou seria Raskish... ah, um nome complicado que não lembro direito, que é um tipo de vampiro feiticeiro que se parece muito com seres humanos. E como poderia me esquecer dos Mulos também conhecidos como...

– OK! - interrompeu Albus - Já entendi. Existem vampiros que comem carne! Precisava virar uma enciclopédia?

Rose não disse nada.

Somente voltou sua atenção ao castelo.

Albus sabia que estava se sentido ofendida por ter sido interrompida daquela maneira, mas que culpa tinha?

Ele só queria saber se era realmente possível vampiros comer carne humana e não que tipos de vampiros existem ou não.

– Rose... - disse tranquilamente.

A garota não disse nada, continuava focada no castelo.

– Hum... Rose, você acha que é possível que haja um vampiro carnívoro lá?

Isso fez com que ela olhasse para Albus.

Mesmo assim não respondeu.

Dessa vez não por estar zangada ou ofendida, mas sim, por não saber a resposta.

x-x-x-x-x

– Aqui não tem nada demais... - disse James entediado.

O interior do castelo era na realidade muito interessante.

As paredes eram cheias de pinturas, um quadro mais antigo que o outro. A grande escada do corredor tinha os corrimões de ouro e os degraus eram cobertos por um grande tapete vermelho.

O lugar era simplesmente extraordinário, cheio de estátuas, enfeites e móveis antigos.

– Acho aqui impressionante - discordou Dominique olhando um grande quadro de um velho dormindo.

– É medonho - disse Louis olhando para o mesmo quadro que sua irmã. Ele esperava que aquele velhote fosse acordar do nada e se mexer como as fotos de sua casa ou como as pinturas que suas irmãs descrevem de Hogwarts.

– Medonho? - perguntou Fred com desdém - O que tem de assustador aqui? Parece o local mais bem cuidado que eu já vi!

E tinha razão.

Cada pedacinho do castelo parecia brilhando.

As janelas, mesmo que quebradas, estavam maravilhosamente limpas. Os móveis mesmo com uma aparência antiga, estavam bem conservados e polidos.

E os quadros não aparentavam ter sequer um grão de poeira, nem mesmo nas molduras.

– Quem dera que minha casa fosse assim de limpa. - comentou o garoto pensando como sua casa era difícil de se manter limpa. Obviamente ele tinha culpa, já que sempre vive brincando com objetos experimentais que seu pai inventa para as Gemialidades, o que causa a Angelina muito que fazer. Essas eram umas das consequências de ter um filho com o sangue travesso dos Weasley.

– De qualquer modo... Acho esse lugar esquisito - admitiu Louis olhando cuidadosamente em volta, como se esperasse que alguém fosse aparecer do nada atrás dele.

– Eu concordo. - disse Hugo, que observava tudo cuidadosamente.

– Ah, vai dizer que você também está com medo? - perguntou James desafiadoramente.

Hugo virou os olhos ao perceber como seu primo estava querendo provocá-lo.

O ruivo deu de ombros, sentou-se no chão, pegou da mochila seu carrinho de controle remoto e começou a jogar.

– O que está fazendo?

– Brincando.

James levantou uma sobrancelha.

– Agora?

Hugo não respondeu.

Lily suspirou cansada, sabia que seu melhor amigo estava tentando se distrair. Sempre que está zangado, irritado, com medo ou simplesmente entediado, Hugo sempre começa a jogar com seus jogos portáteis trouxas.

Os outros familiares olharam para James e Hugo, a maioria deles segurando a vontade de rir.

– Estamos em um castelo misterioso e você prefere sentar e perder seu tempo com isso!? - perguntou James dessa vez indignado.

– Não vejo porque não deveria.

– Deveria ter ficado no chalé. - concluiu James irritado - Está na cara que você não tem maturidade suficiente para entrar em uma aventura.

O carrinho dava voltas em uma mesa de madeira. Hugo mexeu no controle remoto e o carrinho deu ré e bateu em uma estátua, fazendo que as rodas piscassem.

A paciência de James parecia no fim.

Estava ansioso para pode se divertir, fazer algo incrível e extraordinário. Não aguentava mais as reclamações dos outros. Aquele lugar não tinha nada de assustador, pelo menos não do jeito que ele queria que fosse.

Deveria haver fantasmas, mas não como em Hogwarts, mas sim fantasmas assustadores, como se seu único objetivo fosse feri-los.

Deveria ter um vampiro perigoso à procura de sangue.

Deveria haver quadros que não fosse imóveis, mas sim como em sua escola.

Mas ao invés de serem prestativos e gentis como em Hogwarts, deveriam ser pinturas escuras, assustadoras e com uma aparência repugnante.

Não havia nada disso. Tudo parecia completamente brilhante e fabuloso.

E o pior de tudo, todos agiam como se fosse um lugar horrendo.

Ele já estava incomodado com tudo aquilo, mas agora, vendo Hugo agindo como uma criancinha insuportável que quer perder seu tempo brincando em vez de procurar aventuras, era a gota d’água para James.

– Você está sequer me escutando? - perguntou James em um tom alto.

– Não sou surdo. - respondeu o outro com um sorriso no rosto.

– Qual é a graça?

Hugo não tirava seus olhos do carrinho, que agora dirigia entre as pernas de Lucy, que por sua vez tentava se afastar do brinquedo como se este fosse uma barata nojenta.

– Acho curioso como você pensa que não tenho maturidade para estar aqui, mas... - ele parou, deu um sorriso mais largo, o que provocou James.

– Mas o quê?

– Bem... Mas parece que você não tem a inteligência suficiente para perceber o que há de errado.

Os olhos de James faiscaram.

O garoto pegou o controle remoto das mãos de Hugo.

– Está me chamando de burro? - o rosto do moreno ficou vermelho como um tomate.

Ninguém se atrevia em se meter na discussão dos dois.

Lily e Roxanne, simplesmente por não saber o que fazer.

Louis e Dominique não gostavam de se meter nas brigas infantis de seus primos.

Molly e Lucy achavam o comportamento "selvagem" de sua família tão normal, que perceberem que o melhor era ignorar.

E Fred, simplesmente adorava ver uma boa briga. Era na realidade o único que estava se divertindo com a situação.

– Não te chamei de burro - explicou o menor. Hugo não parecia nem mesmo incomodado por seu primo ter roubado seu controle. - Estou dizendo que para alguém que quer ter grandes aventuras, você não tem o que é necessário!

– Ah, é!? E o que eu não tenho, hein?

– Você é cego.

James levantou uma sobrancelha.

– Cego, é?

– É! Será que você é mesmo tão estúpido que não viu que é incrivelmente estranho que o lado de fora do castelo seja grotesco, enquanto tudo aqui é extraordinariamente limpo?

Hugo estreitou os olhos e aproveitou o momento em que James estava pensando para recuperar seu controle remoto.

O garoto voltou a sentar-se e a distrair-se.

– Eu disse que esse lugar é medonho - disse Louis olhando agora em volta com mais atenção.

James sentou-se no degrau da escada. Como é que um garoto que vive somente jogando com brinquedos trouxas tenha percebido algo como aquilo e ele, que vive tentando viver a vida nos limites, tenha sido tão... como nas palavras de Hugo :"cego".

– Pessoal...

A voz trêmula de Dominique fez com que James voltasse na realidade.

– C-cadê Victoire?

– Mas... ela estava com a agente quando entramos! - disse Lily que assim como Louis, agora olhava ao redor.

– Não gosto daqui! - exclamou Roxanne, agora finalmente demonstrando seu medo publicamente. A garota morena abraçou sua boneca, como se esperasse que esta lhe fosse consolar.

– Ei, aonde você pensa que vai!? - perguntou Louis correndo atrás da irmã.

– Procurar Victoire! O que você acha!?

A garota foi em direção a um corredor e virou à direita.

Louis corria atrás dela, gritando para que esta o lhe esperasse.

– Vocês são estúpidos!? - perguntou James levantando-se em um salto.

Ele correu até o local onde os outros dois viraram a direita.

Era tarde.

Aquele corredor principal, tinha outros cinco corredores. O castelo lhe parecia, de certo modo um labirinto.

James fechou os punhos com raiva e voltou em direção aos outros.

– Eles devem ser muito idiotas! - gritou James aos outros. - Quem em sã consciência sai passeando sozinho em um lugar como este?

– Provavelmente alguém preocupado com sua família! - disse Molly irritada - Victoire desapareceu, se você não percebeu! Não os culpe por quererem encontrá-la!

– Mas você tem que admitir que foi irracional - concordou Lucy com James.

Molly ficou tão impressionada que sua irmã estivesse ao lado de James, ao lado daquele que sempre inferniza juntamente com Fred suas vidas, que seus olhos arregalaram.

Ela olhou indignada para Lucy.

– Você está dizendo que eles deveriam ter ignorado o desaparecimento de Victoire?

– Não - respondeu a garota, que notara o tom irritado da caçula - Estou dizendo que deveríamos estar procurado ela juntos! Mas eles saíram correndo que nem duas mulas! Agora são três pessoas perdidas em vez de uma.

– Humpf, eu dou razão a eles - falou Molly cruzando os braços e ainda parecendo irritada - Afinal, se tivesse sido...

– Não é hora pra isso! - exclamou James - Temos que continuar!

– Não! - gritou Roxanne.

Pela primeira vez desde que entraram no castelo, todos os rostos viraram-se em direção a garota.

Roxanne continuava abraçada com o brinquedo e estava trêmula.

Seus olhos estavam aguados e mesmo tendo uma pele morena, notava-se que estava pálida.

– Temos que ir pro chalé e avisar nossos pais!

– Não! - discordou Fred imediatamente - Vamos nos meter em problemas!

– Já estamos em problemas, cabeção! - gritou Lily que agora também estava começando a sentir medo.

– Victoire simplesmente se afastou! - interrompeu James - Parem todos vocês de agirem como se algo místico estivesse acontecendo! A parte divertida ou assustadora ainda não começou, mas vocês agem como uns bebês!

– Perdoe-nos por sermos realistas - disse Hugo que agora dirigia seu carrinho com uma velocidade mais acelerada.

– Querem saber, já cansei! - gritou o moreno claramente irritado - Querem voltar pra casa? Ótimo! Deem meia volta! Não deveriam ter vindo de qualquer modo!

– James, pega leve... - disse Fred que estava surpreso com a reação do amigo.

– Ah, pelo amor de Merlin! Não foi você que tinha me dito que era má ideia trazer os pirralhos? Bem, estou concordando com você! Eles que voltem!

James subiu alguns degraus da escada, depois virou-se e olhou para as seis pessoas que ainda estava ali.

– Então, você vem ou não? - perguntou impacientemente para os três mais velhos do grupo.

Lucy e Molly se olharam.

– James está certo - disse Lucy em voz baixa para a irmã - Não há nada realmente preocupante nesse lugar. Não faz mal dar uma olhada, ou sim?

Molly suspirou.

– Só quero encontrar Victoire logo.

As duas acenaram com a cabeça e caminharam até a escada onde seu primo estava.

James pareceu um pouco mais satisfeito agora, mas seus olhos fixaram-se em Fred.

– Então, e você?

Fred virou-se para o outro trio.

Lily olhava zangada para James, Hugo continuava a concentra-se com seu carro e Roxanne estava parecendo assustada demais para continuar naquele local.

O garoto, pela primeira vez desde que as férias começaram, olhou amavelmente para sua irmã.

Ele colocou uma mão no ombro da menina e disse amavelmente.

– Se quiser realmente voltar, pode ir... Mas, somente me faz um favor, ok?

Ela acenou com a cabeça.

– Só não nos dedure.

Ele sorriu para Roxanne antes de ir em direção de James, Molly e Lucy.

– Agora sim! - exclamou James com seu ar aventureiro de volta.

Lily olhou como seu irmão desapareceu com seus primos de vista.

Os três haviam subido as escadas e virado a esquerda, onde provavelmente havia mais um corredor.

– Insuportáveis! - gritou a garota irritada.

Hugo deu de ombros.

Fez seu carrinho dirigir até sua direção, depois o pegou e o guardou na mochila.

– Vamos logo dar o fora daqui! - disse Roxanne aliviada, agora que finalmente podia ir embora.

Os três caminharam até a grande porta, que por dentro, parecia ter sido pintada e muito mais bem cuidada do que o lado de fora.

Hugo ainda se lembrava da aparência podre e assustadora que a entrada tem do outro lado.

– Ahm... Pessoal... - disse Lily constrangida ao tentar abrir - Será que podem me ajudar?

Os outros dois começaram a empurrar a porta com força, mas não se abria.

– Está de brincadeira? - gritou Roxanne começando a socar a entrada. - Albus! Rose! Abram!

Nada.

Lily e Hugo, assim como Roxanne começaram a espancar a porta na esperança que alguém pudesse escutá-los.

Mas não houve efeito nenhum.

– M-mas... Estava aberta! - disse Roxanne sentando no chão - Nós-nós entramos porque estava aberta! Co-como pode... - ela abraçou as próprias pernas.

– Alguém trancou. - concluiu Hugo o pensamento.

– Ah! ÓTIMO!

De tanta raiva Lily chutou com toda sua força a porta.

Obviamente isso não ajudou em nada, a não ser em lhe dar uma dor no dedão do pé.

A ruiva bufou e encostou suas costas na madeira.

De repente sua raiva desapareceu e foi substituído por um sentimento de medo.

Estava em um castelo desconhecido.

Seus familiares estavam agora caminhando por aí, e ela não tinha ideia onde estavam.

E os únicos acompanhantes dela, era seus dois primos que assim como ela, estavam assustados.

Finalmente notara algo que não tinha percebido até aquele momento.

Lágrimas começaram a cair pelas suas bochechas e suas mãos estavam trêmulas.

Por fim percebera o quão vulnerável ela podia ser.



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Notas finais do capítulo

Pois, é.
Queria só dizer que eu sei que tenho pelo menos um leitor fantasma que favoritou a fanfic.
Em primeiro lugar, nao sabem como estou feliz que três pessoas tenham favorita essa história, sendo que ainda está bem no comecinho.
Segundo, eu sei duas pessoas que colocaram nos favoritos, mas nao tenho idéia quem seja a terceira.
O que me leva ao meu ultimo ponto... Por favor, todos os leitores que leram meus capítulos, deixem um review.
Mesmo que nao tenha gostado e queira deixar uma crítica, por mim tudo bem, mas deixem um comentário.
Afinal, é verdade o que dizem. Reviews fazem com que o autor tenha mais vontade de escrever.
De qualquer modo, muito obrigada qualquer um que esteja lendo isso aqui e obrigada a todos que favoritaram.
E muuuito obrigada Winnie que aceita perder seu tempinho para ler os capítulos e betá-los.