Deixou a toalha cair sobre o sofá cor de creme. Cada parte do corpo desnudo era tocado. Foi até a cama e colocou a camisola preta de cetim. Sentou-se na cama dobrando as pernas. Perfumou-se com o cheiro de rosas brancas. Deitou a cabeça nos joelhos e uma lágrima logo caiu. Limpo-a e mordeu os lábios. Apertou a coberta rosa claro. O quarto que antes estava em completo crepúsculo fez-se claro. Ela então virou o rosto e viu uma fresta de sua porta aberta. Mais uma lágrima caiu. Levantou-se e foi até a porta. Com a ponta dos dedos insinuou em fechá-la. Não poderia vê-lo. Não queria mais se machucar. Já estava havia se tornado difícil conviver no mesmo espaço. Na mesma casa. Cruzar nos corredores e não conseguir dizer palavra. Porém, ele insistia em entrar, fazendo pressão sobre a porta. Ela apenas deu alguns passos para trás, deixando que ele entrasse. De costas para ele, viu o feixe de luz se dissipar. Ficaram em silêncio, ouvindo apenas o farfalhar das folhas das árvores. Abraçou-se e suspirando, virou-se para encarar a pessoa que continuava impassível. Os olhos perolados se encontram de quarto. Ela desviou o olhar e acalentando as mãos ao peito, deixou as pernas cederem, indo ao chão.

Ele apenas a observava. Tinha que vê-la, nem que fosse pela última vez. Aproximou-se da garota agachando para que ficasse na mesma altura. Levou a mão ao queixo ao rosto já manchado de tanto lamentar. Uma pontada de dor lhe atingia a alma por vê-la naquele estado. Tão frágil. Queria dizer algo para poder amenizar aquela situação que tanto os incomodava. Ambos tinham que se separar. Mais sabia que depois do dia seguinte, algo estaria faltando na sua vida. Ela era o que faria despertar tal saber. A garota levou as mãos dela as dela. Aproximou-se devagar e uniu os lábios dela ao dele. A alma estava sangrando sem nenhum pudor. As emoções estavam à flor da pele. Um desespero tomava conta de seu coração. Passou as mãos no pescoço dele. Nunca imaginou que um dia chegaria a ponto de implorar por um beijo dele. E pensar que pensou ser apenas atração passageira. No inicio ela pensou que talvez aquele interesse não passaria de algo corriqueiro e sem importância. Mas, depois de sentir pela primeira vez a magia dos lábios do primo, o calor que se distendia dele, o carinho cujo qual ele lhe dedicava incondicionalmente, sem nem ao menos demonstrar, foi o que a fez começar a ver a situação sobre outro prisma.

O evitava todas as formas possíveis. Estava confusa e assustada já que os sentimentos que até então sentia pelo loiro de olhos incrivelmente azuis a havia abandonando. Aquela admiração da infância que a acompanhou até a adolescência já não era a mesma. O amor de menina se transformou em amor de amiga. Os calafrios e a voz falha foram se extinguindo. Agora, ela tinha outro em seu coração. Um moreno de olhos perolados cujo qual ela não conseguiu fugir. As mãos dele desceram para a cintura dela. Ele colocando uma das mãos no pescoço dela, a deitou no carpete avelã. Precisava senti-lo tão intensamente. O desejo a consumia por dentro juntamente com sua cólera. O destino dela havia sido tomado outro rumo a partir do momento em que o pai, perante todos da casa, anunciou o casamento da herdeira mais velha dos Hyuuga com Uchiha Sasuke, um dos que a família Hyuuga fazia uma forte sociedade. Hinata, que estava com uma taça de vinho nas mãos, a deixou cair. Os olhares que estavam voltados para o patriarca da dos Hyuuga voltou-se para a garota que trêmula pedia desculpas. Levantou da cadeira e sem dizer nada, saiu do aposento indo em direção ao quarto. Subia as escadas apressadamente. Fechou a porta e passou a chave. Não estava querendo crer naquilo que acabara de saber. Não poderia se casar com Sasuke. Não o amava o suficiente para tanto.

Si quer pensou nele como algo a mais. Naquele dia as batidas na porta não foram ouvidas. Nenhuma voz se fez presente. Lamurias Hinata  repetia com toda cólera. Agora, ela estava se entregando de corpo e alma a ele. Aquela seria a última noite. Todas as palavras ela tinha que dizer para que ele as escutasse. Entre suspiros que ele provocava a cada vez que beijava o pescoço, deixando chupões ela arranhava as costas do moreno. Não demorou a que ele delicadamente descesse a alça da camisola, descendo a boca até os seios. Mordiscando e beijando os mamilos. Ela então gemeu baixo, soltando alguns risos. Aos poucos foi jogando o corpo para frente, apoiando uma das mãos no chão. Sorriu maroto enquanto se separava lentamente do moreno.

-         Preciso pedir uma coisa – disse Hinata acariciando a face do moreno que por um instante fechou os olhos.

-         Peça – disse abrindo os olhos, beijando a mão que lhe acariciava.

-         Promete nunca me esquecer? – perguntou Hinata deitando a cabeça no peitoral de Neji.

-         Prometo – disse afagando os cabelos tão negros quanto aquela noite.

Depois do pedido, eles ficaram em silêncio novamente. Ela se deixou levar por todas as caricias. Rendeu-se ao desejo que sua alma tanto aclamava em possuir. Uma noite, a única que seria dele. Como queria que tal casualidade não durasse apenas durante aquelas horas que insistiam em passar. Porque não na eternamente nos braços em que se sentia completa?. Uma última lembrança. Uma última promessa foi feita antes de sentir as mãos de Neji em minhas costas. Deitou- e deixou o corpo por cima do dela. Sabiam que não demorariam muito para chegar ao ápice. Aos poucos tanto ela quanto ele tiramos a última parte das roupas. Primeiro devagar. Em seguida aumenta-se o ritmo. O corpo vai se acostumando e isso os excita ainda mais. Queriam ver até onde poderiam chegar. Aquela seria a chance de ir até o limite. Os gemidos eram abafados assim como os gritos. Os corpos quentes ardendo em descobrir cada mistério, se tocavam ferozmente. Os olhos foram ficando cansados, a ganância sendo suprida pelo cansaço. A noite passou para dar lugar ao sol que já invadia o quarto com seus reflexos. A Hyuuga abriu os olhos lentamente, sentindo falta dos braços que estavam constantemente. Neji não estava mais ali. As lembranças voltavam a cada vez que olhava para o carpete. Ela havia dado tudo a ele ontem. Seu amor e suas fantasias. Nada seria como antes. Ele nunca a esqueceria e ela também não o faria. Sempre se lembraria da face serena e dos beijos ardentes que percorreram todo o corpo com luxuria. Depois que se levantou e tomou um banho, saiu com uma toalha enrolada nos cabelos. A porta foi aberta e uma garota de olhos igualmente perolados e cabelos castanho-claros apareceu.

-         Bom dia Hinata – disse a garota encostando-se à soleira da porta.

-         Bom dia Hanabi – disse Hinata soltando os cabelos da toalha – Quer algo?

-         Vim apenas lhe avisar que o café está pronto – disse Hanabi – Desça logo.

-         Só vou me trocar – disse Hinata sorrindo docemente para a garota que logo em seguida fechou a porta.

Colocou um vestido branco até a altura dos joelhos e amarrou os cabelos em uma trança. Uma maquiagem discreta dava à cor a pele alva. O batom vermelho se destacava diante ao rosto delicado. Nada seria como antes, apenas o amor que sentia por Hyuuga Neji. Amor este que foi consumado em apenas um ato. Não foi preciso dizer, “Eu te amo”. Ele já sabia. Ambos sabiam. Apenas eles e mais ninguém.