Suspirei, aliviado em finalmente ver o muro do colégio, infelizmente demorei um bom tempo procurando alguma vaga disponível e logo depois entrei correndo na sala de aula, onde estava tendo a aula de japonês, a professora ainda me fez ter que mentir sobre onde eu estava por chegar tão atrasado, a professora não pareceu acreditar muito, mas eu não ligo, eu preciso falar com Hinata sobre a nova Imperatriz...

Hinata Hyuuga:
    Eu tentei disfarçar a tensão que sentia quando vi Neji entrar na sala de aula. Não queria que ele descobrisse que eu tinha sido atacada por aquela raposa idiota, isso só seria mais uma preocupação para ele e não quero que meu primo se meta em minhas encrencas.
    O Hyuuga caminhou lentamente até a nossa carteira, onde eu e ele fazíamos dupla, como sempre. Eu o observei, seus olhos pareciam indiferentes e sérios, como sempre, mas por trás daquela mascara de inexpressão que ele mesmo construíra eu conseguia ver o cansaço e a preocupação disputarem espaço em seus olhos albinos.
    Quando ele se sentou ele se manteve em silêncio, como se prestasse atenção na tediosa aula a nossa frente.Eu estava curiosa para saber como fora a reunião com meu pai, mas saiba que o garoto nada falaria ali, em um lugar tão publico como a escola.
    Sem me conter, soltei um suspiro de frustração que não passou despercebido pelo moreno que me olhou de soslaio. Neji se endireitou na cadeira e arrancou cuidadosamente uma folha de seu caderno e começou a escrever incessantemente.
    Logo o Hyuuga me passou um papel, onde eu li as letras quase indecifráveis de meu primo:
“Resolvemos um assunto sério na reunião Hinata, gostaria de poder te contar, mas teria que dar muita explicação.Enfim eu posso te explicar o mínimo possível... A vampira que nos atacou na floresta do Uchiha é a nova imperatriz: Sakura Haruno.”
    Senti o sangue congelar em minha veias, eu simplesmente não acreditava que aquela vampira que usa magia é a mais nova Imperatriz de uma das raças mais desprezíveis da face da Terra!
    O garoto pareceu perceber como eu estava e pegou o papel novamente e quando ele ia começara escrever novamente, uma voz estridente cortou a sala, a professora falou:
    — Neji Hyuuga a algo que queria compartilhar com a sala?
    —Não, professora. —Respondeu Neji.
    A irritante mulher que parece ter a cara de um rato se aproximou de nós e estendeu a mão, pedindo que o papel fosse dado a ela. Olhei para meu primo, sem saber o que fazer, já que se a professora pegasse e lê-se aquele papel nós teríamos que matá-la, e eu particularmente não gosto de matar humanos, mesmo que seja tão chato quanto essa...
    Suspirei e Neji se manteve imóvel, como se nada tivesse acontecido enquanto a mulher nos olhava com impaciência.
    —Eu quero o papel... —Sussurrou a professora e tentou o tomar o papel da mão de Neji que mais rápido rasgou o papel em vários pedacinhos.
    A mulher a nossa frente ficou vermelha de ódio e gritou apontando para a porta:
    —Neji Hyuuga! Para fora!
Lentamente o moreno recolheu seu material e saiu da sala tranquilamente, é melhor ficar de detenção do que matar a professora.

Naruto Uzumaki:
    Felizmente eu voltei ao reino e aposto que Sakura nem percebeu a minha ausência, a Imperatriz voltou a pouco da Turquia, por causa de uma rebelião de uma das ramificações de meu clã.
    Segundo meu pai, Sakura dialogou calmamente com cada um deles e ouviu o que cada um tinha a dizer e assim todos chegaram a um acordo sem derramar uma gota de sangue, o que é incrível, já que Vlad era inflexível e arrogante e tudo o que o falecido resolvia acabava em mortes desnecessárias.
    Em tão pouco tempo de reinado, a rosada já entrou na história, com o apelido de “Imperatriz da Paz”, já que a Haruno era diplomata e racional o suficiente apara saber que o conhecimento é a arma mais poderosa que se pode ter.
    Os vampiros que antes a criticavam, falando que ela seria uma marionete dos anciões do conselho, hoje cantam “Longa imortalidade a imperatriz Sakura!”. Entrei no quarto da garota e a vi sentada em frente a sua penteadeira, ela usava um pijama que se usava no século XVI e penteava seu longo cabelo sem animo algum.
    Ela me olhou pelo reflexo do espelho e eu devolvi o olhar. A vampira estava diferente... Seus olhos haviam perdido o radiante brilho, como se agora fossem duas esmeraldas opacas e logo abaixo deles, olheiras negras se formavam dando um ar fantasmagórico a Sakura.
    —Olá Naruto. —Murmurou a rosada com um leve sorriso.
    Suspirei e neguei com a cabeça me aproximando da menina lentamente. Teria que “conversar” com ela novamente...
    —Sakura você está fraca, vá tomar um pouco de sangue... —Murmurei, mas a Haruno me olhou com reprovação, como se eu falasse algo absurdo.
    —Eu estou muito bem assim!—Retrucou a garota, mentindo e desviando olhar para penteadeira novamente enquanto eu suspirava profundamente, eu simplesmente odeio quando Sakura inventa de ficar sem se alimentar...

Neji Hyuuga:
    Aqui estou eu, encostado nas paredes descascadas da escola, esperando por meu castigo... Fechei os olhos, tentando relaxar, mas ouço passos e preferi ignorá-los. Estava cansado demais para olhar quem andava...
    —Ah, com licença. —Murmurou uma voz feminina e eu abri os olhos, dando de cara uma garota de cabelos castanhos presos em coques, um de cada lado da cabeça.
    Os olhos cor de chocolate me fitavam com certa curiosidade e foi então que eu percebi que ela tinha uma mochila nas costas, mas o que uma aluna está fazendo fora da sala a essa hora?
    —Prazer, sou Tenten Mitsashi!—Falou a menina sorrindo.
    —Neji Hyuuga. —Retruquei e a menina alargou mais o sorriso.
    —Você poderia me dar uma informação?—Perguntou Tenten se aproximando mais de mim. —Onde fica a sala C-3?
    Eu poderia muito bem ter respondido, mas fiquei calado como um perfeito idiota. A Mitsashi me fitava, seus olhos castanhos eram curiosos, como os de uma criança. Sua pele era um pouco queimada pelo sol, evidenciando que ela não era dessa cidade de clima ameno que é Konoha.
    Eu poderia arriscar dizer que a menina era até bonita, mas o que me chamou atenção era a “Energia” que ela carregava... Como eu sou um caçador, eu consigo sentir a presença de um monstro por causa de sua energia macabra, e estranhamente essa garota exala essa energia em vez de Chacra.
    Discretamente coloquei a minha mão no bolso, onde havia um estilete que francamente não é a minha arma favorita, mas dependendo da situação, pode salvar a minha vida.
    Estreitei os olhos e observei a tal de Tenten, ela não tinha nem um canal de energia macabra percorrendo suas veias, como se ela fosse uma simples humana com fedor de energia de monstro.
    —Você está bem?—Perguntou a garota passando a mão na frente de meu rosto freneticamente e eu pisquei duas vezes, voltando à realidade.
    —Hm. —Murmurei e a morena sorriu novamente, ela parecia uma boneca norte-americana, não parava de sorrir, como se tudo fosse maravilhosamente deslumbrante.
    Antes que eu pudesse fazer algo o estridente sinal de trocas de aula tocou e em questão de minutos o vazio corredor estava repleto de alunos tagarelas. De repente os alunos correram para as janelas mais próximas vendo algo do lado de fora do prédio que aprecia ser anormal.
    Tenten sorriu docemente e desapareceu andando por entre os estudantes. Curioso eu caminhei até uma janela a fim de ver o que chamou tanta atenção dos estudantes e arregalei ao ver o que havia acontecido lá fora. Isso... É impossível!