Interligados escrita por Luangel


Capítulo 41
Aula de amor com Hyuuga e Austen


Notas iniciais do capítulo

Oiê! ^^ SIM, EU ESTOU VIVA! Meus amados, a titia sabe que sumiu, que deve um capítulo grande e uma explicação. Sumi pq eu passei na facul e to tendo q resolver td p essa nova etapa da minha vida. De qualquer maneira venho aqui por que eu não desisti da fanfic e se você estiver lendo isso, ñ desista da tb >.



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“Eu estava perdida.”

Sakura Haruno:
Eu fingia prestar atenção nas servas a minha frente que animadas com o casamento que se aproximava, me mostravam diversos tecidos vindos de todos os cantos do mundo para a decoração do casamento.
Desviei o meu olhar a janela próxima e dali consegui enxergar os servos andando de um lado para o outro carregando objetos para a decoração do castelo.Ver tudo aquilo apenas aumentava a minha agonia, o meu nojo de Sasori...
—Majestade?—Chamou uma das servas, e eu as olhei e notei o cenho franzido e a expressão preocupada em cada face.
Suspirei, pensando em quanto tempo eu passara as ignorando e fiz um movimento com a mão para que elas falassem o que queriam:
—Er, qual cor a senhora prefere para ser os guardanapos?—Perguntou uma delas, erguendo um tecido.—Esse branco pérola?
—Ou esse branco nuvem?—Indagou a outra estendendo outro tecido, mas que para mim, tinham a mesma cor.
Eu as encarei, me negando a acreditar que a preocupação delas era a cor dos malditos guardanapos! Quanta futilidade! Eu estou aqui, enclausurada em meio próprio império, regrada por um homem que sequer me ama!
A infelicidade está gravada em meus olhos e ninguém consegue ver? Ninguém consegue me ouvir? Ninguém consegue me libertar?!
—Basta!—Gritei em cólera e as duas garotas se encolheram de medo diante da minha mudança repentina de humor, da indiferença á ira.—Que se danem os guardanapos! Quer saber de que cor eu quero esses guardanapos? De vermelho, de sangue, do sangue de Sasori, de meu amado noivo.—Disse em ironia, soltando uma risadinha paranóica que chegou a me assustar.
Felizmente as servas saíram do quarto correndo, fazendo uma reverencia desajeitada antes que eu arrancasse a cabeça delas. Sozinha em meu quarto eu acabei me acalmando, na verdade, “acalmando” seria um eufemismo ridículo, já que a raiva apenas consumiu sua chama, como uma vela, me deixando agora na escuridão de minha existência.
Me sentei no chão, me sentindo culpada por gritar com as servas que não tinham culpa alguma de minha infelicidade. Ouvi batidas na porta e por alguns instantes, pensei que fossem as duas servas e até que seria uma boa chance de me desculpar. Só notei que eu estava chorando quando falei com a voz embargada e grave:
—Entre!
De súbito, lembrei que seria provável que fosse o ruivo e eu preferiria a morte a aquele desgraçado me encontrar aqui, sentada no chão, chorando como uma criança com medo do escuro.
Só de me lembrar daquele sorrisinho dissimulado e arrogante, o meu estomago revirou e a chama de minha ira se reacendeu. Mas para minha alegria e alivio, quem entrou naquele quarto não possuía um sorrisinho de superioridade, na verdade possuía um olhar caloroso e um sorriso amigo.
—Naruto!—Exclamei me levantando do chão com um pulo, e o abracei com força, como uma criança que encontrara o Papai Noel.
O mesmo retribuiu o abraço com o mesmo carinho, e por alguns instantes eu me senti bem mais leve, bem mais segura nos braços daquele cara que é meu irmão, a única pessoa na qual eu posso confiar cegamente.
—Eu gostaria de poder fazer algo para você...—Lamentou Naruto, com a voz sufocada, enquanto afagava o meu cabelo, desarrumando o meu penteado, não que eu me importasse com isso, na verdade eu até gostava.
Por mais bobo que possa parecer, ao desarrumar o meu cabelo, sinto como a eu rompesse toda aquela perfeição fúnebre que me rodeava. Aquilo era irônico, eu me apegara ao mundo caótico dos seres humanos...
—Mas você fez, não fez?—Perguntei levantando a minha cabeça que estava afundada em seu peito, afim de ver seu rosto e como reagiria.—Você conseguiu entregar a carta para ele, não é?
O loiro assentiu, mas o seu maxilar estava rígido, o que quase me levou ao desespero. Eu precisava saber, meu estomago se revirava de nervosismo.
—E então?— Insisti, parecendo louca, afundando minhas unhas nos braços do Uzumaki, sem nem ao menos notar que o fazia.—O Sasuke falou alguma coisa? Alguma resposta?
Com um suspiro, o rapaz negou e eu me senti murchar como uma flor no inverno, soltando-me do meu amigo, desolada, caminhando até a janela, observando o sol que se escondia detrás das cordilheiras brancas, deixando que a escuridão da noite reinasse.
Sorri amargamente, notando a infantilidade de minha esperança há pouco, era melhor que o moreno não me respondesse, era melhor que ele se afastasse, que ele me odiasse. Antes que meus olhos se enchessem de lágrimas, Naruto falou, quebrando o silêncio e me tirando de meus devaneios.
—Eu realmente gostaria de saber o que estava escrito naquele pedaço de papel Sakura. Prometi não ler, mas me arrependi ao ver a expressão dele...
—Eu devia a verdade a ele, era o mínimo que eu poderia fazer, Naruto.—Respondi fechando os olhos, imaginando na face do Uchiha a expressão de dor e raiva que eu mais temia que ele me endereçasse.—De qualquer maneira—Anunciei já com a voz embargada.— é melhor você ir embora, Naruto, a Hinata já deve estar preocupada de tanto te esperar.
Olhando de soslaio, percebi o loiro trocar o peso do corpo para outra perna, visivelmente sem graça, mas pelo menos não retrucou ou negou. O Uzumaki se aproximou de mim e depositou um beijo estalado em minha cabeça antes de sair e me deixar assim como o céu sem seu Sol, em plena e profunda escuridão.

Naruto Uzumaki:
Quando entrei em seu quarto, Hinata estava jogada em sua cama, esparramada, seus cabelos se emaranhando no travesseiro enquanto lia “Orgulho e Preconceito”, concentrada e perdida no mundo da literatura. A morena não notou que eu estava ali, e me deixei olhar para aquelas pernas alvas e de aparência macia que ela possui.
—Você demorou para chegar.—Anunciou fechando o livro, fazendo com que eu engasgasse com a minha saliva de susto, o que seria cômico se não fosse vergonhoso.—Achei que não iria vir mais...
Eu murmurei um “Jamais deixaria de vir”, mas a morena não pareceu notar.
—Agora conte-me sobre a Sakura. Sei que você foi vê-la.—Disse a Hyuuga, séria e eu jamais conseguiria mentir para ela, para seus olhinhos perolados brilhantes.
Eu suspirei e me aproximei da cama, sentindo o cheiro bom que vinha da garota.
—Sakura vai se casar.—Falei e vi os olhos dela se arregalarem em surpresa.
—Como assim?!—Exclamou Hinata, embasbacada e eu sorri. —Mas por que? Com quem? Assim... do nada?
—Sakura já estava prometida em casamento antes mesmo de nascer.—Disse e aquilo pareceu aumentar a surpresa da humana.
—Jurava que ela gostava do Sasuke...—Murmurou a morena para si mesma, mas logo voltou-se para mim, dizendo.— Ela... pelo menos gosta dele?—Indagou e eu a olhei, incrédulo no que eu ouvia, será que a menina era tão ingênua assim?Vi as bochechas dela se tingirem de rosa e ela continuou a dizer, nervosa e com vergonha:—Digo, a Sakura gosta do noivo dela? Afinal de contas, ela vai passar o resto da vida com ele...
Dei risada, não agüentei escutar aquilo e só me controlei quando Hinata me endereçou uma olhada grave e quase raivosa eu diria.
—Posso saber por que você está rindo de mim?—Ralhou a morena, com o cenho franzido.
—Eu não estava rindo de você.—Anunciei brincando com uma mexa de cabelo da Hyuuga.—Só achei curioso...
—O que?—Quis saber a garota.
—A sua concepção de casamento.
—Você fala como se fosse um negócio, um contrato a ser assinado, política...—Lamuriou a garota, como se aquilo fosse o fim do mundo, quase cuspindo a ultima palavra com repulsa.
—E por que não seria?—Contrariei e a humana me olhou como se eu falasse que era terrorista.—Sakura realmente está se casando por política, por força e supremacia de um território, de uma posição e de um império. O sentimento é algo opcional nesses casos, apenas tenha algum herdeiro e o propósito da união será completo. O amor... meio que vem de brinde para os mais afortunados.
—Não!—Exclamou a menina balançando a cabeça em negação, e por alguns instantes temi que Neji tivesse escutado e fosse ao quarto.—Como você consegue falar uma coisas dessas Naruto?! É obvio que o casamento precisa de amor. Se fosse apenas política, eu já estaria casada com o meu primo.— A imagem dela com o moreno revirou o meu estomago, mas eu não me pronunciei.— Não se trata apenas de poder. Se trata de confiança e de respeito. Casar sem nada disso é se fadar a alguém que jamais será seu em sua vida, em alguém que jamais poderá ser seu porto seguro ou seu recanto de paz, é cruel e triste pensar em um casamento dessa maneira...—Eu me sentia encantando com o jeito que Hinata falava e a observei quando pegou o livro ao seu lado e o folheava freneticamente enquanto dizia:— Eu particularmente gosto muito desse livro, é um romance de Jane Austen que é um belo exemplo do desenvolvimento do amor. Aqui temos Elizabeth Bennet e o Sr. Darcy e mesmo que ambos se odiassem primeiramente, o envolvimento entre eles é bem interessante, fala sobre a vaidade, a arrogância e o pré-conceito que as pessoas tem em relação ás outras, mas também fala sobre espera, sobre como o amor não precisa ter pressa ou não precisa ser gritado para ter sua essência, de como ele fica mais forte mesmo que ninguém perceba...—Mesmo que eu não gostasse de ler, até fiquei curioso por ser aquele romance inglês, principalmente quando a morena falava sobre ele como um clérigo que recitava a bíblia.— Eu... só me casaria por amor.—Anunciou, corando violentamente.
—E você ama alguém?—Indaguei me aproximando, tocando seu rosto com carinho.
Aquela era certamente uma pergunta mascarada, era óbvio que havia uma outra pergunta subentendida e felizmente Hinata a ouviu e corou violentamente. Quase me arrependi de ter dito aquilo, achando que a morena teria um troço ali mesmo na minha frente, mas a mesma logo voltou os seus olhos para mim e eu vi uma convicção e tanto... amor, que foi a minha vez de corar. Posicionei a minha mão em sua nuca e a puxei para perto, emaranhando-a em seu cabeço sedoso.
—Sim...—Sussurrou a Hyuuga, e aquela simples palavra se tornou a minha favorita naquele momento, sendo ambígua, respondendo tanto a minha pergunta anterior como permissão que eu precisava para saciar-me.
A puxei para perto e Hinata e ela também emaranhou as suas mãos em meu cabelo e notei que a morena necessitava tanto daquele afeto tanto quanto eu. Nossos lábios se tocaram suavemente, e nós ficamos assim, aproveitando, sem rapidez, e fomos lentamente nos entregando ao beijo.
Em meio aos beijos lentos e gostosos, a Hyuuga se afastou e eu abri meus olhos, temeroso de ter feito algo errado, mas a vi sorrir e dizer ainda de olhos fechados:
—“Tenho lutado em vão. Não adianta. Meus sentimentos não serão reprimidos. Precisa me permitir dizer-lhe com que intensidade eu o admiro e amo.”—Disse a garota como quem citava Shakespeare, e eu supôs que aquele era um fragmento do livro que ela estava me falando sobre o amor.
Eu sorri também e a puxei para mais perto de mim, retomando o beijo. Mesmo sendo um livro antigo, Jane Austen sabia sobre falar do amor muito bem.


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Notas finais do capítulo

E aí? ^^ O que vocês acharam desse capítulo? ^-^ Finalmente o nosso ship NaruHina se concretizou haha xD bjs