“—Escute aqui sua vadiazinha, não me culpe por isso. Você é quem está cavando o próprio túmulo, e quando já tiver chegado ao fundo, eu serei quem vai te chutar lá dentro.”

Hinata Hyuuna:

Eu e Neji almoçamos comida chinesa depois de voltarmos da cansativa viagem do Complexo Hyuuga.

E apesar de termos madrugado, eu estou realmente feliz por ter ido a festa de Hanabi, ok, mas confesso que a minha família não sabe como dar uma festa, tudo era silencioso e formal demais, mas minha irmã estava realmente feliz por me ver depois de tanto tempo.

O único ponto negativo era meu pai, que como sempre, Hiashi adorava soltar alguma fala impertinente e ácida, que servia apenas para deixar um clima desconfortável no ar, principalmente para me atingir, já que Hanabi já não se importava mais com o que aquele velho fala...

Suspirei, tentando tirar os olhos ácidos e o sorriso maldoso de meu pai de minha mente, o que sempre era difícil, principalmente porque depois de ter uma infância humilhante, ver o rosto do homem que me fizera sofrer durante tantos anos... É, não era nada fácil.

Com uma desculpa de que eu iria ler no meu quarto, para relaxar um pouco, eu sai da cozinha e fui para o quarto.

Entrei no quarto e mesmo em meio a escuridão, eu comecei a tirar minha roupa, pronta para vestir o meu pijama.

Mas uma voz, em meio a escuridão, me tirou de meus devaneios.

—Você não deveria se despir na frente de um rapaz, minha dama.

Ao ouvir a voz de Naruto em meio a escuridão do quarto, eu abaixei a blusa novamente, corada de vergonha, causando riso no loiro.

—E-e você não deveria invadir quartos de garotas!—Exclamei.

—Você é que está toda distraída...—Retrucou o garoto.

—Neji vai adorar te ver aqui...—Alfinetei, enquanto acendendia a luz do quarto.

Naruto estava apoiado na janela aberta, como se tivesse acabado de entrar ali, e a súbita luminosidade não parecia incomodá-lo como me incomodava.

O Uzumaki arqueou uma de suas sobrancelhas e disse:

—Eu não medo de Neji, além de que eu preciso te proteger.

—Necessariamente no meu quarto?—Perguntei, só para atiçá-lo e em resposta o youkai deu de ombros e respondeu:

—Aonde você estiver... Enfim, e voltarei daqui há dez minutos, é bom que você e seu primo se arrumem logo.

—O que? Como assim?—Perguntei, não entendendo o por que de Naruto dizer aquilo.

O loiro se divertia ás custas da minha cara de confusão e me dirigiu um sorrisinho de lado, um daqueles sorrisinhos cafajestes, que eu até fiquei corada, mesmo tentando me conter...

O Uzumaki se aproximou de mim, se aproximou perigosamente na verdade, e mesmo que eu me afastasse, ele se aproximou o bastante para pegar a minha mão e depositar ali, um caloroso beijo.

Automaticamente, eu pensei em me afastar, mas ao mesmo tempo, eu não queria fazê-lo.

Essa hesitação me consumia, e o beijo do garoto, que durara poucos segundos, deixou uma sensação boa e duradoura em minha mão.

Antes que eu pudesse fazer ou dizer alguma coisa, a risada gostosa dele ecoou pelo ar, e logo depois ele foi embora, pela janela, me deixando para trás, ridiculamente confusa e extremamente vermelha.

Quando eu consegui me recompor, eu fui até a sala, onde Neji estava deitado no sofá, com ar de sonolento, enquanto via um filme qualquer que passava na televisão.

—Neji, rápido, levanta!—Exclamei, assustando meu primo, o fazendo se sentar subitamente.

Neji Hyuuga:

—O que foi Hinata?—Perguntei, passando a mão pelo meu cabelo, que por causa da minha soneca, estava todo espevitado.

Hinata estava agitada, seu rosto estava vermelho e seus gestos, espaçosos e rápidos, o que realmente não era do feitio da morena.

—Er... Naruto vai vir buscar a gente.—Respondeu a Hyuuga, de súbito, sua agitação de antes, desaparecendo gradativamente.

—Como assim?— Indaguei, sem entende muito o que minha prima estava falando.

—Ele veio agora e me avisou...—Respondeu a garota, e como quem disse algo que não devia, ela corou ainda mais e abaixou a cabeça, tentando disfarçar a sua vergonha, mas nada sobre Hinata, escapa de meu olhar.

—Eu não o vi entrar...—Comentei, para o desespero da morena, que arregalou os olhos.— E nós só chegamos agora em casa.—De súbito, a verdade me atingiu com um trem em alta velocidade, descarrilhado.—Hinata...—Murmurei, a raiva já me subindo a cabeça.—Não me diga que aquele cão sarnento entrou no seu quarto!

—Neji-onii-san...—Murmurou a garota, brincando com os dedos, assim como fazia quando era mais nova e ficava nervosa.

Eu me levantei bruscamente do sofá, vendo no silencio dela, a confirmação de minhas suspeitas.

—O que ele fez com você?—Disparei, procurando no rosto ou no corpo da garota alguma marca ou algo assim.—Ele tentou alguma coisa? Ah, é hoje que eu empalho aquela besta!

—Neji-onii-chan!—Exclamou Hinata, angustiada e com vergonha.— Não aconteceu nada! Ele nem chegou a entrar no meu quarto direito, ele ficou na janela e falou que chegaria dentro de dez minutos e depois foi embora...

—Então por que você está tão vermelha?—Indaguei, já mais calmo.

—Nha, você me conhece, eu acabei me assustando...—Disse minha prima, me dando um sorrisinho amarelo, típico de mentirosos.

De súbito, antes que eu pudesse continuar a falar, quer dizer, a interrogar, a campainha soou alto e a minha prima praticamente correu para atender a porta, e lá estava aquele que eu menos queria ver naquele momento.

A morena corou violentamente ao ver Naruto escorado no batente da porta, com uma jaqueta e uma pose de bad boy que me fez ficar furioso.

Percebendo o ar tenso que se formara em poucos instantes, a Hyuuga logo correu para fora do apartamento, apertando o botão do elevador freneticamente, desejando que ele viesse logo. Ainda irado, me aproximei do loiro e disse:

—Se você entrar no quarto da Hinata novamente, eu juro que corto sua garganta...

A garota ficou tensa, se encolhendo dentro de si mesmo, como se fosse uma tartaruga.

Incrivelmente, após ouvir a minha ameaça, o Uzumaki me encarou, cético e sorriu descaradamente, dizendo:

—Tente a sorte, caçador.

Meu punho se fechou, pronto para desferir um violento soco na cara daquele garoto ridiculo, mas foi então que o elevador finalmente chegou, capturando a atenção do youkai, que deu as costas para mim, dizendo:

—Bem, é melhor irmos logo, a Sakura está nos esperando...

—Onde?—Perguntou Hinata, e eu não sabia se era por causa de pura curiosidade ou com o objetivo de diminuir o climão chato que ainda estava no ar.

Em resposta, o garoto sorriu e respondeu:

—É segredo.

Sakura Haruno:

Desferi outro soco na parede, fazendo com que a mesma trincasse e que do teto, caísse uma leve poeira.

Eu estava tendo um ataque de fúria, e sinceramente, a minha vontade de refreá-la, era nula.

A ira era crescente dentro de mim, pulsando em minhas veias, e o meu ódio era centralizado em apenas duas criaturas que me davam nojo só de pensar neles dois.