Interligados escrita por Luangel


Capítulo 15
Desculpas


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Como vão vocês meus leitores lindos? Bem, dessa vez eu não demorei tanto assim, né? XD É q to d férias, tenho + tempo p postar*-*. Enfim, esse capítulo saiu gigantesco na minha opinião e eu acho q é o amior da fic até agora, eu amei escreve-lo e possui trechos reescritos do livro, mas em ordem diferentes, por isso, quem leu o livro poed estar estranhando algumas coisas! Enfim, espero q gostem...



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Estreitei meu olhar e por detrás do vidro esfumado da porta, eu pude ver cores se movendo e poucos segundos depois um sorriso quase imperceptível surgiu em meus lábios, só conheço uma pessoa que usaria uma blusa de manga curta preta neste frio, juntamente com uma calça laranja “nem um pouco” chamativa...

                Hinata Hyuuga:

                —Er... Hina, você se importa se eu for demorar um pouco na biblioteca? É que eu tenho que ver um livr...

                —Pode ir. —Falei sorrindo, afinal assim eu não teria que inventar uma desculpa para voltar para casa a pé para poder ver Naruto... —Queria andar um pouquinho mesmo, não se preocupe comigo.

                Neji também sorriu e passou a mão pela minha cabeça, fazendo questão de bagunçar meus cabelos só para me irritar e saiu andando até a biblioteca. Suspirei e tentei arrumar meu cabelo enquanto eu andava para a saída mais distante do colégio que dava perto da floresta de onde a raposa sempre vinha. Caminhava lentamente, chutando a neve como uma criança e foi então que eu vi um único carro estacionado ali, era um Chrysler 300G, uma raridade dos anos 60, sua cor vermelha se destacava no cenário branco. Estranho, eu só conheço uma pessoa que tem esse carro...

                —Kiba-kun!—Exclamou uma voz angustiada e feminina.

Senti algo dentro de eu congelar, meu coração parecia quebrar minhas costelas a cada batida.               Escondi-me junto à parede, e com cuidado, olhei para quem conversava ali. Kiba estava de pé, de lateral para mim e não vestia o uniforme da escola, uma de suas mãos estava enterrada em seu cabelo, enquanto a outra segurava um cigarro entre os lábios, que eu nem sabia que o Inuzuka fumava, sua postura corporal indicava que o moreno estava surpreso e estressado.

Estou segurando em sua corda

Que me deixa à 2 metros do chão

E estou ouvindo o que você diz, mas simplesmente não posso emitir um som

Você diz que precisa de mim depois você parte e me derruba

Mas espere

Você diz que está arrependida

E não achava que eu daria a volta por cima e diria: (isso)

                —Mas que merda, Ino!—Esbravejou o garoto para com a loira e foi então que percebi a presença dela.

A líder de torcida tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo mal feito e a Yamanaka parecia tão assustada quanto eu com o surto de raiva do sempre tão amigável rapaz.

                Seus olhos estavam marejados e ela se abraçava com os braços, parecia uma criançinha, estava prestes a chorar a qualquer momento, bem diferente da líder de torcida confiante e sorridente que ela era há três dias. Mesmo assim, a garota estufou o peito e retrucou também zangada:

                —Não venha jogar toda a culpa para cima de mim, seu idiota! Aliás, não foi sozinha que eu engravidei!

O... Que?... Tive que me apoiar na parede para não cair no chão, meus joelhos tremiam e parecia não sustentar o meu corpo. Minha respiração falhou e eu tinha vontade de rasgar o meu peito para que aquela dor aguda passasse de uma vez!

                —Você é uma vadia, como posso saber que o filho é realmente meu?!—Exclamou tirando o cigarro da boca. —Olha, quer saber: o que aconteceu naquela festa foi um erro! Só porque eu te levei para cama, não quer dizer que eu vou casar com você! Você sabe que eu tenho...

Que é tarde demais para se desculpar

É tarde demais

Eu disse que é tarde demais para se desculpar

É tarde demais

                Não agüentando a dor que se acumulava em meu peito, um soluço dolorido escapou por entre meus lábios, chamando infelizmente a atenção dos dois que ficaram chocados a me ver. Ino arregalou os olhos azuis e desviou seu olhar para a neve, envergonhada e triste, enquanto Kiba ficou pálido de repente e deu um passo na minha direção como se tentasse falar algo, mas nada saia de sua boca. O Inuzuka deu mais um passo em minha direção e eu neguei com a cabeça, meu olhos ardiam, mas eu não deixaria que nenhuma lágrima caísse de meus olhos na frente dos daqueles dois... Então, eu fiz a primeira coisa que passou pela minha mente, corri o mais rápido que pude para longe daquele lugar. Enquanto corria, as lágrimas banhavam meu rosto e eu sentia como se meu coração fosse explodir de tanta decepção.

                Felizmente ou infelizmente nenhum dos dois veio atrás de mim, não sabia o que eu faria se os visse neste estado. Cheguei em casa que graças a Deus estava vazia, sabe se lá onde Neji se meteu, mas é melhor do que eu ter que bolar uma convincente desculpa para estar chorando ou o Hyuuga certamente mataria o meu ex-namorado. Sempre soube que Ino não era a garota mais puritana daquela escola, mas eu nunca pensaria que ela seria capaz de fazer uma coisa dessas comigo. Moramos no mesmo prédio, então era inevitável nós não nos encontrarmos e a simpática loira sempre puxava conversa comigo e tentava me convencer a entrar para as líderes de torcida, confesso que é a Yamanaka era a única que eu podia chamar de amiga apesar de sermos distantes...

                Joguei-me em minha cama e desejei não ter visto aquilo, na verdade desejei nunca ter me apaixonado pelo canalha do Kiba! Deus, com quantas será que ele não se deitou enquanto esteve fora! Idiota... Idiota... Idiota! Realmente não sabia quem eu odiava mais: Kiba, Ino ou eu por ter sido tão ingênua! Meus olhos se fixaram na parede, onde havia uma crescente coleção de fotos minhas e do Inuzuka. Com quantas vocês já tirou foto? Pensei voltando a chorar descontroladamente. Imagens vieram a minha mente, como quando nos conhecemos e o nosso primeiro beijo. Agora eu sentia certo nojo dele, e me sentia como apenas uma na lista de “pegáveis” do moreno, apenas mais uma... Levantei-me da cama e caminhei até as fotos e num ataque de raiva as joguei todas no chão e as fotografias se espalharam pelo chão quarto.                Dirigi-me até o banheiro onde tomei uma ducha gelada, e minhas lágrimas se misturaram com a água e quando eu já estava me sentindo um pouco melhor, eu desliguei o chuveiro e vesti o melhor e mais confortável roupão e saí do banheiro, me surpreendendo ao ver Naruto ali, em sua forma humana, vendo as fotos jogadas no chão com curiosidade.

                —Hinata, o que... —Sua fala se perdeu quando seus olhos azuis encontraram os meus. —O que aconteceu?O que “ele” fez?—Perguntou soando um pouco ameaçador.

Eu me arriscaria outra vez, levaria a culpa, levaria um tiro por você

E eu preciso de você como um coração precisa de uma batida, mas isso não é novidade

Yeah

Eu te amei com um fogo vermelho agora está se tornando azul

E você diz

"Eu sinto muito" como o anjo

O céu me fez pensar quem você era

Mas eu tenho medo

Eu abri a boca para responder, mas nessa hora o som da campainha ecoou pela casa e eu aliviada falei:

                —Depois nós conversamos...

                O loiro revirou os olhos, irritado enquanto eu saia do quarto e me dirigia à porta. Antes de alcançar a porta, Naruto estava em sua forma de raposa ao meu lado, tentando agir com um cachorro domesticado. Sorri de lado e abri a porta e quando vi quem estava ali, eu tive vontade de fechar a porta na cara de Kiba!O Inuzuka parecia arrasado, mas eu não tive pena, e fiz questão de fazer minha expressão mais fria possível.

                —Oi, Hinata. —Falou pondo as mãos nos bolsos, parecia desconfortável.

                —O que você está fazendo aqui?—Disparei, seca.

                —Eu só queria...

A raposa caminhou, posicionando seu enorme corpo rígido ao meu lado.

                —Que diabos é essa coisa?—Exclamou, olhando para Naruto.

                —Ele é meu... Animal de Estimação. —Fiquei feliz ao ver que a raposa não rosnou quando afirmei que ele me pertencia, na verdade, acho que o animal nem ouviu, a sua atenção estava fixada no moreno a sua frente.

                —Você odeia animais...

                —Acho que aprendi a gostar, afinal, eu namorava com você. —Alfinetei e Kiba pareceu perceber o verbo conjugado no passado.

                —Ela já dormiu com a metade da equipe de futebol. Você certamente sabe disso. Qualquer um pode ser o pai. —Disse o garoto.

                —Ela está... Você...

                —Não sou o pai, eu juro!—Falou colando as pasmas da mão em forma de oração. —Não estou pronto para ter filhos... Vamos sair hoje á noite. Para conversar. Por favor.

                —Escute Kiba, eu quero um tempo para mim e pelo que você fez, eu não cons...

                —Não, nós não precisamos de um tempo. Eu não posso perder você. —Disse Kiba, a cabeça sacudindo violentamente, e essa foi a primeira vez em que eu vi os olhos do Inuzuka marejados, o me vez sentir uma pontada de culpa por ele se sentir assim, mas...

Que é tarde demais para se desculpar

É tarde demais

Eu disse que é tarde demais para se desculpar

É tarde demais

                —Por quê? O que você poderia ver em mim? Eu não sou tão popular quanto as outras líderes de torcida que cortariam as próprias pernas para terem um encontro com você. Odeio e não entendo de futebol!

                —Ouça... —Suplicou Kiba se aproximando de mim e estendendo os braços para segurar em meus ombros. —Nada disso é importante para... —Ao perceber a proximidade do moreno, Naruto rosnou baixo, mas alto o suficiente para que o moreno engolisse a seco. —Hina... Você é linda e inteligente e eu me sinto melhor quando estou com você. Não sei de que outra forma descrever isso, e não sei como você faz tudo isso. Tudo o que sei é que você fez com que eu me sentisse normal pela primeira vez na minha vida.

                Normal? Ele não era normal sempre? Essa revelação me surpreendeu e, ao mesmo tempo, deixou claro que eu o conhecia muito pouco sobre o garoto que até ontem era o “amor da minha vida”. Ele sempre pareceu o rapaz mais estável e confiante que eu já conheci na vida, além de Naruto, mas ele não conta.

                —Isso não é um motivo para ficarmos juntos, Kiba. —Retruquei, é agora eu estava finalmente terminando com ele...

                —Se você não quer namorar, ao menos seja minha amiga!—Disse Kiba, seu tom beirava ao desespero. —Por favor, como eu disse, eu não posso perdê-la. Juro que não sou o pai do filho da Ino!

                —Quantas vezes você estiveram juntos? Quando estiveram juntos?—Tentei soar segura e não demonstrar como a dor de perguntar aquilo me flagelava.

                Senti o focinho da raposa tocar carinhosamente a minha perna e minha mão quase que automaticamente procurou o calor daquela pelagem. Eu me sentia confortável, confortável de simplesmente acariciá-lo. O Inuzuka moveu-se de forma desconfortável.

                —Nada disso é importante.

                —Conte! Ou eu juro que jamais seremos amigos!—Gritei irada.

Nunca seriamos amigos, de qualquer forma, mas isso era uma coisa que eu precisava saber. Se eu havia pensado que o moreno estava pálido antes, mas ele ficou branco como giz e até as veias azuis de sua testa ficaram visíveis.

                —Só uma vez, Hinata, eu juro. Eu vim até aqui, mas você não estava, já que não atendia meus telefonemas. Se ao menos você tivesse atendido ao telefone... —Falou fitando o chão, envergonhando demais para me encarar nos olhos. —Começamos a conversar, e as coisas aconteceram. Aquilo não significou nada para mim, você precisa acreditar, Hina.

É tarde demais para se desculpar

É tarde demais

Eu disse que é tarde demais para se desculpar

É tarde demais

É tarde demais para se desculpar

É tarde demais

Eu disse que é tarde demais para se desculpar

É tarde demais

                Não tinha significado nada para ele. Ah, claro, dizer isso tornava as coisas muito melhores e negava o que ele havia feito com Ino. Argh, pela primeira vez, eu queria sacudi-lo! O que eles fizeram me destroçou em pedaços que eu não tinha coragem de juntar novamente. Para mim aquilo significava algo.

                —Você precisa ir embora... —Resmunguei tentando desfazer o angustiante nó em minha garganta.

                —Nós podemos acertar tudo isso. —Disse Kiba, ainda com aquela expressão de súplica, enquanto caminhava até mim. —Eu realmente acredito que podemos. Você só precisa...

                Naruto rosnou alto ao mesmo tempo que eu gritei:

                —Vá embora!

Um músculo no maxilar do Inuzuka repuxou-se. Por algum tempo, o moreno não fez nada além de me observar. Finalmente, a raposa cansou de esperar e deu um passo adiante, mostrando seus dentes pontiagudos. O garoto gritou como uma criancinha e cambaleou em torno do animal antes de sair praticamente correndo até o elevador. Soltei um suspiro cansado e então senti o Naruto me cutucando novamente com seu focinho.

                —Er... Acho melhor você ir embora também, Naruto. —Apesar de gostar da companhia da raposa, não sabia se conseguiria conter minhas lágrimas durante muito tempo.

                Ignorando-me completamente, Naruto voltou a entrar no apartamento e começou a farejar a mobília.

                — Se você acha que consegue empurrar noventa quilos de animal para fora de casa, fique á vontade.

                —Está bem, faça o que quiser. —Falei jogando minhas mãos para o alto. —Só não se surpreenda se meu primo pegar o calibre 44 dele quando o vir. Ah, e não faça xixi no tapete. —Ok, esse foi um comentário malvado, mas ao menos por cinco minutos eu consegui diminuir a minha tristeza.

Caminhei até meu quarto e com as lágrimas queimando meus olhos, eu me joguei na cama e me virei de costas para a porta, agarrando um travesseiro contra o peito.

                O choque havia passado, dando espaço a uma náusea que revirava o meu estômago e pulsava em minhas veias. Eu podia ter ligado para Ino e ter gritado, xingado e chorado, mas não, não é dessa forma que eu queria encarar a situação... Na verdade, eu ainda nem sei como lidar com a situação... De repente senti algo macio e quente sobre mim, a pelagem de Naruto em contato do meu corpo me fez estremecer.

Estou me segurando em sua corda

Que me deixa à 2 metros fora... do chão

                —Olhe para mim. —Falou a raposa, com sua imperativa como sempre.

                —Vá embora... —Gemi, meu cabelo escondia meu rosto como uma cortina.

                —Olhe para mim. —Repetiu.

                —Você nunca faz nada que eu peço, não é? Nada mesmo... —Murmurei.

                —Por favor. —Sussurrou sutilmente, sua voz rouca ressoava em minha mente.

                Lentamente eu me virei e acariciei lentamente o pescoço do animal. Uma das minhas milhares de lágrimas escorreu por minha face, enquanto eu tentava conter as outras que estavam por vir.

                —Hina... Eu realmente sinto muito por sua dor, mas não posso dizer sinto muito por ele ter saído da sua vida. Você era demais para ele.

                —Ele... Eu vou superar. —Disse com a voz tremula, fazendo com que eu gaguejasse um pouco.

                —E a garota... Ino. Ela é sua amiga?

                —Era a única que eu podia chamar de amiga naquela escola.

                —E por que não é mais? As pessoas cometem erros, Hinata.

                —Eu sei que elas cometem erros... Mas ela dormiu com o meu namorado e fingiu que nada tinha acontecido!—Exclamei.

                —E você por acaso é perfeita? Você nunca tomou uma decisão errada? Nunca tentou esconder suas ações de Neji?

                Engoli a seco, mas respondi:

                —Sei que não sou perfeita, mas de qualquer forma eu nunca menti para Ino e nunca tomei nada dela...

                Naruto bufou, indignado, e retrucou:

                —E o que ela tomou de tão precioso? Aquela escória, foi isso que ela tomou. Você deveria agradecê-la e sentir pena dela, porque ela está presa a ele agora!

                —Isso não remedia a situação. —Resmunguei.

                —Eu sei. —Falou a raposa dessa vez mais calma e suavemente. —Você está arrasada e o sentimento de traição é justificado.        

                —Você é tão irritante!—Grunhi socando o colchão. —Você parece o meu primo falando e eu...

                —Não sou Neji... —Rosnou, irritado por ser comparado ao Hyuuga.

                —Hinata, cheguei!—a voz da Neji soou pela casa e um frio percorreu a minha espinha.

                Passei as mãos pelo meu rosto, tentado tirar os vestígios de lágrimas ali. Fui até a porta e coloquei a minha cabeça para fora e gritei:

                —Er, uh... Oi, Neji!—Passei a mãos pelos meus cabelos e falei: —Bem, Naruto agora você precisa... —Olhei para o lado e percebi que a raposa não estava mais ali. —Você é louco em pular dessa janela...            —Murmurei, enquanto fechava a janela do meu quarto com força.

Sasuke Uchiha:

                —Sorvete!—Falou Miya sorridente, após pensar um pouco.

                —Bolas!—Exclamou Ichiro com um sorriso malicioso nos lábios, e logo recebeu um olhar reprovador de todos os presentes, menos de Keiko que ainda era muito inocente para entender o duplo sentido da palavra. —Como vocês são idiotas, eu não estava falando “dessas” bolas, ora os sorvete de casquinha são dadas em bolas e...

                —Ok, já entendemos. —Murmurou Itachi, passando a mão sobre o rosto, Ichiro nunca mudaria esse jeito pervertido de ver malícia em tudo, até mesmo em uma brincadeirinha infantil. —Bem, eu digo... O que tem a ver com bola? Ora, futebol!

                O silencio reinou no recinto, todos olhavam esperançosos para Yusuke que fitava o teto com tédio.

                —Suke-chan, é sua vez!—Exclamou Keiko e o moreno a fitou com desinteresse.

                —O que?—Indagou lentamente, como se falar gastasse uma enorme energia que ele não queria desperdiçar.

                —Esqueceu-se de que está brincando, não é?—Repreendeu a albina, mas logo voltou a sorrir e continuou a falar: —A brincadeira é o seguinte: eu falo uma palavra e o próximo fala a primeira coisa que vem a cabeça ao ouvir a palavra. Por exemplo: Miya-san disse “Sorvete”, aí a primeira coisa que veio na cabeça de Ichi-san foi “Bolas”, entendeu?—Perguntou fazendo uma irresistível carinha esperançosa.

                O garoto sorriu do modo em que a pequena Keiko explicou a brincadeira e vê-lo sorrir era algo extremamente raro.

                —Ok, eu vou brincar só porque você me pediu... —Anunciou colocando as mãos por detrás da cabeça.

                —Eba!—Exclamou a menina abraçando Yusuke, o pegando de surpresa. —Obrigada Suke-chan!

                —Bem, o que vem a minha cabeça sobre futebol é... Grama. —Falou.

                —Grama?—Perguntei para mim mesmo, estava com tanta coragem de brincar quanto Yusuke, mas era melhor do que aturar Keiko implorando para brincar... —Bem... Verde!

                —Verde hmmm... —Murmurou Keiko, parecia bem pensativa. —Folhas!

                —Bem, a brincadeira está boa, mas amanhã eu tenho aula, então eu já vou dormir. —Falei e Keiko veio até mim, me dando um “beijo de boa noite”, Ichiro sorriu zombeteiro e murmurou algo como “bebe reclamão”, mas eu o ignorei.                

                Miya sorriu maternalmente para mim, enquanto Itachi nem ouviu o que eu disse, tentando imaginar no diria quando chegasse a “sua” vez na brincadeira. Yusuke assentiu e ele parecia realmente querer ser vivo para poder ir dormir também se livrar da brincadeira. Deitei-me na cama e em questão de minutos eu adormeci, não tive pesadelos e nem nada do gênero, que estavam me atormentando tanto nos últimos dias... Eram imagens abstratas e bagunçadas demais para eu poder compreender, mas eram assustadoras o bastante para me deixar com insônia o resto da noite. De súbito, o choro desesperado de uma criança acabou por me acordar assustado. Ichiro atravessou a porta do meu quarto e pareceu aliviado a me ver acordado.

                A expressão séria em sua face parecia estranha nele, já que todos nós nos acostumamos em vê-lo rir e zoando de tudo.

                —O que é es...

                —Venha logo, me acompanhe. —Exigiu Ichiro atravessando a porta novamente.

Preocupado eu me levantei da cama em um pulo e praticamente corri para acompanhar o fantasma. E a cada passo que eu dava, o choro agonizante da criança ficava mais alto. Quando me dei por mim, eu estava na sala de minha casa. Itachi estava de braços cruzados e não esboçou nenhuma reação ao me ver. Miya estava ajoelhada no chão acariciando os cabelos prateados de Keiko que chorava descontroladamente, enquanto se agarrava a Yusuke que tentava retribuir o abraço da melhor forma possível.

                 Troquei um longo olhar com Yusuke que parecia dizer:

                —Não sabemos o que aconteceu, boa sorte...

Aproximei-me da menina com o máximo de cuidado e perguntei tentando soar carinhoso, mas infelizmente não tenho experiência com crianças:

                —Keiko, o que houve meu bem?— Os olhinhos assustados da garota se encontraram com os meus e ela foi tentando domar os soluços que a faziam tremer.

                —Bem, depois que você foi se deitar, nós continuamos a brincar só para passar o tempo e então de repente a Keiko parou e começou a gritar coisas estranhas e depois começou a chorar desse jeito. —Falou Itachi.

                —Itoko... —Sussurrou a mesma, estendendo a mãozinha para mim, mas sem se soltar do abraço de Yusuke. E eu voltei a olhar para ela. —Tem um lobo mal feio, salve a moçinha bonita...

                —O que houve?—Perguntei segurando a mão da pequena, tentando entender o que ela dizia, mas ao nos tocarmos, uma onda de eletricidade percorreu o meu corpo, minha visão ficou escura e por alguns instantes pensei que fosse desmaiar, mas então tudo tomou forma novamente.

                O ambiente ao meu redor era escuro e eu não sabia se aquele lugar era uma floresta ou um pântano. Em um canto havia uma enorme raposa cor de laranja, a fera estava deitada no chão, devorando o que um dia pareceu ser um urso pardo. Detrás de um arbusto, Hinata surgiu sorridente, mas seu belo sorriso murchou assim que seus olhos se focaram no animal. A Hyuuga ficou perigosamente pálida e seus olhos estampavam a surpresa que sentia.

                —Na...Naruto?—Chamou o que parecia ser o nome da fera, e a mesma se levantou e começou a rosnar perigosamente para a morena.

                —Hinata saia já daí!—Gritei, mas a minha voz não saia, tentei correr até a garota e impedir que aquela fera se aproximasse mais dela, mas eu parecia inexistente e eu me senti como uma das minhas almas... Invisível...

                —O que houve com você?...—Indagou Hinata de forma dolorida. —O que você está fazendo?! Sou eu... A Hinata, a sua pirralha, a sua criança irritante, por favor... Fale comigo... —Suplicou, mas de repente a raposa pulou sobre o corpo da Hyuuga a chocando contra o chão, e a ultima coisa que vi, foi o sangue da morena tingindo de vermelho o pelo da fera...


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Notas finais do capítulo

Musica:
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