Interligados escrita por Luangel


Capítulo 13
Ambiguidade


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Como vão vocês meus leitores maravilhosos? Estou super triste por ter demorado tanto p postar T.T é q estava ocupada com outra fanfic minha, INFELIZMENTE JUNTOS, que também é do Naruto... Enfim, espero q gostem desse cap assim como eu!^^



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—Não sabia que queria me ver nu, Hina...

Hinata Hyuuga:

                Acordei com uma luminosidade irritante que vinha da cozinha, mas que era forte o bastante para iluminar o corredor e interromper o meu leve sono. Ainda um pouco grogue de sono eu me levantei e caminhei até a cozinha, deveria ser Neji, já que hoje é domingo, dia que ele chega em casa, mas não é de noite que ele chega?... Com minha mente cheia de perguntas inúteis, eu caminhei até a cozinha e lá encontrei uma pessoa que definitivamente não era o meu primo...

                —N-n-naruto?!—Perguntei ao ver a raposa com ambas as patas se apoiadas na bancada da pia e tomando água que vinha da torneira.

Meu rosto ficava vermelho enquanto eu encarava o animal a minha frente, só de imaginar que eu estava de pijama na frente dele, era... No mínimo... Constrangedor! Em resposta ao meu “pânico” a fera simplesmente deu de ombros e dando uma patada na torneira, ele a fechou. Antes de sair da pia, Naruto pegou com a boca mesmo, alguns pedaços de pano que estavam em cima da bancada que eu não reconhecia como sendo meu. Franzi o cenho para ele que pareceu perceber a minha confusão e me fitou, impaciente:

                — São roupas... —Respondeu e sua frase, ao invés de solucionar as minhas dúvidas acabou formando outras...

Naruto falava em um tom diferente, não estava prepotente e mandão e sim hesitante e aparentemente nervoso, o que realmente não é do feitio da raposa. Enquanto eu estava pensando, o mesmo se dirigia ao banheiro sem nem ao menos eu perceber e quando percebi, ele já fechava a porta.

                —Ei! Espera!—Gritei quase me jogando contra a porta antes que a mesa fechasse, mas foi tarde demais e eu com a minha “boa sorte” acabei batendo meu rosto contra a porta. —Ai... —Murmurei massageando o meu nariz que agora se encontrava dolorido. —Naruto!—Chamei batendo na porta.

                —O que você quer?!—Indagou a fera, sua voz levemente alterada pela irritação que minha insistência lhe proporcionava.               

                —Er... O que você está fazendo aí dentro?—Perguntei e logo depois percebi como a minha pergunta era ridícula, ora o que se fazer no banheiro?! Mas... Raposas usam o vaso sanitário?...

                Um silêncio profundo se instalou e eu fiquei na duvida se Naruto estava pensando ou seu estava apenas ignorando a minha pergunta sem sentido. E depois de alguns segundos percebi que era a primeira opção:

                —Bem, eu... —Começou a raposa de forma hesitante, me deixando de certa forma preocupada. —Eu decidi que... Já estava na hora de você me ver...

                —Humano?...—Completei a frase, estática e sem nenhuma reação definida.

Naruto Uzumaki:

                —É, humano... —Concordei podendo ler a surpresa na voz de Hinata, e ficando mais nervoso se assim possível.

                Encostei a minha cabeça contra a parede e fechando os olhos comecei a me xingar e amaldiçoar o momento em que bolei a “brilhante” ideia de ficar humano na frente da Hyuuga. De súbito eu me lembrei do porquê de eu ter decidido isso... Não queria mais ter que mentir para ela do modo que fiz quando a levei á Tsunade, ainda era fresco em minha mente, as frases que a morena usara para me acusar de “traição”, ela confiava em mim, eu sabia tudo da vida dela, desde as raízes do seu clã até o cotidiano, enquanto a garota apenas sabia o meu nome.

                Corroia-me por dentro pensar que eu fui desonesto e desconfiado demais para com a criança de olhos perolados.

                Sim, Hinata é uma boa pessoa, tão boa que chegou a me perdoar e a me aceitar mesmo depois de minhas mentiras, mas o que mais me admira é que a morena sabe que ainda tenho meus segredos (muitos para constatar) e ainda assim não me pressiona, apensar de nova, a Hyuuga é sábia e dá tempo ao tempo... Por isso eu decidi revelar a minha forma humana para a garota, nada mais justo do que isso, finalmente poderemos conversar... Como gente, literalmente...

                Ainda assim eu me sentia nervoso, inúmeras perguntas me perseguiam como se fossem fantasmas em minha mente: E se ela não gostar de mim? E se ela me preferir “Raposa”? E se ela não quiser mais falar comigo? E se... Eu estragar essa nossa “amizade bizarra” que temos?... Irritado, trinquei os dentes e fechei os olhos com força, queria que Hinata falasse alguma coisa, qualquer coisa para que esse meu nervosismo infantil e bobo passasse.

                —Hinata... —Chamei a garota da forma mais controlada possível, tentando parecer calmo, e funcionou.

                —Sim?—Perguntou sua voz doce, porém abafada por ela estar dou outro lado da porta.

                —Pode me fazer um favor?—Arrisquei, fechando os olhos com força, com medo da resposta que Hinata daria.

                —Claro!—Respondeu e eu sorri, a morena sempre era prestativa. —O que posso fazer?

                —Fale comigo. —Pedi calmamente e um silêncio cortante flutuou entre nós dois, aumentando o meu desespero.

                —Como? Perdão, mas eu não entendi. —Falou a Hyuuga por fim, o que me deixou um pouco mais aliviado.

                —Estou um pouco nervoso, só quero que você converse um pouco comigo para eu me acalmar. Fale sobre qualquer coisa, pode ser desde o acasalamento dos golfinhos ou piadas sem graça.

                Do outro lado da porta eu pude ouvir o som da risada dela o que me acalmou um pouco, só ela tinha o dom de fazer isso...

                —Bem, como eu não sei nada sobre o acasalamento dos golfinhos... —Disse se recuperando de seus risos. —Vou tentar ficar com piadas mesmo, mas saiba que elas são extremamente sem graças!

Neji Hyuuga:

                Era por volta das quatro horas da tarde quando eu guardava as minhas malas para sair do clã.

                Quando fechei o porta-malas do carro, meus olhos se fixaram na pequena silhueta que me fitava, seus olhinhos perolados esboçavam tristeza.

                Eu suspirei, era sempre assim, toda vez que eu a treinava...

                —Você já vai Neji-oni-sama?—Perguntou, a tristeza transparecia em sua voz infantil.

                —Sim, Hanabi-san. —falei me encostando no carro e fitando Hanabi que parecia ainda mais frustrada depois de minha resposta.

                —Você não pode ficar só mais um pouquinho?—Perguntou quase que suplicante.

                Dei um sorriso de lado e disse:

                —Desculpe Hanabi-san, mas devo voltar para Konoha, Hinata já deve estar me esperando.

                —Ah... —Murmurou desviando seus olhar para a rala grama sintética que decorava o chão.

                Aproximei-me dela e me abaixei até ficar da altura da mesma.

                —Ei... —Chamei e ela me fitou. —Assim eu vou não vou poder sair daqui feliz, Hanabi-san, vou ficar com peso na consciência se você ficar com essa carinha triste.

                —Mas... Eu não quero que você vá embora!—Retrucou angustiada.

                —Você sabe que eu voltarei o mês que vem. —Falei sorrindo. —Agora, dê um sorriso para mim. —Pedi e ela esboçou um sorrisinho triste, quase melancólico para mim. —Não, não, você é uma garota tão bonita, não deveria ficar assim, eu quero ver um sorriso bem bonito! Ou serei obrigado a... —Com um sorriso travesso eu aproximei minhas mãos da barriga da morena, que quando percebeu o que eu faria arregalou seus olhos perolados e tentou se esquivar, mas eu fui mais rápido e comecei a dar cócegas na menina que quase chorava de tanto rir.

                E seus risos infantis e alegres ecoaram por todo complexo Hyuuga, despertando a atenção de todos, como que para lembrar que naquela “casa” tão fria e perfeccionista havia pelo menos alguém realmente vivo...

                De súbito eu senti algo frio tocar a minha nuca levemente, mas foi o suficiente para me fazer arrepiar, parecia que alguém havia me tocado! Parei de fazer cócegas em Hanabi e me levantei, olhando ao meu redor.

                Minha prima, apesar de não saber o porquê de minha repentina seriedade, permaneceu ao meu lado, olhando ao redor, em alerta.

                Em frente dos meus olhos, eu vi algo branco cair lentamente, estreitei meus olhos, tentando discernir o que seria aquilo que tinha a forma de uma lágrima, apesar de ser um pouco maior do que uma.

                Enquanto tentava completar meu raciocínio, senti que a morena ao meu lado puxava desesperadamente a barra de minha blusa.

                —O que foi?—Sussurrei um pouco irritado com a menina.

                —Neji-oni-sama!—Disse em tom de suplica olhando horrorizada para o céu acima de nós.

                —O que está acontecendo, Hanabi?!—Indaguei percebendo que ela, como uma mulher do clã Hyuuga, estava sentindo algo que eu não sentia.

                —E-E-Estalactites!—Gritou a mesma e antes que eu pudesse formular algum plano, grandes estalactites de gelo cristalino caíram do céu carregado de nuvens. 

Sakura Haruno:

                —Sakura-sama, chegamos. —Disse o motorista do caro de luxo.

                Curiosa feito uma criança, eu abri a porta rapidamente e com um pulo eu saltei para fora do carro, encarando a casa que poderia ser minha, caso eu aprovasse.

                Ao descer arrumei o chapéu de plumas sobre a minha cabeça e verifiquei o decote de meu vestido feito para a aristocracia do século XVII, apesar de saber que eu não poderia mais usar vestidos assim eu aproveitava ao máximo o tempo que ainda tinha para usá-los um pouquinho.

                Para que ele não se sujasse eu segurei um pouco acima de meus tornozelos. Com um breve aceno de mão eu pedi para que o motorista descesse do carro e ele imediatamente o fez, parando ao meu lado.

                —O que você acha?—Perguntou olhando para a casa a minha frente.

                Era uma típica casa japonesa, ficava localizada a uma distância considerável do centro da cidade e não possuía vizinhos por perto. Atrás da residência havia um lago tranqüilo e a casa era grande, me lembrando até mesmo um templo.

                —Linda minha senhora. Seu vestido tom de cobre só ressaltou a sua beleza, se me permite dizer. —Respondeu o motorista, um pouco constrangido.

                —Oh. —Falei sorrindo docemente para o meu criado. —Me sinto lisonjeada com seus elogios Ryu, mas eu estava falando da casa...

                Ryu arregalou seus olhos castanhos e se não fosse um vampiro, certamente estaria corado da cor de um tomate!

                —Perdão, Sakura-sa...

                —Tudo bem, esse é o poder da ambigüidade não é?—Brinquei rindo, enquanto caminhava até a porta.

                Eu a abri e retirando os meus sapatos eu entrei na casa que era muito bonita, ampla e aconchegante.

                —Acha que é uma boa escolha?—Perguntei para meu servo que sinceramente respondeu:

                —Sim, Haruno-sama, é uma residência extremamente agradável. Eu a escolheria se fosse a senhorita.

                Depois de poucos minutos pensando sobre o assunto eu decidi sorrindo:

                —Certo, ficarei com esta casa! Ryu, “converse” com a corretora para eu poder ficar com a casa, não quero gastar dinheiros com futilidades...

Hinata Hyuuga:

                —Hmm... Ok, acabou-se o meu arsenal de piadas sem graças... —Assumi sem ter mais ideias para piadas.

                De súbito eu ouvi o som metálico e oco do trinco da porta sendo aberto e eu inteligente como eu sou estava apoiada na porta que foi aberta por Naruto, conseqüência? Caí para trás literalmente aos pés de uma pessoa que nunca havia visto na vida.

                Ouvi a risada rouca vindo dele e então assimilei que ele era o Naruto.

                —Tem razão Hina, você é péssima para contar piadas!—Falou exibindo em um sorriso com 32 dentes perfeitos.

                Não sabia se a (ex?)raposa era alto demais em sua forma humana, ou se era impressão minha por eu estar literalmente deitada no chão.

                Ele usava a mesma calça surrada da qual eu havia visto ele usando no laboratório da tal de Tsunade, a blusa era justa e sem estampas, bem simples.

                Seu rosto possuía belos e marcantes traços, a pele de Naruto era levemente morena, como se Naruto vivesse em uma ilha tropical.

                Seus olhos azuis foram as únicas coisas que não mudaram em sua “metamorfose” de raposa em humano, suas orbes cor de safira me fitaram cuidadosamente, atento a qualquer mínimo movimento meu.

                O que me impressionou mais foi o tom de seu cabelo (considerado exótico em Konoha). Ele era loiro, fios desgrenhados da cor do sol.

                 Gradativamente o largo sorriso do loiro foi-se remodelando, tornando-se em um sorriso um tanto... Safado?! Então eu me lembrei (novamente) que ainda estava de pijama, só que dessa vez a minha vergonha foi maior, já que dessa vez, Naruto... Era um garoto!

                Minhas bochechas ardiam e numa tentativa inútil de fazê-lo parar de me olhar daquele jeito pervertido, eu me encolhi, abraçando o meu tórax.

                Mas não pense que uso algo sexy para dormir, mas um rapaz te ver com uma babydoll e uma blusinha de cetim minúsculas, não é lá muito agradável! A risada rouca dele me tirou de meus devaneios.

                —É melhor vocês e levantar, vai adoecer se ficar neste chão frio. —Falou de forma tranqüila, desfazendo o seu sorrisinho safado.

                Rapidamente eu me levantei e percebi o tão alto, o loiro realmente era, eu batia em seu ombro e o garoto era só poucos centímetros mais baixo que Neji.

                —Você é baixinha. —Brincou ele exibindo um sorriso zombeteiro, que na minha opinião parecia combinar perfeitamente com ele.

                —E você é loiro. —Retruquei sorridente. —Espere aqui, eu irei trocar de roupa.

                A passos largos eu caminhei até meu quarto onde despi meu pijama e coloquei uma grossa calça de moletom e pantufas, tudo para me proteger do frio, que Naruto aparentemente não sentia.

Naruto Uzumaki:

                Hinata saiu andando até o quarto para trocar de roupa e para passar o meu tempo, eu fiquei observando a mobília e decoração do apartamento.

                Agora eu me sentia mais aliviado, como se alguém tivesse tirado um peso torturante de minhas costas.

                Realmente, eu esperava várias reações da morena ao me ver humano, mas ver a Hyuuga envergonhada daquela maneira foi surpreendente! Eu já havia visto a garota corada, mas dessa vez fora diferente.

                Mostrando assim, que mesmo ela se mostrando forte e perspicaz, no fundo, Hinata é como uma garota normal, que sente vergonha e indecisão.

                — Quer comer alguma coisa?—               Perguntou a mesma, voltando do quarto, enquanto colocava um espesso suéter de lã. —Tipo... Você come ração?—Zombou ela rindo da própria piada.

                —Há Há! Que engraçado... —Exclamei com ironia vendo Hinata caminhar para cozinha. 

                Dando de ombros eu a segui e para a cozinha e lá a morena começou a preparar seu café da manhã riquíssimo em vitaminas e proteínas e tudo que faz bem ao corpo dos humanos, afinal a Hyuuga, como uma exterminadora de monstros, não podia se dar ao luxo de viver fora de forma.

                 Para alcançar a caixa de aveia que ficava numa prateleira alta, a garota ficou na ponta de seus delicados pés e com esforço, conseguiu pegar a tal caixa; mas ao voltar ao chão, ela pousou a sua mão em suas costas e massageou delicadamente o local onde havia suas feridas.                Suspirei e me aproximei da Hyuuga.

                —Hinata... —Chamei e a garota se virou para mim.

                —Mudou de ideia?—Sorriu sacudindo a caixa de aveia para mim. —Vai querem aveia também?

                —Tire a blusa. —Falei e o clima pareceu pesar entre nós dois.

                Ela corou violentamente e negou freneticamente com a cabeça. MALDITA AMBIGUIDADE! Como eu sou idiota! Eu tinha me esquecido que estava em minha forma original, como um humano e essa reação de Hinata é totalmente normal, afinal ela é uma garota e certamente interpretara errado.

                —Me desculpe!—Exclamei levantando as minhas mãos em um claro sinal de rendição, enquanto corava um pouco. —Hinata, você entendeu errado! Eu não quis dizer para você tirar a blusa para... —Enquanto em embolava cada vez mais com as palavras, a vi abaixar sua cabeça, fitando suas pantufas, cada vez mais envergonhada. Antes de continuar eu respirei fundo, dessa vez eu falaria com clareza! — Eu só quero ver suas feridas, Hina, enquanto você pegava a sua caixa de aveia, percebi que as feridas ainda te incomodam, eu só... Quero te ajudar, é para o seu bem, não sou nenhum pervertido, se é o que está pensando!

Hinata Hyuuga:

                —Tem que ser você?—Perguntei ainda envergonhada.

                —Só tem eu aqui, Hina. —Sussurrou Naruto, tentando soar gentil.

                Fiquei em silêncio durante alguns instantes, eu não queria me expor ao loiro, mas só de me lembrar do sofrimento que passei por estas malditas feridas resolvi aceitar.

                Suspirei profundamente e tomando toda a coragem que consegui eu disse:

                —Certo. Vamos ao meu quarto. —Disse começando a andar até o cômodo e o loiro começou a me seguir. —Mas se você fizer qualquer coisa que eu considere ruim, cortarei sua mão fora, fui clara?

                O garoto arregalou seus olhos azuis, e engoliu a seco enquanto assentia, o que me deixou um pouquinho orgulhosa de mim mesma, finalmente eu estava botando medo nele!

                Ao entrar no quarto eu me sentei na cama de costas para Naruto e o loiro ficou de costas para mim, deixando-me retirar a blusa com privacidade.

                —Pronto?—Perguntou o garoto.

                —S-Sim. —Respondi envergonhada e ele se virou.

                Eu estava deitada de bruços na cama, usando o cobertor para cobrir meu tórax, revelando somente as minhas costas que ainda estava embalada por bandagens.

                Naruto parecia desconfortável com aquela situação e sem falar nada o loiro se aproximou de mim e se ajoelhou ao lado da cama.

                Ainda um pouco hesitante, o garoto tirou as bandagens de meu corpo e passou poucos segundos observando as feridas que hoje já cicatrizavam.

                —E então?—Quis saber, curiosa e ao mesmo tempo preocupada. —Está muito ruim?

                —Não. —Respondeu ele, pousando a mão debaixo do queixo. Sua voz era extremamente formal e quem o visse poderia jurar que Naruto era um médico. —Na verdade está bem melhor do que antes, é quase que milagroso.

                —Então qual é o problema?—Perguntei antes que o loiro começasse a falar algo mais.

                —Todo cuidado é pouco, Hina. Preciso refazer seus curativos. —Disse o garoto fitando meus olhos e me deixando levemente encabulada, mas que droga Hinata! Pare de corar na frente dele, caramba! Bufei revoltada comigo mesma, mas ele ouviu e dando um sorrisinho de lado, Naruto começou a refazer os curativos e para quebrar o silencio que se instalara de lá eu disse:

                —Quando acabar terá que ir embora, Naruto.

                —Porquê?—Perguntou o loiro, curioso.

Naruto Uzumaki:

                —Se meu primo encontrar-te, você estará morto em menos de dez segundos. —Respondeu Hinata, era impressão minha ou na voz da morena havia admiração pelo primo?

                —Não me subestime. —Retruquei sorrindo de forma arrogante.

                —Não subestime o Neji. —Falou a Hyuuga rindo.

                —Humft!—Revirei os olhos. —Pronto, acabei.

                Levantei-me e indo para o lado oposto da cama onde a garota estava eu me virei de costas deixando que a mesma se vestisse novamente.

                Enquanto ela se vestia, meus olhos percorreram as paredes do quarto da garota, que era repleta de fotografias que pareciam ter sido tiradas de alguma máquina polaroid.

                Em quase todas as fotos havia um garoto moreno ao seu lado, o rapaz era mais alto do que ela (e quem não é?) e parecia uma montanha de músculos.

                Em todas as fotografias em que eles estavam juntos, Hinata sorria doce e alegremente enquanto o garoto a abraçava intimamente.

                —Não sabia que você gostava de tirar fotos, Hinata. —Falei e minhas palavras saíram acidas demais, mas a morena pareceu não perceber.

                Poucos segundos depois e Hinata estava ao meu lado, já vestida e olhando para as fotografias, em silêncio.

                Eu já estava começando achar que a morena não havia ouvido a minha frase, mas então a Hyuuga respondeu calmamente:

                —Eu não gosto de tirar fotos. —Um sorrisinho tímido e doce surgiu em seus lábios rosados. —Mas Kiba por outro lado, adora!

                —Hmm... —Murmurei me lembrando do moreno que “agarrara” a garota na frente da escola há alguns dias atrás.

                Lembrei-me da áurea que o garoto emanava e confesso que não gostara, em parte pela primeira impressão que tivera dele e de sua áurea bizarra e por... Ele viver agarrado á Hinata! Fechei minhas mãos em punhos e desviei o olhar daquelas fotografias felizes do casalzinho perfeito, estava quase estampado na cara dela que a morena era apaixonada por aquela montanha de anabolizantes! Eu, por exemplo, não uso asteróides e... Ei! O que eu estou pensando por que eu estou me comparando ao rapaz?! Argh! Acho melhor eu ir embora...

                —Er... Hinata?—Chamei e a garota me fitou, tranqüila.

                —Sim?

                —Acho melhor eu já ir andando. —Falei e ela assentiu.

                —Vou te acompanhar até a porta. —Falou e nós caminhamos até a porta em silêncio.

                —Bem... Tchau!—Disse com um aceno de mão e caminhando até o elevador que rapidamente abriu suas silenciosas portas de metal.

                —Espera, Naruto!—Ouvi a voz de Hinata me chamando enquanto as portas do elevador se fechavam e eu rapidamente pus minha mão na frente delas que com um sensor de movimento, voltaram a se abrir.

                —O que quer, Hinata?—Perguntei, levemente irritado, mas não sei exatamente com o quê.

                —Er... —Começou a morena,seus olhos perolados fitavam o chão lustroso do prédio. —Você vai voltar, não é?

                —Claro que vou!—Exclamei sorrindo abertamente, e pude ver um meigo sorriso se formar na face da Hyuuga antes que as portas do elevador se fechassem por completo.

Neji Hyuuga:

                O impacto contra o chão não foi uma coisa agradável de se sentir, mas era melhor se jogar contra o chão do que ser perfurado por aquelas formações naturais mortíferas.

                —Neji... —Sussurrou Hanabi, sua voz estava abalada pelo medo.

                —Shh, está tudo bem. —Falei tentando acalmar a morena, sendo que nem eu mesmo sabia se isso era verdade.

                Logo que eu acabei de falar, mais estalactites caíram só que dessa vez, em cima do complexo Hyuuga, alguns se encaixaram ruidosamente no solo, outros perfuraram os detalhados telhados das casas de onde saiam pessoas alarmadas e algumas até tinham armas em mãos, prontas para batalhar a qualquer instante se fosse necessário.

                —O que está acontecendo?...—Sussurrei mais para mim mesmo.

                —Eu sinto... —Murmurou Hanabi se levantando no chão, seu cabelo foi ricocheteado violentamente para trás por um vento forte e gélido, parecia que o vento arranhava a minha pele enquanto passava pela mesma e pelo visto, minha prima também se sentia assim. —É forte, nunca senti algo assim, Neji-oni-chan... —Sussurrou, seus olhos albinos estavam arregalados e desfocados, como se a morena não soubesse para onde deveria olhar.

                —O que está sentindo, Hana?!—Perguntei segurando a Hyuuga pelos ombros, fazendo a garota me olhar. Precisava de alguma informação, e a menina era a única que poderia me dar tal detalhes sobre o monstro que estava nos atacando, mas ela só balbuciava palavras sem sentindo, suspirei, teria que ter paciência afinal, Hanabi ainda é muito nova para poder controlar seus sentidos com perfeição. —De onde está vindo este poder?

                —D-d-da floresta. —Respondeu apontando para a floresta que servia de muralha entre ao complexo Hyuuga e o mundo exterior.

                —Obrigada, Hanabi-chan. —Disse já começando a caminhar em direção da floresta.

                —Você não pode ir sozinho!—Gritou minha prima, já mais controlada e voltando ao seu normal. —E... Se você se machucar? Posso ir com você, te ajudar.

                —Preciso que você fique aqui. —Respondi. —Protegerá aos outros com seus sentidos, esse é o seu papel...

                —Localizar os monstros e proteger os inocentes. —Completou a morena revirando os olhos. —Esse é o papel da mulher Hyuuga...

                —Enquanto meu papel é matar tais monstros e proteger vocês mulheres... —Disse sorrindo de lado e saí correndo para a densa floresta que me aguardava.

                Foi só passar dez minutos na floresta que eu pensei que deveria ter realmente escutado a Hyuuga, a ajuda dela seria muito útil agora.

                Enquanto me perdia por meus devaneios idiotas, uma névoa envolveu as arvores ao meu redor, não me deixando ver muito mais que dez metros a minha frente.

                Os pelos de minha nuca se eriçaram, eu estava sentindo a energia macabra e o monstro estava bem próximo para eu poder senti-lo dessa maneira, se Hinata estivesse aqui agora, a morena certamente estaria morrendo de dor de cabeça e estremecendo, é assim que qualquer mulher da família Hyuuga se sentiria perto de um poder tão próximo e forte desses... Comecei a caminhar e logo avistei um vulto esbranquiçado flutuar por entre as arvores.         Estreitei o olhar e tentei alcançar aquela coisa, nunca havia visto algo igual, nunca sobe da existência de um monstro que poderia manipular o clima dessa maneira...

                Aproximei-me do vulto e pude ver que... Era uma mulher?! Usava um kimono quase da cor da névoa e o desenho de flocos de neve decoravam a barra de sua vestimenta.

                Aquilo... Era um monstro? Era delicado e feminino demais, sou um guerreiro e sei que as impressões enganam, mas aquilo parecia uma Tennyou.

                Dei um passo mal calculado para frente e quase como nos filmes americanos, eu pisei em um maldito galho seco, causando um “clac!” oco, mas que devido ao silêncio em que a floresta acabou ecoando pelo lugar, chamando a atenção de minha inimiga misteriosa.

                Ela se virou de repente e pude perceber o véu rendado que preservava a sua “identidade” não me deixando ver seu rosto, mas ao ver o meu o ser pareceu se assustar e se decompôs em belos flocos de neve sendo levada pelo vendo e dissipando a névoa, e por fim deixando um Hyuuga confuso para trás.


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews? Recomendações? Pedradas ><? E então, o que vcs acham q vai acontecer? O.O
:*



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