Undisclosed Desires escrita por Charlie Carter


Capítulo 7
Versão ele entrou no meus sonhos


Notas iniciais do capítulo

~Le desvia de ataque das mochlas de 1000 quilos~
Gente para que tudo isso, eu to de volta, num morri não, ok?
E eu peço desculpas por ter ficado tanto tempo fora e espero que sse cap faça vcs me perdoarem
A gente se vê lá em baixo:



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Eu gostaria de poder lhes contar que estou numa praia e que o pôr-do-sol está lindo. E que sou uma garota meiga e boba. Mas eu não estou numa praia, quem dirá está tendo um pôr-do-sol, muito pelo contrário, na verdade estou sentada no alto de uma colina, deve ser madrugada, quem sabe duas da manhã. A lua está cheia e brilhante... pairando acima de mim.

Estou aqui há umas quatro horas decidindo se vou ou não ver a tal da madame Zanzibar, ou só madame Z. Vocês devem estar querendo saber qual é o meu nome, bem... meu nome é Anelise e eu acabei de perder a última pessoa que eu podia chamar de ”família”, minha irmã. E depois de enterrar o corpo dela, decidi ir para longe, muito longe daquele lugar que um dia eu chamei de “casa”. Até que cheguei numa cidadezinha e logo vi que uma mulher e uma garota, que deveria ser sua ajudante estavam tentando prever o futuro de uma garotinha.

Talvez ela fosse inocente demais para saber que aquelas duas só estavam tentando lhe passar a perna e lhe aplicar um belo golpe e ficar com todo o dinheiro que ela possuía. Depois vi que essa garotinha saiu toda feliz e saltitante e tagarelando algo como “meu futuro vai ser demais, mal posso esperar para ficar mias velha”. É uma pena que ela não saiba o que o futuro planeja para cada um de nós, ele pode ser bom e pode planejar coisas terríveis para nós.

No meu caso, minha irmã morreu e agora quero saber o que fazer. Por isso...quer saber? Eu vou ver essa tal de madame Z, o pior que ela pode dizer são bobagens e acho que eu já estou meio acostumada. Então peguei meu cavalo e montei nele, sacudi as rédeas e ele começou a correr como se não houvesse amanhã. Com certeza meu cabelo vermelho iria se destacar naquela imensidão branca e a neve, neve...a neve branca que me obriga a me destacar e não me ajudar a me camuflar, ela faz exatamente o contrário

A capa esvoaçava atrás de mim e eu estreitava os olhos para poder ver o que estava na minha frente, seja lá o que fosse eu não consegui ver, pelo menos não completamente. Era um borrão aos meus olhos. Mas foi ai que algo muito estranho aconteceu, eu ouvi uma voz, uma voz masculina e assim que a voz começou a falar comigo e parei o cavalo e rodei em torno de mim mesma tentando achar o dono da voz, só que eu não achei ninguém, só uma voz que me disse:

“Nós ainda nos veremos e esse momento não será agroa, mas acredite, nos veremos muito em breve, Anelise”

Como sabia meu nome? E quem era essa pessoa? Ok, admito que fiquei com uma pulga atrás da orelha, mas deixei esse pensamento (ou alucinação) de lado para poder me concentrar no que quer que estivesse a um palmo á minha frente ( se bem que eu acho que era só neve, mas quem sabe...?)

Não sei por quanto tempo cavalguei, mas houve algum momento em que a tempestade de neve cessou, eu já estava muito cansada, então bati na primeira porta que me apareceu. E você não vai acreditar... lembra da Madame Z? Não, não foi ela que atendeu a porta, foi a garotinha e ai a Madame Z apareceu logo a seguir.

– Minha querida, está louca de ficar ai fora com uma tempestade de neve como essas? – Perguntou-me Madame Z

Eu não tive tempo de dizer nada, pois a madame Z já foi me empurrando casa adentro e a garotinha pegou as rédeas do meu cavalo e eu tentei impedi-la, mas a madame Z foi quem me impediu:

– Tudo bem, minha querida – Disse ela num tom falsete de doçura – pode deixar, Kate cuidará de seu cavalo e enquanto isso, você tomará um banho quentinho.

Seu eu contrariei? Não, só achei estranho, mas meu cavalo contrariou e muito. Kate teve que se esforçar muito para não deixa-lo sair de seu controle. Até fiquei com pena dele, mas não sei o que me deu e deixei-o ir. Tomei meu banho e vesti uma camisola estranhamente do meu tamanho e muito confortável. Madame Z com seu jeitinho meigo ( que me deixou bem desconfiada) me deixou em meu quarto e fechou a porta

– Durma bem, anjinho – Cara... deu uma vontade louca de chorar, já que a última vez que alguém me chamou de “anjinho” foi meu pai e como eu já disse: ele morreu

Antes que eu deixasse minha cabeça latejar, fechei meus olhos e me joguei naquela cama, mas só horas depois foi que consegui dormir. Mas eu tive um sonho bem estranho. No inicio estava tudo branco. Sim, tudo branco sem exceções. Mas de repente tudo ficou preto e eu gritei devido ao susto que levei, lembro-me de fechar os olhos e me encolher de medo no chão.

E quando eu finalmente criei coragem para reabrir meus olhos, vi que estava nevando e que eu estava com roupas de frio apropriadas, mas estava nevando muito como há poucas horas. E vi um vulto, vi que estava caminhando, mas parou á alguns metros de mim. Não consegui ver seu rosto, ou algo que eu pudesse me lembrar e falar: “não é que eu me lembrei do garoto que...” talvez eu terminasse essa frase com “usava um sobretudo preto”, mas como? Se eu mal pude ver sua silhueta? Mas eu o reconheci por sua voz...era a mesma que falou comigo quando eu estava na tempestade de neve.

– Eu disse que nos veríamos novamente, Anelise – Disse ele

Ele deu um passou á frente e eu recuei um

– Não tema, não é a primeira vez que nos encontramos minha querida– Disse ele.

– Quem é você? – Perguntei tolamente

– Um amigo – Disse ele evasivamente.

– Já que não é a primeira vez que nos vemos – Falei – De onde nos conhecemos?

– Lembra-se de quando tinha oito anos? – Perguntou ele – Eu te salvei de ser pisoteada por um bando de cavalos descontrolados

E enquanto eu buscava a memória nos lugares mais recônditos da minha mente, ele foi se aproximando sem que eu sequer percebesse. Então ele pegou minha mão e eu senti o quão quente ele estava, pois agora eu via que ele usava roupas de tecidos leves. E novamente ele se aproximou, ergueu sua mão e ele ia tocar meu rosto, mas quando ele estava prestes a fazê-lo... eu acordei suando frio, arfando e sentada em minha cama tentando entender o que aconteceu.

Decidida a esquecer disso, fui imediatamente jogar água gelada em meu rosto. A partir desse dia eu mal dormia, só se fosse realmente necessário.

– Anelise, o que aconteceu com você? – Perguntou Kate.

– Nada, por quê? – Rebati

– Você está com olheiras terríveis – Obrigada por dizer... o óbvio

Passei dias assim: dormindo muito mal, de dia cansada ou exausta e á noite temerosa e desconfiada. Todos notavam e a cada dia que passava ficava cada vez mais difícil arranjar uma desculpa para explicar o meu cansaço e noites mal dormidas

Mas chegou uma hora que eu não conseguia mais fugir, então deitei minha cabecinha em meu travesseirinho... Ah minha nossa senhora! Eu já estou usando diminutivos... SOCORRO! Resumindo: fui dormir com um frio passando pela minha espinha.

Ainda nevava, mas dessa vez não era tanto assim como a outra.

Eu estava olhando para o nada tentando achar algo coerente

– O que nos estamos vendo? – Perguntou ele.

Eu pulei para o lado gritando feito uma louca, por um momento o medo dominou-me por completo e acho até que meu coração parou de bater por um segundo.

– Nunca mais faça isso – Falei séria

– Como quiser – Disse ele ajudando-me a me levantar

– Lembro que você ainda não me respondeu aquela pergunta – Falei

– Qual?

– Quem é você?

– Eu já disse, sou um amigo que te salvou de ser pisoteada por um bando de cavalos quando você tinha oito anos

Olhei para ele com uma cara de: “Aham... eu finjo que acredito”

Ele bufou e passou as mãos pelos cabelos negros de forma nervosa. Sentou-se na neve deixando o vento brincar com seus cabelos

E eu me sentei ao seu lado

– Ok, o que quer saber?

Dei um meio sorriso

– Como entrou em meus sonhos? – Perguntei

– Não posso dizer – Disse ele simplesmente.

AH, QUAL É?!

Explodindo por dentro e mantendo a calma por fora

– Qual seu nome?

– Jason – Respondeu ele.

– E o que está fazendo aqui?

– Tentando ajudar você – Disse ele

– Como e por quê?

–Como? Não sei, conversando... talvez e porquê? Já te ajudei uma vez, faria algum mal ajudar novamente?

Não respondi, só o encarei calmamente e ele fez o mesmo para mim

– Sinto muito por sua irmã – Disse ele em determinado momento

Meu queixo despencou

– Como você sa... – E a minha voz foi baixando até acabar.

– Madame Z – Disse ele - Suponho que você a conheça

– Sim – Falei – Mas de onde você e ela se conhecem?

– Digamos que ela é uma amiga de minha mãe – E ele voltou a encarar o nada

Vejamos: um cara...entra nos meus sonhos e depois de ter arrancado informações sobre ele, tudo o que sei é que a Madame Z é amiga da mãe dele, ele se chama Jason e que ele adora dar respostas evasivas...

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Dois meses depois:


Sinto em dizer que a cidade onde eu costumava chamar de “meu novo lar” foi completamente destruído pelos guardas do rei e nesta noite eu tive um sonho, um sonho onde Jason me dizia o que iria acontecer e realmente aconteceu. Jason contou-me sobre tudo, contou-me que o rei estava atrás de um instrumento mágico que ele achava capaz de trazer sua esposa de volta á vida. Fez-me ver as imagens; aquelas cenas horríveis...

E ele disse para eu acordar antes de todos e avisa-los que aquele lugar não era mais seguro e dizer o porquê, foi o que fiz, mas ninguém acreditou ou se moveu muito, só rolaram nas próprias camas e foi ai que eu me lembrei das palavras de Jason: “lembre-se que nem todos eles acreditarão em você”

Porque eles eram tão capazes de acreditar em mentiras horrendas, mas não em uma simples verdade?

Peguei as poucas coisas que me pertenciam, enfiei tudo em uma mala improvisada e fui pegar o meu cavalo. Sorte a minha que ele não relinchou alto quando me viu. Amarrei a mala mal improvisada nele. Vesti minha capa e joguei o capuz por cima de minha cabeça, peguei as rédeas e comecei a andar. Tentei não dar de cara com os guardas que em breve iriam atear fogo ao vilarejo. Eu me sentia culpada: eu sabia o que ia acontecer e não fiz nada para impedir.

Quando achei que já estivesse na saída do vilarejo, montei em meu cavalo e começamos a correr contra o vento e tive a infelicidade de olhar para trás e ver o lugar onde eu estivera a pouco pegando fogo... crianças chorando e homens e mulheres tentando se salvar e salvar o vilarejo e vi os guardas indo embora com algo reluzente em mãos, acho que era o que tanto procuravam

Depois de tantos sonhos meus sendo invadidos por Jason, ainda nada sei sobre ele além daquilo que ele me contara dois meses atrás, mas ele me disse que eu poderia desvendar todos os segredos que envolvem ele muito em breve... ele me disse muitas coisas...

E também me prometeu que nos encontraríamos quando eu chegasse ao topo daquela colina, Jason disse-me que estaria lá esperando por mim e que juntos nos aventuraríamos pelo mundo. Mas lá pelo meio do caminho (que eu não sabia que era tão longo assim), comecei a chorar feito uma daquelas garotinhas que leem coisas água com açúcar ( N/A: não tenho nada contra as pessoas que leem esse tipo de coisa). Finalmente soltei tudo aquilo que estava resguardando dentro de mim.

Chorei por não ter conseguido um monte de coisas: por não ter conseguido fazer minha família viver, ao invés de morrer, chorei por não saber o que ou quem é Jason e chorei por não ter conseguido fazer aquela porcaria de vilarejo e eu tanto gostei pegar fogo...

Fiquei sentada ali, até que alguém colocou sua mão em meu ombro, ergui a cabeça e vi que era Jason (sim, ele já me deixara ver como ele era em meus sonhos), e ai eu não me controlei, eu só me deixei levar; agi por impulso. Levantei-me rapidamente e o abracei, abracei fortemente e ele afagou meus cabelos.

– Jason, eu... – Não consegui formular sequer uma frase naquele estado

– Shhh – Fez ele – Não precisa dizer nada, eu sei que você sofreu

Tentei limpar as lágrimas que caiam, mas eu só fiz com que mais delas rolassem pelo meu rosto

– Se acalme – Disse ele – Eu farei com que você se sinta pura

Ele colocou seu rosto na curva do meu pescoço

– Já vi muita gente chora- - Falou ele – Mas você é única, você é a única que eu consolei. Você é única que me fez sentir triste por te ver triste

Tentei controlar minha respiração e acabar com as lágrimas e aos poucos consegui.

Jason se afastou um pouco, mas continuou me abraçando

– O que é que você quer? – Perguntei.

– Como assim “o que eu quero?”

– Você me ajudou porque quis - Falei – O que mais você quer?

– Ah! O que eu quero...? – Ponderou ele – Eu quero...reconhecer que a sua beleza não é só uma máscara

E acariciou minha face

– Quero exorcizar os demônios do seu passado – Disse ele me erguendo para depois me abraçar fortemente

– Quero reconciliar a violência em seu coração – Não sei o porquê, mas ele pegou minha mão e colocou em seu peito, para que sentisse seu coração batendo

– Você não precisa chorar – Disse ele – Confie em mim: eu sei que você é forte

E ai ele começou a falar um monte de coisas desconexas e a viajar na maionese geral e não parava mais de falar.

Foi ai que eu decidi agir: dei-lhe um selinho

– Mas o que foi isso?

– Você só precisa fazer duas coisas – Falei

– O que? – Perguntou ele

– Parar de falar e me beijar

E foi o que Jason fez de um jeito viciante


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Notas finais do capítulo

Eai? Como eu me sai despois de tanto tempo?
Ah, eu estava quase esquecendo, tem uma pergunta que vcs tem que me respondam:
Qual é a coisa que vcs mais amam no Muse?
Não se esqueçam de mandar rewiws e responder a pergunta
Bjus e como é bom estar de volta!!!



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