Undisclosed Desires escrita por Charlie Carter


Capítulo 4
Versão fofa e revoltado


Notas iniciais do capítulo

Quero agradeçer á Makenna pela sugestão, ela sabe do que eu estou falando. Eu fui analisndo a ideia e criando esta coisa que chamo de cap. Não sei se ficou exatamente no contexto que as outras ficaram, mas aqui está e espero que gostem
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                                       Primeiro dia de aula, quem é que gosta? Claro que todo o mundo gosta, afinal você revê os amigos, troca uma ideia aqui e outra ali, mas... e quando se é uma novata? Recém-transferida, que além de não estar acostumada com o lugar, as pessoas e todo o resto, não está acostumada com o fuso horário, o clima e o uniforme que pinica, pois foi transferida de um colégio que está á mais de mil quilômetros, que...fica do outro lado do país! A propósito, meu nome é Melory, se você preferir: só Mel. Meu pai disse: “Vai ser legal, você vai fazer tantos amigos que nem vai ter tempo de me falar sobre todos eles” Eu espero que ele esteja certo...

                                      Mas agora eu já estou aqui, com um uniforme que pinica uma bolsa carteiro com todo o meu material escolar de hoje (e meus itens pessoais) e um papel na mão, tentando achar o laboratório de biologia. Mas no caminho acabo esbarrando com alguém e derrubo todo o meu material e o da garota.

                                       Estou no prédio não faz nem quinze minutos e eu já consegui uma façanha dessas...

                                      O que você acha: sorte de menos ou azar demais?

                                     Tentamos nos ajudar a arrumar nossas coisas e não sermos atropeladas pelos outros ao mesmo tempo e quando nos levantamos ela disse:

                                     - É novata? Eu nuca te vi por aqui e oi, eu sou Samantha

                                     Ela apertou minha mão animadamente

                                     - É – Falei. – Primeiro dia difícil... sou Melory

                                     - Tem um apelido? – Perguntou ela. – Não sou boa com nomes, o apelido ajuda nessas horas

                                     - Mel – Respondi.

                                     - Então me chame de Sam, se quiser.

                                     Ela reparou que eu estava encarando o horário com o cenho franzindo

                                     - Qual é seu primeiro tempo? – Perguntou ela

                                     - Biologia – Respondi – Mas não consigo achar a sala

                                     Sam sorriu de orelha á orelha

                                     - Que legal, eu também – Disse ela. – Não se preocupe, eu te levo lá.

                                     Sam saiu me arrastando pelo corredor; senti-me um fantoche.

                                      Pelo menos consegui fazer UMA amiga...

                                     Estávamos conversando sobre como os armários nunca funcionavam, quando um garoto passou por nós, cabelo desgrenhado, não consegui ver direito a cor de seus olhos, mas imaginei algo como castanho. Vestia uma jaqueta de couro preta por cima do uniforme (que pro acaso estavam com as mangas levantadas até o cotovelo) e jeans surrados.

                                       Eu não consegui me conter e enquanto Sam falava sem parar (ainda me arrastando), virei-me para olha-lo.

                                       De repente não ouvi mais a voz de Sam

                                       Em seu lugar, ouvi-a rindo pelo nariz.

                                       - Esqueça – Disse ela.

                                       - Esquecer o que? – Perguntei

                                      - Félix – Disse ela. – Que por acaso era o garoto que você observou

                                      - Mas eu não estava observando ninguém, deve ter sido coisa da sua mente – Tentei argumentar.

                                       - Ah claro – Rebateu ela - Mas... se quer saber...eu não me envolveria com esse tipo se fosse você

                                        - Por que não? – Perguntei

                                        Ela me olhou descrente

                                        - Félix é... – Ela parou para pensar – Digamos que ele tem muitos problemas e que não conseguiu resolver mais da metade deles

                                        - Nossa! – Exclamei

                                       Fomos para a aula de biologia e juntas, Sam e eu dissecamos uma rã. Acredite você não quer fazer isso... primeiro tem que fazer o bicho ficar inconsciente colocando ele dentro de um pote com um algodão embebido em clorofórmio, então tira-lo de lá e usar um bisturi para abrir aquela coisa...é traumatizante...

                                          - Você tinha que ver sua cara – Disse Sam enquanto ria.

                                          - Não obrigada – Falei. – Provavelmente eu deveria estar com uma cara de nojo misturada com pena.

                                           - Provavelmente? – Disse Sam – Você quer dizer com toda certeza, não é?

                                           - Claro, sabe? –ironicamente falando

                                           Novamente o tal do Félix passou por mim, ele estava falando ao celular e não aprecia nada feliz com o que ouvia. E também tinha um olhar meio taciturno estampado em seu rosto.

                                           Agora, com mais calma, eu pude ver a cor de seus olhos. Eram realmente castanhos, eu acertei!!! Mas meu olhar encontrou o seu e o tempo pareceu parar.

                                          - Mel? – Eu ouvia a voz de Sam, mas parecia tão distante – MEL?!!

                                        E vi Sam estalando os dedos em frente ao meu nariz.

                                        Ela riu quando eu voltei á realidade atordoada.

                                         - Acho que alguém já tem uma quedinha por outro alguém – Provocou ela – E olha que ainda é o primeiro dia, imagina quando estivermos em junho?

                                         Dei um tapa de leve em seu braço

                                         Realmente eu tinha que admitir: Félix é muito bonito. Seus olhos, seu jeito de se vestir, seu cabelo não penteado... tudo isso faz uma combinação perfeita.  Alías... eu posso usar a palavra “perfeito”? Ou “perfeição”? Sabe... esse tipo de coisa é muito relativo, o conceito de “perfeito “ pode mudar de pessoa para pessoa.

                                         Não sei o seu, mas aquele é o meu conceito de perfeição

                                         Félix parecia preocupado com alguma coisa, alguma coisa muito importante.          

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                                   Três messes depois (salto no tempo):

              

                                  Logo tratei de me aproximar de Félix, mesmo com todos os avisos de Sam, mas no final ela acabou aceitando que pode sim haver amizade entre homens e mulheres e até mesmo uma melhor amizade; um melhor amigo

                                     Acabei conseguido arrancar algumas coisas de Félix, como por exemplo: sua família está em pé de guerra graças á uma fortuna que foi deixada por seu bisavó e até hoje sua família não decidiu com quem ficará a fortuna, isso fez seu pai ficar muito estressado , o que resultou em seu pai fumando...uns dois maços de cigarro por dia e então ele teve câncer de pulmão e está internado.

                                      Apesar de muito bonito, lindo... um deus grego...Ok, eu já comecei á viajar geral na maionese. Mas eu sinto que apesar de nossa incrível amizade, Félix ainda esconde algo de mim e eu vou descobrir, seja lá o que for.

                                    Ele continuava o mesmo revoltado de sempre, mas era bom para ele. Se ele não fosse do jeito que é sua família já teria conseguido influencia-lo á assinar papéis que tem tantas entrelinhas que parece mais um desenho do que um documento oficial.  Tem muita probabilidade de que a ideia de família conturbada que eu tenho nem chegue perto da realidade que Félix vive.

                                  De uns tempos para cá, ele tem andado cada vez mais inquieto e hiperativo e eu, como sou curiosa ao quadrado, resolvi tirar isso á limpo

                                    Mas não sem antes desabafar com Sam, minha cabeça estava quase explodindo de tantas coisas que eu tinha que me lembrar e pensar ao mesmo tempo

                                    -... E é isso – Falei

                                   Eu tinha explicado a delicada situação em que Félix se encontrava

                                    Sam tentava não sorrir

                                   - Você está rindo de mim - Disse eu.

                                  - Não estou não – Rebateu ela. – Só acho meio engraçado

                                  - O que é tão engraçado? – Perguntei

                                  - Você está tentando ajudar  - Disse ela. – Mas fica meio difícil quando a pessoa que se quer ajudar, nem nota que estamos querendo desabafar e que estamos ali para o que der e vier

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                                     Duas horas depois (mini salto no tempo):

                                  

                                   Félix e eu estávamos em um de nossos lugares favoritos para pensar: a arquibancada da quadra externa do colégio

                                   Ali era um ótimo lugar, você pode pensar direito sem o treinador te interromper ( pois ele achará que você está assistindo ao treino de algum time do colégio, seja ele futebol, corrida, etc). E se você quiser conversar com alguém, ninguém vai ouvir, só se estiver bem perto de você e esse alguém será aquele com quem você estará conversando... Aquele é um dos melhores lugares para colocar a sua cabeça em seu devido lugar.

                                 Um bom lugar para esfriar a cabeça

                                   Félix estava muito agitado hoje (especialmente). Ou passava a mão pelos cabelos nervosamente ou tamborilava os dedos pela madeira da arquibancada 

                                   Ele deixou os pés penderem no ar e os balançou para frente e para trás feito uma criança.

                                    - Está tudo bem? – Perguntei.

                                    Pelo que eu saiba, Félix não é hiperativo ...

                                    Repetindo: pelo que eu sei e o que eu sei é muito pouco.

                                    Félix me abraçou e foi mais por surpresa do que autocontrole que eu não o repeli

                                    Ele estava escondendo a cabeça na dobra de meu pescoço. Eu o afastei um pouquinho

                                    - Sei que você sofreu – Falei – Mas não quero que você se esconda

                                    Ele olhava para o nada

                                   - Eu sei que tem alguma coisa perturbando meu revoltado favorito – Disse eu. – Ou seja, você

                                    - Não é nada com que você tenha que perder seu tempo – Disse ele.

                                    - Confie em mim – Falei. – Você é único, o único que pode me contar o que está acontecendo.

                                   Ele riu e depois suspirou.

                                   - Minha mãe – Começou ele por fim -  Ela enlouqueceu, não estou querendo dizer loucura rotineira que mães tem

                                  - Então qual é? – Falei.

                                  - Ela ri por horas seguidas , depois chora por mais horas sem fim e quando come, acaba vomitando tudo, mas mesmo assim ela come com vontade – Explicou ele.

                                  - Isso explica o porquê que você anda tão inquieto ultimamente – Falei.

                                   - E quando ela dorme, acorda totalmente quebrada – Continuou ele – Ela dorme, mas seu sono não tem descanso; não revigora.

                                   - Deve ser horrível – Falei.

                                  - É horrível – Disse ele tristemente - Ela ficou assim depois de uns dias que se trancou em seu quarto, depois que minha família quis que ela abrisse mão da fortuna e a deixasse no banco, mas assim qualquer um que tivesse nosso sobrenome poderia ir lá e obter parte ou toda a fortuna

                               Eu podia ver as chamas de raiva em seus olhos, seus lindos olhos castanhos.

                                - E eu vou lá quase que todos os dias para ver se ela melhorou – Disse ele. – Mas os médicos dizem sempre a mesmíssima coisa: “não houve nenhuma mudança significativa”

                                Sua beleza não estava só em sua aparência física, mas também em seus atos, quem teria coragem de ir ver a própria mãe nesse estado todos os dias? Tem que ser forte para conseguir fazer uma coisa como essa.

                                 - Mas isso leva tempo – Falei. Tem que ser feito calmamente

                                 - Você tem que se acalmar – Falei.

                                 - Meu desejo secreto – Disse ele.

                                 - O que? – Perguntei com cautela.

                                 - Meu desejo secreto sempre foi ter alguém que me escutasse e não se importasse se eu desabafasse todos os dias – Disse ele. – Alguém que me ouvisse de verdade

                              Então eu estava satisfazendo os desejos secretos em seu coração...e nem  reparei?  O caso dele é diferente, sua família e seus pais, acho que fica difícil parar e falar com alguém quando se é membro d uma família dessas...

                              Se eu realmente queria faze-lo se acalmar, eu teria muito a fazer, começando a deixar seu passado limpo.

                              - Feche os olhos – Pedi.

                              Ele fechou os olhos.

                              Eu o abracei e fiquei ouvindo seu coração voltar á bater em seu ritmo normal, é incrível o poder de um abraço... aquilo que lhe atormentava no passado; seus demônios, estavam sendo expulsos de seu passado, será que eu posso usar a palavra “exorcizados”?

                            Os sentimentos são algo tão puro, que se você conseguir despertar qualquer um deles no coração de alguém, acredite... você já está fazendo essa pessoa ser um pouco mais pura e quão mais forte o sentimento for, mais puro a pessoa se sentirá.

                              Não sei bem o que eu estava despertando em Félix, só sei que eu estava fazendo ele se sentir puro novamente. Eu não deixaria ele negar que sua família era fria e sem amor, mas eu também não deixaria ele se esconder disso.

                               Eu o soltei

                              Ele parecia tão melhor, talvez até parasse que ser um rebelde revoltado com tudo e todos.

                              - Viu? – Falei. – Você já está melhor.

                             - Graças á você – Respondeu ele

                             - Obrigada – respondi.

                             - Você é perfeita – Disse ele

                             Como eu já disse e volto á dizer: o conceito de “perfeito muda de pessoa para pessoa”

                               - Ninguém é perfeito – Retruquei

                               - Você é a exceção - Rebateu Félix

                               Eu sorri

                               E o abracei, entrelacei meus braços em volta de seu pescoço e ele passou os braços pela minha cintura e então nós nos aproximamos.

                              Mais

                              Mais

                              Até que ele beijou-me

                             Seu beijo era simples, porém apaixonante.

                             Quem diria que um abraço tem tamanho poder...


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Notas finais do capítulo

Eu quero rewiws
Muitos deles
comentem o quanto quiserem, eu não ligo.
Comentem muito
Bjus e até o next cap
Mel, Félix e Sam estão mandando lembraças, beijos e abraços
Até o next cap



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