Aqui estava eu, sentado em uma cadeira e entediado... Muito entediado... Quando ouço um alvoroço vindo do corredor:

Me larguem! – Exigiu uma voz feminina. – Vocês não entendem, ele não é o que parece!

E então vejo dois guardas; um de cada lado de uma garota, talvez uns quatorze anos... Cabelos pretos e olhos castanho-escuros e eu mal podia ver suas íris. As mãos dos guardas estavam muito bem cravadas em seus braços. Suas roupas... Ou estavam rasgadas em certos pontos ou manchadas com algum liquido vermelho... Era sangue!!!

- O que está acontecendo? – Perguntei levantando-me.

– Esta jovenzinha foi encontrada vagando por ai e estava carregando isto – Contou-me um terceiro guarda erguendo uma adaga de porte médio.

– Como se chama? – Perguntei me aproximando.

Ela me olhava ferozmente...

– Sugiro que responda – Disse um dos guardas.

Ela se debateu, conseguido livrar-se dos guardas, deixando á mostras as marcas em seus braços deixadas pelos guardas. Eles tentaram segura-la novamente, mas eu os impedi.

–Tudo bem – Falei para os guardas.

Ela se endireitou e os braços cruzou á frente do peito.

– Me chamo Helena – Disse ela séria.

– Olá Helena, sou William – Apresentei-me.

–É... Eu fiquei sabendo – Disse Helena.

Tuuuudo bem... Seu semblante estava seríssimo... o que foi que aconteceu com você, Helena?

– Venha – Falei.

– Aonde vai me levar? - Perguntou.

– Á Algum lugar onde possa se lavar e vestir algo mais... Confortável - Pela expressão em seu rosto ...todo cuidado é pouco...da minha parte...obviamente.

Levei Helena á um dos quartos e á avisei que o jantar seria servido ás 7 da noite, deixei-a em seu novo “aposento” e rezei para que ela não tivesse nenhuma ideia e resolvesse... Escapar. Fiquei torcendo para que isso não acontecesse, pois quando eu tinha uns sete anos, eu mesmo já fugi, claro que não pode ser pela porta da frente... Seria tão obvio. Mas ninguém falou sobre não fazer uma corda com os lençóis, usar a videira que tem ao lado da janela do meu quarto ou as inúmeras passagens secretas que tem pelo castelo, mas não conte á ninguém, elas não são usadas á anos... Mas como eu sou muito curioso...achei um monte delas...

Ás sete em ponto eu já estava sentado á mesa, junto á meu pai e minha irmã... minha mãe? Ah! É que... ela morreu quando eu era pequeno... e esse assunto meio que foi banido para sempre daqui...pelo meu pai.

Helena estava magnifica, linda... seu vestido era simples, porém lhe caia muito bem: era branco perolado , com um cinto que fazia um laço em um dos lados (N/A: eu estava lá procurando um vestido para tal ocasião, quando eu achei esse daqui que é nada a ver , mas eu achei que o Will iria gostar: http://www.google.com.br/imgres?q=vestidos+com+saia+rodada&hl=pt-BR&biw=1440&bih=805&tbm=isch&tbnid=7SI74nO4iR8tZM:&imgrefurl=http://manequim.abril.com.br/noiva/trajes/daminhas-e-pajens/daminhas-e-pajens-roupas-e-acessorios-15.shtml%3Fpag%3D15%26fil%3D-78-&docid=XXumvAg0PjnMyM&imgurl=http://manequim.abril.com.br/noiva/imagem/trajes/daminhas-e-pajens//zoom/611_daminha-de-casamento-vestido-dourado-laco-xantungue-saia-rodada-tie-kids.jpg&w=800&h=1079&ei=3utoT6_3LYrctgf8-cnoCA&zoom=1&iact=hc&dur=122&sig=116469370198153887088&page=1&tbnh=139&tbnw=110&start=0&ndsp=29&ved=1t:429,r:28,s:0&tx=156&ty=134&vpx=1204&vpy=165&hovh=261&hovw=193)

Seu cabelo estava solto, caindo por sobre os ombros. Agora eu podia ver seu rosto como realmente era, e vou lhes dizer: seu rosto era delicado com um toque de “eu sou o fogo, você quer ser a gasolina?” Resumindo... Ela parecia uma flor do Nilo... uma flor do Nilo com espinhos...

Helena sentou-se a minha frente, ao lado de minha irmã. Olhou-me pra depois sorrir, mas esse sorriso logo desapareceu dando lugar á uma expressão preocupada e inquieta.

– Você deve ser Helena – Disse meu velho pai. – A jovem que aqui chegou hoje.

– Exatamente – Respondeu Helena.

Não sei o porquê, mas isso fez meu pai sorrir, ele não sorria desde... Desde que mamãe... Você sabe...

Jantamos conversando e até... rindo...incrível...

Cada um foi pra seu aposento naquela noite, eu? Eu fiquei divagando sobre como uma só pessoa possa ter trazido alegria e me deixado preocupado... em um só dia...

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Salto no tempo, quanto tempo? Três meses... Três meses depois...:

Eu e Helena éramos como... Melhores amigos e aos poucos eu consegui descobrir alguns de seus segredos, como por exemplo: seu passado não era um dos mais tranquilos, ela perdera um irmão mais novo e seus pais para um tal de Modor, que agora estava caçando ela por ai, mas eu sei que aqui ela estará segura. Ela gosta de ler, cavalgar e andar sem rumo... e claro: é uma ótima guerreira, ela se move com agilidade e graça, nunca vi alguém que lute como Helena...

Eu estava andando pelos corredores até que vi Helena parar em um deles , segurando sua adaga e olhando para o nada...fora do ar. Eu me aproximei e quando ela me notou, encostou as costas contra a parede.

– Ah...oi – Disse-me ela.

– Oi...o que está fazendo aqui? – Perguntei. – Sabe que este é um dos corredores mais afastados e menos vigiados.

– Ótimos para por os pensamentos no lugar e poder ficar só – Disse ela em resposta. – Sabe...ás vezes é bom não ter que se preocupar com ser vigiada 24 horas por dia.

Isso vem ficando cada vez mais comum nas últimas semanas... isso não é bom...

O inverno estava ficando mais rigoroso e Helena...ela estava com um simples vestido...

Do nada me sai uma barata, Helena arregalou os olhos quando ela veio em nossa direção e soltou um gritinho e depois pulou em meu colo, eu nada pude fazer além de agarra-la, sua pele estava gelada e eu a estava esquentando...

Ela estava sem reação e eu estava quase rindo , fala sério...é só uma barata (N/A: não liguem para Will, eu apoio a Helena, afinal...eu sei o que é ter puro nojo de Baratas)

– Ei – Chamei. – Helena?

– O que? – Perguntou ela sem tirar seus olhos para onde a Barata tinha fugido de seus gritos

Hoje era seu aniversário e eu queria fazer algo especial , mas sempre fui péssimo para presentes e ela sabia disso...eu acho...

Seu aniversário de quinze anos...quinze...era uma data especial...então tinha que ser um presente especial...

No fundo da minha cabeça, bem lá no fundo mesmo eu comecei a ter uma ideia... não sei se ela sente o mesmo ... mas eu tenho que tentar...

Ela nem me percebia, então eu a coloquei no chão e passei meus braços por sua cintura, ela ainda sem reação, fui chegando mais perto...mais perto... mais perto... até que eu a beijei. Só o toque que eu lhe proporcionei foi o bastante para que ela se desse conta de que eu ainda estava ali...

Ela me olhava como se não acreditasse no que havia acontecido...

– No que está pensando? – Perguntei.

– Modor – Respondeu ela. – Estou pensando em me entregar, assim ninguém além de mim sofrerá.

Como é que é?... Que ridículo...

– Não se renda - Falei. – Se render é para os fracos.

Ela pareceu considerar o que disse...por um segundo

– Ele não pode fazer você sofrer. Não mais – Falei.

– É...você tem razão – Disse ela.

Helena não era mais aquela garota de três meses atrás, violenta e que não confiava em ninguém... Ela havia mudado...leves detalhes...mas que para mim fazia toda a diferença...

Novamente eu a beijei e ela correspondeu... ela CORRESPONDEU...alguém me belisca...isso é real?

Ela passou seus braços por meu pescoço, enterrando suas mão em meus cabelos , me levando para mais e mais perto dela...como se isso fosse possível...

Eu a encurralei contra parede , minha mente vagava enquanto meus olhos percorriam seu corpo...seu corpo perfeito...

P.O.V Helena:

Will...estava mesmo acontecendo , eu e ele... em um beijo...que parecia nos consumir...pouco a pouco...

Ele beijou meu pescoço e eu me arrepiei...

Calmamente...a cada beijo ou vez que lhe mordiscava os lábios, Will ia me devolvendo a pureza que um dia fora minha. Modor costumava dizer que eu era pecadora e divina, por isso eu tinha que ser destruída...

Ah minha nossa... se existem sete pecados capitais... então eu estava beijando o oitavo pecado...Busquei seus lábios de forma urgente, despejando neles tudo o que estava sentindo .Will pegou uma de minha pernas e me levantou do chão, batendo-me contra a parede... Maravilhosamente único...

De seus lábios verte mel

Nenhum de nós dois estava no controle, era deixar rolar...o que viesse pela frente...

A cada toque seu , parecia que eu queimava cada vez mais, por onde ele tocava minha pele, deixava rastros de fogo, quentes demais para serem ignorados, eu tinha que me afastar dele, eu não conseguiria resistir muito mais tempo...

Seus lábios nos meus eram urgentes, nossas línguas brincavam...juntas...eu já havia bagunçado todo o seu cabelo e ele já havia amassado todo o meu vestido...mas numa hora dessas...quem é que liga para isso?

Doce veneno, percorrendo minhas veias...a pouca inocência que ainda sequer existia em mim...a ele eu entregaria...a balança estava voltando a equilibrar-se, violência e paz se harmonizaram; se reconciliaram, Modor, mais conhecido como: meu demônio particular, já não mais existia, foi exorcizado, nossas máscaras caíram, revelando nossas verdadeiras belezas, revelando que realmente somos.

Will era um mistério, que eu um dia iria desvendar... sim ,eu iria...

O beijo se aprofundou, meus pulmões clamavam por ar e eu me amaldiçoava por ser dependente dele para sobreviver, quando paramos para respirar...seus olhos brilhavam... ele recomeçou beijando minha bochecha e pescoço, depois indo para minha boca, novamente éramos fogo e gasolina , explodindo ao menor toque um do outro.

– Me mostre como é que se faz – Disse ele com aquela voz rouca e sexy. – Em mim você pode confiar.

Eu o beijei com ainda mais urgência do que quando ele havia pressionado seus lábios contra os meus.

Agrade-me... sim... ele estava fazendo direitinho...

Controle-se – eu dizia a mim mesma. Mas com Will, quem é que consegue? Eu posso resistir á muitas coisas, mas não á ele. Bonito e perigoso, do jeitinho que eu gostava...agradando-me...tanto...

Beijávamo-nos enquanto andávamos, as vezes andando , as vezes correndo, até chegar em seus aposentos. Trancamos a porta e nos jogamos na cama, eu não sabia que ser pecadora era tão bom, passei minhas mão por suas costas levando sua camisa junto, enquanto suas mão passavam pelo lado de meu corpo levando o vestido com elas...

Daí por diante...acho melhor eu poupar detalhes...

P.O.V Will:

Feliz aniversário, Helena. Tomara que agora você saiba o que sinto por você.

Eu quero satisfazer seus desejos secretos que há em seu coração...

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I want to reconcile the violence in your heart
          I want to recognise your beauty is not just a mask
          I want to exorcise the demons from your past
          I want to satisfy the undisclosed desires in your heart