Destino escrita por Fe Neac


Capítulo 52
Capítulo 52 - A Grande Batalha


Notas iniciais do capítulo

Yo minna!! Em primeiro lugar, quero agradecer a todos os lindos que me deixaram review! Segundo, agradecer à Lara-chan por betar o capítulo para mim.
Capítulo cheio de ação, que deu um baita trabalho pra escrever...
Boa leitura!
Obs: Eu não coloquei nenhum link na fic... Conferindo aqui não vi nenhum mas, se aparecer, é loucura do nyah, então ignorem por favor.



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– Droga... Eles não são muito fortes, mas estão em grande número! – Yoruichi reclamou, enquanto atravessava um soldado com sua espada.

– De fato – Urahara respondeu, desviando de um golpe. – Nossas chances não são as melhores.

Estavam de costas um para o outro. Aquela era a melhor estratégia, já que permitia que as retaguardas de ambos ficassem protegidas, evitando ataques surpresa.

– Precisamos de reforços – disse, olhando para um lado. – De onde estamos, acredito que seja relativamente fácil chegar até Hisagi-san. Talvez, se nós lhe dermos cobertura, ele possa ir em busca de ajuda e...

– Você não pode estar falando sério! – replicou. – Mesmo se nós chegarmos até Hisagi-san e lhe dermos cobertura para que ele vá em busca de apoio, você acha mesmo que vamos resistir até que a ajuda chegue?

– Eu não sei, Kisuke! Eu apenas estou tentando pensar numa estratégia! – respondeu, angustiada. – O que você acha?

– Tudo o que podemos fazer é aguentar bravamente e matar o máximo de soldados que pudermos – disse, quase sem fôlego, enquanto cravava a espada em outro inimigo e se aproximava novamente da esposa. – Serei sincero: a situação é insustentável. A esta altura, só um milagre poderá nos salvar!

– Por Kami! – a morena exclamou repentinamente. – Eu não posso acreditar!

– O quê? – perguntou, curioso com a surpresa contida na voz da esposa. – O que está acontecendo?

– Um milagre... – balbuciou, estupefata demais para dizer qualquer outra coisa.

Virou-se para ver ao que a mulher se referia, e foi a sua vez de se surpreender: sete dos mais fortes soldados do esquadrão Shinigami vinham em seu auxílio. Viu Kaien impedir Kira de atingir o príncipe, e então observou seu velho amigo Zaraki Kenpachi se aproximar.

– Zaraki! Mas como... – começou a perguntar, mas o outro o interrompeu, cortando um Schiffer com sua espada.

– Achou que eu ia deixar toda a diversão para você, Urahara? – perguntou, rindo alto e cortando outro soldado. – Sem chance! Há muito tempo a minha lâmina está clamando por sangue, e hoje, finalmente, eu poderei banhá-la com o sangue destes bastardos!

Em seguida, o espião dos Kurosaki se atirou em direção à batalha, matando inimigos indiscriminadamente, com um grande sorriso no rosto.

Pela primeira vez desde que os inimigos se revelaram, o comandante sentiu alguma esperança de vencer a batalha. Só a chegada de um aliado como Kenpachi já seria capaz de levantar o moral de qualquer guerreiro, mas o significado da presença daquele homem e dos demais Shinigamis era ainda mais animador: significava que, de alguma maneira, o exército estava ciente daquela batalha, e o reforço estava a caminho.

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– O que vocês estão fazendo aqui? - Ichigo perguntou, olhando para Kaien.

– Zaraki chegou no ponto de encontro ontem e nos avisou que havia sido descoberto – o jovem respondeu. – Para nossa sorte, eles não eliminaram Kenpachi quando souberam de sua traição, o que permitiu que ele descobrisse a nova estratégia do exército inimigo: uma emboscada contra o grupo principal, mais precisamente, contra você, seu pai, o comandante e sua esposa.

Kaien parou de falar por um instante para se defender do golpe de um dos inimigos. Após atravessá-lo com sua espada, voltou-se novamente para o príncipe.

– Tsc... Se matarmos todos assim tão facilmente, esta guerra já está ganha... – o moreno comentou com sarcasmo. – Mas onde eu estava? Ah, sim! Quando os outros líderes do esquadrão souberam o que os Schiffer pretendiam, nos enviaram para auxiliá-los. O resto das tropas está a caminho. Ainda bem que conseguimos chegar antes que vocês sofressem muitos danos! – concluiu, com um sorriso.

– Bem... Infelizmente, os outros não escaparam, Kaien. Eles foram mortos. Somos os únicos sobreviventes do nosso destacamento.

Ao ouvir as palavras do príncipe, o jovem empalideceu.

– Não é possível! Todos estão mortos? Meus companheiros do esquadrão... – de repente, segurou o ruivo com força pela camisa, angustiado. – E Rukia? Onde está Rukia?

– Acalme-se! – exclamou, incomodado com a atitude do rapaz. – Ela está em segurança, no castelo. Acha mesmo que permitiríamos que ela colocasse sua vida em risco novamente? – perguntou, e, com um tapa, fez o outro soltar sua camisa.

– E ela aceitou? – perguntou, incrédulo.

– Ela não teve muita escolha, já que Urahara e Yoruichi ordenaram expressamente que ela ficasse no castelo.

– Ichigo-san, você conhece a Rukia há um bom tempo, não? – o ruivo assentiu. – Você realmente acredita que ela obedeceria tal ordem? – perguntou, surpreendendo o rapaz. – Deixe isso pra lá. Ao menos, até onde sabemos, Rukia está em segurança no castelo. Só espero que ela fique longe da confusão desta vez.

Ichigo permaneceu em silêncio. Não sabia o que responder. Quando finalmente começou a falar, foi interrompido pelo ataque do soldado com quem lutava quando Kaien apareceu.

– Parece que você tem companhia – o jovem falou, e então alongou os braços. – Bem, já que está ocupado, conversaremos depois. Eu também tenho alguns assuntos pendentes com aquele cara ali – continuou, apontando Kira. – E ele já está tentando sair de fininho... Com a licença de Vossa Majestade – disse, e ao mesmo tempo fez uma mesura exagerada.

Correu rapidamente atrás de Izuru que, com efeito, tentava sair ileso do meio da batalha. Mas Ichigo não prestou atenção. Enquanto retomava a sua própria, havia apenas um pensamento em sua mente: Rukia.

Céus! Agora que Kaien mencionara, parecia tão óbvio que ela jamais obedeceria àquelas ordens! Como pudera não perceber esta simples verdade? A única explicação era que seu medo de perdê-la e o alívio de acreditar que ela estaria em segurança o haviam cegado, fazendo com que esquecesse momentaneamente da coragem e impetuosidade de sua noiva.

“Rukia... Ao menos uma vez, pense em você e em sua segurança! Você sempre coloca os outros à sua frente: foi assim quando salvou Inoue, foi assim quando Renji a sequestrou, foi assim quando Kenpachi lhe pediu que entregasse aquela mensagem ao meu pai. Para proteger os que estão ao seu alcance, você se arrisca sem pestanejar, e isso me angustia! Eu não quero que você corra mais perigo, nenhum de nós quer. Deixe-nos protegê-la, ao menos desta vez! Por favor, não venha!”, pensou, enquanto voltava a atacar o oponente com sua espada.

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Andando apressadamente, Kira Izuru tentava se afastar da confusão. Olhou para o lado e estremeceu ao ver o recém-descoberto espião Zaraki Kenpachi cortar um soldado de cima a baixo. Por mais incrível que pudesse parecer, o pequeno grupo de Shinigamis estava levando a melhor naquele combate. Isso significava que, em breve, o rei Ulquiorra mandaria o restante de seu exército, que era formado em sua maioria por soldados do antigo reino Kuchiki, liderados por alguns dos mais fortes guerreiros do reino Schiffer.

Ao olhar para frente, quase trombou com uma figura muito conhecida, e um grito involuntário saiu do fundo de sua garganta, fazendo o outro homem sorrir.

– Estava planejando ir a algum lugar, Kira-kun?

– Shiba Kaien – disse friamente, recuperando-se da surpresa. – Estava apenas me afastando daquela bagunça ali atrás.

– Hum... Tem que tomar cuidado ao fazer este tipo de coisa, meu caro. As pessoas podem pensar que está com medo e tentando fugir...

– Medo? Eu não sou o tipo de homem que se acovarda diante de uma batalha! Acho muito bom que tenha me seguido até aqui, Kaien. Assim poderemos terminar o que começamos há poucos minutos! – respondeu altivo, enquanto desembainhava sua espada.

– Nada me faria mais feliz, Kira-san – retrucou com seriedade, ficando em posição de combate. – Estou pronto. Quando quiser, é só vir.

O loiro partiu com toda sua força em direção a Kaien, que desviou com facilidade. Voltou-se para encarar o inimigo e, ao ver o sorriso que adornava o rosto do mesmo, uma fúria incontrolável tomou conta de Izuru. Quem aquele homem pensava que era?

– Eu estou farto! Farto de todos vocês! Depois de hoje, todos vocês aprenderão uma lição: Kira Izuru não é uma piada! – gritou, enfurecido. – Não permitirei que saia daqui com vida, Shiba Kaien!

Em seguida, avançou com rapidez contra o seu oponente, que se defendeu, mais uma vez. Seus olhos se encontraram, e Kaien pôde ver a sede de sangue estampada na íris de seu adversário.

– Ainda bem que decidiu levar isto a sério. Assim, não precisarei me sentir um covarde por matar um fracote inútil como você!

A fúria do espião dos Schiffer aumentou ainda mais, e os dois homens iniciaram uma batalha mortal.

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Após finalmente derrotar seu adversário, Ichigo olhou ao seu redor, e seu ânimo melhorou diante do que viu: a chegada do reforço havia causado evidente desequilíbrio na batalha, e os soldados que não foram mortos bateram em retirada. A única exceção era Kira, que permanecia em sua batalha particular contra Kaien.

– Kaien não precisa de ajuda?

Aproximou-se dos companheiros, que tentavam recuperar o fôlego e ao mesmo tempo ajudar os feridos.

– Não. Quando me aproximei, ele me mandou sumir dali, pois aquela batalha era dele. Parece que ambos têm assuntos pendentes desde a época do esquadrão – respondeu Ikakku.

– Você está bem, filho? – perguntou Ishin.

– Sim. Nada que um bom descanso não dê jeito. E vocês?

– Estamos bem, com exceção de Rose, que foi ferido na perna, e Yumichika, que teve o braço atingido.

– Bem, enquanto aguardamos Kaien terminar sua batalha, é melhor nós decidirmos o que fazer daqui em diante – Urahara falou, fazendo com que todos o olhassem.

– É uma situação complicada... Não faz mais sentido irmos até o ponto de encontro, tendo em vista que as tropas não irão se encontrar lá – Yoruichi completou.

– Eu acho que deveríamos voltar para o castelo – o príncipe disse, com o cenho franzido. – Estou preocupado com Rukia, minha mãe e minhas irmãs... E se enquanto estávamos aqui lutando as tropas se dirigiram para lá?

– Entendo sua preocupação, mas isso não faria sentido, Ichigo-kun – o comandante respondeu. – Creio que o objetivo principal deles é se assegurar de nossa derrota e...

– Comandante, olhe! – gritou Hisagi.

Todos se voltaram para onde o jovem apontava, e se alarmaram ao ver inúmeros soldados do exército Schiffer aparecendo, alguns a pé, e outros montados a cavalo.

– Seremos massacrados! – gemeu Rose.

– Levante-se e lute como um homem, Rose! Não há nada melhor do que morrer durante uma boa batalha! Seria uma vergonha deixar esta vida chorando como um covarde! – Kenpachi exclamou, com um brilho nos olhos.

– Zaraki tem razão! Levaremos conosco para o inferno a maior quantidade de inimigos que for possível, Rose-san! – exclamou Hirako, que até aquele momento permanecera calado. – Pela nossa honra! – gritou, sacando a espada.

Todos se posicionaram, empunhando as armas e aguardando o ataque, quando uma voz feminina ecoou pelo local, atraindo a atenção de todos.

– Hei! Acho que vocês já tiveram ação demais por um dia... Agora deixem um pouco para nós! – Kuukaku exclamou, surgindo ao lado de Soi Fong e a frente das tropas do reino Kurosaki.

– Avancem! – gritaram as capitãs ao mesmo tempo.

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A cada minuto, a batalha se intensificava. Durante este novo embate, as forças praticamente se igualaram, e as baixas ainda não haviam sido significativas para nenhum dos lados. Yoruichi atravessou um adversário com sua espada e, ao se virar, deparou-se com um sujeito alto e forte, que exibia um sorriso torto e a encarava com óbvio prazer. A morena entrecerrou os olhos e apontou-lhe a espada, mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa ou fazer qualquer movimento, o homem começou a falar:

– Nada como uma mulher que sabe lutar! – começou a andar até ela e, vendo-a adotar uma postura ofensiva, alargou ainda mais o sorriso. – Não acredito que, no meio de todos estes soldados, tive a sorte de poder enfrentar ninguém menos do que Shihouin Yoruichi!

– Não creio que isso seja um fato a ser comemorado, meu caro... – disse, arqueando uma sobrancelha.

– Que falta de educação a minha! Sou Coyote Starrk!

– Obrigada pela apresentação, mas não acredito que lembrarei o nome de todos que eu matar hoje!

– Oh, quanta hostilidade! – exclamou, divertido. – Garanto que sou um homem muito difícil de esquecer, minha cara... Se duvidar, pergunte à sua filha. Somos velhos conhecidos.

– O que quer dizer? – perguntou, com frieza.

– Estou decepcionado... A pequena Rukia não contou à mamãe sobre seus encontros com o senhor Starrk?

– Você! Você é o maldito que tentou sequestrar a princesa! – exclamou ao finalmente lembrar quem era o homem à sua frente.

– Magnífico! Vejo que ela falou de mim! Também sou aquele que a encontrou perdida na mata e lhe deu um acolhedor recebimento junto às tropas dos Schiffer! – riu, vendo a ira transparecer no rosto da mulher. – Parece que finalmente tenho sua atenção, não é, Yoruichi-sama?

– Sim... Certamente, ao final deste dia, terei prazer de lembrar que lhe matei, Coyote Starrk! – gritou, partindo para cima do homem com a espada em punho.

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Ao olhar para o lado, Urahara observou a esposa atacar velozmente um homem alto e corpulento. Praguejou em voz baixa. O que Yoruichi pensava ao partir tão descuidadamente para cima daquele homem? Eliminou o próprio adversário, e em seguida foi em direção à esposa.

– É feio se intrometer na luta alheia, Urahara-san.

O comandante se defendeu do golpe inesperado e, em seguida, virou-se para observar o inimigo.

– Você se defendeu bem, Urahara Kisuke... Não é a toa que é o líder do esquadrão Shinigami. Será uma honra ser aquele que o derrotará! – disse, sorrindo. – Sou Szaiel Apol...

O homem parou de falar quando a espada de Urahara atravessou seu estômago. Olhou surpreso para o oponente, que o encarava com tédio.

– Are, are... Parece que você é do tipo que gosta de conversar. Odeio isso! – puxou a espada com força, o que fez Szaiel tombar ao chão enquanto o sangue jorrava de sua ferida. – Ninguém lhe disse que está no meio de uma batalha, Szaiel-san?

Deu as costas para o inimigo, que tinha o corpo ensanguentado atingido por fortes convulsões, e voltou a andar até a mulher.

– Não se intrometa, Kisuke! – gritou, assim que o viu. – Eu terei o prazer de acabar com esse homem!

– Não pensava em me intrometer, minha querida! – respondeu. – Apenas vim lhe lembrar que não deve aceitar provocação do inimigo. Aqueles que aceitam provocações são os primeiros a perecer no campo de batalha. A ira nos faz ser descuidados.

– Tem palavras interessantes, senhor comandante – Starrk gritou, rindo.

– Outro que gosta de conversar – gemeu Urahara. – Esses são os mais irritantes!

Não fazendo caso da presença de seu marido e superior no esquadrão, Yoruichi correu velozmente até o inimigo e, erguendo a espada, golpeou-o diversas vezes seguidas, mas não lhe causou nenhum dano, já que ele se defendia com tranquilidade em todas as vezes. Não que ele fosse muito forte ou um exímio combatente, o fato era que a raiva da guerreira pelas palavras do homem faziam-na ansiar pelo momento em que o veria tombado, manchando o chão com o seu sangue.

Ao perceber o quanto a raiva desestruturava sua esposa, colocando sua vida em risco, Urahara voltou a falar:

– Yoruichi, vença porque isto é uma guerra, e não há alternativa. E não porque o odeia. Guarde os sentimentos para o momento em que ele tiver sido derrotado. Eu vou entender se decidir lhe pisar a cabeça ou chutar o seu cadáver. Entendido?

Após ouvi-lo, ela endireitou o corpo e respirou fundo, numa tentativa de se acalmar. Realmente, não devia cair na provocação daquele homem. Claramente, esse era o plano: desestruturá-la para que, levada pela emoção, cometesse erros tolos e fosse derrotada. Sorriu para o marido e respondeu:

– Entendido, comandante!

Urahara assentiu e foi em busca de mais inimigos para derrotar.

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– Então, este é o herdeiro dos Kurosaki?

Desferindo um chute no soldado que enfrentava, Ichigo se voltou para descobrir quem era o dono daquela voz.

– Sou Nnoitra Gilga, regente do reino Kuchiki. Estou aqui para derrotá-lo, como um presente para o rei Ulquiorra. Quem sabe ele não permita que eu passe a reger este reino? Estão acabando as mulheres bonitas no reino Kuchiki, e as belezinhas que atualmente esquentam minha cama não conseguem mais me satisfazer – disse, parecendo entediado. – Sou um homem muito exigente! Estou doido para conhecer as damas do reino Kurosaki – concluiu, rindo maliciosamente.

– Não me lembro de ter perguntado qualquer coisa a você – respondeu friamente.

– Que rude! Não gosta de conhecer o inimigo? – seus olhos se estreitaram e um sorriso maldoso se espalhou pela sua face ao ver a impaciência do jovem príncipe.

Neste momento, o soldado que enfrentava anteriormente avançou sobre Ichigo, que deixou de observar Nnoitra por um momento e enfiou a espada no peito do homem.

– Não me interessam suas histórias. Não me interessam seus motivos ou desejos. Vocês estão ameaçando tudo o que amo. Então, não pouparei nenhum de vocês! – exclamou e correu até o homem, atacando-o.

– Veremos quem não será poupado, principezinho...

Nnoitra arregalou os olhos e começou a gargalhar de maneira enlouquecida. O coração latia fortemente no peito diante da emoção de mais uma batalha. Sim, seria delicioso cortar aquele moleque atrevido, vê-lo sangrar até a morte e depois arrancar seu jovem coração, como um presente ao seu soberano.

O regente do reino Kuchiki revidou o golpe, e mais uma batalha se iniciou.

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O combate entre Kaien e Kira já durava muito tempo. Os dois homens estavam cansados e machucados, sendo que o moreno tinha um corte no rosto e alguns arranhões nos braços, e o loiro tinha um corte profundo na altura do abdômen. Qualquer um que os observasse sabia que aquela batalha estava próxima do fim, e era claro quem seria o perdedor. Enquanto lutavam, os dois se olhavam com atenção.

– O que tanto olha, Shiba Kaien? – esbravejou.

– Apenas me perguntando como a família Kira pôde decair ainda mais, Izuru – respondeu sem se abalar. – Vocês sempre foram conhecidos como gananciosos e invejosos. Mas acho que ninguém nunca pensou que eram traidores.

– Eu só estou lutando pelo que é de minha família! Estou lutando para corrigir um erro que foi cometido há muitos anos!

– Suas atitudes, e as de seus ancestrais demonstram que a escolha de Yamamoto não foi um erro! – exclamou. – Nenhum dos Kurosaki ambicionou o controle do reino! Jamais! Pelo contrário, aceitaram com humildade a tarefa de guiar este povo.

– Sim, aceitaram com humildade... – retrucou em voz baixa, para em seguida gritar. – Todas as riquezas e privilégios que deveriam estar à disposição da família Kira!

– Não há maneira de trazê-lo à razão – Kaien suspirou. – Nem sei por que estou tentando. Não é como se eu gostasse de você ou tivesse algum problema em acabar com sua vida.

– Então chega de conversa e lute!

O moreno correu até Kira e suas espadas se chocaram. Pressionou-o, e então o chutou com força nas pernas, o que fez com que o homem perdesse o equilíbrio e tombasse, sua arma sendo arremessada para longe.

– Clemência! – gritou, ao ver que não havia como escapar do golpe de Kaien.

– Levante-se! – ordenou. – Aja como um homem diante da morte, Kira Izuru!

O rapaz se levantou choramingando e, ao ver como ele tremia, o outro abaixou a espada.

– Eu iria me sentir um covarde se te matasse agora. Essa espada foi forjada para matar homens valentes... O que você está longe de ser!

Deu as costas para Kira que, no mesmo instante, puxou uma adaga que estava presa ao corpo e avançou sobre o oponente. Mas, assim que ficou próximo do jovem, a espada do mesmo o atravessou.

– É triste ver como eu o conhecia bem... Sabia que não perderia a oportunidade de me matar a traição. Nem no momento da morte você pode agir com honra, não é? Adeus, Kira. Só posso agradecer a Kami que se encerre em você tão miserável linhagem!

Izuru não lhe respondeu. Na verdade, não parecia estar lhe ouvindo. Apenas esticou a mão, parecendo tentar alcançar alguma ilusão que sua mente agonizante lhe proporcionou.

– Eu... Só queria...

O moreno se inclinou sobre o outro, tentando ouvir a voz que se tornara baixa demais. Neste momento, o loiro usou o que restava de força para cravar sua adaga no corpo do rival, atingindo-o no estômago.

– Argh! – gritou diante da dor lancinante que o atingiu.

Um sorriso maldoso se espalhou pela face de Kira no momento de sua morte, enquanto observava Kaien tombar desacordado ao seu lado.

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O barulho de metal contra metal predominava, enquanto Yoruichi e Starrk se enfrentavam. A luta era mais feroz a cada minuto, e era impossível definir quem seria o vencedor. Durante todo o combate, o homem continuou tentando provocá-la, falando sobre a maneira que Rukia foi tratada no acampamento. Mas as palavras de Urahara armaram uma espécie de escudo em sua mente e em seu coração. Depois que o derrotasse, daria vazão a todo o ódio que crescia dentro de si.

– Está calada, Yoruichi-san... Sabe, sua filha não ficava calada assim, quando nossos homens estavam se divertindo com ela... Você me entende, não é?

A morena não respondeu, apenas apertou os dentes com força e prosseguiu com seu ataque. Sua mente procurava a todo custo por uma maneira de derrotar o homem a sua frente. Ele era mais forte do que ela havia imaginado. Percebendo que não o venceria usando a espada, fez uma rápida manobra e torceu-lhe o pulso, com a única finalidade de desarmá-lo.

– Parece que seu plano não deu certo... Você conseguiu me desarmar, mas a que custo? Afinal, você perdeu sua arma também!

Com um sorriso, Yoruichi se aproximou de Starrk, atacando-o tão velozmente que ele não foi capaz de se defender de nenhum de seus golpes. O homem caiu de joelhos, e colocou as mãos sobre o estômago, enquanto cuspia uma grande quantidade de sangue.

– Mas o que foi isso?

O sorriso de Yoruichi se ampliou quando ele se levantou e tentou revidar. Desviou com facilidade dos golpes que, devido ao seu grande tamanho, eram desajeitados e lentos. Acertou-o com força suas costas e nuca, o que o deixou atordoado.

O homem olhou para o lado e, ao ver sua espada no chão, tentou correr até a mesma, mas a mulher o interceptou na metade do caminho, acertando sua barriga mais uma vez. Abraçou o próprio corpo enquanto se ajoelhava novamente, com dificuldade para respirar.

– Sei que gosta de conversar, senhor Starrk, então vou lhe contar algo... Sobre a minha juventude – chutou as costas dele, o que fez com que caísse deitado, e então se ajoelhou sobre o mesmo, segurando sua cabeça entre as mãos. – Graças à minha habilidade e velocidade, em minha terra natal, era chamada de Deusa do Relâmpago! Você podia estar levando a melhor e até ter me ferido com a espada, meu caro. Mas de mãos limpas, ninguém neste exército é capaz de me vencer!

Então, moveu rapidamente as mãos, quebrando o pescoço do oponente. Levantou-se e, sem pestanejar, desferiu diversos chutes no corpo do homem, até que se acalmou.

– Isso foi por tudo o que disse sobre a minha filha, seu verme imundo! – exclamou, em seguida dando as costas para o corpo e retornando para a batalha.

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Ichigo respirava com dificuldade enquanto era constantemente atacado por Nnoitra. A velocidade do homem era muito superior à sua, chegando mesmo a parecer que ele tinha seis e não apenas dois braços.

– O que foi, príncipe? O que aconteceu com o homem que não ia me poupar?

– Cale a boca!

Correu em direção ao homem a fim de pressioná-lo, mas ele o deteve com irritante facilidade. Tentou mais uma vez atingi-lo e, para sua frustração, com um movimento rápido o regente do reino Kuchiki fez com que sua espada voasse, parando a alguns metros dos dois. Em seguida, o atingiu no ombro, o uma grande quantidade de sangue jorrou da ferida.

– Maldito! – gritou, mal conseguindo respirar devido à dor.

– Moleque idiota – gritou o outro, e então o chutou com força, o que fez o jovem cair deitado no chão. – Toda aquela sua conversa sobre “proteger o que amo” me irritou!

Pisou com força o ombro machucado do rapaz, que não pôde evitar outro grito.

– Você é patético! – chutou-o. – Quase chego a pensar que não é digno da minha espada... Mas, como se trata de um presente para o rei Ulquiorra, eu o matarei, mesmo sendo tão ridículo. Mas me diga, príncipe: tem alguma mulher que você ame aqui neste reino?

Ichigo estreitou os olhos e apertou os dentes, sentindo a ira crescer dentro de si. Se este homem ousasse falar de Rukia, não responderia pelos seus atos!

– He... Pela sua reação, parece que sim! Qual é o nome dela, príncipe? Diga, vamos! Terei muito prazer em fazer dela a primeira a esquentar minha cama neste reino!

Enraivecido, Ichigo desejou poder levantar para apertar o pescoço de Nnoitra até matá-lo. Entretanto, no instante em que se preparava para saltar sobre o outro, as palavras que Rukia lhe dissera na primeira vez em que treinaram juntos surgiram em sua mente, como se viessem de muito longe:

É muito bom saber o manejo da espada, mas sem uma mínima noção de luta corpo a corpo você se tornará um inútil assim que perder a espada. Precisa saber ao menos o necessário para se virar e recuperar a katana, caso a perca.”

Era isso! Precisava usar o que ela lhe ensinara, e recuperar sua espada. Só assim, sairia daquela desvantagem.

– Não vai mesmo falar o nome? – perguntou com sarcasmo. – Bem, outro dirá! Adeus, príncipe! – exclamou.

Baixou a espada para cravá-la no corpo de Ichigo, mas o jovem o atingiu com uma rasteira, derrubando-o, para, em seguida, rolar o corpo, apertando os dentes quando seu ferimento reclamou. Mas precisava aguentar, não podia morrer ali. Prometera a Rukia que voltaria, que não permitiria que nenhum Schiffer o atrapalhasse em cumprir sua promessa de se casar com ela. Perder não era uma opção.

Ao alcançar sua espada, inspirou profundamente, e começou a se levantar. Ainda estava arqueado quando percebeu que Nnoitra estava em pé atrás dele. Num movimento rápido, girou o corpo e sua espada atingiu o inimigo. Sua força não foi suficiente para decapitá-lo, nem mesmo para fazer com que a espada se enterrasse em seu corpo. Mas fora forte o suficiente para fazer uma ferida profunda no corpo do homem, e a sorte, ao seu lado, quis que este corte atingisse seu inimigo justamente na jugular.

Nnoitra levantou aturdido e levou uma mão ao ferimento, apertando-o numa tentativa de estancar o sangramento. Como podia perder daquele jeito? A vitória estava praticamente em suas mãos! Deixou a espada cair, e logo seu corpo também trilhou o caminho até o chão, enquanto ele tentava, desesperadamente, fazer o sangue parar de jorrar do seu pescoço.

Ichigo não estava em melhor estado, mas ainda assim, o ruivo se aproximou do oponente e segurou a espada com as duas mãos.

– O... Nome dela... – disse, quase sem fôlego. – É Rukia! – gritou, enterrando sua arma no peito do inimigo, por fim garantindo que a vida de mais um Schiffer chegasse ao fim.

Caiu ajoelhado, e percebeu que uma grande quantidade de sangue saía de seu machucado. Ao constatar que seu ferimento era muito grave, começou a pensar em como teria forças para retornar à batalha.

– Então matou Nnoitra. Devo lhe dar os parabéns – uma voz disse, sem emoção. – Bem, eu já estava achando que era hora de encontrar outro regente para o reino Kuchiki.

O príncipe levantou a cabeça, e seus olhos se encontraram com os olhos verdes de um homem pálido e magro, que era escoltado por um homem alto e forte.

– Eu sou o rei Ulquiorra – disse o homem de cabelos negros. – Agora, por favor, você poderia... Morrer?

Ergueu rapidamente a katana, pronto para desferir no jovem um golpe mortal. Ichigo apenas fechou os olhos e manteve a cabeça erguida. Estava consciente de que não havia meios de escapar, e não se acovardaria diante da morte. Que todos soubessem que os Kurosaki viviam com orgulho e morriam com orgulho. Todavia, ao invés de sentir a lâmina que ceifaria sua vida, ouviu apenas o som de metal se chocando contra metal.

Abriu os olhos e viu que, à sua frente, não estava mais o rei Schiffer, mas sim um pequeno guerreiro, que empunhava uma espada branca que ele rapidamente reconheceu.

– Não! – exclamou, com desespero, mas o guerreiro não lhe deu atenção.

– Rei Ulquiorra – disse uma voz forte. – Me parece injusto que tantas vidas pereçam em prol de sua ganância ou para defender este reino. Portanto, tenho uma sugestão a fazer.

O soberano dos Schiffer elevou uma das sobrancelhas, enquanto um sorriso pequeno e frio apareceu em seu rosto. Ao ver que ele não parecia disposto a lhe dizer nada, o guerreiro prosseguiu:

– Eu sugiro que este combate seja decidido pela realeza. Assim, os verdadeiros interessados colocarão suas vidas em risco, e nenhum inocente precisará perecer.

– Você é mesmo atrevido, não? – disse, olhando a figura à sua frente com desdém. – Eu estava prestes a fazer isso, quando ocorreu sua intromissão. Se não sabe, este homem atrás de você é Kurosaki Ichigo, herdeiro do reino Kurosaki. A morte dele colocaria um ponto final à guerra.

– Eu sei bem quem ele é – respondeu. – Mas, embora saiba que ele teria imenso prazer em ser aquele que tiraria sua vida, receio que eu tenha que reivindicar este direito!

– O que pensa que está fazendo? Você nem deveria estar aqui! – Ichigo exclamou, tentando se levantar.

– Fique parado! – exclamou e então arrancou a capa, revelando-se aos olhos de todos. – Ichigo... Eu não espero que nenhum de vocês entenda, mas isto é algo que eu preciso fazer!

– Uma mulher? – Ulquiorra disse, com voz elevada. – Você quer me enfrentar, mulher?

A voz alterada do rei Ulquiorra e a presença daquele pequeno guerreiro haviam silenciado o campo de batalha, atraindo a atenção de ambos os exércitos.

– Sim! Eu sou a pessoa que tem maior interesse em travar esta batalha.

– Sério? Então me diga, jovem: quem é você?

– Sou a herdeira legítima do trono Kuchiki! Eu sou... Kuchiki Rukia!


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Notas finais do capítulo

A batalha final se aproxima... E o final da fic também.
Queridos, estarei aguardando ansiosa pelos seus reviews... Quero agradecer a todos que sempre acompanham e comentam, e dizer que senti falta de alguns leitores no capítulo passado. Apareçam seus lindos, e deixem aqueles reviews incriveis que deixam esta autora baka muito feliz, onegai!
Tentarei postar o mais breve possivel, mas não prometerei prazos... Desculpem por isso. Mas estou tentando caprichar bem nestes ultimos capitulos, sem contar que as férias acabaram para a minha beta, o que a deixa quase sem tempo disponivel...
Bjokas!