Urahara encontrou Rukia sentada em uma pedra à porta da oficina. Tinha um pedaço de um galho de arvore na mão, o qual utilizava pra escrever algo na areia. Tinha uma expressão desanimada no rosto. Não gostava de ver sua filha daquele jeito. Mas certamente a surpresa que tinha preparado a animaria.

- Yo, minha princesa! Vamos entrar então e ver a espada que o rei encomendou?

- Sim! – disse Rukia, animando-se e levantando – Mas pai, eu estava lembrando agora, que você disse que foi você quem fez a espada do rei. Por que ele encomendou outra?

- Oh, essa é um presente do rei para o filho mais velho. O garoto fará dezoito anos em julho, e o rei quer presenteá-lo com uma espada de verdade. Imagina o meu orgulho ao ser escolhido para fazer o presente de aniversario do príncipe?

- Ele já vai fazer dezoito anos e ainda não tem uma espada? Como pode isso? – disse, surpresa.

- É claro que ele tem uma espada!! Mas não uma forjada por mim. Por isso o rei disse que era hora de ele ter uma espada de verdade! Esqueceu que seu pai faz as melhores espadas do reino? E venha ver que maravilha que esta ficou, certamente, um de meus melhores trabalhos.

Rukia aproximou-se do pai e olhou para a espada. Era deslumbrante. Com um design extremamente elegante, o cabo, a lâmina e a empunhadura totalmente negros, com uma corrente descendo do cabo. Rukia certamente jamais havia visto uma espada como aquela.

- Pai, é... linda! Linda demais! Acho que nunca tinha visto espada assim em minha vida!

- Sim, é um dos meus melhores trabalhos! –disse Urahara, satisfeito. Encarou a filha e então começou a dizer, com um sorriso divertido – Então... Acabou que, “por acidente” eu acabei pegando ferro demais, e, com o que eu não usei pra fazer essa espada, eu fiz isso. – pegou um embrulho – É para você...

Rukia pegou o embrulho, sentindo uma enorme excitação crescer dentro de si quando percebeu a forma de uma espada.

- Isto é... O que eu estou pensando?? – perguntou feliz. Não esperou resposta - Obrigada pai, obrigada – disse, cobrindo Urahara de beijos – Eu queria tanto...

- Ta bem, ta bem. Mas agora veja a espada. Um de meus melhores trabalhos. Fica difícil escolher qual a melhor entre a sua e a do príncipe...

Rukia desembrulhou a espada e ficou olhando, admirada. Sua espada era exatamente o oposto da espada do príncipe. A lâmina, o cabo, a empunhadura, tudo no mais puro branco. Enquanto na outra espada havia uma corrente, na sua uma fita branca caía graciosamente.

- Sabe, fiz sua espada inspirado na lenda da Yuki-onna (mulher da neve). Por isso que ela é toda branca, como a neve...

- Yuki-onna? O que é uma Yuki-onna?– perguntou Rukia.

- Não acredito que sua mãe nunca lhe contou sobre a Yuki-onna. Que tipo de historia ela lhe contava para dormir?

- Histórias de princesa, geralmente – disse Rukia, divertida – embora eu sempre pedisse para ela contar historias de guerreiros. Será que agora pode parar o suspense e me dizer o que é uma Yuki-onna?

- A Yuki-onna é um espírito muito poderoso, que atrai os homens nos dias de nevasca, fazendo com que se percam na neve. Costumam aparecer na forma de mulheres muito belas e jovens. Você se parece muito com elas. – disse olhando para a filha – Sua pele clara, seus cabelos negros, sua feição delicada, seus olhos azuis... Na verdade, se não a tivesse criado, minha filha, eu certamente acharia que você é uma Yuki-onna.

- Pai, ela é perfeita. Eu não poderia imaginar espada mais bonita do que esta, nem nos meus sonhos – Rukia disse, com os olhos cheios de lagrimas. Olhou mais uma vez para o pai, aproximou-se e o abraçou – Doumo Arigatou.

Urahara sorriu e retribuiu o abraço da filha.

- Agora, vá mostrar sua espada para sua mãe e seu irmão.

- Hai! - Disse Rukia, saindo correndo da oficina.