Destino escrita por Fe Neac


Capítulo 43
Capítulo 43 - Movimentação


Notas iniciais do capítulo

Yo minna!! Tudo bem com vocês, seus lindos?
Gente, desculpe pelo atraso na postagem. Só consegui terminar o capítulo esta semana... Estava tão ansiosa pra postar e não deixar vocês na mão, que postei o capítulo sem betagem, mas agora ele já está devidamente corrigido. Agradecimentos à Bloody-chan que, apesar de estar numa correira danada, arruma um tempo para me ajudar. Valeu, amiga!!
Quero agradecer a todos os lindos que sempre me deixam reviews. Muito obrigada! Amo todos vocês ^.^
Ah, quero avisar que os eventos do capítulo são simultâneos, ou seja, estão acontecendo ao mesmo tempo mas em lugares diferentes...
Sem mais, boa leitura!!



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Ishida passou pelos portões da propriedade onde ficava o castelo a toda velocidade, sem se importar com os guardas que tentaram fazer com que parasse para se identificar. Não havia tempo para isso. Desceu do cavalo, dirigindo-se a entrada do salão principal, onde mais soldados aguardavam.

– Preciso falar com o rei! Trago uma mensagem urgente do príncipe!

– Aguarde um momento, irei verificar se Sua Majestade pode atendê-lo e... – um dos guardas começou a dizer.

– Isso não será necessário! – a rainha apareceu repentinamente. – Entre, Ishida-san!

Atendendo rapidamente ao pedido, o rapaz a acompanhou em direção à biblioteca, onde Masaki e o rei estiveram reunidos até o momento em que a rainha ouviu as vozes na entrada do salão.

– Encontraram a minha menina, Ishida-san? – perguntou o rei, preocupado.

– Nós encontramos Urahara-san com facilidade... Ela e o irmão não haviam se distanciado muito do castelo – o rei suspirou aliviado, e Ishida se apressou a continuar o relato. – Entretanto, há uma situação preocupante: parece que Urahara Renji vem nutrindo um amor não correspondido pela irmã há anos. Quando os encontramos, Renji-san tentava fazer com que ela o beijasse. Pelo que pude entender, ele se declarou e, sendo rejeitado, desesperou-se ao ponto de tentar despertar algum sentimento em Urahara-san usando a força.

– Eu sabia! – a rainha exclamou. – Eu senti que havia algo errado! Pobre garota! E pensar que fui eu que a joguei nas garras daquele homem! – desesperou-se, cobrindo o rosto com as mãos, enquanto o rei a abraçava.

– Acalme-se, querida. Não foi culpa sua... Você fez o que achava que devia fazer para proteger o nosso filho – disse, tentando confortá-la. – E onde estão todos agora, Ishida-san? – perguntou ao moreno.

– Não preciso dizer que Kurosaki-sama perdeu a cabeça quando os encontrou daquele jeito. Assim que os vimos, ele saltou do cavalo e correu na direção de ambos com a espada em punho. Fez com que o rapaz a soltasse, deixando-a aos meus cuidados, e uma batalha feroz teve início.

– Meu filho se machucou? Onde está meu filho? – Masaki perguntou exaltada.

– Ele está bem, minha senhora. Nossa preocupação agora é com Urahara-san. Ao ver Kurosaki-sama e o irmão lutando, ela entrou em desespero, dizendo que não podia permitir que nenhum deles morresse. Tentou pará-los, mas eles não a atenderam. Então, extremamente perturbada, ela pegou um dos cavalos e fugiu do local. Percebi apenas algum tempo depois que ela já não estava mais lá. Avisei a Kurosaki-sama, que me mandou vir aqui lhes contar tudo e então saiu à procura dela. Nossa preocupação é com...

– Os Schiffer – Ishin completou a frase. – É uma preocupação válida. Acredito que o primeiro passo seja alertar Yoruichi e Kisuke sobre o ocorrido. Depois, formar equipes de busca e sair à sua procura. Espero que não seja tarde demais.

Andou apressadamente em direção à saída, tendo Ishida e Masaki em seu encalço. Assim que abriu a porta, encontrou a princesa Inoue ali parada.

– Desculpe, Ishin-sama! – disse, rapidamente. – Eu não tinha intenção de ouvir às escondidas. Eu só queria avisar que planejava deixar o reino ainda hoje, e ouvi a voz do Ishida-kun e...

– Não há problema, Inoue-san – respondeu secamente. – Entretanto, temo que não possa permitir que parta hoje. Não fizemos nenhuma preparação para sua viagem, e temos assuntos urgentes para tratar agora.

– Hai... Eu ouvi... – respondeu. – De qualquer maneira, eu acho que seria melhor ficar aqui até saber o que houve com Urahara-san... Eu não queria colocá-la em perigo, mas... Se algo acontecer... Kurosaki-kun precisará de todo o apoio possível e eu...

– Eu tenho certeza de que Ichigo não precisará de seu apoio, Inoue-san – a rainha a interrompeu, em seguida se voltando para o marido. – Querido, é melhor se aprontar, cada minuto que perdemos aqui é um minuto que aquela menina continua em perigo... Se algo acontecer a ela, jamais irei me perdoar... Yoruichi jamais irá me perdoar. Eu não suportaria causar mais dor do que já causei.

– Querida, não é hora para isso, mas você sabe que Yoruichi não a culpa por nada do que aconteceu... E se tivesse enfrentado seu medo, saberia que ela é muito feliz... – beijou-a carinhosamente na testa. – Enquanto estiver no esquadrão, pedirei que Urahara providencie um grupo para fazer sua escolta, Inoue-san. Mas isso provavelmente demorará ao menos uns dois dias – disse olhando para a princesa.

– Está certo... Bem, Ishin-sama, desejo a vocês muita sorte nesta guerra que se aproxima... Não posso falar em nome de meu irmão, mas temo que nossa aliança não possa ser concretizada, já que não houve casamento.

– Tudo bem. Já perdemos alianças importantes antes e sempre encontramos uma maneira de seguir em frente.

– Ishida-kun, por favor, vá verificar os cavalos - disse a princesa. - Quero que esteja tudo pronto, para partirmos assim que nossa escolta chegar.

Ishida olhou para o rei, que o dispensou com um aceno de cabeça.

– Vá, meu jovem. Já fez muito por nós. Nunca poderemos ser gratos o bastante.

– Com sua licença, majestades – disse, inclinando-se.

– Vou me trocar. Se não a vir de novo, adeus, Inoue-san.

– Adeus, Ishin-sama – respondeu, vendo-o se afastar.

– Inoue-san... – a rainha a chamou. – Eu sei que você não é uma pessoa má. Passei tempo suficiente com você para perceber isso. Apenas precisa amadurecer, aprender que há coisas que não podemos controlar, que não se pode ter tudo nesta vida... E entender que seus atos têm consequências. Se algo acontecer a Rukia-san, o sangue dela estará em nossas mãos.

Envergonhada pela reprimenda, a princesa tentou encontrar algo para responder, mas não foi capaz de contestar as palavras da rainha. Com um aceno, curvou-se levemente e então seguiu em direção às escadas, ansiosa por finalizar os preparativos para sua partida.

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Urahara estava distraído em sua sala, verificando algumas mensagens dos diversos informantes que tinham espalhados pelo reino, quando Yoruichi entrou afoita pela porta do escritório.

– Yoruichi? Pensei que havíamos combinado que hoje você ficaria em casa, descansando! – disse surpreso.

Percebendo que ela tremia, levantou rapidamente e foi até a esposa, abraçando-a:

– O que aconteceu?

– Rukia... Rukia está em perigo! Eu não te disse, ainda no outro dia, que estava com um mau pressentimento? Por Kami! Por que eu sempre tenho que estar certa? – concluiu, principiando a chorar.

– Acalme-se! Sente aqui – indicou uma cadeira, e a morena sentou. – Agora, vamos, respire fundo. Numa crise devemos manter a calma, senão, como conseguiremos tomar as decisões mais acertadas? Agora, me conte o que aconteceu.

Yoruichi inspirou profundamente, procurando se acalmar. Seu marido tinha razão. Ele era o lado racional do casal, enquanto Yoruichi era extremamente impulsiva e prática.

– Eu estava em casa... Renji chegou sozinho. Eu fiquei feliz, achei que ele tinha desistido de tentar obrigar a irmã a voltar... Mas então ele me perguntou se Rukia estava ali e eu disse que não – forçou a mente, tentando se lembrar dos detalhes. – Perguntei o que aconteceu e ele me contou uma história muito estranha... De que encontrara uma moça chorando, e que ela disse que Rukia e o príncipe estavam juntos... E que então ela contou isso à rainha, e Masaki a expulsou de lá por ser uma plebeia...

– Isso não parece algo que Masaki-san faria... – disse Urahara, pensativo.

– Primeiro fiquei muito zangada, mas agora que penso direito, também não acredito que Masaki faria isso... – Yoruichi concordou. - Então ele me disse que Rukia desmaiou e ele a trouxe embora... Mas antes de tudo, ele havia me dito que ela havia fugido dele... – suspirou.

– Essa história está muito mal contada... Mas por que você disse que Rukia está em perigo?

– Por Kami, Urahara! Você não pode adivinhar? Rukia está por aí, no reino, abalada psicologicamente, enquanto a cada dia que passa nossos informantes nos enviam mais relatórios de que há soldados dos Schiffer se instalando por aqui! E se ela encontrar com um deles? Ou com uma tropa? Sei que nossa filha é forte, mas o que ela pode fazer contra dezenas de soldados?

– Você tem razão! – Urahara ficou apreensivo. – E o perigo será maior se alguém descobrir que ela é nossa filha!

– Sim... Isso sem contar que... – engasgou, com lágrimas nos olhos. – Bem... Você sabe o que soldados inescrupulosos fazem com mulheres desprotegidas...

– Não vamos pensar nisso... Vamos fazer um plano de ação. Primeiro, vamos montar três grupos de soldados. Entretanto, antes de começar as buscas, acho que é importante que sigamos até o castelo, para obter maiores detalhes do que aconteceu.

– Ir até o castelo? – perguntou, aflita.

– Sei que ir lá traz lembranças dolorosas... Mas se não soubermos o que aconteceu, não poderemos ajudar nossa menina.

– Eu sei... Bem, chame os soldados e monte os grupos. Se não há remédio, iremos até o castelo.

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Largada no chão da barraca do comandante das tropas dos Schiffer, Rukia tentava pensar numa saída. Ele era grande e forte demais, de maneira que, se o atacasse, teria que finalizar tudo num único golpe. Com o canto dos olhos, vasculhou o local em busca de algo que pudesse usar como arma.

Vendo que ele lhe deu as costas para se servir de alguma bebida, levantou-se rapidamente, pegou uma barra de ferro que estava encostado num dos cantos da barraca e o acertou nas costas, com toda a força que possuía no momento. Entretanto, aparentemente, não fora forte o suficiente para o machucar, já que ele se virou e lhe deu um sorriso torto, tomando a arma com força de sua mão.

– Você tem espírito... Embora fisicamente não se pareça em nada com seus pais, obviamente você herdou a personalidade dos dois, especialmente a de sua mãe. É tão corajosa e impulsiva quanto Yoruichi, porém temo que não tão inteligente quanto Urahara – disse, seu sorriso alargando diante da surpresa evidenciada no rosto delicado. – Tenho que cumprimentá-la: você viu a arma, calculou os riscos e aproveitou a oportunidade. Se eu fosse alguém fraco como Kira Izuru, estaria caído no chão e você teria ganhado. Mas você falhou num quesito: avaliar o inimigo. Deveria saber que não me derrubaria com aquilo. Você tem sorte de que eu não tenha nenhuma intenção de lhe fazer mal, garota – disse, oferecendo-lhe um copo.

Aceitou o copo que ele lhe estendia, com algo que parecia ser chá, mas não o levou aos lábios. Ficou apenas observando o homem, com milhares de dúvidas surgindo em sua mente: Ele reivindicara o direito de ser o primeiro a violentá-la e dizia que não iria lhe fazer nenhum mal? Quem era ele? E por que parecia conhecer tão bem seus pais?

– Quem é você? Como conhece meus pais? – perguntou em voz baixa.

– Eu sou Zaraki Kenpachi. Espião de Kurosaki Ishin, infiltrado no exército dos Schiffer. Beba seu chá e tente se recompor, menina. Tenho uma missão para você... – pegando uma pena, começou a escrever algo rapidamente num pergaminho.

– Espere! Eu já ouvi seu nome antes! Você é o homem que ensinou a Ichigo o manejo da espada! – disse, aturdida. – Ele me disse que havia ido embora para o reino dos Schiffer em busca de aventura, pois queria derrotar os fortes guerreiros que havia lá!

– Então conhece o Ichigo, hã? – disse, olhando-a com mais atenção. – Embora não seja muito do tipo professor, eu gostava de ensinar aquele moleque. Ele tem potencial! – divagou. – Mas não pude finalizar seu treinamento, devido à necessidade que o rei tinha de meus serviços...

– Mas você foi embora há anos! Como poderia ser um espião de Ishin-san?

– Embora todos pensem que se trata de um tolo, Kurosaki Ishin é um dos homens mais inteligentes que já conheci, menina. Após os Schiffer dominarem os reinos Kuchiki e Ukitake e matarem toda a família real, Ishin sabia que era apenas uma questão de tempo para que viessem atrás do reino Kurosaki. Então, há três anos, fui para o reino Schiffer e me infiltrei, com tempo suficiente para conquistar a confiança e o respeito do novo rei.

– Três anos? Há exatamente três anos, o rei nos surpreendeu com uma visita. Foi quando meus pais assumiram o esquadrão...

– Assim que o rei dos Schiffer morreu, Ishin começou a se preparar para a inevitável guerra, e o primeiro passo foi reativar o esquadrão de elite do reino. O Esquadrão Shinigami sempre foi conhecido e temido. Foi desativado há vinte anos, quando o líder, pai de Urahara, morreu. Urahara Kisuke, mesmo jovem, era o mais capacitado para assumir a liderança, mas o rei não confiava em seu pai, e preferiu extinguir o esquadrão quando o comandante morreu. Ishin assumiu o trono cinco anos depois, mas só sentiu recentemente que havia necessidade de guerreiros de elite.

Rukia tentava compreender toda aquela história... Nunca ouvira o pai e a mãe falando sobre a família, e descobrir que seu avô fora o líder do esquadrão Shinigami a surpreendeu.

– Por que o pai de Ishin-san não confiava em meu pai? – perguntou, curiosa.

Zaraki apenas a olhou. Aquela história não lhe pertencia e não gostava de falar da vida de outras pessoas. Dando as costas à pequena, voltou para o pergaminho e continuou a escrever sua mensagem.

–Isso é algo que terá de perguntar para seus pais ou para Ishin, garota. Agora descanse, e daqui a pouco falaremos sobre como vamos te tirar daqui.

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Olhando atentamente para todos os lados, Ichigo buscava qualquer sinal da presença da pequena. A certa altura do caminho, as marcas de cascos que seguia desapareceram. Descendo de seu cavalo, ele começara a vasculhar o local atrás de pistas que pudessem levar à localização de sua amada. Percebeu algo de diferente numa das árvores à beira da estrada e se aproximou cuidadosamente.

Assim que ficou ao lado da mesma, pode perceber que aquilo que havia visto se tratava de uma armadilha. Um fio perfeitamente esticado cruzava a estrada, pronto para derrubar ou até mesmo decapitar qualquer cavaleiro desavisado. Devia estar perto de algum dos acampamentos, para que uma armadilha tão traiçoeira tivesse sido montada naquele ponto. Precavido, já havia decidido continuar sua procura a cavalo, quando teve sua atenção chamada por marcas de derrapagem. Claramente, alguém que cavalgava rapidamente havia visto a armadilha e tentado fazer com que a montaria parasse. Investigando o chão, notou pegadas que eram grandes demais para pertencerem à Rukia.

Suspirou. Seguir aquela direção fora um tiro no escuro e, pelo visto, havia pego a trilha errada. Não havia qualquer evidência de que as marcas que seguira até agora eram do cavalo da morena. Pensava que deveria voltar ao castelo e conseguir ajuda para prosseguir com a busca, quando um ponto branco um pouco mais a frente chamou sua atenção. Ao chegar perto, sentiu que o sangue gelava em suas veias: havia marcas definidas de pegadas de ao menos duas pessoas – provavelmente homens pelo tamanho dos pés – e parecia que eles haviam arrastado algo ou alguém por ali. E, numa pedra pontiaguda no meio da estrada, havia um pedaço de tecido que o rapaz identificou como sendo do robe que Rukia vestia.

Sentindo que precisava agir o mais rápido possível, voltou para o seu cavalo, montando-o e andando à margem da estrada, seguindo as marcas que, ele esperava, o levariam ao encontro de sua amada.

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Ainda estarrecido diante das palavras duras e do tapa que sua mãe havia lhe dado, Renji tentava se recompor. Sentou-se no sofá e escondeu o rosto nas mãos. Era tudo sua culpa. No que estivera pensando? Agora, depois que tudo dera errado, não conseguia entender como não havia percebido que acabaria assim. Era tão claro! Ainda que o príncipe não os tivesse perseguido; ainda que Rukia não tivesse acordado; ainda que tivesse conseguido chegar a um local seguro e ficado a sós com sua morena... Mesmo se tudo tivesse ocorrido de acordo com o plano, ela ainda não o amaria. Cego pelo ciúme, não entendeu que era tarde demais. Ele havia perdido a batalha pelo amor de Rukia antes mesmo de ter pensado em lutar.

Agora, devido ao seu descontrole, sua família provavelmente o desprezava, e seria um renegado no reino... E ela estava perdida... Correndo perigo... Podendo até mesmo ser morta. Como pudera ser tão inconsequente?

Levantou-se, sabendo exatamente o que tinha que fazer. Tinha que encontrá-la, rogar pelo seu perdão e zelar pela sua felicidade, mesmo que isso significasse que a perderia. Era melhor vê-la feliz com outro, do que vê-la morta. Se permitisse que um único fio de cabelo fosse arrancado de sua cabeça, teria falhado na sua missão: proteger Rukia a qualquer custo.

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– Entendeu? – Zaraki perguntou algum tempo depois e, diante do aceno positivo da pequena, prosseguiu: - Então, repita.

– Vamos simular que você está me violentando. Eu devo gritar como se minha vida dependesse disso. Fingiremos que eu consegui desacordá-lo com aquela barra de ferro, pois você me subestimou por ser mulher e fraca. Não gostei desta parte – disse, referindo-se ao preconceito do homem. – Sairei pela parte de trás da tenda, seguindo oculta até a beira da estrada, e quando chegar ao reino, deverei entregar esta mensagem ao rei Ishin.

– Isso mesmo – respondeu. – Agora mãos à obra...

Rukia havia vestido uma capa sobre o robe, já que ele não tinha nenhuma roupa que ela pudesse utilizar.

– Venha, morena! – gritou a plenos pulmões, fazendo uma voz falsa de embriaguez. – Agora que já deixei que descansasse um pouco, vou lhe mostrar o que é um homem!

– Não! Não faça isso! Por favor, tenha misericórdia! – Rukia gritava convincentemente.

– Não fique assim! Após provar um pouco do que um homem de verdade pode oferecer, não vai querer se deitar com mais ninguém! E se for boazinha, quem sabe eu não a torne minha amante exclusiva aqui no acampamento? Agora, me beije!

– Não! Socorro! Por favor, não! Não!

Do lado de fora, todos os soldados ouviam, rindo do desespero da morena e muito orgulhosos de seu comandante. Ele mostraria àquela mulher o que um homem Schiffer fazia quando uma vadia se atrevia a enfrentá-los. Os gritos dos dois continuaram por algum tempo e, quando finalmente cessaram, todos acreditaram que a mulher havia desistido e se submetido à violência. Era bom mesmo que ele a amansasse, já que com o espírito quebrantado ela daria menos trabalho quando outros fossem se divertir, pensavam.

Enquanto isso, dentro da barraca, Zaraki ordenou à Rukia que o acertasse na cabeça. Tinham que simular tudo perfeitamente, senão seu disfarce e todos os seus anos de trabalho como espião iriam por água abaixo. Assim que ela o acertou, ficou um pouco tonto e se deitou.

– Bom golpe... Acho que vou ter dor de cabeça por muito tempo... – disse num sussurro. – Eu já te mostrei por onde sair. Vou te dar dez minutos de vantagem, antes de sair por aquela porta gritando que a cadela me acertou com força na cabeça.

– Obrigada... – Rukia começou, mas ele a interrompeu.

– Não temos tempo para isso. Vá embora logo e em hipótese alguma deixe de entregar essa mensagem para Ishin.

Rukia assentiu, saindo pela parte de trás da barraca e andando o mais rápido que suas pernas machucadas e corpo cansado permitiam. Trazia consigo uma das espadas que havia na barraca, e desejava, com todas as forças, que não tivesse que usá-la. Cerca de cinco minutos de caminhada depois, já havia atingido a estrada. Suspirou aliviada, porém seu alivio não durou muito tempo.

– Ei! A mulher fugiu! Como essa vadia conseguiu enganar o comandante?

Ao se virar, Rukia se deparou com um grupo de quatro soldados Schiffer. Pareciam muito mais fracos do que Zaraki e Stark, ou até mesmo Kira, e em condições normais ela os derrotaria facilmente. Mas não hoje. Não depois de tudo o que tivera de enfrentar durante aquele dia. Com um suspiro, colocou-se em posição, a espada à frente, esperando o momento em que eles a atacariam.

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– Aqui estamos... O castelo dos Kurosaki... – do alto da colina, Yoruichi observava a imponente construção. – Devo admitir que é, ao mesmo tempo, triste e nostálgico...

– Se arrepende? – Urahara aproximou o cavalo do da esposa.

Era incrível como a amava com a mesma intensidade de quando a conhecera. Quando Yoruichi se voltou para ele, presenteando-lhe com um de seus belos sorrisos, Urahara percebeu que na verdade seu amor crescera ainda mais.

– Nem um pouco... – disse, em seguida o beijando ternamente. – É melhor que entremos...

Seguiram na direção do castelo e, apesar de toda a preocupação que sentia pela filha, assim que atravessaram os portões, a mente de Yoruichi a transportou às lembranças da primeira vez que esteve naquele lugar.


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Notas finais do capítulo

Bem, por hoje é isso!!
Espero que tenham gostado do capítulo! Como sempre, estarei no aguardo de seus lindos, amados, vitaminados e deliciosos (sim, deliciosos) reviews, que me deixam muito feliz, com olhinhos brilhando e cara de baka ^.^
Boas notícias! Já tenho o próximo capítulo pronto!! Assim, quinta feira que vem tentarei postá-lo.
Bjokas seus lindos!!
Até o próximo capítulo!