Destino escrita por Fe Neac


Capítulo 41
Capítulo 41 - Nova Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Yo minna!!! Tudo bem com vocês?? Primeiramente, quero agradecer muito, mas muito mesmo, a todos que acompanham esta história, que favoritaram, que recomendaram e que me deixaram review! Acreditam que passamos dos 500 reviews? Só tenho a agradecer por ter pessoas tão legais ao meu lado, me apoiando. Amo todos vocês!!!
Em segundo lugar, quero agradecer à Sarah Kurosaki pela 12ª recomendação da fic. Sarah-chan, doumo arigatou!
E por último, mas não menos importante, quero agradecer à minha beta linda, a bloodyrose, por todas as correções, dicas, toques e altas conversas. Valeu amiga!! ^.^
Capítulo cheio de tensão. Mas chega de conversa, e vamos ver o que espera pelos nossos lindos?
Até as notas finais!!



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Atordoada diante do olhar hostil que a rainha lhe lançava, Rukia inicialmente não esboçou qualquer reação.

– Conversar... Sobre Ichigo e eu? – perguntou em voz baixa após alguns minutos, tentando ordenar os pensamentos.

– Sim. Soube por fontes confiáveis que vocês estão começando algum tipo de... Relacionamento – respondeu Masaki, enquanto se dirigia a uma das poltronas e sentava, sem deixar de observá-la.

– Minha rainha, isso... – começou a dizer, mas foi interrompida pela mesma.

– E estou aqui para terminá-lo.

Chocada diante da firmeza na voz de Masaki, Rukia não percebeu que estava falando até que as palavras terminassem de sair de sua boca:

– Por quê? – perguntou incapaz de se conter.

– Ainda pergunta? Não é obvio? O futuro deste reino está nas mãos de meu filho, não posso permitir que ele se case com qualquer mulher. Como o povo irá respeitá-lo se tiver por esposa a uma qualquer? Meu filho precisa ter por esposa uma mulher nobre, uma mulher de alta linhagem, uma mulher preparada para ser rainha. Em suma, uma princesa.

Rukia não sabia como reagir diante de tais palavras. Aquilo que mais temera desde que descobrira que Ichigo era um príncipe estava acontecendo: era rejeitada por não ser da realeza.

– Minha rainha... Eu sei que não tenho a linhagem mais nobre e... – começou a dizer, humildemente, as lágrimas teimando em tomar seus olhos.

Renji virou o rosto ao perceber a aflição espelhada nas palavras da irmã. Dentre todas as mulheres que o príncipe conhecera, provavelmente Rukia era quem tinha a linhagem mais nobre, já que o reino Kuchiki fora o mais rico e tradicional que já existiu. Sentiu o próprio coração doer pela tristeza dela, mas se forçou a lembrar de que era pelo bem de todos que fazia aquilo.

– Eu sei que não fui criada desde o berço para assumir o papel de uma rainha – prosseguiu, abaixando-se perante a rainha e tomando as mãos dela nas suas, olhando-a com firmeza nos olhos. – Mas eu posso garantir, minha senhora, que ninguém será capaz de amar seu filho mais do que eu amo. E juro que me esforçarei mais do que qualquer princesa para honrar o nome dos Kurosaki.

Havia tamanha sinceridade e angústia no olhar da morena que Masaki fraquejou. De repente, lembrou-se de quando conhecera e se apaixonara por Ishin, e de como sempre se esforçara pelo bem do reino.

Renji tossiu, e a rainha percebeu com o canto dos olhos que ele as observava, meneando negativamente a cabeça. Recordou então de que ele a havia alertado de quão ardilosa aquela jovem podia ser.

– Se realmente ama meu filho – disse impassível. – Deixe-o livre para que encontre uma mulher adequada.

– Por favor, não me peça isso! – Rukia implorou, apertando novamente as mãos dela, descansando então a testa nas mesmas e molhando-as com suas lágrimas. – Por favor, não me peça isso... Eu não posso viver sem seu filho... Por favor! – levantou o rosto, olhando Masaki nos olhos. – Eu farei qualquer coisa que me pedir, farei o que for preciso para mostrar que sou digna do amor de Ichigo! Mas, por favor, não me peça para deixá-lo! – o tom de voz foi baixando gradativamente. – Eu prefiro a morte...

A rainha se compadeceu ao vê-la tão quebrantada. Aquela jovem não parecia a víbora cruel e manipuladora que Renji e Inoue haviam descrito. Estaria cometendo uma injustiça?

Ao perceber a hesitação, Renji resolveu tomar as rédeas da situação. Aproximou-se e puxou Rukia pelos ombros, afastando-a da rainha. Num reflexo, Masaki tentou segurar as mãos delicadas enquanto as mesmas deslizavam pelas suas, desejando consolar aquela pobre menina que se mostrava tão destruída por suas palavras.

– Vamos embora, Rukia. É melhor assim. Venha – Renji dizia, enquanto a puxava para si.

– Por favor... Não nos separe novamente... – Rukia pediu, e Masaki estranhou seu pedido.

– Separá-los novamente? – perguntou confusa. – Rukia, quando conheceu meu filho? Foi aqui no castelo, não?

Rukia ia começar a explicar, quando recebeu um golpe preciso no pescoço e caiu desacordada.

– O que você fez?! – Masaki perguntou, alarmada.

– Apenas fiz com que perdesse os sentidos – Renji respondeu. – Não percebe? Ela já a estava envolvendo em suas mentiras! Foi melhor assim... Agora, posso levá-la de volta para casa – disse, tomando-a nos braços enquanto observava a face delicada, acariciando-a.

A rainha não acreditou nas palavras de Renji. E não gostou da maneira como ele olhava para Rukia. Aquilo não parecia ser o olhar de um irmão preocupado. Parecia o olhar de um amante obcecado.

– Você não vai levá-la.

– Como assim não vou levá-la? O lugar dela não é aqui. É em casa, com sua família.

– Já disse que não vai levá-la. Suas atitudes não remetem às de um irmão! Um irmão jamais atacaria a própria irmã, deixando-a desacordada.

– Pode confiar em mim, minha rainha! – o pânico ameaçava tomá-lo. Seu plano não podia falhar.

– Deixe-a repousar enquanto chamo Hanatarou, meu médico particular, para examiná-la. Se ela estiver bem, daí poderá levá-la. Estamos de acordo?

– Sim – respondeu prontamente, e a rainha saiu em busca de Hanatarou.

Renji foi até a porta e, assim que a viu virar o corredor, saiu do quarto com Rukia nos braços. Tinha vindo até ali para buscá-la, e não iria embora sem ela de maneira alguma.

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Ishida acabava de voltar dos estábulos, onde estivera verificando os cavalos. Havia passado muito tempo com eles, desde que chegaram ao castelo. E com Tatsuki. Haviam se aproximado bastante desde que iniciaram aquela viagem. Confessava que grande parte de seu interesse em conversar com Tatsuki estava ligado ao fato de poder ouvir mais sobre a princesa de quem tanto gostava. Entretanto, conforme os dias passavam, a personalidade de Tatsuki o conquistara; acabaram por se tornar confidentes, e agora o rapaz nutria fortes sentimentos pela pequena dama.

Ouviu dela sobre tudo que acontecera no castelo até aquele momento, sentindo o coração machucado ao saber cada tentativa da princesa para conquistar o príncipe dos Kurosaki.

Pensava se os momentos que partilharam no passado haviam significado alguma coisa para ela. Se o príncipe não a desejava, por que não voltava para os seus braços? Ela sabia que seu amor era verdadeiro. Com um suspiro, lembrou-se do dia em que tudo entre eles terminara.

“Ela havia ido até seu quarto, e compartilharam uma inesquecível noite de amor. Mal suas respirações haviam normalizado, ela se levantara e colocara seu vestido.

– Isso foi muito bom, Ishida-kun – dissera, com um sorriso. – Entretanto, é tempo de crescer... - continuou, olhando em seus olhos. - Tenho obrigações com meu reino. Ainda esta semana, parto para o reino dos Kurosaki. Vou conhecer meu futuro noivo.

– Mas Orihime, eu te amo tanto! – levantara, tomando as mãos dela entre as suas. – Diga uma palavra, minha querida, e ficaremos juntos! Lutaremos por nosso amor! Eu faço qualquer coisa por você!

– Então peço que, a partir de hoje, refira-se a mim por “Inoue-sama” ou “Minha Princesa” – dissera autoritária, logo em seguida suavizando o tom de voz. – Por mais que tenha sido bom estar com você, Ishida-kun, não posso ficar para sempre me divertindo com o "moço dos estábulos". Sou uma princesa, tenho deveres para com o meu reino. Sinto muito, mas nosso relacionamento termina aqui.”

E assim ela partira, e desde aquele dia, Ishida fora apenas “O cocheiro” ou “O moço dos estábulos”. Às vezes, não sabia se o que sentia por ela era amor ou ódio. Remoía-se cada vez que via Tatsuki lamentando sobre como a amiga havia se transformado em alguém que ela não conhecia, e sentia vontade de contar tudo para a dama, mostrando-lhe que nunca conhecera a princesa verdadeiramente. Mas a verdade era que ainda amava Inoue, mesmo após ela o abandonar tão cruelmente, e estimava demais a dama para causar-lhe tamanha desilusão.

Repentinamente, viu algo que o tirou de seus devaneios: Um homem alto e ruivo entrou nos estábulos, carregando algo nos braços. Levado pela curiosidade, Ishida voltou para ver do que se tratava. Viu o homem pegar um dos cavalos selados, montar, e acomodar uma mulher desacordada nos braços. Surpreendeu-se ao notar que a mulher era Rukia, mas antes que pudesse mostrar sua presença e perguntar o que estava acontecendo, o homem incitou o cavalo e partiu.

Aquilo lhe pareceu algo muito errado e, preocupado com a morena, Ishida foi para o castelo. Verificaria com Tatsuki se estava sabendo de algo e, se necessário, falaria com o rei.

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Ichigo estava preocupado. Rukia já estava atrasada. Haviam combinado que ela se trocaria e o encontraria no campo de treinamento, mas a morena não apareceu. Foi ao quarto dela, dando uma leve batida na porta, sem obter resposta. “Será que ela dormiu?”, pensou. Abriu a porta e espiou para dentro. Nem sinal da morena.

Intrigado, resolveu voltar para os próprios aposentos. Encontrou a porta entreaberta. Quem poderia estar lá? Abriu a porta rapidamente e, entrando no cômodo, deparou-se com a princesa parada ao lado de sua cama, vestindo um roupão cor-de-rosa.

– O que faz aqui, Inoue? – perguntou, irritado com a intromissão dela em seu quarto.

Assim que o viu, a princesa abriu um largo sorriso:

– Eu já sei de tudo, Kurosaki-kun. Não precisa se envergonhar. Eu te entendo – Ichigo ficou confuso ao ouvi-la dizer aquilo, e mais confuso ainda quando ela despiu o roupão, ficando completamente nua. – Sei sobre você e Rukia-san. Eu entendo que os homens têm suas necessidades... – o sorriso aumentou e ela estendeu os braços. – Eu posso lhe dar o que ela dá, Kurosaki-kun. Não precisa mais se rebaixar e deitar com uma plebeia qualquer.

A confusão de Ichigo se transformou em fúria diante daquelas palavras. Como ela se atrevia a dizer que ficar com a sua Rukia era se rebaixar? Aquela mulher podre não entendia a força do laço que o ligava à morena. Aproximou-se dela, e Inoue sorriu ainda mais abertamente.

Ichigo se abaixou e pegou o roupão, atirando-o com força sobre a ruiva.

– Saia já daqui! – sibilou, uma fúria ímpar tomando conta de seu ser. – E não se atreva sequer a mencionar o nome de Rukia de novo! Como pode pensar em vir aqui se oferecer tão descaradamente a alguém que já te disse que ama outra mulher? Acha que pode me dar o que Rukia me dá? – riu sarcasticamente, e Inoue apertou o roupão contra o corpo. – O que há entre Rukia e eu é muito mais do que isso, princesa. É algo que você não parece capaz de compreender: amor.

Deu as costas, deixando-a sozinha no quarto. A vergonha de Inoue subitamente se tornou em ira: ele a rejeitava? Quem aquele principezinho pensava que era para rejeitá-la? Enrolou o roupão de qualquer maneira no corpo e o seguiu, alcançando-o nas escadas.

– Você me rejeita? Como você se atreve? – gritou com toda sua fúria, parada no alto das escadas. – Eu estava disposta a me entregar a você! Ninguém me rejeita desta maneira, Kurosaki Ichigo! – respirou profundamente, e apontou-lhe o dedo. – Nunca ficará com ela! A esta altura, sua mãe já deve tê-la expulsado do castelo, e aquele irmão dela deve tê-la levado de volta para o lugar de onde ela nunca deveria ter saído!

Aquela cena atraíra a atenção de toda a criadagem do castelo. A rainha, que estivera até o momento conversando com Hanatarou, ouviu o escândalo e foi rapidamente até os pés da escada, ficando ao lado do filho.

– Você a expulsou? – Ichigo perguntou à mãe, furioso.

– Quase... – respondeu a rainha, chocada com a cena. – Inoue e o irmão de Rukia foram até a biblioteca mais cedo, dizendo-me coisas horríveis, o que não vem ao caso, já que Hanatarou me contou toda a verdade. O irmão fez com que ela desmaiasse e eu ordenei que ele a deixasse no quarto enquanto eu vinha buscar Hanatarou para examiná-la.

– Mãe, eu fui até o quarto de Rukia há poucos minutos e não havia ninguém lá!

– Ele a levou – Ishida repentinamente saiu do meio da criadagem, aproximando-se de Ichigo e Masaki. – Eu os vi agora pouco e achei melhor vir no castelo para avisar, mas quando cheguei, me deparei com toda esta confusão. Ela estava desacordada, ele a colocou no cavalo e saiu cavalgando rapidamente.

– Eu vou atrás dela! – Ichigo disse prontamente, virando-se.

– Eu vou com você, meu príncipe – disse Ishida.

Inoue ficou transtornada ao ver que novamente era deixada de lado enquanto todos corriam atrás de Rukia. Até mesmo Ishida! Já era muito o príncipe, mas Ishida lhe pertencia!

– Você nunca vai encontrá-la! Nunca vão ficar juntos! – gritou mais uma vez do alto da escada, atraindo, por fim, a atenção de Ichigo.

– Eu pensava que você era apenas uma criança mimada – disse, o olhar duro enquanto encarava a princesa. – Mas vejo que eu estava enganado. Você é perversa. Uma pessoa baixa e cruel, alguém que eu jamais poderia amar. Fica com estas histórias de realeza e plebeus, e não percebe como Rukia está tão acima de você... Você jamais será capaz de alcançá-la!

Ichigo saiu sem olhar para trás, ao passo que Ishida deu uma última olhada à princesa, deixando-a chocada com o que viu em seus olhos: desprezo. Finalmente, Inoue se deu conta da figura patética que se tornara, seminua no alto das escadas, gritando aos quatro ventos que se oferecera e que o príncipe a rejeitara, tendo por plateia não só quase todos os servos do castelo, mas também a soberana do reino Kurosaki, que a fitava com indisfarçável aversão.

– Venha, Inoue, vou levá-la para seu quarto – a rainha estava ao lado da princesa, conduzindo-a para os aposentos.

Naquele momento, como muitas princesas antes dela, Inoue decidiu que era a hora de deixar o castelo dos Kurosaki e voltar para sua casa.

_________________________

Assim que se afastaram do castelo, Renji diminuiu a velocidade do cavalo. Tinha certeza de que Inoue estava mantendo o príncipe devidamente ocupado, e ele não iria segui-los. Aquele idiota não amava sua morena como ele amava e certamente não seria capaz de resistir à tentação daquela mulher.

Ajeitou melhor Rukia nos braços e observou o belo rosto. Como sentira saudade! E até aquele momento, não tivera um minuto sequer de tranquilidade para desfrutar da companhia de sua pequena. Mas tudo mudaria de agora em diante. Desviou o olhar por um momento, preocupado. Não poderia levá-la para casa, havia uma grande chance de aquele homem aparecer para levá-la, ou dela tentar fugir de volta para o castelo. Isto sem contar que sua mãe muito provavelmente não apoiaria seus métodos. Não. Precisava levar Rukia para um lugar onde pudessem estar a sós, onde pudesse conquistá-la. E depois, quando estivessem juntos e felizes, voltariam para casa e mostrariam a todos que ele sempre esteve certo: foram feitos um para o outro.

Perdido em suas fantasias, Renji só percebeu que ela havia recobrado a consciência quando a mesma o chamou:

– Renji! Onde estamos? Para onde está me levando? – perguntou alarmada, tentando se manter firme sobre o cavalo.

– Estamos indo para um lugar onde ninguém poderá lhe fazer mal... Onde ninguém poderá roubá-la...

– Renji! – subitamente, lembrou-se de toda a conversa com Masaki. – Eu preciso voltar para o castelo! Preciso fazer com que a rainha acredite que Ichigo e eu nos amamos!

– Nós não voltaremos ao castelo, Rukia... Nunca mais.

– O quê? Como assim não voltaremos ao castelo nunca mais? Eu exijo que me solte! Você não pode decidir isto por mim!

– Tanto posso que já decidi. Você nunca mais voltará ao castelo, e não verá aquele homem novamente.

– Renji, me solte! – Rukia começou a se debater desesperadamente, tentando escapar do braço de Renji.

– Não! Eu... – começou a dizer, mas foi interrompido quando Rukia o acertou com força no nariz.

Praguejando, Renji levou a mão ao ferimento. Aproveitando-se do momento de descuido do ruivo, Rukia se libertou do braço que a mantinha no cavalo, pulando do mesmo. Ele tentou segurá-la pela capa que ela ainda vestia, mas Rukia tirou os braços da mesma, deixando-a nas mãos do irmão enquanto corria.

Correu o mais rápido que pode, embrenhando-se na mata que margeava a estrada na tentativa de despistá-lo. Para sua infelicidade, a mata era menos densa e sua extensão mais curta do que parecia, e Renji pôde segui-la sem qualquer problema. Após atravessar a mata, para sua surpresa Rukia se viu na praia onde costumava se encontrar com Ichigo.

Sentiu-se acuada ao olhar para todos os lados e perceber que não havia para onde fugir: Renji facilmente a alcançaria, não importava a direção que tomasse. Derrotada, Rukia desabou sobre os joelhos, escondendo o rosto nas mãos e chorando angustiada. Por que aquilo tudo estava acontecendo?

– Vai ficar tudo bem! – Renji desceu do cavalo e se ajoelhou ao seu lado assim que a alcançou. – Rukia, meu bem, olhe para mim! Isso que você sente por ele... Não é amor. Acredite, foi melhor assim – tentou abraçá-la, mas ela o repeliu.

– Como você pode saber? Nunca o vi apaixonado por ninguém! O que você sabe sobre amor, Renji? Você nunca amou ninguém!

– Nunca amei ninguém? – ele ficou furioso diante da afirmativa e, pegando o queixo delicado, fez com que ela o encarasse. – Como pode dizer isso? Eu a amei quando ainda era uma criança! Eu a amei desde que foi deixada aos meus cuidados! Eu a tenho amado por anos, Rukia!

Ficou confusa diante das palavras dele. O que ele queria dizer com “desde que foi deixada aos meus cuidados”? E como assim, ele a amava? Tão atônita estava diante das revelações, que só percebeu a aproximação do rapaz quando seus lábios quase se tocavam. Afastou-o bruscamente.

– O que você pensa que está fazendo?! – gritou, angustiada. – Por Kami, Renji! Você é meu irmão! Como pode dizer que me ama e ainda tentar me beijar? Por acaso você enlouqueceu?!

– Eu não sou seu irmão e você sabe muito bem disto! Eu te amo, Rukia! Como você pode não perceber isto? Nunca reparou em como eu a olhava? Nunca percebeu o meu cuidado?

– Mas nós somos irmãos! Fomos criados juntos na mesma casa, chamamos a mesma mulher de mãe e o mesmo homem de pai! Como eu poderia perceber um sentimento que não tem lugar na nossa relação? Eu não posso te olhar como homem, Renji! Você é meu irmão!

– Não! Eu não posso aceitar! Dê apenas uma chance! Deixe-me mostrar que posso lhe fazer feliz! Que você pode me amar!

Puxou-a para si tentando beijá-la, mas Rukia virou o rosto. Segurou-a com mais força ainda tentando unir seus lábios, mas ela se debatia para evitá-lo. Forçou o corpo pequeno contra o chão, pressionando-a com o próprio e levou uma das mãos à face alva, segurando-a.

– Renji, não faça isso! – gritava, angustiada. – Renji, não!

_____________________________

Ichigo e Ishida cavalgavam na maior velocidade que os cavalos conseguiam. Por sorte já havia algum tempo que ninguém utilizava a estrada principal do castelo, e a fraca chuva que havia caído durante a madrugada deixara a terra fofa o suficiente para que as marcas dos cascos do cavalo de Renji ficassem evidentes. Seguiram o rastro por uma estrada secundária, até que o mesmo desapareceu.

– Parece que ele entrou aqui – disse Ishida, apontando para a mata aberta à força.

– Vamos! – Ichigo adentrou a mata, seguido de perto pelo outro.

Estavam na metade do caminho, quando o ruivo ouviu a voz de Rukia:

– O que você pensa que está fazendo?! – ela gritava, angustiada. – Por Kami, Renji! Você é meu irmão! Como pode dizer que me ama e ainda tentar me beijar? Por acaso você enlouqueceu?!

Os rapazes se entreolharam, e correram o máximo que podiam. Após alguns minutos, finalmente alcançaram a praia, e o sangue do príncipe ferveu de ódio diante da cena à sua frente: uma Rukia vestida somente com um fino robe, que já saia de seu corpo em virtude da força com que a morena se debatia, tentando se livrar do irmão que a prendia com o próprio corpo, tentando beijá-la a força. Saltou do cavalo e, com a espada em punho bradou:

– Eu juro que vou matá-lo, desgraçado! – aproximou-se e encostou a espada no pescoço de Renji. – Solte-a imediatamente, seu verme imundo! – ordenou.

Renji obedeceu rapidamente, mas enquanto Ichigo ajudava Rukia a se levantar, pegou a própria espada, partindo para cima do outro que, colocando a morena atrás de si, defendeu-se com facilidade.

– Eu não vou permitir que a tome de mim novamente!

– E eu não vou permitir que a leve para longe de mim! Ishida! – chamou o moreno, que rapidamente veio ao seu lado. – Cuide dela enquanto eu resolvo os problemas com este aqui!

Rukia tentava ajeitar o robe no corpo, quando Ishida a tomou pela mão, afastando-a da confusão. Uma batalha feroz teve início entre Ichigo e Renji, deixando-a desesperada.

– Por Kami, Ishida, eles vão acabar se matando! Faça alguma coisa!

– Urahara-san, sinto muito, mas eu não vou me meter. Não tem ideia da cena que encontramos assim que chegamos. Seu irmão parecia disposto mesmo a violentá-la!

– Não vou dizer que isso não me passou pela cabeça – Rukia disse, encolhendo-se diante do som das espadas se chocando. – Mas ele é meu irmão e Ichigo é meu noivo! Não posso permitir que um mate o outro!

Adiantou-se apesar dos protestos de Ishida, gritando para os dois:

– Parem! Parem imediatamente! Ou eu jamais os perdoarei!

Ichigo hesitou por um momento diante do pedido da pequena, momento este que Renji aproveitou para desferir-lhe um golpe mais forte, que por pouco não o atingiu.

– Não poderemos ser felizes enquanto este homem viver, Rukia! – disse, os olhos com um brilho selvagem. – Depois que ele morrer, você perceberá que não o amava, e que eu sou o único homem para você!

– Você o ouviu, Rukia! Ele não desistirá enquanto não me matar. Sinto muito, meu amor, mas eu não posso parar!

Rukia assistia a luta, como se a mesma ocorresse em câmera lenta. Cada novo golpe passava com perigo, ameaçando a vida de alguém que amava.

– Parem! – gritou, mas eles não a atenderam.

Percebeu que perderia um dos dois se não os interrompesse.

– Parem!

Um golpe passou com perigo pela cabeça de Ichigo, que devolveu um golpe igualmente perigoso em seu irmão:

– Parem!! – gritou uma última vez.

Então, não podendo mais assistir aquela luta que só lhe traria dor, montou um dos cavalos e embrenhando-se mais uma vez na mata, fugiu.

_______________________

As muitas lágrimas impediam que Rukia visse o caminho por onde andava. Seguia em frente confiando apenas nos instintos do cavalo, que a levava a um lugar qualquer. Tudo o que queria era fugir dali.

A noite nos braços de Ichigo havia sido perfeita. A manhã havia sido maravilhosa, quando acordara ao lado dele e se amaram mais uma vez. O dia prometia ser especial: Ichigo havia lhe dito que conversaria com o rei sobre o casamento... Como um dia que parecia ser um dos mais felizes de sua vida se transformara naquela catástrofe? A rainha praticamente a expulsara do castelo, o irmão a havia sequestrado, e agora o noivo e o irmão se enfrentavam num combate que poderia levar à morte qualquer um dos dois.

Transtornada, percebeu um pouco tarde a armadilha: um fio de ferro estava esticado de uma margem à outra, cruzando a estrada. Quando o viu, tentou parar o cavalo, mas a terra solta da estrada fez com que o pobre animal caísse, e o peso dele prendeu as pernas da morena. Atordoada, Rukia viu duas silhuetas que se aproximavam: dois homens, um forte com cabelos castanhos que tocavam os ombros e outro esbelto, com cabelos estranhamente róseos.

– Ora, ora! Olhe o que temos aqui, meu caro colega!

– Sim! Então nos encontramos novamente, filha de Urahara! – disse Stark sarcasticamente, um sorriso cruel espalhando-se em sua face.


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Notas finais do capítulo

E aí?? O que acharam do capítulo de hoje? *se esconde*
Aiaiai... O que vai acontecer com a nossa baixinha? E com Renji e Ichigo? E Inoue, será que desistiu de vez? Saiba no próximo capítulo de Destino... *Não matem a Fe-chan!*
Lindos, como sempre, estarei à espera de seus lindos, amados, idolatrados e vitaminados reviews, que eu tanto amo ler. Façam esta autora mais-que-baka feliz, e coloquem um super sorriso bobo em sua face!! Comentem, onegai!
Bjokas meus queridos, e os espero nos próximos capítulos!!