- Rukia, lembra que nós tínhamos combinado que hoje só iríamos descansar e passear?  - Ichigo perguntou, sem fôlego.

- Sim, Ichigo. Por quê? – Rukia respondeu, com uma falsa inocência na voz.

- Então, por Kami-sama, como é que desde que a gente chegou aqui não descansamos nem passeamos?!! – O Morango encontrava-se deitado de bruços, tendo a cara a centímetros da areia, enquanto a morena lhe torcia o braço, ajoelhada em suas costas.

- Ah, Ichi... Eu queria treinar esse golpe novo que minha mãe me ensinou ontem... Sem treino eu não me aperfeiçôo... – respondeu manhosa para o morango.

- Bem, já treinou, e bastante. Agora pode fazer o favor de sair de cima das minhas costas?

- Hai! – disse, saindo de cima dele. – Pronto, agora podemos descansar, tudo bem?

- “Agora podemos descansar” – disse Ichigo, imitando a morena – Agora, quando já está perto da hora em que você sempre vai embora? – resmungou um tanto zangado.

Tinham combinado que hoje passariam o dia tranquilamente, entretanto, Rukia chegou muito animada para lhe mostrar um golpe novo que sua mãe lhe ensinara. E assim o dia de descanso foi por água abaixo.

- Ah, Ichigo, não fica bravo comigo – Ichigo se dirigira à sombra da árvore deles, estendera sua capa e se jogara, exausto. Rukia sentou ao seu lado, olhando-o com certa preocupação. – Está zangado, não é? Desculpe-me por estragar o nosso passeio – disse, arrependida, baixando a mão e deixando-a repousar sobre a mão do ruivo.

Ichigo sentou-se, deixando a mão sob a da morena e levando a outra ao rosto dela, acariciando-o.

- Não estou zangado. Mas eu queria passar um dia tranquilamente com você...

- Desculpe. – a morena falou, olhando nos olhos do rapaz.

Ichigo desceu a mão que tocava o rosto da morena para a nuca, trazendo-a para um beijo. Era o primeiro beijo que lhe dava hoje. Rukia correspondeu ao beijo com paixão, aproximando-se mais do ruivo, que retirou a mão que ainda estava sob a dela, levando-a a cintura e enlaçando a morena, de modo que seus corpos ficassem ainda mais próximos. Afastaram-se por alguns segundos, a fim de recuperarem o fôlego, momento este que Ichigo aproveitou para provar o sabor da pele do pescoço da morena, surpreendendo-a e fazendo com que Rukia deixasse escapar um pequeno gemido. Ichigo tomou novamente os lábios da morena, deitando-a cuidadosamente sobre a sua capa sem deixar de beijá-la. Deitou ao seu lado, deixando os corpos colados, levando novamente uma das mãos à nuca de Rukia, que enlaçou o seu pescoço, tentando trazê-lo ainda mais perto.

“Isso é loucura... Temos que parar!” – Rukia pensou, enquanto sentia os lábios de Ichigo abandonarem os seus para apossarem-se novamente da pele alva do pescoço, fazendo então uma trilha até o decote de seu vestido, o que a fez arfar, e retornando a sua boca, invadiu-a com sua língua, deixando a morena completamente entregue às caricias que ele lhe fazia.

Já Ichigo não conseguia pensar em mais nada que não fosse a morena à sua frente. Como ansiara por tocá-la daquela maneira! Com as mãos, passou a sentir cada curva do corpo da morena, acariciando-a, descendo as mãos até as coxas torneadas, apertando-as levemente, e então subindo até a altura dos seios da morena. Puxando-a para si, levou as mãos à suas costas em busca do fecho do vestido, desejoso de contemplar plenamente o corpo de sua amada.

Rukia, ao sentir as mãos de Ichigo no fecho de seu vestido retomou a consciência:

- Ichigo! – chamou, empurrando-o levemente e sentando-se, sem fôlego, passando as mãos pelos cabelos desalinhados e tentando recompor-se. Seu corpo ainda ardia pelos toques do ruivo.

Após Rukia chamá-lo e afastá-lo Ichigo caiu em si, olhou envergonhado o volume que havia em suas calças, e jogou-se para trás, deitando de costas e levando as mãos à cabeça, tentando se acalmar. Após alguns minutos, sentou-se também, olhando preocupado para a morena.

- Desculpe-me Rukia! Sei que passei dos limites! É só que, quando estou perto de você, sinto esse desejo avassalador apoderando-se de mim. Mas vou me controlar. Desculpe-me! – pediu mais uma vez.

- Tudo bem, Ichigo. É natural, quando duas pessoas se gostam, se sentir assim – falou, surpreendendo o ruivo, que esperava um sermão enfurecido.  Mas Youruichi sempre conversara sobre sexo com Rukia. “Antes de entregar-se a um homem, meu bem, apenas tenha certeza de que o ama, e que é correspondida. Pois se não houver amor, você vai se arrepender. E não ligue para o que os outros pensam. O que importa é o que vocês dois sentem”. Este sempre fora o conselho de sua mãe. – é só que... Esta não é a hora e muito menos o lugar apropriado para isso. Entende?

- Sim, claro.

- Não se preocupe, não estou zangada mesmo. Como disse, é natural. Mas é melhor que eu vá agora... – disse, se levantando.

- A hora passou rápido... – Ichigo também se levantou e puxou a morena, selando suavemente seus lábios, e depois a abraçando – Me desculpe mesmo, Rukia. Eu só quero que saiba que te respeito muito e que se me descontrolei desta maneira, não é porque penso mal de ti, e sim porque lhe desejo intensamente. – beijou os cabelos dela.

Rukia enrubesceu, em parte pela vergonha, em parte pelo prazer que as palavras dele lhe proporcionavam. Afastou-se dele e o beijou. Diferente dos demais, este beijo foi calmo, terno, um beijo que tencionava demonstrar que havia mais em seus sentimentos do que desejo. Ichigo sentiu estranhamente seu coração falhar uma batida enquanto saboreava tranquilamente a boca de sua morena, que mantinha as mãos espalmadas em seu peito. Afastaram-se e Ichigo descansou sua testa na dela, primeiramente de olhos fechados, depois os abrindo e deixando-se afogar na imensidão azul que eram os olhos dela. Sentiu necessidade de dizer-lhe algo mais, entretanto, apenas ficou ali, desejando que o tempo parasse e que pudessem ficar daquele jeito para sempre.

Ficaram desta maneira por alguns minutos, até a morena afastar-se para ir embora. Ichigo apenas a observou ir e, quando já não podia mais vê-la, foi embora em direção ao castelo.

Rukia chegou em casa e foi direto para a cozinha, terminar o jantar de sua família. Após alguns incidentes, uma vez que seus pensamentos continuavam em certo ruivo e seu corpo ainda ardia em chamas, conseguiu terminar o jantar. Decidiu que um banho lhe faria bem, e após esquentar água, entrou no ofurô que havia em seu quarto. Isshin-san, em agradecimento por seus pais aceitarem retornar para a corte, presenteou-os com uma casa extremamente confortável, sendo que tinham o luxo de ter um ofuro em cada quarto. Sentiu-se relaxar, e acabou adormecendo.

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Renji chegou em casa um pouco mais cedo, antes de seus pais, uma vez que os mesmos precisaram ficar para resolver alguns assuntos relativos ao esquadrão. Entrou na casa e observando que o jantar já estava pronto, procurou pela morena.

- Rukia? – chamou, ao não vê-la na cozinha. Chegou próximo ao quarto da pequena, que tinha a porta entreaberta, e olhou para dentro. A visão que teve o deixou encantado. Rukia estava banhando-se no ofuro, e pelo jeito havia adormecido. Os cabelos estavam presos em um coque, com apenas alguns fios molhados emoldurando seu rosto, enquanto o sol do entardecer adentrava o quarto, iluminando sua pele alva e acetinada. Sem conter o impulso, Renji adentrou o quarto silenciosamente, e abaixou-se ao lado do ofuro, contemplando a expressão pacifica que a morena trazia em seu belo rosto. Nem lhe ocorreu o que aconteceria se Rukia acordasse e o visse ali. Estava como que hipnotizado diante daquela visão da mulher que tanto amava. Estendeu a mão e acariciou suavemente sua face, mal a tocando. Rukia retraiu-se diante do toque, o que o assustou um pouco, entretanto a morena não acordou – apenas relaxou e sorriu, um sorriso que fez o coração de Renji bater mais forte. Rukia então entreabriu seus lábios e disse, num sussurro e ainda sorrindo: “Ichigo”.

Renji levantou rápido e saiu apressadamente do quarto da morena, fechando a porta e dirigindo-se para o seu quarto. Uma expressão chocada estava em sua face quando ele disse, para si mesmo:

- Quem diabos é Ichigo?