Chance (Primeira e Segunda temporada) escrita por Nyne


Capítulo 28
(28) / 06. Ombro amigo


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores, tudo bem?
Deixem já visar algo muito importante.
Essa semana sairei de férias e ficarei pelo menos 20 dias fora, e provavelmente sem postar.
Porém estou adiantando ao máximo os capítulos das minhas fics, assim quando voltar não as deixarei esperando + =D
Bem, aí vai + um capítulo fresquinho e as fotos da Alice e do Daniel, espero que gostem =)
Ah, tbm dedico esse capítulo a leitora
ameblifls_smart
Muuuuuuito obrigada pela recomendação =)
Ótima leitura a todos.



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Alguns dias se passam e Alice e Daniel voltam da lua de mel. Tudo ainda é muito recente e eles ainda não acreditam que se casaram.

Eles moravam na antiga casa de Daniel. A mãe dele se mudou com Celso para Florianópolis e deixou a casa para o filho.

Certa noite,  recebem uma ligação. Era Bernardo.

– Oi Bê! Saudades de você! – diz Alice com seu jeitinho meigo.

– Também estou com saudade de você Li. E o Daniel, tudo bem? Curtiram a lua de mel?

– Tudo bem, graças a Deus. A viagem foi ótima, preciso mostrar as fotos pra vocês.

– E aí, será que já vou ser titio?

– Quem sabe? – diz Alice rindo – E a Lari e a Amandinha? Tudo bem?

– A Amandinha está bem sim, mas a Larissa não está muito bem não.

– Como assim Bê? Ela está doente?

– Doente em si não... Aconteceram muitas coisas enquanto você estava fora Li. Será que podemos ir até a casa de vocês pra conversar e a Larissa te explicar melhor?

– Claro Bernardo, nem precisa pedir!

– Precisa sim Alice. Você e o Daniel mal voltaram de viagem, não queremos atrapalhar vocês.

– Não se preocupa com isso ta bom? Mas tem como você me adiantar algo? Está tudo bem entre vocês não está?!

– Não se preocupa Li, nosso casamento está bem sim, mas o passado resolveu vir à tona agora. É complicado explicar.

– Ok, vocês já estão vindo pra cá?

– Vamos sair daqui a pouco, só vamos colocar a Amanda pra dormir.

– Certo, estamos esperando vocês.

Alice desliga o telefone e Daniel nota que a expressão de seu rosto parece preocupada.

– Tudo bem moranguinho? Quem era ao telefone?

– Era o Bernardo. Ele e a Lari estão vindo pra cá. Aconteceu alguma coisa com a Larissa que o Bernardo não soube me explicar, apenas disse que o passado resolveu vir à tona.

– Você desconfia de alguma coisa?

– Passou algo pela minha cabeça, mas acho que não tem nada a ver.

– Pensou na avó dela?

– Isso. Como você sabe?

– Porque pensei nisso também. Mas não adianta querer adivinhar, vamos ter que esperar que eles cheguem e conte o que é afinal.

Após algum tempo a campainha toca. Larissa e Bernardo haviam chegado enfim.

Daniel os cumprimenta e pede para entrarem.

– E minha afilhada? – pergunta ele se referindo a Amanda.

– A deixamos com a minha sogra. Tem que dormir cedo porque tem escolinha amanhã. – diz Larissa.

Já dentro da casa, Bernardo complementa o assunto.

– E é melhor ela não estar aqui mesmo Daniel. Ela é muito pequena, mas fica com as anteninhas ligadas quando vê adulto conversando.

Daniel ri e chama Alice dizendo que os amigos já estavam lá. Ela desce as escadas e cumprimenta os amigos. Em seguida senta no sofá de dois lugares juntamente com Daniel, ficando de frente para os amigos que estavam no outro sofá logo a sua frente.

– Então Bê, o que aconteceu? Fiquei preocupada.

– Bom Li, é melhor a Lari te contar tudo.

Alice olha para a amiga que tem o semblante triste e abatido.

– Minha avó apareceu Alice. Apareceu me deixando uma casa, um colar sei lá de que e uma carta. Nessa carta ela conta sobre a minha mãe. Ou como ela mesma diz na carta, a vadia da minha mãe.

Alice e Daniel se olham sem entender nada.

– Calma Larissa, pode nos dizer o que aconteceu desde o início? – diz Daniel.

Larissa respira fundo e começa a falar desde o dia que recebeu a ligação da até então desconhecida Estela Furlan até o dia que soube que a avó estava condenada a morte.

Em determinado momento Larissa não conseguia mais falar, pois já havia começado a chorar, então Bernardo teve que continuar de onde ela parou.

Alice e Daniel ouvem tudo, mas ficam estagnados a cada palavra que ouvem. Aquilo tudo parecia cena de algum filme.

Alice vai até a cozinha e trás um copo de água com açúcar para a amiga.

– Nossa gente, nem sei o que dizer. – diz Daniel.

– E eu não sei o que fazer! - diz Larissa terminando de beber a água.

– Você diz isso pela sua avó? – pergunta Alice.

– Isso Li. A tal Estela disse que ela vai morrer a qualquer momento. E nessa bendita carta ela pede o meu perdão. Mas não sei se estou preparada pra vê-lá novamente. Tenho muita mágoa dela.

– Não é pra menos. Mas Lari, se a situação da sua avó está tão ruim assim, pensa em reconsiderar.

– É Larissa. Sua avó pode estar apenas esperando pelo seu perdão. – diz Daniel.

– Não sei o que fazer gente, minha cabeça está um caos desde o dia que sai daquela sala. Não sei o que fazer.

– Você sabe em que hospital ela está? – pergunta Daniel.

– A Estela me deu o nome do hospital e o quarto que ela está. – diz Bernardo. – Liguei pra ela e pedi, porque sentia que mais cedo ou mais tarde a Lari fosse querer saber.

Larissa olha para o marido e apóia a cabeça no ombro dele.

– Quer ir até lá Lari? – Pergunta Alice. – Se quiser vamos com você pra te dar uma força.

Larissa olha para Bernardo que sinaliza positivamente com a cabeça.

– Melhor resolver isso de uma vez meu amor. Você vai se sentir bem mais em paz.

Larissa levanta a cabeça do ombro de Bernardo e seca o rosto.

– Vocês têm razão, não agüento mais ficar com esse aperto no meu coração. Eu vou até o hospital.

– Certo, só vou pegar uma bolsa e já volto. – diz Alice.

Cada casal segue para o hospital em seu carro. Daniel segue Bernardo que diz conhecer o caminho. Enquanto dirige olha para Larissa que parece tensa.

– Já vai passar meu amor. De certa forma sabíamos que um dia isso poderia acontecer.

– Eu se Bê, mas tinha que ser assim? Desse jeito?

– É o jeito que Deus escolheu. Vai dar tudo certo.

– Você vai estar lá comigo né?

– Claro que sim, não vou sair do seu lado.

Após alguns minutos na estrada, finalmente chegam ao hospital. Bernardo vai até a recepção e pede informações sobre a avó de Larissa, mostrando os dados dela e o número do quarto.

A enfermeira que o atende confirma tudo e diz que podem ir até o quarto, mas pede que não entrem todos, pois a senhora encontra-se muito debilitada.

Ao chegarem ao corredor do quarto da avó de Larissa, Alice e Daniel dizem que vão esperar do lado de fora, mas para chamarem caso precisem de algo.

Larissa que está de mãos dadas com Bernardo respira fundo e entra no quarto.

Ao olhar a sua frente, encontra uma mulher que nem de longe lembrava a avó que conheceu. O que via em sua frente era apenas um amontoado de pele e ossos, com diversos fios e curativos sobre a pele.

– Meu Deus. – diz Larissa abraçando Bernardo e começando a chorar.

Enquanto chorava, ouve um som, algo bem distante, mas um som que ela conhecia. Era a voz de sua avó.

– Larissa? É você mesmo que está aqui?

Ela olha para Bernardo que a encoraja a falar alguma coisa.

– Sou eu sim vó.

– Quanto tempo. Você está diferente, mais mulher. E esse é o Bernardo?

– É ele sim.

– Vocês cresceram e pelo o que vejo, ele está mesmo cuidando de você.

– Está sim e muito bem.

– E seu filho?

– É filha. Tive uma menina. Amanda.

– Amanda... Você tinha uma boneca que levava pra todos os cantos e chamava-a de Amanda também.

Larissa lembrava dessa boneca, porém jamais imaginou que a avó se lembraria.

– Você já conheceu a Estela não é?

– Já sim. Ela me procurou para falar da senhora.

– Ela te falou da casa e do colar?

– Falou sim. E me deu a carta também.

O silêncio se faz presente no quarto por alguns instantes, até que a avó de Larissa ainda com certa dificuldade continua a falar.

– Fiquei feliz por você ter vindo. Mas vou ficar mais ainda se você puder me perdoar.

– Não tenho que perdoar a senhora de nada. A senhora que me criou me deu estudos e tudo o mais que uma criança precisa.

– Não Larissa, não te dei tudo o que uma criança precisa. Não te dei o mais importante. Não te dei amor.

Larissa fica calada e olha para o chão.

– Não te dei amor não por você não ser merecedora, mas porque me tornei um ser seco e incapaz de amar quem quer que fosse.

– A senhora me jogou na rua grávida. Me bateu. E eu nunca fiz nada pra merecer aquilo, nada.

– Eu sei e você não faz idéia do quanto isso me corrói por dentro, me consome mais do que esse maldito câncer. Por isso digo que preciso do seu perdão Larissa. Sei que vou morrer e não quero que isso aconteça sem você ter me perdoado.

Larissa ainda olha para o chão. Bernardo está atrás dela, segurando sua mão.

– Porque a senhora me tratava daquele jeito? Medo de eu ser como ela? Ser como... A minha mãe?

– Conforme você crescia isso era o que eu mais temia. Que você fosse uma fiel cópia dela, mas não. Você e ela são bem diferentes. Você sempre foi doce, meiga, já ela nunca foi assim.

– Ela... Sempre ouvi você se referir a sua filha como “ela”... Será que ao menos o nome dela eu posso saber?

– Elisa. O nome da sua mãe é Elisa.

– Elisa. – diz Larissa ainda olhando o chão – Nunca mais teve noticias dela?

– Nunca mais. Tudo o que sei da sua mãe te disse na carta.

– Ela é sua filha, tem mais direitos do que eu.

– Se diz isso pela minha decisão de deixar as poucas coisas de valor que tenho pra você, não se preocupe. Você é a minha única família Larissa.

– E se ela aparecer exigindo o que é dela...

– Ela não tem nada para exigir. Meus bens agora são seus Larissa. Aliás, sei que não tenho o direito, mas posso te pedir apenas mais uma coisa.

– Pode falar.

– Você disse que tem uma filha não é? Pois bem, no futuro, quando você julgar o momento certo, entregue o colar pra ela. Quero que seja uma jóia de família.

– Farei isso.

– Gostaria de conhece - lá, mas sinto que não vou ter tempo pra isso.

– Tenho uma foto dela na minha carteira, se a senhora quiser ver... – diz Bernardo ao se pronunciar pela primeira vez desde a hora que entrou no quarto.

Lurdes faz um aceno de cabeça e Bernardo lhe mostra a foto. Ela estende a mão esquelética e pega a fotografia, dando um fraco sorriso em seguida.

– É uma boneca. Realmente você não poderia ter dado outro nome pra ela. – diz ao devolver a foto para Larissa que a entrega para Bernardo, mas não diz nada.

Novamente o silêncio domina o ambiente, sendo quebrado pela própria Larissa dessa vez.

– Não vou dizer que não tinha raiva da senhora porque estaria mentindo. Várias vezes eu ia chorar escondida no quarto ou então na casa da Alice e do Bernardo quando a senhora me falava palavras pesadas. Me senti o ser mais indefeso do mundo quando fui jogada pra fora de casa, mas eu tinha o Bê, a Alice e o Daniel sempre do meu lado. Sei que eles me amam claro que de formas diferentes, mas me amam. Sinto que a senhora tenha esquecido como é sentir isso por alguém.

Larissa dá uma pausa breve e logo continua a falar.

– Todos esses anos carreguei uma mágoa muito grande dentro de mim e sentia que isso não fazia mal só pra mim, mas também pras pessoas ao meu redor. Quero que a senhora saiba que nunca te odiei. Apesar de tudo o que aconteceu entre a gente, se não fosse a senhora ter me criado, só Deus sabe o que seria de mim hoje, se eu estaria aqui. Se é o meu perdão que a senhora precisa pra ter sua paz interior, saiba que a senhora já o tem.

Lurdes fecha os olhos e dá um sorriso fraco.

– Não me sinto bem assim há anos sabia? Obrigada Larissa, agora posso finalmente encontrar seu avô... E ter a paz que há tanto tempo... Não sinto.

Dizendo essas palavras, os aparelhos ao lado da cama de Lurdes começam a fazer um barulho irritante. Bernardo abre a porta do quarto e pede para Daniel avisar algum médico. Em questão de segundos um médico e uma enfermeira entram rapidamente no quarto e constatam que Lurdes havia acabado de falecer.

Larissa abraça fortemente a Bernardo e molha toda sua camiseta com lágrimas. Alice e Daniel entram no quarto e também confortam a amiga.

– Acabou Lari. Acabou. – dizia Bernardo enquanto a abraçava. 



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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do capítulo e da Alice e do Daniel?
Espero que tenham gostado.
Mais uma vez reforço, não vou abandonar a fic ok?
Continuem acompanhando, deixando seus reviews e recomendando =)
Bjus e até o próximo!