Durante o caminho vão conversando sobre como foi o dia de ambos após a aula.

– E aí, como foi no serviço hoje?

– Tudo tranqüilo. Meu chefe disse que eu aprendo rápido e que posso ser efetivado logo.

– Que bom. – diz Alice sorridente.

– E você, como se sente com 15 anos?

– Muito bem, mas na verdade não vejo a hora de fazer 18.

– Ah é? E por quê?

– Podem-se fazer muito mais coisas quando se é maior de idade.

– Eu faço daqui dois meses, mas já faço muitas coisas que se faz com 18 anos como você diz.

– Ah é? Tipo o que?

– Eu sei dirigir, mas minha mãe não me deixa pegar no carro até tirar a carteira.

– Ela está certa. Como você aprendeu a dirigir?

– O Celso me ensinou.

Eles chegam ao shopping.

– Pronto, chegamos. Quer seu presente agora ou quer comer primeiro?

– O presente.

– Não sei por que perguntei. – diz sorrindo - Vamos, também quero que você escolha logo.

Eles andam um pouco e param em frente a uma relojoaria. Daniel a leva na vitrine de alianças prateadas.

– Escolhe uma.

– Como? – pergunta parecendo surpresa e perdida ao mesmo tempo.

– É, escolhe uma. Esse é seu presente.

– Daniel, você ta falando sério?

– Claro que sim. Mas se você não gostou de nenhuma daqui a gente pode ir em outra loja, tem um monte por aqui.

– Não, na verdade eu gostei dessa. – diz apontando um modelo trabalhado e delicado na vitrine, nem muito fina e nem muito grossa.

– Bonita, também gostei, agora vem que temos que ver se tem nossos números.

Eles entram na loja e pedem para o vendedor o modelo que Alice escolheu. Ao medirem e ver que daria certo Daniel pede para que fizessem a gravação de seus nomes e aquela data. Ele pede para Alice esperar do lado de fora da loja porque não quer que ela veja o preço do presente, seria sem noção da parte dele. Ao sair da loja ele e Alice se sentam em um banquinho em frente à loja. Ele dá um beijo na aliança e a coloca em seu dedo.

– Feliz aniversário moranguinho.

Alice faz o mesmo com a outra aliança ao colocar no dedo dele.

– Não consigo acreditar! Estamos namorando mesmo?

– Na verdade pra mim sempre fomos namorados, desde o dia que te beijei na escada da escola, mas não queria assustar você, então fui deixando rolar. Mas nem perguntei se você queria né?

– Claro que eu queria como não ia querer namorar você?

– Gostou da surpresa e do presente então? – pergunta com um sorriso.

– Muito, não tenho nem palavras pra dizer o quanto gostei.

– Não precisa de palavras, mostra de outro jeito. – diz Daniel passando o braço em volta do pescoço dela.

Alice abraça Daniel e lhe dá um beijo bem longo, só se separa dele pra pegar ar.

– É você gostou mesmo! – diz ele - Quer fazer o que agora? O dia é seu, pode pedir o que quiser.

– Quero tomar sorvete.

– Ok então, vamos tomar sorvete, depois te levo pra casa. Ouvi sua mãe dizendo pra não demorar.

– Ouviu? Como? – pergunta surpresa.

– Quando cheguei e ela foi te chamar ouvi tudo o que vocês falaram, acho que ela deixou a porta do seu quarto aberta.

– Meu Deus, você ouviu tudo mesmo?

– Tudinho.

– Ai que vergonha!

– Não precisa ter vergonha. Eu também gosto muito de você. Ah, agradece sua mãe pelo “bonitão” ta?

Eles riem e vão tomar sorvete. Conversam, brincam se beijam, enfim, aproveitam cada minuto que estão juntos.

Quando finalmente chegam em casa, Alice vê que o carro do pai está na garagem.

– Meu pai está aí, você quer entrar?

– Seu pai é muito bravo?

– Até que não, só um pouco ciumento.

– Vou ter que falar com ele mais cedo ou mais tarde mesmo.

– Não precisa se você não quiser.

– Não, sem problema. A gente ta namorando oficialmente agora, é bom ele já se acostumar comigo.

– Ta bom então, mas se ele for meio sem noção não liga ta, ele não faz por mal, é o jeito dele.

– Relaxa moranguinho – lhe dando um selinho. – vai indo na frente.