One-shot: Howl escrita por Milla Maia


Capítulo 1
Howl


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Vai ler? Espero que sim...!
Como eu disse anteriormente, trata-se de um PRESENTE para a Cléa (espero que você goste...=)
Bem...
Boa leitura!



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Now there's no holding back

Agora não há mais volta

I'm aching to attack

Eu anseio pelo ataque

My blood is singing with your voice

Meu sangue está cantando com sua voz

I want to pour it out

Quero colocar isso para fora




____

– Diga o que eu sou... Diga! – O belo espécime masculino exclama, enquanto segura a garota de cabelos castanhos pelo pulso.

– Vampiro... – Ela soluça.

O jovem de cabelos acobreados a olha intensamente, as suas feições evidenciando o quanto se sente torturado, naquela ocasião.

____




*Bella’s POV*



– O que você faria...? – Escuto o murmúrio, mas não consigo compreendê-lo, inicialmente. – O que você faria se acabasse se apaixonando por um vampiro gostosão, tipo esse do filme...?

Dessa vez, eu entendo o que a Alice questionou anteriormente e sinto vontade de rir.

Mas eu estou no cinema e sei que serei apedrejada (ou, no mínimo, serei alvo de um “alvejamento de pipoca”) se eu bancar a histérica, agora, em um momento de tamanha tensão no filme.

Ele vai erguer a sobrancelha direita em... 5, 4, 3, 2, 1!

– A forma como ele ergue a sobrancelha é tão... Sexy, não é? – Suspiro baixinho para Alice, antes de, finalmente, responder a sua pergunta. – E eu acho que eu sugeriria a ele que fôssemos viver isolados do mundo... Em uma ilha deserta, talvez.

– Ah, Bella! – Alice chia, exaltando-se um pouquinho. – Que papinho piegas, hein? Ilha deserta? Fala sério!

– Shhhhhhhh...! – Alguém dá uma pancada na parte traseira da minha poltrona e eu sou arremessada para frente.

– Ei! – Eu exclamo, indignada, antes de voltar-me para trás, a fim de xingar o meu agressor.

– Cala a boca! – Um homem corpulento, com um piercing na sobrancelha e cara de mau, fita-me iradamente quando eu o encaro. – E senta direito, garota!

É claro que eu o obedeço de pronto, não é?

Eu não tenho um namorado vampiro e, por isso, não tenho perspectivas de alcançar a imortalidade. Na verdade, eu nem sequer tenho um namorado...

E eu prezo bastante pela minha vida.





Duas horas, quatro hambúrgueres e um filme depois, Alice e eu ainda caminhamos pelas ruas de Sherman Oaks, a caminho de casa após a nossa tradicional sessão de cinema de sextas-feiras.

– Bem que poderia haver algum vampiro em Los Angeles, não é? – A minha melhor amiga filosofa.

– Ai, Alice! Dá pra parar? – Eu lhe dou um leve tapinha no ombro. – Há muitos atores em Los Angeles... Contente-se com eles, pode ser?

– Como se algum ator fosse olhar pra uma de nós duas, né!? – Ela exala audivelmente. – Os atores se sentem atraídos por garotas excitantes, Bella. Não por duas secretárias virgens de Bishop.

Nós duas nascemos em Bishop, uma cidadezinha no leste da Califórnia e, quando completamos 18 anos, no ano passado, decidimos encarar a vida agitada de Los Angeles, para ver se conseguíamos vivenciar alguma emoção.

É claro que não havíamos obtido êxito em nosso intento.

– É o que dizem, não é? – Eu divago. – Você pode tirar a garota da cidade pequena, mas não pode tirar a cidade pequena da garota.

– E você fica falando de “atores hollywoodianos” e blábláblá... – Alice emenda. – Não sou eu quem assistiu a Twilight seis vezes neste mês, só pra ver, mais uma vez, como a sobrancelha do vampiro gostosão se ergue em algumas cenas ou como ele curva os lábios antes de dizer: “você é a minha vida, agora”. Céus, Bella! Eu achava que você havia superado a sua fase de paixões platônicas por artistas de Hollywood quando o Johnny Depp oficializou o casamento dele com a Vanessa Paradis! – Ela completa, com uma gargalhada.

– Ah, Alice...! – Eu tento soar magoada. – Você sabe o quanto eu ainda sofro pelo Johnny, não é? Não me lembre disso...

Rimos um pouco, enquanto continuamos a caminhar tranquilamente em direção ao nosso incrível prédio em Sherman Oaks.

Quando nós nos mudamos, os nossos pais decidiram que deveríamos ser presenteadas com apartamentos, em um mesmo prédio.

Nossos pais sempre foram dados a “coisas grandiosas”. E, mesmo que nós duas tenhamos insistido para que, pelo menos, os apartamentos fossem simples, eles haviam escolhido imóveis em um edifício de luxo, em um belo bairro de LA.

Simplesmente, o belo bairro onde a Marilyn Monroe residiu. Ah, e é claro...! O James Dean, também.

Pelo menos, Alice e eu conseguimos contornar nossos pais quanto aos empregos que conseguimos, em nossa nova vida. Nós viemos para LA com o intuito de caminhar com nossas próprias pernas e amadurecer, longe do controle obsessivo de nossos progenitores, afinal...

– E esse Edward Cullen nem é isso tudo o que você diz que ele é, sabia? – Alice comentou, fazendo com que eu interrompesse os meus passos abruptamente.

– O que? – Interrogo em um grito.

Um casal de idosos que transita na calçada, ao nosso lado, olha-me com um olhar reprovador.

Eu seguro Alice pelo braço e puxo-a, para que ela atravesse a rua comigo.

– Você só pode estar brincando, Alice! Ele é o ator mais... Mais... Mais...! Você não entende o quanto ele é talentoso, não é? E o quanto o estilo desleixado dele é fabuloso... E o quanto os cabelos dele são demais! Você não tem a mínima noção sobre como o sorriso debochado dele é de tirar o fôlego e o quanto ele é apaixonante...!

Interrompo o meu discurso esfuziante quando percebo qua Alice está quase se dobrando de rir.

– Ow-ow... Alguém tem uma nova paixão platônica, hein?

– É claro que não, Alice! Eu só... Aprecio o trabalho dele, ok?

– O trabalho, Bella? – Ela sorri brilhantemente, antes de completar. – Você o admira inteirinho...

Ok.

Eu estou apaixonada por Edward Cullen, sim. Como 80% da população mundial.

Ele já recebeu dezenas de prêmios em categorias como “Melhor Ator” e “Ator Revelação”. Ele tem um sorriso lindo e esbanja carisma. Ele tem cabelos revoltos e sexies.

Em um resumo: ele é tudo o que uma mulher poderia querer. A combinação perfeita de talento, desprendimento, personalidade e beleza.

E, droga! Eu sou só uma reles mortal, ok? Não me culpe por alimentar essa paixão platônica.

– Você está muito certa de si mesma, hein, Alice? – Eu tento contra-argumentar, acertando a minha amiga em seu ponto fraco. – Como se você não tivesse uma queda estratosférica pelo Sr. Hale.

– É diferente. – Ela diz seca.

– Não é, não. A sua paixão platônica por Jasper Hale é exatamente igual a minha por Edward Cullen. – Eu sorrio vitoriosa.

Nós duas trabalhamos em uma gravadora, a Horse Rock Records. Eu sou secretária de Mike Newton, um agente musical e atual affair de Jessica Stanley (que é considerada a “nova Britney Spears” por alguns tablóides), enquanto Alice é a secretária do presidente, Jasper Hale.

Ela se apaixonou por ele na primeira semana, mas sempre adota uma postura 100% profissional na presença dele.

Eu sinceramente espero que os dois terminem juntos, como em um daqueles romances em que...

– Mas você nunca sequer esteve perto do Edward Cullen, Bella!– Alice interrompe meus devaneios quando, finalmente, viramos a esquina e chegamos ao nosso prédio. – Jasper e eu...

Agora, é ela quem se interrompe, do nada. Percebo que ela está olhando fixamente para um ponto, do outro lado da rua e sigo o seu olhar.

– Oh, meu Deus... – Sussurrou, lentamente.





*Edward’s POV*



Quando eu saí de Londres e mudei-me para LA, minha mãe se despediu de mim com um beijo e aquelas palavras: “não deixe que a fama modifique quem você é”.

Ok. Eu acho que estou me saindo bem, nesta tarefa.

Hoje, eu tenho uma conta gorda no banco, um apartamento novo e o meu rosto estampado em um montão de revistas por aí. E continuo me sentindo eu mesmo.

Continuo sendo Edward Cullen, o cara das roupas largas e puídas. O cara despreocupado e pateticamente celibatário.

Eu continuo sendo o mesmo Edward de sempre, não porque eu não posso comprar roupas novas e caras, não porque eu não tenho problemas e, por isso, não preciso me preocupar, não porque um montão de garotas por aí não deseja fazer sexo comigo.

O contrário, na verdade.

Mas eu gosto de mim exatamente como sou. E eu temo me perder de mim mesmo, caso eu sofra mudanças demais.

Este sou eu, e isto é o melhor que eu posso fazer...

Sou puxado de meus pensamentos em direção à realidade, quando escuto um assobio baixinho.

Eu estou na sacada do meu novo apartamento, em Sherman Oaks. E estava distraído demais, observando o horizonte de Los Angeles a partir do 8º andar de meu prédio, para que pudesse perceber a presença daquela maravilhosa morena, que me encara do outro lado da rua, num edifício vizinho, na sacada de seu apartamento, que também está no 8º andar.

Ela é curvilínea e tem cabelos brilhantes e, aparentemente, sedosos. O sorriso dela é travesso e o seu corpo está parcamente coberto por um pequeno negligé preto.

A morena chamou a minha atenção através daquele assobio, há momentos atrás. E, agora, movimenta os lábios, para que eu a entenda.

“Oi”. – Consigo ler, através do movimento de seus lábios. – “Que tal uma visitinha?”

– Oh! – Surpreendo-me pela forma como ela é direta, mas sei que ela não escutou o meu “oh!” (os nossos prédios estão perto o suficiente para que consigamos nos ver com precisão, mas longe o bastante para que não consigamos nos ouvir).

Abro e fecho a boca, repetidas vezes, sem saber o que “falar”. Como recusar.

É claro que os meus hormônios masculinos entram em polvorosa com a situação, com a possibilidade de sexo fácil.

Mas aceitar essa proposta tão descarada e quase vulgar seria...

“Estou esperando você...” – Leio os lábios dela. – “Apartamento 803”.





*Bella’s POV*



– E-Eu não acredito... – A minha voz sai estrangulada e eu sinto que estou hiperventilando.

– Céus, Bella! – Alice exclama, em tom conspiratório. – Ele é realmente... Uau!

Ele está caminhando em frente ao nosso prédio.

E ele é de tirar o fôlego.

– Vamos lá! – Minha amiga diz subitamente animada, rebocando-me pelo braço e seguindo em direção ao mais que belo espécime masculino, que está a uns cinco metros de distância de nós. – Quando nós nos aproximarmos, você desmaia para chamar a atenção dele.

Ok.

Quando nos aproximarmos eu desmaio.

O que?

– O que? – Soluço, desesperada, quando capto a idéia do que Alice acabou de sugerir que eu faça. – Eu não vou desmaiar, Alice! Eu não vou bancar a donzela frágil e...

– Esse é o plano, Bella. – Ela me corta, e já estamos próximas demais de nosso alvo, por isso, ela murmura a sua conclusão. – Ou você finge o desmaio, ou ele nem vai notar você.

Na verdade, nós já estamos ao lado dele e ele nem sequer deu um mínimo olhar em nossa direção.

Edward Cullen continua a olhar para os seus All Stars surrados, com a cabeça inclinada para baixo, quando Alice e eu o ultrapassamos.

– É só uma paixão platônica idiota... – Eu sussurro para Alice, mesmo que soe como se eu estivesse dirigindo-me a mim mesma.

– Ah! – Alice dá um gritinho, colocando a mão sobre a testa e jogando-se teatralmente em meus braços.

Eu me assusto e, por pouco, não deixo que ela caia no chão.

– Meu Deus, Alice! – Exclamo, tentando mantê-la em meus braços, mas a gravidade está puxando o seu corpo para baixo.

De repente, porém, o corpo de Alice já não está mais pesado, pois Edward Cullen está ao meu lado, segurando-a com firmeza e erguendo-a em seus braços.

Eu dou um gemido de frustração. Eu não acredito que a Alice está fingindo um desmaio só para ser carregada por Edward Cullen.

– Ela estava passando mal? – Ele me questiona, olhando diretamente em meus olhos.

– É... – Eu prolongo a minha resposta, pateticamente. E apresso-me para fechar a boca, quando percebo que ela estava aberta.

– Você acha que deveríamos levá-la para um hospital? Podemos pegar o meu carro e...

– Oh, não. – Eu digo, chateada. – Você pode deixá-la no sofá do hall, por favor?

Desvio o meu olhar de seus olhos, quando percebo que estou sendo insistente demais e ele deve estar se sentindo incomodado.

– Vocês moram aqui? – Ele indica o nosso prédio com um menear de cabeça.

– Sim... Hmmm... Você pode entrar...? – Eu, desajeitadamente, ergo um braço e aponto para a porta principal do edifício, com o dedo indicador em riste.

Ele concorda e segue-me.

– Você pode deixá-la ali. – Eu lhe indico o sofá da recepção. – Ela vai estar bem, em um instante.

– Vocês moram em qual andar? – Ele pergunta com a sua voz melódica e profunda. – Eu posso levá-la até o apartamento de vocês...

– Nós... Hmmm... – Eu me complico com as palavras e, por isso, respiro fundo, rezando para conseguir formular uma frase decente, pelo menos. – Na verdade, nós não dividimos o apartamento... Ela mora no quarto e eu no oitavo andar e... – Interrompo-me quando percebo que, apesar de ter conseguido empregar as preposições e conjunções adequadas, eu desembestei a falar sobre coisas irrelevantes.

Ele não quer saber em que andar eu moro, é claro. Ele apenas é gentil demais e quer ajudar Alice.

Essa traidora que deve estar sentindo, de perto, o delicioso perfume dele! Argh!

– Eu acredito que seja melhor levá-la para o apartamento dela. – Ele afirma, com convicção.

– Bem, obrigada. – Eu digo, vencida. – O elevador fica logo ali...

Nós nos dirigimos ao elevador e, no caminho, passamos pela mesa de Billy, o porteiro do prédio no período noturno.

– Boa noite, Billy. – Eu o cumprimento.

– Boa noite, Bella. – Ele sorri por um momento, antes de observar o meu acompanhante e a “carga” que ele está carregando no momento. – O que houve com a Alice?

– Nada demais, Billy... Não se preocupe. – Eu lhe dou um sorriso tímido e tranqüilizador.

Edward e eu damos alguns passos, antes que Billy nos chame, quando percebe que estamos nos dirigindo ao elevador.

– Bella! O elevador está em manutenção.

– Oh, não...! – Eu bufo. – Será que vai demorar muito até que a manutenção termine dessa vez?

– Provavelmente, sim... Porque é o Harry quem está fazendo o trabalho.

Harry é o nosso porteiro vespertino. Ele é um senhor educado e exacerbadamente metódico, o que significa que, em atividades que a maioria das pessoas gasta uma hora para concluir, Harry gasta quatro.

– Vamos usar a escada. – Edward sussurra bem próximo ao meu ouvido e eu me assusto, dando um leve pulinho. – Desculpe-me. – Ele sorri, divertido.



Ele sobe a minha frente, com Alice esparramada em seus braços.

Ela é uma excelente atriz, eu tenho que admitir. A cabeça dela está lançada para trás e o seu corpo está mesmo com o aspecto de... Bem, de um corpo desmaiado.



Nós estamos no terceiro andar quando Alice abre um dos olhos e pisca pra mim.

Eu tento não rir da esdrúxula situação em que nos encontramos, mas não consigo. Por isso, tento esconder a minha gargalhada com uma tosse.

Acho que consigo, pois Edward não diz nada.



– É aqui. – Eu digo, quando chegamos à porta do apartamento de Alice.

Estou me aproximando dos dois, com o intuito de pegar a bolsa de minha amiga e desbravá-la, a fim de encontrar sua chave, quando, de repente, Alice salta, alegremente, do colo de Edward.

– Nossa! – Ela exclama, com uma expressão inocente. – Eu dormi? Puxa... Nós subimos e eu nem vi, Bella... – Ela se vira pra Edward e arregala os olhos, dramaticamente. – Você é Edward Cullen! O que você está fazendo aqui?

Edward abre um grande sorriso em sua direção e eu sinto o meu coração arder.

– Você desmaiou e Bella e eu decidimos trazê-la para cá.

– Uau, hein, Bella! – Alice me dirige mais um de seus olhares “pseudo-inocentes”. – Muito obrigada, Edward... Sabe, eu até chamaria vocês para um café, mas o meu café é péssimo e eu estou morrendo de sono... Todavia, o café da Bella é delicioso, Edward... E eu acho que você deveria experimentá-lo.

Eu respiro tão profundamente, que acabo engasgando-me com o ar.




E é assim que terminamos sozinhos, subindo os oito lances de escada (que correspondem a quatro andares) que faltam até que cheguemos ao meu andar.

– Eu moro nesse prédio, aqui na frente... – Edward diz, após alguns momentos em que nos mantemos em silêncio.

Eu exalo o ar, contente, por não ter que tomar a iniciativa para a conversa e acabar soando patética.

Ele é o camarada por quem eu alimento uma paixão platônica, oras!

O mínimo que posso fazer é ficar apavorada em sua presença, né?

– Isso é legal! – Suspiro, antes de continuar. – Quero dizer, o James Dean viveu a duas quadras daqui e...

– Você gosta do Dean?

– É claro... Rebel without a cause é um clássico, né? E eu amei a atuação dele em East of Eden, também. Além de East of Eden ser o meu livro preferido do John Steinbeck.

– Eu gosto muito do Steinbeck, também.

– Quem não gosta, não é? – Eu tomo coragem, antes de finalmente admitir. – Eu assisti a Twilight, hoje.

Pela sexta vez. Eu poderia completar, mas opto por não fazê-lo.

Edward poderia achar que eu sou uma maníaca obcecada por ele...

E eu nem tenho tanta certeza assim de que eu não o seja, aliás.

– Oh. – Ele dá um sorriso hesitante. – E o que você achou?

– O enredo é legal, o elenco está em harmonia em cena... E, bem. Você é apaixonante. – Ele me olha com olhos brilhantes e o silêncio se estabelece palpável a nossa volta, até que eu compreendo o que acabei de falar e completo: - O vampiro que você interpreta, quero dizer! O vampiro que você interpreta é realmente sensível e tem uma peremptória profundidade de caráter...

– Bem, obrigado. – Ele sorri tímido, sem me fitar diretamente.

Continuamos a subir os degraus.

E eu desejo que cada degrau se desdobre em mais três, para que demoremos a chegar ao meu apartamento e, assim, possamos passar mais algum tempo juntos.

– Você gostou de alguma cena em específico?

– Oh, sim! – Exclamo, entusiasmada. – A cena em que vocês estão sobre a copa daquela gigantesca árvore... A fotografia é incrível! Deve ter sido emocionante filmá-la, não é?

– Sem dúvidas... A vista era linda! Vancouver é um belíssimo lugar. – A maneira como ele pronuncia cada palavra é tão agradável e tão marcante, que eu sinto que jamais serei capaz de esquecer qualquer uma das coisas que ele me diz. – Você sempre viveu em LA, Bella?

– Na verdade, eu sou de Bishop... Você nunca deve ter ouvido falar. – O silêncio dele, é uma concordância. – É uma cidade bem pequena, aqui na Califórnia, mesmo.

– E por que você se mudou pra cá? – Ele me encara, com seus olhos azuis fascinantes. – Estava em busca da excitação de Hollywood ou algo assim?

– Alice e eu nos mudamos quando completamos 18 anos. Nós queríamos amadurecer longe de casa... Queríamos nos arriscar. E não há lugar mais arriscado do que LA, não é?

– Eu poderia dizer que Vegas é um lugar mais arriscado, mas eu nunca fui a Vegas, então... – Nós rimos e, por um momento, nossos olhares se prendem, como por magnetismo.

– Eu também nunca fui a Vegas. – Digo, desviando os meus olhos dos seus. – E, de todo modo, eu acabei não me arriscando tanto quanto eu previa, aqui. Eu sou secretária na Horse Rock Records, ou seja, eu não poderia ter uma vida mais estável.

– Será que você poderia me emprestar um pouquinho da sua estabilidade? – Ele pergunta divertido, em tom de flerte.

– Bem, nós podemos negociar. – Eu rio um pouco. – Eu já escutei algumas de suas músicas... – Admito, pois já me sinto tão à vontade em sua presença que não vejo motivos para tentar esconder o meu interesse por ele. – Folk é o meu estilo musical preferido e, preciso confessar que, se eu fosse uma agente musical, eu iria persegui-lo até que você e a sua banda assinassem um contrato com a Horse Rock Records.

Ele pára e eu retrocedo um passo, para ficar no mesmo degrau que ele, ao seu lado.

– Você viu a algum daqueles vídeos no Youtube? - Ele me questiona, com um grande sorriso no rosto.

– Justamente. – Eu respondo, sentindo o meu rosto esquentar. – Não que eu seja uma fã obcecada ou algo assim, mas depois que eu assisti a Twilight pela primeira vez, eu pesquisei o seu nome no Google e, depois, eu passei algumas tardes escutando suas músicas.

– Eu sempre sonhei em ser músico, sabe? Eu acreditava piamente que esse era o meu destino.

– Mas... Você está onde gostaria de estar?

– Sim, sem dúvidas. Eu amo atuar, Bella... – Ele sorri e, ao mesmo tempo, retorce a boca em uma careta engraçada. – Mesmo que eu não leve muito jeito pra coisa, às vezes.

– Olha, sem querer soar inconveniente, mas já soando: eu assisti a Twilight seis vezes... E eu sou uma ótima crítica cinematográfica, então, acredite quando eu digo que você é um ator estupendo, ok?

Nós ainda estamos parados.

– Tudo bem que, em um dos takes, na primeira cena da aula de Biologia, você, por um instante, tem uma expressão facial do tipo “nossa, preciso fazer xixi”, mas é só isso.

Eu dou uma gargalhada entrecortada e ele ri abertamente.

De repente, Edward se aproxima de mim. Eu sinto o seu pungente e inebriante cheiro almiscarado tomando conta de minhas narinas e o seu hálito quente atinge a minha testa.

O meu coração acelera e eu sinto os meus joelhos se arrepiarem.

http://www.youtube.com/watch?v=JZweDwbJ_Ic



– Eu estou exatamente onde eu gostaria de estar, Bella. – Ele vai sussurrando, enquanto aproxima o seu rosto do meu.




If you could only see

Se você pudesse apenas ver

The beast you've made of me

A besta que fez de mim

I held it in but now it seems

Eu me contive, mas agora parece

You've set it running free

Que você a libertou




Eu poderia falar sobre correntes elétricas, fogos de artifício, arritmias cardíacas ou experiências extracorpóreas para descrever o momento em que os lábios dele se juntaram aos meus.

Eu poderia falar sobre colisões planetárias, estrelas cadentes e até sobre o Big Bang.

Eu poderia falar sobre como todas as experiências anteriores, sobre como todos os beijos anteriores a este, perderam a sua cor e a sua relevância, depois que estes lábios específicos se moldaram aos meus.




Screaming in the dark

Gritando no escuro

I howl when we're apart

Eu uivo quando estamos separados

Drag my teeth across your chest

Arrasto meus dentes pelo seu peito

To taste your beating heart

Para sentir o gosto do seu coração pulsante




Eu poderia falar sobre como, neste momento, eu sinto como se estivesse sendo beijada pela primeira vez. Como se em todas as vezes anteriores (das quais eu nem me lembro direito) eu tenha utilizado os meus lábios para esfregar ou “fazer piada” com outros lábios. Porque, definitivamente, comparados a este beijo, aqueles outros não podem nem sequer ser considerados carícias de lábios (quem dirá beijos).

Os nossos lábios se movem e a língua dele penetra em minha boca.

Eu sinto um arrepio gostoso, que nasce no início da minha coluna e ascende em direção à minha nuca.




My fingers claw your skin

Meus dedos arranham sua pele

Try to tear my way in

Tentando rasgar meu caminho

You are the moon that breaks the night

Você é a lua que ilumina a noite

For which I have to howl

Para a qual eu tenho que uivar



My fingers claw your skin

Meus dedos arranham sua pele

Try to tear my way in

Tentando rasgar meu caminho

You are the moon that breaks the night

Você é a lua que ilumina a noite

For which I have to

Para a qual eu tenho que


Howl, howl

Uivar, uivar

Howl, howl

Uivar, uivar




Os braços de Edward estão a minha volta, apoiados em minha cintura, enquanto as suas mãos estão em minhas costas.

E as minhas mãos? Eu sou bem previsível, então, obviamente, uma delas está embrenhada nos cabelos dele.

Com a outra, eu acaricio o seu rosto, sentindo a força da sua mandíbula e traçando o contorno da sua bochecha.




Now there's no holding back

Agora não há mais volta

I'm aching to attack

Eu anseio pelo ataque

My blood is singing with your voice

Meu sangue está cantando com sua voz

I want to pour it out

Quero colocar isso para fora





Paulatinamente, os movimentos de nossas bocas vão acelerando. Eu o provo com minha língua, repetidas vezes. Eu mordo o seu lábio inferior e, depois, lambo-o.

Eu tenho fome. E eu preciso me saciar.




The saints can't help me now

Os santos não podem me ajudar agora

The ropes have been unbound

As cordas foram arrebentadas

I hunt for you with bloodied feet

Eu caço você com pés sangrentos

Across the hollow'ed ground

Através do chão oco




*Edward’s POV*




Quando eu saí do meu apartamento, há aproximadamente uma hora, eu não esperava chegar à situação em que me encontro agora: trocando beijos ardentes com Bella, esta garota encantadora e maravilhosa, enquanto estamos envoltos pela penumbra na escada.

Eu não pretendia me encontrar com a morena voluptuosa do prédio vizinho. Eu apenas me decidi por sair um pouco, espairecer, enquanto caminhava pelas ruas arborizadas de Sherman Oaks. Mas, então, a amiga engraçada de Bella fingiu um desmaio e, quando eu me aproximei daquela garota de cabelos castanhos e suaves...

O que eu posso dizer? Quando eu me aproximei, eu simplesmente me senti incapaz de me afastar.

A princípio, eu receei que a verdadeira interessada em mim fosse a amiga de Bella, já que são, geralmente, essas as que fingem desmaios e atropelamentos, só para se aproximarem de mim.

Mas eu sabia que Bella também queria estar perto de mim... Em virtude da maneira como ela me olhava, da maneira como a sua voz suave me enfeitiçava a cada palavra gaguejada e a cada sorriso vacilante.

Por isso, eu não consegui me conter e precisei me deliciar com seus lábios.

E, agora, eu não tenho mais controle. Eu, simplesmente, sinto o desejo correr por minhas veias e artérias, impulsionando-me a apertá-la em meus braços. A moldar seu corpo ao meu e fazê-la compreender o quanto eu a quero.




Like some child possessed

Como uma criança possuída

The beast howls in my veins

A besta uiva em minhas veias

I want to find you

Eu quero encontrar você

And tear out all your tenderness

E arrancar toda a sua ternura

And howl, howl

E uivar, uivar

Howl, howl

Uivar, uivar





Eu desço os meus lábios para o seu pescoço e deposito beijos molhados em sua pele pálida e cálida. Ela resfolega, lançando a cabeça para trás.





Be careful of the curse

Cuidado com a maldição

That falls on young lovers

Que cai sobre jovens amantes

Starts so soft and sweet

Começa tão suave e doce

And turns them into hunters

E os torna caçadores

Hunters, hunters, hunters

Caçadores, caçadores, caçadores

Hunters, hunters, hunters

Caçadores, caçadores, caçadores






Eu uno, ainda mais, os nossos quadris e começo a atritar nossos sexos, posicionando a minha ereção no meio do vértice de suas coxas – mesmo que nossas roupas impeçam o contato real entre nossos corpos.




The fabric of your flesh

A textura da sua carne

Pure as a wedding dress

Pura como um vestido de casamento

Until I wrap myself inside your arms

Até eu me envolver em seus braços

I cannot rest

Não posso descansar





Nós ainda estamos no meio de um dos lances de escada do edifício de Bella e, mesmo com o risco de que algum morador apareça por ali (já que, provavelmente, o elevador permanece interditado), eu infiltro as minhas mãos através da barra de sua camiseta, sentido a pele sedosa de sua barriga na ponta de meus dedos.

Bella suspira audivelmente e pressiona-se ainda mais contra mim.

A sensação de tê-la tão próxima a mim é excitante, viciante.

Eu direciono as minhas mãos para as suas coxas e ergo-a o suficiente para que ela me envolva com suas pernas. Então, eu me viro com cuidado e assento-me num dos degraus da escada, com ela em meu colo.





The saints can't help me now

Os santos não podem me ajudar agora

The ropes have been unbound

As cordas foram arrebentadas

I hunt for you with bloodied feet

Eu caço você com pés sangrentos

Across the hollow'ed

Através do oco


Ground

Chão

And howl

E uivo




*Bella’s POV*



Quando Edward me ergue e eu sinto a sua ereção pressionando, duramente, a minha virilha, eu percebo que estou a um passo de desfalecer de prazer.

Ao se assentar, colocando-me em seu colo, ele faz com que nos sintamos, intimamente, ainda mais.

A pressão, em meu sexo, é quase insuportável de tão absurdamente deliciosa.




Be careful of the curse

Cuidado com a maldição

That falls on young lovers

Que cai sobre jovens amantes

Starts so soft and sweet

Começa tão suave e doce

And turns them into hunters

E os torna caçadores





Eu nunca cheguei tão longe com outro homem, na minha vida. Eu nunca senti tamanho deleite e tamanha vontade de me entregar.

Os lábios de Edward – que estavam em meu pescoço – voltam para a minha boca, devorando-me enquanto eu o saboreio.

– Bella. – Ele sussurra, com a voz rouca, afastando-se um pouco para que consiga falar. – Eu quero você... – A respiração dele é entrecortada. – Eu preciso...





A man who's pure of heart

Um homem que é puro de coração

And says his prayers by night

E diz suas preces pela noite

May still become a wolf

Ainda pode tornar-se um lobo

When the autumn moon is bright

Quando a lua de outono está brilhante



Eu nunca cheguei tão longe com outro homem, na minha vida. Penso de novo, ficando subitamente ciente de que eu estou prestes a perder a virgindade no degrau da escada de meu prédio, a um andar do meu apartamento.

– Eu não posso. – Cicio, olhando dentro dos olhos ardentes de Edward. – Não aqui, não agora.

– Por quê? – Ele questiona, ainda sem fôlego.

– Por que nós não nos conhecemos, Edward. – Eu digo incerta. – Eu sei que o seu aniversário é no dia 20 de junho, sei que você nasceu em Londres e sei que eu aprecio, profundamente, analisar as suas expressões, enquanto você está atuando... Mas, no fundo, eu não sei ao certo quem é você. E você... Bem, você não sabe nem qual é o meu sobrenome, não é?

Eu ainda estou assentada em seu colo, sentindo a sua ereção comprimida contra minha pélvis. E ele me olha intensamente, suas feições evidenciando o quanto ele se sente torturado, nesta ocasião.

– Qual é o seu sobrenome? – Ele pergunta, antes de plantar um beijo rápido em minha bochecha direita.

Não respondo, pois, inesperadamente, começamos a escutar o som de passos se aproximando através da escada.

Alguém está descendo e, em breve, irá cruzar nosso caminho.

Por isso, antes que eu tenha a possibilidade de dizer a Edward que meu sobrenome é Swan, eu tenho que me levantar rapidamente e recompor-me.

Ele faz o mesmo e, quando a Sra. Clearwater passa por nós, ela nos cumprimenta educadamente, com um menear de cabeça.




– Vamos tomar café! – Eu exclamo, puxando Edward pelos últimos degraus até o meu andar.




Só quando estamos a uma esquina do meu corredor é que eu penso na Srta. Problema.

Ou seria Srta. Promíscua? – Uma voz irritante e inconveniente complementa intimamente a minha linha de raciocínio, quando eu me lembro de Lauren Mallory.

Quando eu me mudei, no ano passado, ela apareceu na minha porta, pedindo uma caixa de fósforos.

Tudo bem!

Seria uma cordialidade que eu estava disposta a adotar, ocasionalmente, já que ela era a minha vizinha de porta e eu estava disposta a implementar, em minha nova vida, a “política da boa vizinhança”.

Mas Lauren usava apenas uma diminuta calcinha e um soutien, quando me chamou. E isso me assustou, um pouco.

Eu não disse nada, é claro. E estava disposta a esquecer o incidente, até que ela começou a ter sessões diárias de sexo contra a parede. É isso aí.

Horas de sexo barulhento, madrugada adentro, do outro lado da parede do meu quarto.




Na segunda semana, eu a procurei e fiz a minha reclamação.

Foi aí que ela começou a me odiar. E a gritar ainda mais alto, em suas noitadas regadas a homens e lubrificante – como ela geralmente solicita a seus amantes.

“Lubrifica um pouco mais”, provavelmente, é o slogan de campanha de Lauren Mallory.





Quando Edward e eu entramos no corredor de meu apartamento, eu respiro aliviada ao varrer o ambiente com os olhos e perceber que não há qualquer indivíduo nu, a vista.



Na noite passada, quando eu saí do elevador, cansada após o dia exaustivo de trabalho, eu quase tive um ataque cardíaco quando vi aquela figura em frente à porta do apartamento da minha vizinha.

Em pleno corredor havia um homem nu em pêlo. E ele, simplesmente, estava assentado no chão, escorado na madeira da porta, como se meditasse sobre a vida... Da maneira como veio ao mundo.

É claro que eu corri para a minha porta e entrei o mais rápido possível na segurança de meu lar.





Eu olho para Edward e sorrio, quando paramos em frente à porta do meu lar. Ele retribui e coloca a mão sobre o meu ombro.

Enquanto procuro pelas minhas chaves, dentro de minha bolsa, escuto o barulho de uma porta nas imediações sendo destrancada.

E rezo para que não seja...

– Meu Deus, você demorou! – Lauren exclama.

Eu não faço a mínima idéia de a quem ela está se dirigindo.

Viro-me em sua direção e olho pra ela interrogativamente.

Não é possível que ela esteja controlando os meus horários, não é?

Mas aí eu percebo que ela não está falando comigo.

– Por um instante eu achei que você não viria. – Ela diz a Edward, olhando-o com cobiça. – Mas você não iria recusar meu convite, não é, vizinho?

Eu dou um passo para longe de Edward, repentinamente, sentindo o meu estômago se revirar.

Ele me olha com olhos arregalados.

Ele estava ali para um momento de diversão com Lauren, porém, quando me encontrou, mudou de idéia. E decidiu apressar as coisas, divertindo-se comigo.

Eu sou, realmente, muito boba.

A mão de Lauren envolve o braço de Edward – o braço que, há alguns minutos, estava ao redor da minha cintura – e ela o puxa em direção ao apartamento.

Viro-me e, quando acho a chave do meu apartamento, abro a porta rapidamente e entro correndo.

Não sem antes escutar o click da porta de Lauren se fechando atrás dela e de Edward.




Sabe qual é o maior problema em alimentar uma paixão platônica por um ídolo?

O ídolo, no fim das contas, não existe. Não de verdade. Ele é uma imagem, projetada com o único intuito de angariar fãs.

Quando você se apaixona, você, naturalmente, faz inúmeras “projeções fantasiosas” sobre o objeto de sua paixão.

Quando você se apaixona por um ídolo, você faz projeções sobre uma projeção.




E agora você me pergunta o porquê de eu estar tão magoada por Edward ser um homem saudável e, por isso, ter se rendido aos encantos curvilíneos de Lauren, não é?

Bem, nós nos conhecemos há menos de uma hora. Eu, racionalmente, não tenho motivo algum para recriminá-lo. Para me sentir decepcionada com ele.

Se eu estivesse reagindo racionalmente ao que aconteceu, eu já teria saído de perto da porta e já estaria tomando um longo e relaxante banho.

Mas eu não estou muito inclinada a ouvir “a razão”, neste preciso instante. Porque pode parecer loucura ou manifestação da obsessão de uma fã, mas eu me sinto como uma futura-namorada-em-potencial traída.

E o que eu posso fazer?

Ir até o apartamento de Lauren, dizer a Edward que eu quero ter um encontro com ele e bancar a ingênua apaixonada?

Ou ir até o apartamento de Lauren, arrancar Edward dos braços dela e dizer a ele que não é necessário fazer sexo com ela, porque eu vou transar com ele, agora?



Eu sei, eu sei... Nenhuma das alternativas anteriores, não é?

A vida deve ser um tanto mais profunda do que apenas sexo e um pouco mais real do que fantasias com encontros românticos.




A campainha toca e, em um ato reflexo (já que eu estou muito próxima à porta) eu a atendo, imediatamente.

Edward me encara com uma expressão desolada.

– Eu não vim até aqui por causa dela, Bella. – Ele diz, entrando sem ser convidado e fechando a porta atrás de si. – Com licença.

Eu rio devido a sua demonstração disfuncional de polidez. E ele me encara fixamente.

– Eu só subi até aqui porque eu queria estar perto de você, por alguns minutos que fossem. – Ele continua.





If you could only see

Se você pudesse apenas ver

The beast you've made of me

A besta que fez de mim

I held it in but now it seems

Eu me contive, mas agora parece

You've set it running free

Que você a libertou





– Eu quero conhecer você. Eu quero saber qual é o seu sobrenome e qual é a sua cor favorita, Bella. Eu quero saber quem é você, porque eu sei que eu quero estar perto de você.

– Bem, eu não tenho uma cor favorita... E você não acha que isso de “quero saber qual é a sua cor favorita” não é algo muito clichê, não?

– Ah, Bella...! Eu sei que é piegas, mas se fosse a frase de algum filme, você, provavelmente, estaria suspirando depois de ouvi-la.

Ele sorri largamente e envolve-me em seus braços.

– Talvez você esteja certo... – Eu divago, olhando para o teto e, depois, voltando o meu olhar na direção dele. – Mas eu não quero suspirar, Edward. Quero dizer, eu já tenho suspirado por você o suficiente, nos últimos dias e horas. Agora, eu quero beijá-lo.

E é justamente isso o que fazemos.

Nós nos beijamos, com entusiasmo.

Pelos próximos minutos e horas.

Pelos próximos dias e meses.

E pelos próximos anos, talvez.





The saints can't help me now

Os santos não podem me ajudar agora

The ropes have been unbound

As cordas foram arrebentadas

I hunt for you with bloodied feet

Eu caço você com pés sangrentos

Across the hollow'ed ground

Através do chão oco



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Notas finais do capítulo

E então?
O que achou?
Deixe um review, sim?
**Gente! Agora é um recadinho a quem acompanha as minhas outras fictions: EU SINTO MUITO POR NÃO ESTAR POSTANDO COM FREQUÊNCIA, ok?
A vida na Universidade está um caos e, até que eu volte a me acertar, eu temo que eu tenha que ir com calma quanto às fictions, ok?
Mas podem esperar que, com bastante esforço, eu vou tentar publicar novos capítulos em todas elas, sim?**
Grande abraço e beijo estalado pra você!